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UNIVERSIDAD DEL SOL MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES DE OLIVEIRA PINTO”. NOME: AMANDA CUNHA SAMPAIO San Lorenzo, Paraguay 2020 SUMÁRIO TEMA: “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES OLIVEIRA”. ..................... 1 ABORDAGEM DO PROBLEMA ................................................................................. 2 Pergunta Geral ....................................................................................................... 5 Perguntas Específicas da Pesquisa ..................................................................... 5 Objetivo Geral ........................................................................................................ 6 Objetivos Específicos ............................................................................................ 6 Justificativa ............................................................................................................ 6 Viabilidade .............................................................................................................. 8 Avaliação das deficiências e conhecimento do problema ................................. 9 Consequências da pesquisa ................................................................................. 9 MARCO TEÓRICO ..................................................................................................... 9 Hipótese ................................................................................................................ 15 Identificação das Variáveis ................................................................................. 16 Definição conceitual das variáveis ou construção ........................................... 16 Definição operacional das variáveis .................................................................. 17 MARCO METODOLÓGICO ...................................................................................... 18 Tipologia da Pesquisa ......................................................................................... 19 Nível de conhecimento esperado ....................................................................... 20 População e Amostra .......................................................................................... 20 Instrumentos e técnicas de coletas de dados ................................................... 20 Procedimentos e aplicação de instrumento ...................................................... 21 MARCO ANALÍTICO ................................................................................................ 21 Apresentação de Resultados .............................................................................. 21 Análise de resultados .......................................................................................... 22 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 24 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 25 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ........................................................................... 25 ORÇAMENTO TENTATIVO DA INVESTIGAÇÃO ................................................... 26 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................................... 27 ANEXO ..................................................................................................................... 29 CARTA-PEDIDO DE APROVAÇÃO DO PROJETO San Lorenzo, 19 de maio de 2020. Sr./Sra. Maria Elba Medina Barrios Coordenador/a do Processo de Pós Graduação Universidad Del Sol Prezado Estou escrevendo para você para solicitar a aprovação do título provisório da Tese "O DESAFIO DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES DE OLIVEIRA PINTO”, para obter o título de Mestre em Ciências da Educação, propondo como tutora a Dra. Regiane da Silva Marques. A escolha do assunto deve-se a pela natureza que toda pesquisa apresenta sua intenção, objetivos, propósitos e justifica o porquê do estudo. Para a realização desta cujo título é “As dificuldades e desafios para aplicabilidade das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais, da Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira” houve a motivação pessoal da pesquisadora em contribuir com outros docentes suas dificuldades e desafios, os fatores econômicos e pedagógicos para por em prática as aulas de Ciências Naturais em uma escola da rede pública municipal, na cidade de Manaus, destacando as contribuições dessas atividades no processo educativo de qualidade. Muitos dos alunos da EJA nunca tiveram a oportunidade de estudar, isso decorre de diversos fatores, outros até iniciaram sua trajetória escolar, porém esta não frutificou, outros são repetentes ou abandonaram a escola, o certo é que estão tentando iniciar ou retomar sua vida escolar e, não é fácil, são muitos obstáculos que vão desde a questão socioeconômica, problemas familiares, dificuldades de acompanhamentos das atividades, esses aspectos contribuem negativamente no processo de aprendizagem. Nesse contexto é relevante destacar a importância das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais para os jovens e adultos que estão inseridos na modalidade de ensino EJA, pois estas são uma maneira do docente despertar o interesse e motivá- los na aquisição de conhecimentos científicos, de auxiliá-los no processo de ensino- aprendizagem, despertando gosto e interesse pela Ciência. O docente acaba se reinventando pedagogicamente para melhor acolher os alunos, busca compreender as diferentes inteligências encontradas nas histórias de vida de cada um deles, independente da idade cronológica. Na expectativa de uma resposta favorável ao pedido, venho despedir-me cordialmente. Amanda Cunha Sampaio Regiane da Silva Marques Nome Completo do Aluno Nome da Orientadora Endereço: Rua Herculândia, N. 16; Quadra 37 Conjunto Oswaldo Frota I- Cidade Nova I Contato: (+55)92- 99605-4884 E-mail: 1 TEMA: “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES OLIVEIRA”. Todo processo educacional requer muitas pesquisas, linhas investigativas, dedicação e muito empenho em disponibilizar tempo para estudos, novas propostas, novas metodologias e novas concepções filosóficas no campo da educação. Professores, educadores, cientistas e muitos outros estudiosos estão sempre em busca de mais conhecimentos científicos que venham de encontro com a melhoria da qualidade na aprendizagem significativa, com o objetivo de preencher lacunas seculares. O ensino de Ciências Naturais, assim como dos demais componentes curriculares tem seu espaço e lugar nos campos de pesquisas científicas e deve propiciar aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma educação que alie práticas aos conteúdos teóricos que perpasse por essas vias de novos pressupostos educacionais. Nesse contexto é relevante destacar a importância das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais para os jovens e adultos que estão inseridos na modalidade de ensino EJA, pois estas são uma maneira do docente despertar o interesse e motivá-los na aquisição de conhecimentos científicos, de auxiliá-los no processo de ensino-aprendizagem, despertando gosto e interessepela Ciência. O professor ao adotar novas posturas metodológicas precisa em primeiro lugar fazer uma autocrítica, uma reflexão de suas crenças e valores, pensar e repensar sua forma de agir, pensar no quão será estimulador e gratificante para os seus alunos aprender de forma mais prazerosa, considerando as dificuldades enfrentadas nessa empreitada para a superação desses obstáculos. É uma experiência gratificante para ambos. No bojo dessa problemática é bom o esclarecimento que a EJA atende uma clientela diferenciada, é um público bem diferente do ensino regular como enfatiza Oliveira (1999) na assertiva que os alunos da Educação de Jovens e Adultos possuem uma maneira diferente para aquisição de conhecimentos, visto que uma parcela significativa é trabalhadora, ou está buscando meios para a inserção no mercado de trabalho, ou ainda estão fora das salas de aula por um longo período. 2 Em se tratando das crianças e jovens em idade adequada, estas de certa maneira conseguem uma assimilação de conhecimentos com mais rapidez, a mente está mais leve, diferente dos adultos que já estão como muitos problemas e outras questões tomando conta de sua mente e seus pensamentos. São realidades distintas, devem ser consideradas e respeitadas. Essas experiências e vivências que o adulto traz em sua bagagem empírica, o conhecimento de mundo é muito importante para seu processo educativo e deve ser levado em conta por todos os professores e pela própria escola para que estes consigam desenvolver suas potencialidades cognitivas e intelectuais. Levando em conta essas peculiaridades da clientela da EJA, destaca-se que as atividades práticas são um grande aliado dos docentes, e o professor de Ciências pode desenvolver atividades práticas através de trabalhos de campo, computadores e museus, de acordo com as concepções de Hudson (1998), pois a transformação da sala de aula ou outros espaços (biblioteca, refeitório, laboratório, áreas verdes) da escola em um ambiente para o desenvolvimento de tais práticas são necessários para melhoria do processo educacional. Diante desse cenário o que se observa em muitas escolas são os docentes de Ciências Naturais aproveitando cada espaço disponível na escola para aplicabilidade de aulas práticas. Essa metodologia não é privilégio apenas desses professores, outros profissionais de outros componentes curriculares também o fazem. É uma das formas encontradas para tornar a aprendizagem mais envolvente aos olhos dos alunos, despertando maior interesse e aguçamento da curiosidade. Portanto, o aproveitamento e utilização dos espaços escolares como recursos de práticas pedagógicas fazem o diferencial no processo de aprendizagem, já que a realidade da maioria desses locais é a falta de espaços propícios a experiências científicas, como um laboratório de ciências, um laboratório de informática e materiais pedagógicos adequados, entre outro. ABORDAGEM DO PROBLEMA Toda investigação independente de sua natureza é sempre instigante, carregada de incertezas que muitas vezes se tornam certezas, questionamentos, dúvidas, inquietudes, mas todos esses aspectos fazem parte da pesquisa, impulsionam o pesquisador, exigem muitas reflexões, leituras, releituras, debates, 3 discussões para celeridade do que será posto para os interessados e até mesmo para os curiosos. Na educação não é diferente, são tantas dúvidas, inquietações, descobertas, redescobertas, enfim, é sempre em prol de uma educação de qualidade e, principalmente, que seja efetivamente para todos sem distinção de cor, raça, sexo, situação econômica, religião, entre outras, conforme assinala a Constituição promulgada em 1988. O direito à educação é assegurado constitucionalmente a todo cidadão brasileiro, segundo o Artigo 227, da Constituição Brasileira assinada e promulgada no ano de 1988: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148). Em conformidade ao que preconiza a CF/88, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB/96) menciona a educação como um direito a todos, inclusive contempla a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ao sinalizar que “.se refere à idade da infância, da adolescência e da juventude...” Assim, adolescentes, jovens e adultos são inseridos em modalidades de ensino nos níveis fundamental e médio, estes finalmente são inseridos no campo da lei. Para corroborar Arroyo (2006) afirma: Quando se refere a jovens e adultos, nomeia-os como aprendizes de uma etapa de ensino, mas como educandos, ou seja, como sujeitos sociais e culturais, jovens e adultos. Essas diferenças sugerem que a EJA é uma modalidade que construiu sua própria especificidade como educação, com um olhar sobre os educandos. (ARROYO, 2006). É necessário o entendimento que o direito à educação ofertada aos jovens e adultos pela modalidade EJA não é uma compensação pelo fato de não terem frequentado a escola na idade estabelecida pela legislação da educação, é um dever do Estado e um direito constitucional que está sendo exercido, é uma grande possibilidade para uma nova visão de mundo, para o crescimento pessoal e profissional, embora haja muitos contratempos em meio a essa caminhada. É um direito constitucional sendo exercido, porém não em sua plenitude. 4 Por outro lado, enfrentar as dificuldades de várias naturezas que se apresentam no percurso é algo extremamente desestimulador. São tantos desafios que os alunos da EJA precisam superar, mas infelizmente muitos não conseguem galgar a tão sonhada conclusão do ensino fundamental, passando para a etapa seguinte (ensino médio). O acompanhamento das atividades escolares e as questões socioeconômicas são algumas das problemáticas que incidem a desistência da continuidade da vida escolar e, certamente a incorporação da aula prática será um aliado ao professor, possibilitando aprendizagem mais dinâmica e eficaz. Essa é uma das dificuldades que interfere na aprendizagem e aflige alunos e professores. Os estudantes da EJA necessitam de práticas educativas diferenciadas, inovadoras, motivadoras, que despertem seu interesse na obtenção de novos saberes, que façam uma intercessão entre suas vivências e experiências, relacionando-as com o aprendizado em sala de aula e por que não em outros espaços que se desprendam da sala de aula. Nesse cenário, as aulas de ensino de Ciências Naturais buscam adaptações, novos recursos e metodologias inovadoras, recursos midiáticos e até mesmo adequação de espaços que vão desde a própria sala de aula até ocupação de outros ambientes para proporcionar aos alunos novos saberes e conhecimentos científicos. O envolvimento destes com as aulas “diferenciadas” é compensador, traduz-se em saberes e compartilhamento dos mesmos entre os colegas e o meio que o cerca. Essas inquietações em propiciar atividades práticas que se contrapõe e ao mesmo tempo relaciona teoria e prática são recorrentes nas aulas desenvolvidas por esta pesquisadora, que enfrenta inúmeros desafios e dificuldades para colocá-las literalmente em prática. A falta de materiais didáticos e pedagógicos também contribui com essas implicações no desenvolvimento e realização das atividades. O que mais impacta é exatamente a falta de recursos, de materiais didáticos próprios para experimentos, para realização de eventos de natureza científica, como uma feira de ciências que requer materiais específicos, visto que nem sempre pode ser realizada só com elementos de baixo custo. É preciso ofertar também materiais mais específicos de acordo com a propostado evento. A falta de apoio por parte do setor público é o retrato do descaso com o saber científico, cabendo ao docente se redescobrir a cada nova proposta pedagógica que fuja aos moldes das aulas tradicionais. No entanto, esses desafios não o impedem 5 de desempenhar suas funções. Essas limitações não o impede de possibilitar um processo educacional justo e digno, que todos se envolvam e se expressem numa linguagem que lhes seja mais próxima e, ao mesmo tempo, respeitem as diferenças, interagindo com as diversas linguagens e trajetórias, que façam sentido nas suas vivências diárias, que intercalem o saber teórico com a sua prática, como argumenta Vargas (2006). O professor ao propor as atividades práticas, propicia aos alunos modos diferentes de pensar, atitudes e até interconexões entre Ciência, tecnologia, meio ambiente, sociedade, meio social a que pertence, pois na percepção de Cachapuz et. al. (2005), as aulas práticas promovem uma aproximação ao ensino de Ciência, que acaba apresentando uma postura deformada nas aulas tradicionais. Pergunta Geral Como os desafios e dificuldades que o docente enfrenta para a realização de aulas práticas no ensino de Ciências Naturais interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem dos alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira? Perguntas Específicas da Pesquisa • Como os fatores econômicos interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira? As fundamentações teóricas estão embasadas nos aportes de Gadotti (2007), Borges (2002), Genevois (2006). • Quais são os fatores didáticos- pedagógicos enfrentados pelo professor de Ciências Naturais, da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira para aplicabilidade das aulas práticas? As contribuições são pautadas nos autores Oliveira (1991), Arroyo (2006), Vargas (2006) • Quais as dificuldades e desafios enfrentados na realização das aulas práticas de Ciências Naturais e suas contribuições para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira? 6 Discorreremos de acordo com a revisão da literatura de Porto (2009), Krasilchik (2004), Fonseca (2006), Freitas (2007). Objetivo Geral Analisar os fatores econômicos e pedagógicos que interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de Ciências Naturais, assim como os desafios enfrentados na socialização dos conhecimentos científicos para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Objetivos Específicos • Destacar os fatores econômicos (recursos financeiros) que interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Os recursos financeiros configuram entre as responsabilidades pelas deficiências na aplicabilidade das aulas práticas do ensino de Ciências Naturais. • Selecionar os fatores didático-pedagógicos que dificultam aplicabilidade das aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Dentre os inúmeros fatores que dificultam o processo de aprendizagem, os fatores pedagógicos são determinantes, são insatisfatórios e intervém diretamente no ensino de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. • Enumerar os desafios e dificuldades enfrentados para a socialização dos conhecimentos científicos decorrentes das aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Os desafios e dificuldades enfrentados por professores na realização das aulas práticas de Ciências Naturais quanto à socialização de conhecimentos científicos. Justificativa Toda pesquisa apresenta sua intenção, objetivos, propósitos e justifica o porquê do estudo. Para a realização desta cujo título é “As dificuldades e desafios para aplicabilidade das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais, da Educação 7 de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira” houve a motivação pessoal da pesquisadora em contribuir com outros docentes suas dificuldades e desafios, os fatores econômicos e pedagógicos para por em prática as aulas de Ciências Naturais em uma escola da rede pública municipal, na cidade de Manaus, destacando as contribuições dessas atividades no processo educativo de qualidade. Muitos dos alunos da EJA nunca tiveram a oportunidade de estudar, isso decorre de diversos fatores, outros até iniciaram sua trajetória escolar, porém esta não frutificou, outros são repetentes ou abandonaram a escola, o certo é que estão tentando iniciar ou retomar sua vida escolar e, não é fácil, são muitos obstáculos que vão desde a questão socioeconômica, problemas familiares, dificuldades de acompanhamentos das atividades, esses aspectos contribuem negativamente no processo de aprendizagem. O docente acaba se reinventando pedagogicamente para melhor acolher os alunos, busca compreender as diferentes inteligências encontradas nas histórias de vida de cada um deles, independente da idade cronológica. Por outro lado cabe a ressalva que o ensino de Ciências ao longo dos anos, nos diferentes níveis de ensino ainda continua centrado na memorização de conteúdos, na teorização com pouquíssima prática e resolução de atividades propostas pelos professores. Assim, se faz necessário buscar novas metodologias no bojo da educação que possibilite melhoria no aprendizado dos alunos, aulas que façam conexão com sua realidade, seu meio social. Para contribuir de forma positiva, sem negar as falhas que por ventura venham a surgir, este estudo pretende dedicar-se por meio de embasamentos teóricos com a Educação de Jovens e Adultos, as dificuldades, desafios, as problemáticas socioeconômicas e pedagógicas que o docente necessita superar para realização de atividades práticas no ensino de Ciências Naturais. Sabe-se que uma parcela dos estudantes da EJA é de pessoas adultas, pessoas trabalhadoras, pais, mães, enfim, muitas pessoas economicamente desfavorecidas, que residem em bairros periféricos, em casas ou quitinetes alugadas, uma realidade dura de ser encarada, mas que não rouba o brilho dos seus olhos e a força de vontade em vencer os obstáculos que a vida os presenteias com muita frequência. É pensando exatamente nesses alunos que passam o dia no trabalho, cuidando do lar, dos filhos, sem nos esquecermos das mães que não são apenas 8 alunas, são mães, chefes de família, trabalham fora para o sustento dos filhos e encaram as dificuldades diárias sem a presença de um companheiro para dividir as alegrias e tristezas que os professores realizam um trabalho direcionado a realidade dos mesmos, auxiliando-os a conseguirem os êxitos pessoais e profissionais por eles almejados. São essas pessoas guerreiras que retornaram à escola após anos e anos e estão em busca de conhecimentos, de compartilhamento e socialização de saberes, de melhorar através dos estudos suas vidas e a vida daqueles que dependem deles e delas e, certamente merecem toda dedicação dos professores e todo empenho que estes dedicam para sua formação intelectual, cognitiva e social. Tem que se considerar ainda que esses alunos da EJA embora de classe social econômica baixa, sem muitos recursos financeiros, com reais dificuldades de aprendizagem, alguns ainda estão em processo de alfabetização, por terem abandonado a escola por algum tempo, ou pelo fato de nem mesmo terem tido a oportunidade de frequentar uma sala de aula, resolvem retomar os estudos por diversos fatores que vão desde se manter no emprego, conseguir um trabalho, etc. Esse retorno muitas vezes é desmotivador, frustrante, sem domínios das habilidades de escrevere interpretar, sem conseguir assimilação dos conteúdos teóricos com facilidade (Fonseca, 2006), dificultando a permanência destes na escola, então, por essas razões e muitas outras que serão apresentadas, é que o professor de Ciências de Natureza não mede esforções e enfrenta as dificuldades e os desafios para oportunizar um ensino de proximidade com seu meio social. Os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs, (Brasil, 2002) em suas diretrizes do ensino fundamental e médio destaca a importância da utilização de estratégias diversificadas para que o professor ministre diferentes conteúdos. Sendo necessário trabalhar fenômenos e imagens para reduzir a obstrução no ensino e na aprendizagem de Ciências Naturais e Biológicas. Viabilidade A pesquisa terá como atores envolvidos, os alunos da Educação de Jovens e Adultos, do ensino fundamental 2º segmento, ou seja, alunos finalistas do ensino fundamental, turmas 01 e 02, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira, localizada na zona norte de Manaus e pertencente a CDZ Sul. A escolha dos atores para este 9 estudo foi pautada nas inúmeras dificuldades e os desafios que o docente de Ciências Naturais enfrenta para aplicabilidade de atividades práticas. Avaliação das deficiências e conhecimento do problema As dificuldades e desafios enfrentados pelos professores de Ciências Naturais em realizar aulas práticas com os alunos da EJA são diversos, vão desde a falta de um laboratório de ciências, materiais pedagógicos como cartolinas, pincéis, cola, tesoura, até materiais mais específicos como um esqueleto humano, um microscópio, materiais para experimentos, etc.. Essas deficiências educacionais tornam as aulas práticas de Ciências Naturais quase inviáveis. Consequências da pesquisa Um dos propósitos desta pesquisa é analisar as dificuldades e os desafios enfrentados pelos docentes, perpassando pelas consequências econômicas e pedagógicas na aplicabilidade das aulas práticas de Ciências Naturais aos alunos da EJA e, a partir destes resultados, propor ações com materiais de baixo custo, implantação, manutenção e aquisição de materiais laboratoriais para experimentos e novas metodologias com auxílio das tecnologias da educação como sugestões que possam atender na melhoria da educação possibilitando melhor compreensão dos conteúdos curriculares, relacionando-os às suas vivências do dia a dia. MARCO TEÓRICO Todo aluno independente da série, nível de ensino e idade sabe que a escola não é um lugar apenas para estudar, é também um ambiente de socialização, de amizades sólidas e verdadeiras, de conversação, de discussão, de confrontações com o outro, de fazer política, de fazer ações solidárias, enfim, é um espaço de interação e compartilhamento de saberes sociais, cognitivos, intelectuais e científicos. Por outro lado, não se pode negar que a escola não proporciona só bons ares, há divergências, insatisfações, desmotivação, situações que geram violências verbais e físicas. Mas essas inadequações não superam os pontos positivos presentes nesta. A escola não é somente uma estrutura física, é acima de tudo, um modo de ser, de ver, define-se pelas relações sociais que desenvolve e, se quiser continuar sobrevivendo enquanto instituição, necessita buscar o que é específico dela, 10 como evidencia (Gadotti, 2007). A escola continua sendo um espaço de interação, socialização e saberes compartilhados. Diante desse cenário, os jovens e adultos também estão inseridos nesse contexto escolar, fazem parte da escola não somente enquanto instituição para aquisição de saberes, mas como esse espaço de socialização e de amizades concretas que vão para além dos muros escolares. É lógico que em meio a essas novas estruturas que vão se consolidando nesse ambiente tem a figura do docente que é a maior representatividade da instituição para a maioria dos alunos, visto que são eles que estão diariamente em sala de aula enfrentando as dificuldades e superando os obstáculos para proporcionar educação de qualidade aos estudantes. De acordo com Oliveira (1999): O adulto (...) traz consigo uma história mais longa de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si e sobre as outras pessoas. Com relação à inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa da vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e seus próprios processos de aprendizagem. (OLIVEIRA, 1999). Em julho de 1997, em Hamburgo, na Alemanha, aconteceu a V CONFITEA ( Confederação Internacional sobre a Educação de Jovens e Adultos), organizada por organismos internacionais, entre os quais a UNESCO, que definiu a Educação de Jovens e Adultos como sendo um processo de aprendizagem, de caráter formal ou informal, oportunizando as pessoas adultas o desenvolvimento de suas capacidades, o enriquecimento de seu conhecimento, aperfeiçoando duas qualificações técnicas e profissionais, considerando suas necessidades e a sociedade a que pertence. A Declaração de Hamburgo (1997) faz pontuações acerca da EJA: A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (UNESCO- DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997) 11 A concepção de educação vai além dos conteúdos ministrados em sala de aula, precisa transmitir uma postura do indivíduo para a sociedade e para o mundo. Não deve em hipótese alguma ser uma disciplina que é ensinada apenas em sala de aula, mas deve ser transversal a todas as matérias e a todo conhecimento, como destaca (Genevois, 2006). Essas contribuições se confirmam na Constituição Federal de 1988 que preconiza a “Educação direito de todos”, porém para tornar-se efetiva, de qualidade e igualitária é necessário algumas ações no sentido de promoção de melhoria na qualidade do processo de ensino-aprendizagem, atribuindo certa prioridade a Educação de Jovens e adultos que, necessariamente precisa atender alguns requisitos diferenciados como a própria matriz curricular do Programa traz em sua legislação. Essa contemplação se legitima na LDB/96, ao ofertar ao EJA a expansão de matrículas para atender a clientela e subsídios que promovam a melhoria da qualidade de ensino para estes, considerando suas experiências de vida, sua realidade social, sua visão de homem e de mundo, respeitando seus valores, suas crenças, sua historicidade, suas diferenças, seus posicionamentos, possibilitando uma vida mais justa e com exercício de cidadania plena. A Secretaria Municipal de Educação de Manaus- SEMED, por meio da Gerência de Educação de Jovens e Adultos (GEJA),no ano de 2016 elaborou a última Proposta Pedagógica para o Ensino Fundamental 2º Segmento/ EJA, que corresponde aos anos finais: 6º ao 9º anos, cujo objetivo é subsidiar o processo educativo nas escolas municipais que atendem a esse segmento, contribuindo para um ensino de qualidade mediante abordagem de conteúdos significativos para seus educandos. (BRASIL, 2002). O currículo escolar deve se adequar as reais necessidades dos alunos da EJA e, evidentemente o ensino de Ciências Naturais não foge a essa regra. Os conteúdos são adaptados para atender a realidade dos estudantes, o professor os modifica conforme a necessidade da turma, isso sem fragmentação do currículo escolar a ser seguido anualmente. Partindo dessespressupostos é possível sinalizar que as aulas de Ciências já não são as mesmas faz um bom tempo e tudo isso se deve ao grande esforço, muitas vezes solitário, dos docentes de Ciências Naturais e Biológicas, muitos não encontram apoio nas escolas que lecionam. 12 Esse apoio aqui destacado vai desde um laboratório de ciências para aulas práticas, recursos didáticos adequados e de qualidade, biblioteca, data show, recursos tecnológicos, que raramente encontramos nas escolas, uma gestão mais participativa e envolvida que assuma o compromisso de propiciar aulas mais dinâmicas e atrativas aos alunos. Embora muitas escolas não disponibilizem materiais didáticos básicos (livros ou apostilas) aos professores e alunos, mesmo assim o docente não se exime de seu papel e de suas responsabilidades e acaba por adaptar materiais, confeccioná- lo para que possa desenvolver suas atividades pedagógicas que atendam aos anseios de seus alunos. Isso implica em o professor está em condições de definir os conteúdos a serem ministrados adotando estratégias específicas, com objetivos claros e possíveis de serem alcançados e, principalmente conteúdos educativos e ministrados de maneira dinâmica e atrativa. O docente da Educação de Jovens e Adultos deve ter um “olhar” sensível aos seus alunos, precisa trabalhar com a diversidade e interdisciplinaridade, visto que em uma mesma sala é comum encontrar educandos com diferentes bagagens culturais (Brasil/MEC, 2001). Essa inferência é pertinente devido aos alunos da EJA na maioria das vezes terem apenas a sala de aula como espaço para aprendizagem, sem desfrutar dos demais ambientes que a escola disponibiliza, como por exemplo, uma biblioteca, uma área verde interna, o laboratório de ciências e recursos tecnológicos. Desse modo, o professor precisa compreender que os alunos da EJA por ser uma clientela diferenciada quando são confrontados com aulas que fujam a rotina da sala de aula se sente a princípio apreensivo, resistente, receoso, mas essas inquietações logo desaparecem dando lugar a curiosidade e a criatividade. Essas aulas quando bem planejadas, bem ministradas os possibilita a encontrar respostas para muitas questões, a fazer questionamentos mais aprofundados, contribuindo para que estejam em permanente exercício de raciocínio, ampliando seus conhecimentos, despertando maior interesse pelo saber científico. Nessa perspectiva, ao falar em Ciências é necessário considerar as concepções de Hudson (1998): O conceito tridimensional: aprender ciência, que se refere ao desenvolvimento de conhecimento conceitual; aprender sobre ciência, que diz respeito à compreensão da natureza e métodos da Ciência, assim como sua história de desenvolvimento; e aprender a fazer 13 ciência que se refere às competências adquiridas para fazer percursos de pesquisa e resolução de problemas” (HUDSON, 1998). O autor enfatiza que as atividades práticas podem acontecer dentro e fora dos espaços da sala de aula, ou seja, no ambiente do laboratório o aluno tem sua curiosidade aguçada, seu interesse pelo conteúdo ministrado fica bem maior, assim como, uma atividade prática que envolva diretamente os alunos e, que pode ser realizada até mesmo no refeitório da escola também ganha outra dimensão para melhor compreensão do mesmo. Nas aulas práticas em laboratório, essa interação entre teoria e prática remete a oportunidade de interagir com as montagens de instrumentos específicos que geralmente os alunos não têm contato em um ambiente com característica mais informal do que o ambiente da sala de aula (Borges, 2002). Essas atividades práticas objetivam o desenvolvimento da criticidade pessoal e social. Os saberes científicos adquiridos nas aulas de Ciências Naturais exigem reflexões críticas que envolvam os alunos e suas experiências cotidianas, que venham atuar em diversos campos de sua vida. A contribuição dos PCNs para a Educação de Jovens e Adultos na conjuntura da cidadania, a orientação para o trabalho e o meio social é enfática, pois: [...] preconizam a integração entre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a vida cidadã, de modo que cada componente curricular contribua com uma melhor orientação para o trabalho e com a ampliação dos significados das experiências de vida dos alunos. Eles devem ter acesso aos conhecimentos que poderão promover e ampliar suas interpretações sobre aspectos individuais e coletivos que condicionam a saúde e a reprodução humana, sobre as transformações dos ecossistemas no planeta como um todo – e particularmente no lugar onde vivem. Questões como essas pautam a formulação desta proposta para o currículo de Ciências Naturais” (MEC/SEF, 2002). Conforme sinaliza os PCNs, os estudantes da EJA devem ter acesso aos conhecimentos que ampliem suas interpretações sobre aspectos individuais e coletivos, que possam compreender o que acontece no lugar onde vivem. Conhecimentos esses que o ajudarão a compreender o seu papel enquanto cidadão consciente, crítico e participativo. Conforme os PCNs é permitido a investigação, a comunicação, o debate, as experimentações, debates, visita com observação, 14 valorizando o incentivo à curiosidade, o respeito à diversidade de opiniões e a persistência na busca de informações e resolução de problemas. Fazendo uma retomada na historicidade dos currículos de Ciências, até o final da década de 50, as propostas curriculares do ensino de Ciências das escolas brasileiras não discorria sobre as aulas práticas, principalmente direcionadas a experimentação, entretanto, na década de 60 e 70 essa mudança curricular ganhou nova projeção devido às ações do IBECC- Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura ( Krasilchik, 2004). Essa abertura surgiu por influência dos acontecimentos no mundo, em especial, a industrialização e o desenvolvimento tecnológico e científico surgido após a Segunda Guerra Mundial. Essa mudança curricular segundo Oliveira (1991) objetivava inicialmente, despertar jovens para a formação de novos cientistas, assim o país participaria desse modelo mundial em vigência. É importante salientar que as aulas práticas são estratégias adotadas pelos docentes de Ciências para o desenvolvimento de conceitos científicos, permitindo aos educandos uma abordagem do seu meio social e do seu mundo, além de desenvolver soluções para problemas de maior complexidade, como enfatiza (Lunetta, 1991). Ou seja, através das aulas práticas, o professor faz uma retomada do conteúdo ministrado em sala de aula e faz uma inferência entre o aprendizado teórico e o aprendizado pela prática. Portanto, foi- se o tempo que o estudo de Ciências se limitava a transmitir aos alunos notícias sobre os produtos da Ciência, entre outras tantas possibilidades, deve ainda, proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, adotando posturas críticas, realizando julgamentos e tomando decisões fundadas em critérios, saindo do conteúdo sistematizado e vivenciando a prática. Corroborando, Porto (2009, p.12): A espécie humana se socializa e suas relações com a natureza são transformadas, regidas por leis do desenvolvimento histórico – social. Ao buscar compreender as leis que regem, movimentam e produzem os fenômenos naturais, utilizando observações, experimentações, princípios e métodos decorrentes de estudos, o ser humano constrói o conhecimento científico. Entretanto, a experimentação e a base lógica da ciência não lhe garantem a possibilidade de produzir conhecimentos inquestionáveis e de verdades absolutas. 15 Entendemos que as aulas práticas realizadas em laboratórios não servem apenas para comprovação da teoria explicitada em sala de aula. Essas atividades envolvem a compreensão do que fora mencionado pelo professor na aula expositiva,propondo manuseio de instrumentos científicos, discussões e análise para resolução de um problema. O aluno precisa compreender o que está sendo posto em prática e relacioná-lo ás suas experiências, trabalho ou meio social, como enfatiza Borges (2002) sobre a aula prática “o importante não é a manipulação de objetos e artefatos concretos, e sim o envolvimento comprometido com respostas/soluções bem articuladas para as questões colocadas, em atividades que podem ser puramente de pensamento”. Hipótese Os fatores econômicos interferem de maneira determinante no processo de ensino-aprendizagem. Isso decorre por algumas situações financeiras, como a falta de recursos para financiar uma feira científica, para comprar materiais de qualidade para o laboratório de ciências ou até materiais didático-pedagógicos (tesoura, massa de modelar, tinta guache, papel, cartolina, etc.). Para a realização das aulas práticas na Escola Municipal Anthístenes Oliveira há muitas dificuldades a serem enfrentadas, porém essas deficiências algumas vezes conseguem ser sanadas com o envolvimento dos alunos na compra do material necessário. A questão pedagógica é outro fator a ser considerado quando se trata de aplicar conceitos práticos em complemento aos teóricos, ou seja, nem sempre a escola oferta o apoio necessário que o professor precisa para realização da atividade. Essa falta de apoio pedagógico culmina com a falta de recursos financeiros são recorrentes nas aulas práticas de Ciências Naturais, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Os desafios para a realização de aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, segundo segmento, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira são muitos, perpassam desde a desmotivação dos estudantes para se envolverem na atividade, a participação que nem sempre atende aos objetivos propostos, a questão financeira e pedagógica, já mencionadas. 16 Identificação das Variáveis Analisar como os fatores socioeconômicos, pedagógicos, os desafios e dificuldades que interferem na realização das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais no processo de ensino-aprendizagem para os alunos da Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Para celeridade da investigação esta pesquisa abordará o trabalho do professor de Ciências Naturais da referida instituição de ensino, envolvendo os alunos da EJA, Ensino Fundamental 2ª fase. Essa representatividade ocorrerá com 02 turmas finalistas, totalizando 70 estudantes. Essa abordagem evidenciará como os conteúdos curriculares de Ciências Naturais ministrados em sala de aula podem ser trabalhados em aulas práticas, as dificuldades que o docente deve superar para aplicabilidade das tarefas, levando em consideração a situação socioeconômica dos alunos para a aquisição de materiais didáticos necessários para essa interação teoria e prática quando necessário. Além disso, é necessário destacar o suporte pedagógico escolar, visto que a escola muitas vezes não disponibiliza materiais para a prática das aulas de Ciências, impossibilitando melhoria na educação para os estudantes da EJA. Definição conceitual das variáveis ou construção A pesquisa tem como abordagem temática “As dificuldades e os desafios na aplicabilidade das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais, na Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira”, está pautada no embasamento de grandes teóricos que discorrem sobre as dificuldades e os desafios enfrentados pelo docente de Ciências Naturais, fazendo um recorte nas problemáticas socioeconômicas dos estudantes e os gargalos pedagógicos que precisam ser discutidos, analisados para uma melhoria educacional, possibilitando aquisição de conhecimentos científicos por meio de aulas práticas em espaços escolares. O estudo será organizado em quatro seções: a primeira, uma revisão da literatura nas propostas curriculares do ensino de Ciências Naturais, na perspectiva da UNESCO, dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), nos marcos legais da LDB/96; a matriz curricular do ensino de Ciências Naturais da EJA: Município de Manaus, sob a ótica dos teóricos: Gadotti (2007), Genevois (2006), Krasilchik (2004); na seção seguinte discorreremos sobre a implantação da Educação de Jovens e 17 Adultos na DDZ-sul, no ano de 2007, a implantação do Programa na Escola Municipal Anthístenes Oliveira, formação continuada dos professores da instituição de ensino, na fundamentação destaca-se os autores: Lunetta (1991), Oliveira (1991); na terceira seção, as problemáticas socioeconômicas e pedagógicas envolvendo o processo de ensino-aprendizagem, as ações pedagógicas e científicas da escola Anthístenes Oliveira, contamos nessa seção com a contribuição dos teóricos: Borges (2002), Arroyo (2006), Vargas (2006), Oliveira (2002), Porto (2009); na quarta e última seção serão apresentados os aportes metodológicos destacando a coleta de dados, os resultados e análises dos dados coletados, nas concepções de Alvarenga (2012), Gil (2009), Minayo (2012); na seção final, as considerações e recomendações serão exibidas, visando a celeridade desta pesquisa. Definição operacional das variáveis Variáveis Dimensões Indicadores Instrumento Número de alunos da EJA, ensino fundamental, 2ª fase, da Escola Municipal Anthístenes de Oliveira Pinto. Referências Bibliográficas Autores; Arroyo (2006); Gadotti (2007); PCNs (2002) Livros; Artigos; Gráficos; Tabelas; Observação; Questionários. As problemáticas socioeconômicas e pedagógicas que interferem na realização das aulas práticas de Ciências Naturais. Referências Bibliográficas; Autores: Genevois (2006); Borges (2002); Vargas (2006) Livros; Artigos; Sites; Questionário Gráficos. Desafios e dificuldades que o docente de Ciências Naturais busca superar no processo ensino-aprendizagem dos alunos da EJA, da Referências Bibliográficas Autores Hudson (1998); Krasilchik (2004); Livros Artigos Observação; Análise Questionário 18 Escola Municipal Anthístenes Oliveira. Fonseca (2006); Porto (2009) MARCO METODOLÓGICO Essa pesquisa será realizada com 02 turmas do 2º segmento, da EJA, ensino fundamental (8º e 9º anos), pertencentes a Escola Municipal Anthístenes de Oliveira Pinto, localizada à Rua 9, nº 101, Comunidade Alfredo Nascimento, no bairro Cidade de Deus, na zona norte de Manaus-AM. Inicialmente será feita a análise de cada turma, a partir do perfil dos estudantes, realizado pela pesquisadora. Na sequência, a abordagem ficará a critério da idade, a maioria está na faixa etária entre 25 a 50 anos. A escolha das turmas ocorreu pelas dificuldades na compreensão de conceitos científicos trabalhados em sala de aula, pois nas séries finais do ensino fundamental (8 e 9 anos) o ensino de Ciências é direcionado a Biologia, Química e Física, sendo conteúdos curriculares complexos, cabendo como estratégias pedagógicas as atividades práticas que possibilitarão aquisição de conhecimentos científicos com maior propriedade. Para entender o desdobramento da pesquisa, destaca-se o caminho da investigação e sua respectiva abordagem metodológica apresentando a propostas de investigação e as técnicas adotadas para coleta de dados que serão: revisão da literatura, análise documental, observações, questionários e entrevistas que serão aplicados mediante agendamento prévio aos atores deste estudo. Sobre a investigação qualitativa Paulilo (1999) relata: [...] a investigação qualitativa trabalha com valores, crenças, hábitos, atitudes, representações, opiniões e adequa-se a aprofundar a complexidade de fatos e processos particulares e específicos a indivíduos e grupos. A abordagem qualitativa é empregada, portanto, para compreensão de fenômenos. (PAULILO, 1999, p.135).Corroborando com a importância do elo entre a pesquisa qualitativa e quantitativa, ao passo que a pesquisa de cunho investigativo possui uma gama de abordagens e deve ser apoiada na pesquisa quantitativa e vice-versa, Flick (2009) sinaliza: “A pesquisa qualitativa é considerada como um terreno de múltiplas práticas 19 interpretativas que não privilegia nenhuma prática metodológica em relação à outra.” FLICK (2009, p.20). Ainda sobre a natureza desta pesquisa é importante destacar que os dados serão coletados através dos alunos da EJA, 2º segmento, turmas 02 e 03, da escola mencionada anteriormente. Tipologia da Pesquisa A pesquisa é uma atividade básica da ciência, segundo afirmativa de Minayo (2012): A pesquisa é uma atividade básica da ciência em sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação”. (MINAYO, 2012, p.12). Considerando que a pesquisa visa analisar de forma aprofundada uma problemática, a partir, do ponto de vista dos atores e dentro do contexto inserido, adotou-se como metodologia para o trabalho, o estudo de caso. (Gil, 2009). O estudo de caso não impossibilita o uso de instrumentos utilizados em outras metodologias de pesquisa, como entrevistas, pesquisa bibliográfica e análise documental, questionários, observações, de acordo com (Gil, 2009 & Yin, 2001). Nesse sentido, a pesquisa em consenso com seus objetivos e está classificada como científica descritiva, qualitativa quanto à sua natureza. A aplicação da pesquisa será realizada em uma escola da rede pública municipal, zona norte, da cidade de Manaus-AM, numa região de periferia. Os atores amostrais são os estudantes da EJA, 2º segmento, turmas 02 e 03 por serem sujeitos que atuam diretamente na pesquisa. Como um dos instrumentos para coleta de dados pode-se utilizar a entrevista semiestruturada que combina perguntas objetivas e discursivas, possibilitando ao informante discorrer à vontade sobre o estudo em questão, entretanto, este estudo aplicará entrevista com questões fechadas, sendo a linha de investigação descritiva, não experimental. Para Yin (2005), a entrevista é uma das técnicas de pesquisa e aplicabilidade de questionários aos atores envolvidos faz parte do aporte metodológico. 20 Nível de conhecimento esperado O que se espera por meio da revisão de literatura, dos dados coletados, analisados e discutidos que esta pesquisa venha contribuir com estratégias educativas para aplicabilidade de aulas práticas de Ciências Naturais, levando em consideração as problemáticas financeiras, pedagógicas, destacando o quão são determinantes a superação de desafios e dificuldades enfrentadas pelo docente para proporcionar educação científica de qualidade nos diversos espaços escolares, possibilitando aos estudantes da EJA uma forma mais prazerosa de aprender e gostar de Ciências. População e Amostra Toda pesquisa tem seu objeto de estudo, os agentes envolvidos diretamente na problemática a ser investigada e embasada teoricamente. Assim, para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa fará um recorte temporal da modalidade de ensino EJA no Brasil, seguindo legislação da LDBEN/96, conforme as orientações da UNESCO para Educação de Jovens e Adultos, perpassando pela implantação da EJA no estado do Amazonas, no município de Manaus e o atendimento à Escola Municipal Anthístenes de Oliveira Pinto. A população de sujeitos da pesquisa contemplará um total de setenta (70) alunos das turmas 02 e 03, da EJA, 2º segmento do ensino fundamental, que corresponde aos 8 e 9 anos. Essas duas turmas foram selecionadas em especial, pela faixa etária dos estudantes, sendo um percentual com mais de 30 anos e que estavam muitos anos afastados da sala de aula e alguns que há poucos anos iniciaram sua vida escolar e, pelo fato de apresentarem muitas dificuldades na aquisição de conceitos na área das Ciências da Natureza (química, física, biologia). As entrevistas serão previamente agendadas para maior conforto dos atores que responderão ao questionário autoaplicável de questões fechadas para a coleta de dados, sem nenhuma interferência da pesquisadora. Instrumentos e técnicas de coletas de dados Os dados coletados serão discutidos e analisados visando credibilidade as informações, sem abrir mão da qualidade destas. As turmas 02 e 03 do 2º segmento 21 da EJA foram selecionadas como objeto de estudo. Para construção, organização na coleta dos dados dessa amostragem serão utilizados os seguintes roteiros: • Roteiros de análise de documentos; • Roteiro de entrevista; • Entrevistas semiestruturadas; • Pesquisa bibliográfica; • Questionários; • Gráficos e; • Tabelas. Procedimentos e aplicação de instrumento A pesquisa será realizada com abordagem qualitativa, a partir do levantamento das dificuldades e desafios do docente na aplicabilidade das atividades práticas de Ciências Naturais. Percebendo essas deficiências para aprendizagem significativa, foi proposta uma metodologia que envolvesse os alunos de forma a tornar as aulas mais atrativas, interessantes e motivadoras, que ele possa ter contato direto com instrumentos de experimentação, por exemplo. Para tal foi pensado estratégias envolvendo espaços escolares para realização de aulas práticas. A pesquisa será desenvolvida no ano de 2020, na Escola Municipal Anthístenes de Oliveira Pinto, localizada na zona norte de Manaus, com os estudantes da EJA, 2º segmento, turno noturno. A instituição de ensino faz parte das escolas da DDZ Centro-Sul, na responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação- SEMED. Os dados coletados serão feitos por meio de entrevistas semiestruturadas com aplicabilidade de questionários autoaplicáveis como já frisados. As entrevistas serão previamente agendadas com os sujeitos do estudo. MARCO ANALÍTICO Apresentação de Resultados Esta pesquisa é de caráter qualitativo, com ela, pretende-se identificar, analisar e descrever as ações pedagógicas a serem realizadas para aplicabilidade das aulas práticas de Ciências Naturais, na Escola Municipal Anthístenes de Oliveira 22 Pinto, considerando os espaços internos da escola e as contribuições destes para o processo de educação científica dos alunos da EJA, 2º segmento. De acordo com os autores Bogdan e Biklen (1994), pesquisas que englobam essa natureza centram-se em quatro importantes características: 1) a fonte direta dos dados e o ambiente natural construído; 2) a investigação qualitativa é descritiva; 3) os investigadores se interessam mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos; 4) os pesquisadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva, não se preocupando com a generalização. Nesse sentido, esta pesquisa é um estudo de caso com abordagem qualitativa. Neste estudo a prioridade é analisar as dificuldades e desafios da aprendizagem de Ciências Naturais, destacando a realização de atividades práticas nos diversos espaços da escola, que vão desde a biblioteca ao refeitório como locais a serem utilizados para essas aulas, baseando-se nos seguintes instrumentos como suportes para coleta de dados: questionários e entrevistas onde foram registradas as percepções dos alunos. Em síntese, a investigação consiste em investigar as dificuldades e desafios na realização de atividades práticas de Ciências Naturais, propondo estratégias e ações para transformação de ambientes internos da escola, apresentados em formato de análise documental e a construção de relatório com embasamento nos dados coletados. Análise de resultados Os dados depois de compilados, analisados, averiguados enfaticamente serão interpretados para se chegar aos resultados esperados, pois segundoQueiroz et al. (2011) é importante se fazer um planejamento criterioso para atender tanto o que é necessário para o professor como para o aluno, isto é, aplicabilidade de atividades práticas é essencial um levantamento prévio do local, um planejamento cuidadoso envolvendo o conteúdo teórico e a prática que se refletirá na ação pedagógica desenvolvida. Em relação aos dados coletados serão considerados a partir dos questionários e roteiro das aulas práticas elaboradas pelo docente para serem desenvolvidas nos espaços escolares. 23 Os questionários fechados serão elaborados pela pesquisadora e apresentado aos sujeitos da pesquisa que irão responder as questões propostas, enfatizando as problemáticas econômicas, pedagógicas, dificuldades e desafios na aprendizagem de Ciências Naturais. O enriquecimento intelectual e ampliação ou despertar para o saber científico é outro ponto preponderante que o pesquisador almeja nesse estudo. 24 CONCLUSÃO O ensino de Ciências, assim como as matrizes curriculares de outras disciplinas devem ser voltadas à cidadania, mas ao que tudo indica esse ensino direcionado aos conceitos científicos acaba dificultando o processo educacional aprendidos em sala de aula e as questões científicas verdadeiramente relevantes para o cotidiano das pessoas. A falta de recursos acaba sendo um grande desmotivador para o ambiente escolar, pois a estrutura física deficiente, a falta de materiais didáticos, de materiais pedagógicos, de espaços físicos adequados e equipados, como um laboratório de ciências, entre outros. Para os alunos do turno noturno a escola deveria ser um ambiente mais agradável, as aulas deveriam ser mais atrativas, considerando a realidade dos mesmos que são trabalhadores, donas de casa. Para Santos (2006), a escola atualmente se encontra fortemente comprometida com um ensino de qualidade, com a ideia de construção da cidadania, só que ainda sob a perspectiva teórica, ou seja, na prática, são inúmeras as dificuldades que a escola enfrenta para a concretização desses ideais tão valorosos para exercício pleno da cidadania. 25 RECOMENDAÇÕES Recomenda-se essa pesquisa para os docentes de Ciências da Natureza, demais docentes de outras áreas curriculares, gestores, pedagogos, supervisores escolares, técnicos e futuros docentes do estado do Amazonas e do país, assim como demais pesquisadores que arduamente buscam melhorias para a educação básica nacional. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ANO /2020 MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Preparação e apresentação do Projeto de Tese X X Avaliação de Projetos X Elaboração de instrumentos de coleta e informação de dados X X Pesquisas de Aplicação (entrevistas e questionários) X Processamento de dados X Análise X Discussão e Resultados X Elaboração do Relatório Final e apresentação X Defesa da Tese 26 ORÇAMENTO TENTATIVO DA INVESTIGAÇÃO ORÇAMENTO Proposta de projeto R$ 700.00 Despesas diversas R$ 600.00 Materiais para investigação R$ 1.500,00 Trabalho de campo R$ 900.00 Impressões de projeto e dissertação. R$ 1.300.00 Total R$ 5.000.00 27 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ARROYO, M. A Educação de Jovens e Adultos em tempos de exclusão. Construção Coletiva: Contribuições à Educação de Jovens e Adultos. Edições, MEC/UNESCO, Brasília-DF, junho, 2006, p. 221. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 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