Buscar

HISTO - tecido ósseo

Prévia do material em texto

1) Quais as funções do tecido ósseo? 
 
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo e é composto por células e por matriz extracelular abundante (matriz 
extracelular calcificada – porção orgânica e porção inorgânica.). Ele dá suporte para os tecidos moles, ele protege os órgãos vitais 
com a formação da caixa craniana e da caixa torácica, por exemplo. Além disso, ele também serve de alojamento e de proteção para 
a medula óssea (região de hematopoese), ele serve de apoio para os músculos esqueléticos (harmonia entre músculo esquelético e 
osso forma o sistema de alavancas, permitindo a movimentação do corpo). O tecido ósseo também serve para o depósito de íons 
(cálcio – 99% do cálcio do corpo está nos ossos –, fosfato) e para a absorção de toxinas e metais pesados. 
 
2) Descreva a localização e função dos seguintes tipos celulares: 
 
a) Osteoblastos 
São células oriundas de células osteoprogenitoras, pois 
estas se diferenciam em osteoblastos. Os osteoblastos 
se localizam na superfície do tecido ósseo e eles se 
dispõem lado a lado. 
Eles podem ser encontrados na forma ativa, ou seja, 
secretando a parte orgânica da matriz óssea (colágeno 
tipo I; proteoglicanos; glicoproteínas →como 
osteonectina – facilita a deposição de Ca²+ na matriz –; 
osteocalcina – estimula osteoblastos –; osteopontina; e 
sialoproteínas ósseas – adesão celular à matriz.) ou 
podem estar inativos. 
Os osteoblastos secretam RANKL e fator estimulador de colônia de macrófagos 
(M-CSF), além de fosfatase alcalina. 
**como diferenciar osteoblastos ativos e inativos? Quando eles estão ativos, 
apresentam núcleos esféricos, com citoplasma basófilo, com mais presença de 
eucromatina... 
Já quando estão inativos, os osteoblastos apresentam núcleo mais pavimentoso e 
citoplasma com basofilia diminuída. 
Outra característica dessas células é que os osteoblastos apresentam vários 
prolongamentos citoplasmáticos que 
fazem comunicação entre uma célula e 
outra. Além disso, eles têm como 
características ultraestruturais um 
abundante REG, o complexo de Golgi bem 
desenvolvido e numerosas vesículas de 
secreção. 
Eles produzem e secretam a matriz óssea. 
Esta matriz recém formada e não calcificada é denominada OSTEOIDE. 
O depósito dessa matriz ocorre ao redor do corpo da célula e dos seus prolongamentos (junções 
comunicantes). Uma vez aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser 
chamado de osteócito. A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus 
prolongamentos, formando assim as lacunas (lugar ocupado pelas células) e os canalículos (local 
ocupado por seus prolongamentos). 
Histologia – estudo dirigido 
 Tecido Ósseo 
 
 
b) Osteócitos 
Eles apresentam núcleo mais achatado e citoplasma pobre em organelas. O osteócito é formado a partir do aprisionamento do 
osteoblasto pela matriz recém-sintetizada, ocupando espaços denominados como lacunas (cada lacuna contém um osteócito). 
Irradiando de cada lacuna, têm-se os canalículos (espaços que são ocupados pelos prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos, 
sendo que estes prolongamentos entre os osteócitos formam junções comunicantes para passagem de pequenas moléculas e íons). 
Nesses canalículos são encontrados, também, fluido extracelular, que leva nutrientes e metabólitos para estes osteócitos. 
Dentre as funções dos osteócitos, estão: manutenção do tecido ósseo, secreção de MEC (essa secreção de matriz extracelular é 
bem mais reduzida se comparada a dos osteoblastos), secreção de 
metaloproteínas (MMP são enzimas que degradam componentes de matriz 
quando necessário), além de funcionarem como mecanorreceptores (eles 
respondem à pressão alterando sua expressão gênica e, inclusive, gerando 
apoptose caso seja necessário fazer remodelamento ósseo). 
No estado quiescente, essas células tem organelas menos desenvolvidas, pois não 
estão secretando matriz extracelular. Quando elas são recrutadas para 
secretar a matriz extracelular, dá para ver o RER mais desenvolvido, bem como 
Golgi e ficam com nucléolo bem mais evidente. Além disso, quando é preciso 
fazer a reabsorção óssea, o RER também fica bem desenvolvido, pois elas 
secretam MMP (que vão desenvolver papel na remodelação óssea) e fatores que 
ativam os osteoclastos (que vão fazer reabsorção óssea). 
***Não existe difusão de substâncias pela matriz óssea calcificada, então a nutrição dos osteócitos se dá pelos canalículos, uma 
vez que eles possibilitam trocas de moléculas e de íons 
c) Osteoclastos 
Os osteoclastos são células móveis, gigantes, multinucleadas (até 50 núcleos) e extensamente ramificadas. As ramificações são 
muito irregulares, com forma e espessura variáveis. Frequentemente, nas áreas de reabsorção de tecido ósseo encontram-se 
porções dilatadas dos osteoclastos, colocadas em depressões da matriz escavadas pela atividade dos osteoclastos e conhecidas 
como lacunas de Howship (depressões rasas do tecido ósseo). 
Os osteoclastos têm citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo nos 
maduros. Elas sofrem apoptose após realizar a reabsorção óssea. 
Essas células se originam de precursores mononucleados provenientes da medula óssea (fazem parte do sistema mononuclear 
fagocitário) que, ao contato com o tecido ósseo, unem-se para formar os osteoclastos multinucleados. 
Quando a reabsorção óssea é necessária, o osteoblasto secreta o fator estimulante de colônia de macrófagos (M-CSF), o que 
promove a diferenciação de osteoclastos e a expressão da proteína RANK nesses osteoclastos. Além disso, os osteoblastos também 
secretam RANKL, que é um ligante de RANK no osteoclasto. Isso induz a fusão entre os osteoclastos, formando uma célula gigante 
multinucleada. O osteoblasto, ainda, produz osteoprotegerina (OPG), que interage com o RANKL, impedindo sua ligação com seu 
receptor (RANK), o que inibe a formação dos osteoclastos. 
Os osteoclastos são recrutados quando é necessário fazer a reabsorção óssea, quando é necessário garantir a homeostase dos 
níveis de cálcio no sangue (calcemia). 
3) Descreva a importância da formação da zona clara e zona pregueada, assim como da presença de bombas 
de prótons e exocitose de enzimas lisossomais, na reabsorção óssea pelos osteoclastos. 
 
A superfície ativa dos osteoclastos, voltada para a 
matriz óssea, apresenta prolongamentos vilosos 
irregulares (prolongamentos digitiformes). A maioria 
desses prolongamentos tem a forma de folhas ou pregas 
que se subdividem. Circunda essa área com 
prolongamentos vilosos uma zona citoplasmática, a zona 
clara, que é pobre em organelas, mas contém muitos 
filamentos de actina. A zona clara é um local de adesão 
do osteoclasto à matriz óssea e cria um microambiente 
fechado, a zona pregueada, no qual ocorre a reabsorção 
óssea. 
 
Os prolongamentos digitiformes são ricos em bombas de 
prótons, o que permite que esses osteoclastos secretem 
ácido H+ para dentro da zona pregueada. Além disso, os 
osteoclastos secretam, também, para dentro desse microambiente fechado, colagenase e outras hidrolases que atuam localmente, 
digerindo a matriz orgânica e dissolvendo os cristais de sais de cálcio. 
Enzimas contidas nos lisossomos originados 
no complexo de Golgi e íons hidrogênio 
também produzidos pelo osteoclasto são 
transferidos para o microambiente 
fechado pela zona circunferencial clara, 
onde atuam confinados do restante do 
tecido. A acidificação facilita a dissolução 
dos minerais e fornece o pH ideal para a 
ação das enzimas hidrolíticas dos 
lisossomos. Assim, a matriz é removida e 
capturada pelo citoplasma dos 
osteoclastos, onde, possivelmente, a 
digestão tem continuação, sendo que seus 
produtos são transferidos para os 
capilares sanguíneos. 
A atividade dos osteoclastos é coordenada 
por citocinas (pequenas proteínas sinalizadoras que atuam localmente) e por hormônios como calcitonina, um hormônioproduzido 
pela glândula tireoide, e paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides. 
Existem receptores de paratormônios nos osteoblastos que, quando ativado, estimulam a formação e a atividade dos osteoclastos. 
Já a calcitonina se liga a receptores presentes no próprio osteoclasto. Quando ela se liga a esses receptores, acaba causando a 
inibição da atividade desses osteoclastos. 
 
4) Qual a composição da matriz óssea? 
 
A matriz óssea é composta por uma porção orgânica (~35%) e por uma porção inorgânica (mais abundante → ~65%). A associação da 
hidroxiapatita e das fibras de colágeno são extremamente importantes para dar rigidez e resistência ao tecido ósseo. 
Os principais componentes da porção inorgânica são: Cristais de hidroxiapatita – Ca10(PO4)6(OH)2 → cálcio e fósforo 
associados; bicarbonato; magnésio; potássio; sódio; e citrato. 
Já os principais componentes da porção orgânica são: Colágeno tipo I (90 - 95%; acidofilia da matriz); substância fundamental, 
(formada por proteoglicanos – GAGs sulfatados, ácido hialurônico, glicoproteínas* e fatores de crescimento - BMP) 
*as glicoproteínas participam do processo de calcificação da matriz e são responsáveis por ligações entre células e matriz 
(osteocalcina, osteopontina, sialoproteína óssea). 
**Se for feita uma descalcificação do tecido ósseo: a remoção da parte inorgânica do tecido ósseo o torna muito flexível. 
***Se for feita uma extração dos componentes orgânicos (fibras de colágeno): torna o osso quebradiço 
 
5) Descreva a localização, organização e função do periósteo e endósteo 
O periósteo é um tecido conjuntivo denso que envolve externamente a superfície do tecido ósseo. 
O endósteo é uma monocamada de células osteoprogenitoras que revestem as cavidades internas 
dos ossos → a medula óssea não faz contato direto com o tecido ósseo pois existe o endósteo 
separando os dois. 
Tanto o periósteo quanto o endósteo são revestidos por células osteogênicas e tecido conjuntivo. 
Todos os ossos são revestidos por periósteo, com exceção das articulações (que são revestidas 
por cartilagem hialina) e do local onde se inserem músculos e tendões, pois o periósteo é 
descontínuo nesses locais. 
O periósteo tem duas camadas: uma externa (de tecido conjuntivo denso e apresenta fibras de 
colágeno tipo com, com núcleos de fibroblastos) e uma interna (de células osteoprogenitoras → 
se receberem estímulos específicos podem se diferenciar em osteoblasto e iniciar a síntese de 
matriz). O periósteo representa a região de entrada de vasos no tecido ósseo. Já o endósteo é 
constituído por uma monocamada de células osteoprogenitoras e, se receberem algum estímulo 
específico, podem se diferenciar em osteoblasto. O endósteo é encontrado revestindo a medula 
óssea, nas trabéculas dos ossos esponjosos, no canal de Havers e Wolkmann. 
O periósteo e o endósteo também servem de fornecimento de novos osteoblastos para 
crescimento e recuperação óssea. 
 
6) Descreva as principais diferenças histológicas entre tecido ósseo primário e tecido ósseo maduro 
Macroscopicamente existem duas classificações: osso compacto (ou denso) e osso esponjoso (ou trabecular). 
Entretanto ambos têm a mesma estrutura histológica básica. 
Histologicamente, o tecido ósseo é 
classificado como tecido IMATURO ou 
PRIMÁRIO e tecido MADURO ou 
SECUNDÁRIO ou LAMELAR. Eles têm 
mesmos tipos celulares e mesmos 
constituintes de matriz, contudo tem 
diferentes orientações das fibras de 
colágeno, diferentes números de células 
(tecido primário tem mais células do que o 
secundário) e calcificação da matriz (mais 
calcificada no secundário do que no 
primário). 
O tecido primário/imaturo é o primeiro tecido ósseo a se formar (se forma no 
desenvolvimento fetal e em reparo de fraturas), sendo reabsorvido e substituído por 
tecido ósseo secundário. Ele tem fibras colágenas sem organização definida, tem 
menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos. Em adultos, os locais 
que tem a permanência desse tipo de tecido são: suturas de ossos cranianos, alvéolos 
dentários e inserções de tendões. 
Já no tecido ósseo secundário/maduro/lamelar, as fibras colágenas estão organizadas 
em lamelas, estando: 
a) Paralelas umas às outras 
b) Concêntricas em torno de canais com vasos, formando sistemas de Havers (ósteons). 
No osso compacto, o tecido ósseo maduro organiza-se em lamelas. 
Estas são evidentes na diáfise dos ossos longos . 
• Lamelas circunferenciais externas: abaixo do periósteo 
• Lamelas circunferenciais internas: envolvem a cavidade 
medular 
• Ósteons (sistema de havers) 
• Lamelas intersticiais: resquícios de ósteons (de canais de 
havers antigos) 
 
 
7) Descreva a organização do sistema de Haveres. Por que o número de lamelas presentes neste sistema é 
limitado? 
Cada sistema de Havers ou ósteon é um cilindro longo, paralelo a diáfises de ossos longos, formado por 
4 a 20 lamelas ósseas concêntricas em torno do canal de Havers (espaço vascular). Esse sistema é 
muito típico de osso compacto (no osso esponjosos não há essa organização, mas se ele for maduro, 
conseguimos encontrar as lamelas organizadas de forma paralela na matriz). 
No centro desse cilindro ósseo está o canal revestido de endósteo, o canal de Havers, que contém 
vasos e nervos. Delimitando cada sistema de Havers/ósteon tem-se uma matriz calcificada pobre em 
colágeno, chamada de cimento → ele delimita a espessura desse sistema. 
Entre cada lamela do ósteon existem as lacunas, onde ficam localizados os osteócitos. A partir dessas 
lacunas, projetam-se os canalículos, que são ocupados pelos prolongamentos dos osteócitos. 
Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa de 
osso por meio de canais transversais ou oblíquos, os canais de Wolkmann. O vaso sanguíneo entra da 
superfície externa para o interior do tecido ósseo pelo canal de Wolkmann e se distribui entre os 
canais de Havers também pelo canal de Wolkmann, uma vez que este conecta esses canais um ao outro. 
Estes se distinguem dos de Havers por não 
apresentarem lamelas ósseas concêntricas. Os canais 
de Volkmann atravessam as lamelas ósseas. Todos os 
canais vasculares existentes no tecido ósseo 
aparecem quando a matriz óssea se forma ao redor 
dos vasos preexistentes. 
Examinando-se com luz polarizada, os sistemas de 
Havers mostram alternância de lamelas claras, 
portanto anisotrópicas, e lamelas escuras, 
isotrópicas, porque as fibrilas colágenas são 
birrefringentes quando o feixe de luz polarizada 
forma com elas um ângulo de cerca de 90° 
(iluminação transversal). Esse aspecto de lamelas 
claras e escuras alternadas se deve ao arranjo das 
fibras colágenas nas lamelas ósseas. Um corte 
transversal, em qualquer altura do sistema de 
Havers, apanha as fibras colágenas de uma lamela em 
corte transversal e as da lamela seguinte em corte oblíquo, quase longitudinal. 
 
Como a matriz é calcificada, os nutrientes e o oxigênio não conseguem se difundir facilmente por meio dela. Portanto, para que eles 
possam chegar até os osteócitos, os canalículos que fazem contato mais íntimo com os vasos sanguíneos absorvem esses nutrientes 
e esses gases e vão passando por meio desse sistema de canalículos (dentro desses canalículos, o prolongamento de um osteócito se 
comunica com o prolongamento de outro osteócito por intermédio das junções comunicantes, o que permite a nutrição e a 
oxigenação dos osteócitos que não tem contato direto com os vasos sanguíneos). Essa forma de nutrição limita o sistema e Havers, 
então não é possível encontrar um ósteon com 30/40 lamelas, visto que os osteócitos presentes nas lamelas mais distantes dos 
canais de Havers teriam nutrição e oxigenação deficientes, o que os tornaria inviáveis. 
 
8) Descreva o processo de ossificação intramembranosa 
Sob estímulos específicos (quando o osso se forma, precisa crescer ou se regenerar), as células 
mesenquimaisindiferenciadas podem se diferenciar células osteoprogenitoras, estas se 
diferenciam em osteoblastos e, estes, em osteócitos. Essas células osteoprogenitoras estão 
presentes na camada interna do periósteo e do endósteo. Existem dois tipos de formação do 
tecido ósseo (histogênese): ossificação intramembranosa e ossificação endocondral. 
Independentemente do tipo de ossificação, o primeiro tecido ósseo a se formar é o primário ou 
imaturo, o qual é, pouco a pouco, substituído por tecido ósseo secundário ou lamelar → ou seja, 
independentemente de como a matriz óssea começa a se formar, sempre o primeiro tecido ósseo 
formado será o tecido imaturo (muito celularizado, com fibras colágenas desorganizadas e com 
matriz pouco calcificada), o qual vai sendo substituído pelo tecido lamelar (menos celularizado, 
com mais organização das fibras colágenas e com matriz óssea mais calcificada). 
➔ OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: uma célula mesenquimal que se diferencia em 
osteoblasto. 
As células mesenquimais indiferenciadas estão presentes no tecido altamente vascularizado. 
Quando elas sofrem algum estímulo específico, elas se aglomeram e formam o centro de 
ossificação/blastema ósseo. Este, em seguida, se diferencia e forma os osteoblastos, os quais 
irão secretar matriz óssea (essa matriz recém formada e ainda não calcificada é denominada 
OSTEOIDE → essa matriz é constituída por fibras de colágenos não organizadas, típicas de 
tecidos imaturos). Essa matriz vai sofrer calcificação, “aprisionando” essa célula que, agora, 
passa a ser chamada de osteócito. Esta célula, então, fica circundada por matriz mineralizada, 
ocupa espaços chamados de lacunas e tem seus prolongamentos encontrados nos canalículos. 
Desse modo, tem-se a origem ao tecido ósseo primário, que, posteriormente, será gradualmente 
substituído por tecido ósseo 
maduro/lamelar/secundário. 
A ossificação intramembranosa 
ocorre no interior de membranas 
de tecido conjuntivo. É o 
processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes 
do occipital, do temporal e dos maxilares superior e 
inferior. Contribui também para o crescimento dos ossos 
curtos e para o aumento em espessura dos ossos longos. 
Para formar os ossos da calota craniana, são originados 
pontos de centro de ossificação diferentes que vão crescendo, 
até que eles se aproximam um do outro gerando as regiões de sutura. 
 
9) Descreva os principais eventos para uma ossificação endocondral 
Inicia-se sobre uma peça de cartilagem hialina (ela necessita de um molde prévio de cartilagem), que tem forma parecida com a do osso 
que será formado, porém de tamanho menor. Essa ossificação endocondral acontece na maioria dos ossos longos e curtos do corpo 
humano. 
Primeiro, para que essa ossificação aconteça, é necessário que ocorram modificações da cartilagem hialina pré-existente: a cartilagem 
hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e 
a morte dos condrócitos por apoptose → sendo assim, os condrócitos sofrem processos de hipertrofia, ou seja, eles aumentam de 
tamanho, acumulam muito glicogênio no seu citoplasma e começa a acontecer o processo de vacuolização (começam a aparecer vacúolos 
na célula) → isso leva à mineralização da matriz cartilaginosa (os livros não explicam bem a relação da hipertrofia dos condrócitos com 
a mineralização da matriz cartilaginosa) → essa matriz cartilaginosa sofre calcificação → como é necessário que essa matriz seja 
extremamente hidrata para que ocorra a nutrição dos condrócitos, com essa calcificação vai haver deficiência de oxigênio e de 
nutrientes → isso vai levar à morte dos condrócitos por apoptose. 
Segundo, ocorre o aumento da vascularização local e chegada de células da medula óssea. As cavidades previamente ocupadas pelos 
condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas células diferenciam-se 
em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Desse modo, aparece tecido ósseo onde 
antes havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra a transformação deste tecido naquele; os tabiques de matriz calcificada da cartilagem 
servem apenas de ponto de apoio à ossificação. → ocorre um aumento da vascularização do pericôndrio (tecido conjuntivo denso que 
reveste a cartilagem) → isso aumenta a vascularização do pericôndrio e, consequentemente, vai haver uma maior oxigenação desse 
pericôndrio, o que vai fazer com que as células condrogênicas se diferenciem em células osteoprogenitoras → estas células vão se 
diferenciar em osteoblastos, células que vão fazer deposição de matriz óssea sobre a matriz cartilaginosa calcificada → isso vai fazer 
o pericôndrio se transformar em periósteo → o tecido cartilaginoso é SUBSTITUÍDO (NÃO é transformado) em tecido ósseo. 
A formação dos ossos longos é um processo complexo. O molde cartilaginoso apresenta uma parte média estreitada e as 
extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente, à diáfise e às epífises do futuro osso. O primeiro tecido 
ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte média da 
diáfise (células vão se diferenciar em osteoblastos), formando um cilindro, o colar ósseo. Enquanto se forma o colar 
ósseo, as células cartilaginosas envolvidas hipertrofiam (esse colar ósseo dificulta a passagem de nutrientes e de 
oxigênio para os condrócitos, o que faz com que essas células acumulem glicogênio – armazenamento de energia – e 
hipertrofiem – aumentem de volume). Como consequência, esses condrócitos morrem por apoptose e a matriz da 
cartilagem se mineraliza. 
Vasos sanguíneos, partindo do periósteo, atravessam o cilindro ósseo e penetram a cartilagem calcificada, levando 
consigo células osteoprogenitoras originárias do periósteo, que proliferam e se diferenciam em osteoblastos, os quais 
formam camadas contínuas nas superfícies dos tabiques cartilaginosos calcificados e iniciam a síntese da matriz óssea 
que logo se mineraliza (ao entrar nessa região, as células osteoprogenitoras são depositadas nas lacunas onde 
antes se localizavam os condrócitos, vão se diferenciar, também, em 
osteoblastos e vão começar a secretar matriz óssea – osteóide – 
sobre a matriz cartilaginosa calcificada → esse osteóide 
sofre mineralização). Forma-se, assim, tecido ósseo primário 
sobre os restos da cartilagem calcificada. Nos cortes 
histológicos, distingue-se a cartilagem calcificada por ser 
basófila, enquanto o tecido ósseo depositado sobre ela é 
acidófilo (dá para ver as cores diferentes na matriz). 
O centro de ossificação descrito, que aparece na parte média da 
diáfise, é chamado de centro primário de ossificação. Seu 
crescimento rápido, em sentido longitudinal, ocupa toda a diáfise, 
que fica, assim, formada por tecido ósseo. Esse alastramento do 
centro primário é acompanhado pelo crescimento do cilindro ósseo 
que se formou a partir do pericôndrio e que cresce também 
na direção das epífises. A região central da diáfise vai ser 
“digerida” pelos osteoclastos → vai ser ocupada pela medula 
óssea. 
Desde o início da formação do centro primário surgem 
osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no 
centro da cartilagem, aparecendo, assim, o canal medular, o 
qual também cresce longitudinalmente à medida que a 
ossificação progride. À medida que se forma o canal 
medular, células sanguíneas, originadas de células 
hematógenas multipotentes (células-tronco) trazidas pelo 
sangue dão origem à medula óssea. As células-tronco 
hematógenas se fixam no microambiente do interior dos 
ossos, onde vão produzir todos os tipos de células do 
sangue, tanto na vida intrauterina como após o 
nascimento. 
Mais tarde, formam-se os centros secundários de 
ossificação, um em cada epífise, porém não 
simultaneamente. Esses centros são semelhantes aocentro primário da diáfise, 
mas seu crescimento é radial 
em vez de longitudinal. A 
porção central do osso formado nos centros secundários (nas epífises) também contém medula óssea. 
Quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epífises (mesmo processo de 
ossificação), o tecido cartilaginoso torna-se reduzido a dois locais: a cartilagem articular, que persistirá 
por toda a vida e não contribui para a formação de tecido ósseo, e a cartilagem de conjugação ou disco 
epifisário. Esta é constituída por um disco cartilaginoso que não foi penetrado pelo osso em expansão e que 
será responsável, de agora em diante, pelo crescimento longitudinal do osso. A cartilagem de conjugação 
fica entre o tecido ósseo das epífises e o da diáfise. Seu desaparecimento por ossificação, 
aproximadamente aos 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos. 
10) Descreva a localização do disco epifisário e suas respectivas zonas 
O disco epifisário é constituído por um disco 
cartilaginoso que não foi penetrado pelo osso em 
expansão e que será responsável, de agora em diante, 
pelo crescimento longitudinal do osso. Essa 
cartilagem de conjugação fica entre o tecido ósseo 
das epífises e o da diáfise. Seu desaparecimento por 
ossificação, aproximadamente aos 20 anos de idade, 
determina a parada do crescimento longitudinal dos 
ossos. 
Na cartilagem de conjugação, começando ao lado da 
epífise, distinguem-se as cinco zonas: 
• Zona de repouso: na qual existe cartilagem hialina 
sem qualquer alteração morfológica 
• Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: na 
qual os condrócitos dividem-se rapidamente e formam 
fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e 
empilhadas no sentido longitudinal do osso (parecem 
vários pratinhos empilhados) 
• Zona de cartilagem hipertrófica: zona que apresenta 
condrócitos muito volumosos, com depósitos 
citoplasmáticos de glicogênio e lipídios (dá para ver as 
zonas mais claras que mostram acúmulo de glicogênio 
nessas células). A matriz fica reduzida a tabiques 
delgados, entre as células hipertróficas. Os 
condrócitos entram em apoptose. 
• Zona de cartilagem calcificada: zona em que ocorre 
a mineralização dos delgados tabiques de matriz 
cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos 
• Zona de ossificação: zona em que aparece tecido 
ósseo (o tecido ósseo substituiu a cartilagem 
mineralizada que havia neste local). Capilares sanguíneos e células 
osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades 
deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se 
diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua 
sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada. Sobre esses 
restos de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz 
óssea. A matriz óssea calcifica-se e aprisiona osteoblastos, que se 
transformam em osteócitos. Desse modo, formam-se as espículas 
ósseas, com uma parte central de cartilagem calcificada e uma 
parte superficial de tecido ósseo primário. As espículas receberam 
esse nome em razão do seu aspecto nos cortes histológicos. Na 
verdade, elas representam cortes de paredes delimitando cavidades 
alongadas. 
*As zonas vão “subindo”, pois o tecido ósseo cresce/surge do 
meio(diáfise) para as bordas (epífise). 
**Não existe ainda uma hipótese para o mecanismo de 
calcificação que seja universalmente aceita. Sabe-se que a 
calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre as 
fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzido por 
proteoglicanos e glicoproteínas da matriz. A deposição dos sais de 
cálcio é também influenciada pela concentração desses minerais 
em vesículas do citoplasma dos osteoblastos. Essas vesículas são 
expelidas para a matriz (vesículas da matriz). Além disso, existe 
ainda a participação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada 
pelos osteoblastos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11) Consolidação de fratura: 
Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. Para 
que a reparação se inicie, o coágulo sanguíneo e os restos celulares e da matriz devem ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e o 
endósteo próximos à área fraturada respondem com intensa proliferação, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras 
que constitui um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, bem 
como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo primário ou imaturo, tanto pela 
ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam, como também por ossificação intramembranosa. Podem, 
pois, ser encontradas no local de reparação, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem, áreas de ossificação intramembranosa e áreas de 
ossificação endocondral. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo que envolve a extremidade dos 
ossos fraturados. 
O calo ósseo é constituído por tecido ósseo imaturo que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado. As trações e 
pressões exercidas sobre o osso durante a reparação da fratura, e após o retorno do paciente a suas atividades normais, causam a 
remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo secundário ou lamelar. Se essas trações e pressões forem 
idênticas às exercidas sobre o osso antes da fratura, a estrutura do osso voltará a ser a mesma que existia anteriormente. Ao 
contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo, apesar de ser rígido, consolida-se sem a formação de cicatriz. 
12) Tecido ósseo e Relevância Clínica 
• Calcitonina (células parafoliculares da tireóide) → Inibe a atividade de osteoclastos (↓ absorção óssea) 
• Paratormônio (paratireoide) → Estímulo na atividade de osteoclastos (↑ calcemia) 
• Hormônio do crescimento (adenohipófise) → + crescimento 
• Hormônios sexuais → estímulo na formação de tecido ósseo 
 
• Osteopetrose → comprometimento da absorção óssea (aumento da densidade óssea) 
 *osteoclasto sem borda pregueada, pois ele não consegue fazer a zona de vedação → ele não consegue absorver o osso → aumento na 
densidade óssea → não ocorre a formação adequada de forames importantes para a passagem de vasos e nervos → pode levar à anemia 
(precisa de osteoclasto fazendo remodelação para formação da medula óssea), surdez e cegueira (pois acontece uma constrição do 
forame por onde passa alguns nervos) 
• Raquitismo → Falta de vitamina D / prejuízo na absorção intestinal 
*(falta de Cálcio – calcificação incompleta) – ossos deformados 
 
• Osteomalacia  Deficiência prolongada de vitamina D em adultos (fragilidade óssea) 
 
 
13) Articulações 
Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto por meio de estruturas formadas por tecidos conjuntivos, as articulações. 
Elas podem ser classificadas em diartroses, que possibilitam grandes movimentos dos ossos, e sinartroses, nas quais não ocorrem 
movimentos ou, quando ocorrem, são muito limitados. 
Conforme o tecido que une as peças ósseas, distinguem-se três tipos de sinartroses: as sinostoses, as sincondroses e as sindesmoses: 
*Nas sinostoses, que são totalmente desprovidas de movimentos, os ossos são unidos por tecido ósseo. Encontram-se unindo os 
ossos chatos do crânio em idosos. Em crianças e adultos jovens, a união desses ossos é realizada por tecido conjuntivo denso. 
*As sincondroses são articulações nas quais existem movimentos limitados, sendo as peças ósseas unidas por cartilagem hialina. 
Encontram-se, por exemplo, na articulação da primeira costela com o esterno. 
*As sindesmoses são, como as sincondroses, dotadas de algum movimento, e nelas o tecido que une os ossos é o conjuntivo denso. 
São exemplos: sínfise pubiana e articulação tibiofibular inferior. 
 
As diartrosessão as articulações dotadas de grande mobilidade; geralmente são as que unem os ossos longos. Nas diartroses existe uma 
cápsula que liga as extremidades ósseas, delimitando uma cavidade fechada, a cavidade articular. Esta cavidade contém um líquido incolor, 
transparente e viscoso, o líquido sinovial, que é um dialisado do plasma sanguíneo contendo elevado teor de ácido hialurônico, sintetizado 
pelas células da camada sinovial. O deslizamento das superfícies articulares que são revestidas por cartilagem hialina, sem pericôndrio, é 
facilitado pelo efeito lubrificante do ácido hialurônico. 
O líquido sinovial é uma via transportadora de substâncias entre a cartilagem articular (avascular) e o sangue dos capilares da membrana 
sinovial (essa membrana possui células especializadas que poroduzem o líquido sinovial). Nutrientes e 02 passam do sangue para a 
cartilagem articular e C02 difunde-se em sentido contrário. A resiliência da cartilagem é um eficiente amortecedor das pressões 
mecânicas intermitentes que são exercidas sobre a cartilagem articular. Moléculas de proteoglicanos isoladas ou que formam agregados 
constituem um feltro contendo grande número de moléculas de água. Esses componentes da matriz, ricos em glicosaminoglicanos muito 
ramificados e hidratados, funcionam como uma mola biomecânica. A aplicação de pressão força a saída de água da cartilagem para o líquido 
sinovial. A expulsão da água condiciona o aparecimento de outro mecanismo que contribui para a resiliência da cartilagem. Esse mecanismo 
é a repulsão eletrostática recíproca entre os grupamentos carboxila e sulfato dos glicosaminoglicanos, ambos com carga elétrica negativa. 
Essas cargas negativas também são responsáveis pela separação das ramificações dos glicosaminoglicanos, criando espaços que serão 
ocupados pelas moléculas de água. Quando desaparecem as pressões, a água é atraída de volta para os interstícios entre as ramificações 
dos glicosaminoglicanos. O movimento de água, com nutrientes e gases dissolvidos, é desencadeado pelo uso da articulação. Esse 
movimento de líquido é essencial para a nutrição da cartilagem e para as trocas de 02 e C02 entre a cartilagem e o líquido sinovial. 
As cápsulas das diartroses têm estruturas diferentes, conforme a articulação considerada, sendo, em geral, constituídas por duas 
camadas, uma externa, a camada fibrosa, e uma interna, a camada ou membrana sinovial. 
O revestimento da camada sinovial é constituído por dois tipos celulares. Um parece fibroblasto e o outro tem o aspecto e a atividade 
funcional semelhantes ao macrófago. A camada fibrosa da cápsula articular é formada por tecido conjuntivo denso.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes