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Diabetes na Gestação Profª: Marina Antunes Universidade Estácio de Sá Curso: Nutrição Disciplina: Nutrição Materno infantil Definição Diabetes Mellitus (DM) ADA, 2018 É um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. Classificação do Diabetes DM tipo 1 (DM1) DM tipo2 (DM2) DM gestacional (DMG) ADA, 2018 Diabetes mellitus gestacional (DMG) é a intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto (SBD, 2017) Epidemiologia ❑ Prevalência DG: 16,2 % (1-37,7%) ❑ DMG e suas complicações: principal causa de morte, 5milhões/ano ❑ Gastos com DMG: 5-20% despesas globais de saúde ❑ PNS 2013: 56,9% excesso de peso; 20,8% Obesas ❑ Brasil: ❑ 4º País maiores taxas de DM: 14,3 milhões de pessoas 20- 79 anos ❑ Prevalência DMG no SUS: 18% MS, 2017 Fatores de risco MS, 2017 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO Aumento das necessidades energéticas Fontes energéticas: glicose, ácidos graxos, aminoácidos e colesterol. Feto: grande utilizador de glicose, mesmo em jejum materno 1ª metade da gestação: sintomas GIs + redução alimentar – resposta insulínica exagerada Estrogênio e progesterona➔ hiperplasia pancreática materna. 2º metade: Insulina menos eficaz (alterações nos receptores - progesterona, cortisol, prolactina e HPL). Hiperinsulinismo + resistência periférica estado diabetogênico. Saunders e Padilha, 2012 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO 12ª s gestacional: insulinemia fetal Hiperglicemia materna hipertrofia das células pancreáticas fetais (macrossomia) Macrossomia: órgãos aumentados de volume, imaturos; imaturidade pulmonar (surfactante pulmonar deficiente) DM descompensada na periconcepção e no 1º T: aborto; anomalias mais severas. Saunders e Padilha, 2012 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO Alterações morfológicas na placenta ➔ insuficiência crônica na oxigenação fetal – redução de até 40% relacionado a glicemia materna. DM descompensada na periconcepção e no 1º T: aborto; anomalias mais severas (risco 6 a 7 x maior). Efeito teratogênico (até a 7ª semana) – aconselhamento pré-concepção extremamente importante Saunders e Padilha, 2012 DIAGNÓSTICO (MS, 2017) Rastreamento: Universal http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_sIBeVbWf11k/Sw3FdvUd8VI/AAAAAAAAAEM/tfRxDEmfV2U/s400/diabetes-bajo-la-lupa%5b1%5d.jpg&imgrefurl=http://dietaslowcarb209.blogspot.com/&usg=__WZGlNtLi41y5Yxboa1MB8zXhkxw=&h=375&w=375&sz=32&hl=pt-BR&start=126&tbnid=DRkK0JAwri441M:&tbnh=122&tbnw=122&prev=/images?q%3Ddiabetes%26start%3D120%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1&itbs=1 DIAGNÓSTICO (MS, 2017) Rastreamento: Universal http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_sIBeVbWf11k/Sw3FdvUd8VI/AAAAAAAAAEM/tfRxDEmfV2U/s400/diabetes-bajo-la-lupa%5b1%5d.jpg&imgrefurl=http://dietaslowcarb209.blogspot.com/&usg=__WZGlNtLi41y5Yxboa1MB8zXhkxw=&h=375&w=375&sz=32&hl=pt-BR&start=126&tbnid=DRkK0JAwri441M:&tbnh=122&tbnw=122&prev=/images?q%3Ddiabetes%26start%3D120%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1&itbs=1 DIAGNÓSTICO (MS, 2017) Rastreamento: Universal http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_sIBeVbWf11k/Sw3FdvUd8VI/AAAAAAAAAEM/tfRxDEmfV2U/s400/diabetes-bajo-la-lupa%5b1%5d.jpg&imgrefurl=http://dietaslowcarb209.blogspot.com/&usg=__WZGlNtLi41y5Yxboa1MB8zXhkxw=&h=375&w=375&sz=32&hl=pt-BR&start=126&tbnid=DRkK0JAwri441M:&tbnh=122&tbnw=122&prev=/images?q%3Ddiabetes%26start%3D120%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1&itbs=1 Para o diagnóstico de casos de DM diagnosticados na gestação (Overt Diabetes): • HbA1c >6,5% • Glicemia plasmática de jejum for > 126mg/dl (>7,0mmol/l). • Glicemia plasmática ao acaso > 200mg/dl (>11,1mmol/l) indica DG e deve ser confirmada com avaliação da glicemia de jejum ou da hemoglobina glicada. 75% de chance para os seguintes desfechos: • Peso ao nascer>P90 • % gordura neonato>P90 Avaliação Pós Parto ➢ Eliminação dos fatores contra-insulínicos secreção de insulina volta aos valores do 1ºT em 7 a 10 dias. ➢Rastreamento pós-parto: 6-12 semanas, reavaliar anualmente, TOTG ou HbA1C ➢Incidência de DM2 varia de 3- 65% Glicemia de jejum acima 100mg/dL Não branca HF DM2 Ganho de peso excessivo Obesas Ob abdominal Dieta hiperlipídica Sedentarismo Uso de insulina Avaliação Pós Parto ➢ TOTG 75g de Glicose 6 semanas pós-parto → PADRÃO OURO! O impacto do DMG Risco de morbi-mortalidade perinatal Gestação de alto risco Centros de atenção de média ou alta complexidade, com acompanhamento por equipe multidisciplinar. Brasil, 2014 REPERCUSSÕES MATERNAS SHG, Polidramnia, ITU, pielonefrite, Hipoglicemia, Cetoacidose, Parto cirúrgico, DM2, Lesões vasculares e de retina FETAIS Macrossomia, Prematuridade, complicações pulmonares, Má- formação, Desproporção céfalo- pélvica Infantil Ob, Síndrome metabólica, DM MS, 2017 Estratégias do tratamento ✓Planejamento da gestação; ✓Acompanhamento pré-natal; ✓Controle glicêmico satisfatório; ✓Ajuste da insulina; ✓Detecção precoce de fatores de risco; ✓Adoção de hábitos de vida saudáveis; ✓Terapia nutricional específica. ✓Prevenção de Ob e DM2 futuros Brasil,2012; MS, 2017 Metas glicêmicas no DMG (ADA, 2018) Recomendações : Fifth International Workshop-Conference on Gestational Diabetes Mellitus Pré-prandial< 95 mg/dL 1h pós-prandial < 140mg/Dl 2h pós-prandial < 120mg/dL Para gestantes com DM1 ou DM2 pré-existente: Na hora de dormir e durante a madrugada 60-99mg/dL Pós-prandial entre 100-129 mg/Dl HbA1C < 6% Objetivos da Terapia Nutricional ➢Manutenção da glicemia na faixa de normalidade; ➢Fornecimento de energia e nutrientes adequados para ganho de peso desejável; ➢Controle da pressão arterial ➢Prevenção do desenvolvimento de DM tipo 2 no pós-parto; ➢Otimização das condições de saúde materna e de desenvolvimento fetal, através do cuidado nutricional e atividade física adequada. ADA, 2018 Avaliação Nutricional ➢Avaliação Antropométrica ➢Avaliação Dietética ➢Avaliação Clínica e Funcional ➢Avaliação história obstétrica ➢Avaliação Bioquímica e dos exames complementares Cuidado Nutricional Saunders e Padilha, 2012 ➢ Energia: Similar gestante sem intercorrências, assim como recomendação de ganho de peso. ➢ Carboidratos: 45-65% do VET (50-55%, SBD, 2009) mínimo 175g de Carboidratos ➢ Fibras: 20 a 35g ou 14g/1000kcal ➢ Proteínas: 15 a 20% do VET ➢ Lipídios: 20 a 35% do VET <7% de gordura saturada <200mg/dia de colesterol ácidos graxos trans: evitados n-3: 2 a 3 porções de peixes/semana Saunders e Padilha, 2012 ➢A distribuição calórica diária será de 10–20% no café da manhã, 20– 30% no almoço, 20–30% no jantar e até 30% para lanches, incluindo um lanche ao deitar para evitar a hipoglicemia noturna se a mulher estiver em uso de insulina. ➢A ingestão de nutrientes antioxidantes – vitamina C, vitamina E, selênio e carotenóides deve ser estimulada – Na DMG ocorre aumento do estresse oxidativo ➢A dieta deve ser adequada em potássio, magnésio, zinco e cromo pois a deficiência desses nutrientes pode agravar a hiperglicemia Métodos de orientação nutricional K Franz et al,1994;ADA, 1995;2008; Brutomesso et al.,2001, Franz,2010 Estratégias e métodos de orientação alimentar Índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG) Distribuição energética dos macronutrientes por refeição (Método Tradicional-MT) Método da contagem de carboidratos (MCC) Métodos de orientação nutricional K Franz et al,1994;ADA, 1995;2008; Brutomesso et al.,2001, Franz,2010 Estratégias e métodos de orientação alimentar Índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG) Distribuição energética dos macronutrientes por refeição (Método Tradicional-MT) Método da contagem de carboidratos (MCC) Pode ser útil na reduçãoda glicemia pós- prandial, principalmente quando o objetivo da terapia nutricional não foi alcançado. Recomenda-se o uso de no máximo 2 alimentos de alto índice glicêmico na mesma refeição Método Tradicional ➢ Estratégia recomendada há tempos e sugerida por comitês nacionais e internacionais de saúde; ➢ Distribuição energética dos macronutrientes por refeição; ➢ Fracionamento das refeições em três principais e três intermediárias, com horários regulares; ➢ Lista de substituições grupos de alimentos (de valor calórico e nutricional semelhante e divididos em porções). ➢ A distribuição calórica diária será de 10–20% no café da manhã, 20–30% no almoço, 20–30% no jantar e até 30% para lanches. Saunders e Padilha, 2012 Método de Contagem de Carboidratos Europa (1935) Estados Unidos (DCCT, 1993) ADA a partir de 1994 passou a recomendar o método como ferramenta adicional para o controle do DM ∎ Determina-se a quantidade total de carboidratos (CHO) em gramas, por refeição; ∎ Vantagens: flexibilidade, aceitação da doença, controle glicêmico mais adequado; ∎ Tipos: Lista de substituições de CHO e Contagem em gramas de CHO. Hissa et al., 2004; 2009; Dias et al., 2010 Vitaminas e Minerais ✓Ofertar todos os micronutrientes adequadamente ✓Sódio não deve ser restrito ✓Suplementação de ferro e ácido fólico ✓Vitamina A: preferir fontes animais Evitar álcool, alimentos gordurosos Cafeína: uso moderado (menos de 300mg/dia) Dieta fracionada: 3/3h,5-6 refeições/dia Orientação detalhada quanto à composição das refeições Observações: Conduta adequada para sintomatologia digestiva, intercorrências, hábitos. Recomendar leitura de rótulos dos produtos industrializados Atividade física é recomendada Insulinoterapia quando indicada – ajuste individual Incentivo ao aleitamento materno Observações: Edulcorantes Permitidos Adoçante Situação Aspartame Aprovado Acesulfame - K Aprovado Neotame Aprovado Sacarina Aprovado Sucralose Aprovado Frutose Não recomedado Stevia pura Sorbitol Aprovado Não recomendado ADA, 2018 INGESTÃO MÁXIMA POR DIA PARA ADULTOS • Acesulfame-k - 15mg/kg/d • Aspartame - 40 mg/kg/d (Brasil) 50 mg/kg/d (FDA) • Neotame – 2 mg/kg/d • Sacarina - 5 mg/kg/d • Sucralose - 5 mg/kg/d Composição de produtos diet • Coca-cola Zero Ciclamato de sódio = 24mg/100ml Acessulfame de potássio = 15mg/100ml Aspartame = 12mg/100ml • Guaraná Antártica Zero Sacarina sódica = 16mg/100ml Ciclamato de sódio = 69,7mg/100ml • Sprite Zero Sacarina sódica = 11mg/100ml Ciclamato de sódio = 64mg/100ml • Fanta laranja Zero Sacarina sódica = 7mg/100ml Ciclamato de sódio = 62mg/100ml • Guaraná Kuat Zero Sacarina sódica = 5mg/100ml Ciclamato de sódio = 31mg/100ml Aspartame = 12mg/100ml • Suco Ades Light Sucralose = 6-8mg/100ml Composição de produtos diet Produto Edulcorante Calorias (Kcal/Kg) Ingestão máxima/dia Quant. Produto/dia Coca-cola Zero Ciclamato de sódio = 24mg/100ml Acessulfame de potássio 15mg/100ml Aspartame = 12mg/100ml Quantidade máxima Zero Zero 4 11mg/Kg 15mg/Kg 40mg/Kg 2,7L/dia 6L/dia 20L/dia 2,7L/dia Guaraná Antártica Zero Sacarina sódica = 16mg/100ml Ciclamato de sódio = 69,7mg/100ml Quantidade máxima Zero Zero 5mg/Kg 11mg/Kg 1,8L/dia 0,9L/dia 0,9L/dia Sprite Zero Sacarina sódica = 11mg/100ml Ciclamato de sódio = 64mg/100ml Quantidade máxima Zero Zero 5mg/Kg 11mg/Kg 2,7L/Kg 1,0L/dia 1L/dia Fanta Laranja Zero Sacarina sódica = 7mg/100ml Ciclamato de sódio = 62mg/100ml Quantidade máxima Zero Zero 5mg/Kg 11mg/Kg 4,2L/dia 1,0L/dia 1L/dia Guaraná Kuat Zero Sacarina sódica = 5mg/100ml Ciclamato de sódio = 31mg/100ml Aspartame = 12mg/100ml Quantidade máxima Zero Zero 4 5mg/Kg 11mg/Kg 40mg/Kg 6,0L/dia 2,1L/dia 20L/dia 2,1L/dia Suco Ades Light Sucralose = 6-8mg/100ml Quantidade máxima Zero 15mg/Kg 11,2L/dia 11,2L/dia MONITORIZAÇÃO Automonitorização domiciliar – DM1, DM2, DG – registro diário de cada medição Seis medições: 3 testes pré-prandiais e 3 testes pós-prandiais – 2h após as principais refeições. Meta: glicemia jejum <95mg/dl 1 h pós-prandial <140mg/dl 2 h pós-prandial <120mg/dl. SBD, 2017 Insulinoterapia Insulinoterapia – hiperglicemia e macrossomia fetal (circunferência abdominal fetal > P75 entre 29 e 33s). O objetivo da terapia com insulina é manter os níveis de glicemia capilar ≤95mg/dL em jejum; ≤100mg/dL antes das refeições; ≤140mg/dL uma hora pós- prandial; e ≤120mg/dL duas horas pós-prandial. SBD, 2017 Considerações Finais • Equipe multidisciplinar • Assistência nutricional pré-natal individualizada, humanizada e acolhedora, com formação de vínculo profissional-cliente e da atuação da equipe multiprofissional, para minimizar os riscos de morbidade tanto para a mulher quanto para seu concepto. • Difusão do método de contagem OBRIGADA!
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