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DERMATOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA - DERMATITE ATÓPICA + DERMATITE SEBORREICA + DERMATITE DE CONTATO

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DERMATOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA 
DERMATITES 
RESUMO BASEADO NO CURSO UNA-SUS 
DERMATITE ATÓPICA + DERMATITE SEBORREICA + DERMATITE DE CONTATO 
Dermatite atópica (DA): é uma doença inflamatória da pele, pruriginosa e recorrente, 
que ocorre predominantemente na infância e é frequentemente associada a 
manifestações atópicas como asma, rinite e urticária. Caracteriza-se por apresentar 
curso crônico, com períodos de crise e acalmia. – Na att básica a equipe deve orientar a 
família com relação aos cuidados para pacientes atópicos 
Fisiopatologia: ainda não se sabe exatamento o que causa da DA, estima-se que seja 
fatores genéticos (mutações na função de barreira da pele) e ambientais (gatilhos como 
clima, irritantes de contato..) 
Quadro clínico: A idade de início costuma ocorrer entre os dois e seis meses de idade na 
maioria dos casos. A distribuição das lesões varia de acordo com a idade do paciente. 
Nos primeiros 18 meses de vida, as áreas mais acometidas são a face (regiões malares) 
e a superfície de extensão dos membros inferiores e superiores, podendo em alguns 
casos ser generalizadas. A doença evolui por surtos e costuma melhorar após os dois 
anos. Se as lesões persistem, mudam de característica e de localização. 
Após os 18 meses e antes da fase adulta, as lesões localizam-se preferencialmente nas 
dobras cubitais, poplíteas, lateral do pescoço, punhos e tornozelos. As lesões são 
eritematosas, descamativas e liquenificadas, mas há fases de agudização com eritema, 
vesiculação e secreção. O prurido é intenso. A evolução ocorre em surtos e tende a 
melhorar durante a puberdade. Na idade adulta, as lesões são semelhantes às das 
crianças maiores. Existe prurido intenso e liquenificação mais acentuada, e a localização 
preferencial são as áreas flexurais. 
Diagnóstico: o diagnóstico é confirmado pela presença de prurido nos últimos 12 meses 
associado a dois ou mais critérios a seguir: pele ressecada nos ultimos 12 meses; história 
pessoal de rinite ou asma ou em familiares de primeiro grau para crianças menores de 
4 anos; início dos sintomas antes dos 2 anos de idade; história de lesões em regiões 
flexurais; dermatite na região flexural visível. O diagnóstico é essencialmente clínico, a 
biópsia é de pouca utilidade, serve apenas em casos de dúvidas diagnósticas. 
Tratamento: O banho deve ser morno e não deve demorar mais de cinco minutos. As 
roupas devem ser de algodão e permitir uma ventilação adequada e, se possível, devem 
ser lavadas com sabão neutro. As unhas devem ser cortadas para evitar escoriações, que 
facilitam a infecção secundária. A moradia deve ser livre de poeira e ácaros, e em locais 
muito secos recomenda-se usar umidificadores de ar. O quarto do atópico deve ter 
poucos móveis, e o colchão e travesseiros devem ser revestidos por plástico. O paciente 
 
com DA tem falha na formação do manto lipídico da pele, por isso deve usar cremes 
hidratantes SEMPRE. 
Medicamentos tópicos: compressa com soro fisiológico na fase aguda, corticoides 
tópicos (em lactentes usa de baixa potência – hidrocortisona 1%; em adultos pode usar 
corticoides mais potentes, como valerato de betametasona ou propionato de 
clobetasol) 
Medicamentos sistêmicos: anti-histaminicos são usados para controle de prurido, usa 
os sedativos a noite (Hidroxizina, na dose de 1 a 2 mg/kg/dia, para crianças e 25-50mg, 
duas vezes ao dia para adultos; Dextroclorofeniramina na dose de 2mg, três vezes ao dia 
para adultos, 0,5 a 5mg, três vezes ao dia para crianças de dois a seis anos e 1,0mg, três 
vezes ao dia, para crianças de seis a 12 anos.) 
Quando encaminhar para o dermato?? Dermatite atópica grave e extensa; Casos 
refratários após 1 mês do tratamento disponível para Atenção Básica, após otimização 
possível dos fatores desencadeadores; Dermatite atópica recidivante (3 ou mais 
recidivas em um período de 6 meses) apesar do tratamento clínico otimizado. 
Dermatite seborreica: 
Fisiopatologia: As glândulas sebáceas são um ambiente favorável para o crescimento do 
fungo de gênero Malassezia (antigamente conhecido por Pityrosporum ovale). Tal fungo 
é um saprófita da pele normal e se prolifera em locais de predileção para dermatite 
seborreica. Reconhece-se que o fungo Malassezia sp., presente na pele de indivíduos 
suscetíveis, leve a uma irritação não-imunogênica a partir da produção de metabólitos 
à base de ácidos graxos insaturados deixados na superfície cutânea. Os pacientes 
acometidos em geral são previamente hígidos, embora dermatite seborreica tenha sido 
associada à infecção pelo HIV (chegando a 85% de prevalência na fase AIDS) , doença de 
Parkinson (associada a aumento da oleosidade da pele, que costuma melhorar com L-
dopa), além de outras doenças neurológicas e uso de medicamentos neurolépticos. 
Quadro clínico: caracterizado por placas eritematosas, bem delimitadas, com aspecto 
descamativo e pode assumir as colorações rosa, amarela clara ou eritematosa. As lesões 
têm predileção pelas áreas de elevada produção de sebo, como o couro cabeludo, face, 
pavilhões auriculares, região retroauricular e pré-esternal, pálpebras e dobras. A 
presença de prurido é variável.A gravidade do quadro pode variar de mínima, com 
descamação assintomática da pele (caspa) até um envolvimento disseminado. 
Diagnóstico: predominantemente clínico; para diferenciar de psoríase - lesões de 
psoríase são finamente demarcadas e eritematosas e com escamas abundantes e 
branco-acinzentadas. Na maioria dos casos, as superfícies extensoras, como cotovelos e 
joelhos são acometidas. Alterações ungueais características, assim como a presença de 
artrite ou história familiar positiva corroboram o diagnóstico; 
Tratamento: A primeira regra é esclarecer os pacientes sobre o caráter crônico 
recidivante da doença. Cuidados gerais como lavagens mais frequentes da pele e couro 
cabeludo, interrupção do uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo e a 
 
descontinuação do uso de chapéus e bonés devem ser sugeridos aos pacientes com 
dermatite seborreica. 
Medicamentos tópicos: cetoconazol 20 mg/g em xampu, creme ou loção; 
hidrocortisona 10mg/g creme - em casos específicos, inibidores da calcineurina tópicos 
(tacrolimus e pimecrolimus) podem ser usados como alternativa aos corticosteróides 
tópicos devido a suas propriedades anti-inflamatórias e ausência de eventos adversos, 
diferentemente do observado com corticoides (atrofia da pele e telangiectasia) 
Obs: tacrolimus é um fármaco poupador de corticoide 
Medicamentos sistêmicos: são usados em casos de dermatite seborreica extensa e casos 
refratários ao tratamento tópico - cetoconazol 200mg/dia por 14 dias; itraconazol 
100mg/dia por 21 dias; terbinafina 250mg/dia por 4 semanas 
Quando encaminhar ao dermatologista?? Os pacientes com dermatite seborreica 
devem ser diagnosticados, tratados e acompanhados na UBS – só encaminha se tem 
sobreposição de doenças 
Dermatite de contato: divididas em agudas e crônicas 
Quadro clínico: As dermatites de contato irritativas agudas são decorrentes, na maioria 
das vezes, da exposição única a um agente químico cáustico. Manifestações clínicas 
incluem eritema, edema, vesículas, bolhas e descamação. A reação é geralmente 
limitada ao local do contato com sensação de ardência, parestesia ou dor. 
As dermatites de contato irritativas crônicas ou cumulativas são resultado da exposição 
repetida a irritantes moderados ou a baixas concentrações de irritantes fortes. 
Clinicamente, a dermatite de contato irritativa é caracterizada por eritema, 
liquenificação, hiperceratose e fissuras. Os locais mais acometidos são dorso das mãos, 
pontas dos dedos e espaços interdigitais. 
Diagnóstico: geralmente baseado na história clínica acurada com relato de exposição 
ocupacional ou não, de maneira eventual ou crônica a um irritante químico ou físico. Ao 
exame físico o achado de dermatite localizada deve ser confirmatório do diagnóstico. 
Em casos extremos,mais graves e refratários ao tratamento clínico, nos quais o 
diagnóstico é desafiador pode-se realizar biópsia para análise histológica da lesão. 
Tratamento: medidas gerais- Minimizar contato com detergentes e agentes para 
limpeza, polimento ou solventes; Uso de luvas de plástico com forro de algodão, em 
caso de trabalho úmido (luvas de plástico são menos irritativas do que as de látex); Uso 
de luvas em tempo frio; Uso de água morna a fria e pequenas quantidades de sabão 
neutro para lavagem das mãos; Realizar a secagem das mãos após as lavagens; Uso de 
hidratantes ao longo do dia. – Pode ser que a equipe de saúde precide escrever um 
relatório para o emprego do paciente pedindo que seja evitada determinadas situações 
Medicamentos tópicos: corticoide tópico 
 
Medicamentos sistêmicos: SE LESÃO EXTENSA USA corticoide sistêmico - prednisona a 
1mg/kg/dia, com doses decrescentes a partir do controle do quadro clínico + 
antibióticos CASO vigência de infecção secundária.// Nas dermatites de contato de 
longa duração, outras drogas imunomoduladoras podem ser utilizadas, como o 
tacrolimo (tópico) ou a ciclosporina e metotrexato (sistêmicos). 
Quando encaminhar? Só encaminha se for um caso grave ou refratário ao tratamento

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