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Amanda Projeto Tese

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UNIVERSIDAD DEL SOL 
 
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS 
PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS 
E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES DE OLIVEIRA PINTO”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOME: AMANDA CUNHA SAMPAIO 
 
 
 
 
San Lorenzo, Paraguay 
2020 
 
SUMÁRIO 
 
 
TEMA: “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS 
PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS 
E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES OLIVEIRA”. ..................... 1 
ABORDAGEM DO PROBLEMA ................................................................................. 2 
Pergunta Geral ....................................................................................................... 5 
Perguntas Específicas da Pesquisa ..................................................................... 5 
Objetivo Geral ........................................................................................................ 6 
Objetivos Específicos ............................................................................................ 6 
Justificativa ............................................................................................................ 6 
Viabilidade .............................................................................................................. 8 
Avaliação das deficiências e conhecimento do problema ................................. 9 
Consequências da pesquisa ................................................................................. 9 
MARCO TEÓRICO ..................................................................................................... 9 
Hipótese ................................................................................................................ 15 
Identificação das Variáveis ................................................................................. 16 
Definição conceitual das variáveis ou construção ........................................... 16 
Definição operacional das variáveis .................................................................. 17 
MARCO METODOLÓGICO ...................................................................................... 18 
Tipologia da Pesquisa ......................................................................................... 19 
Nível de conhecimento esperado ....................................................................... 20 
População e Amostra .......................................................................................... 20 
Instrumentos e técnicas de coletas de dados ................................................... 20 
Procedimentos e aplicação de instrumento ...................................................... 21 
MARCO ANALÍTICO ................................................................................................ 21 
Apresentação de Resultados .............................................................................. 21 
Análise de resultados .......................................................................................... 22 
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 24 
RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 25 
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ........................................................................... 25 
ORÇAMENTO TENTATIVO DA INVESTIGAÇÃO ................................................... 26 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................................... 27 
ANEXO ..................................................................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
CARTA-PEDIDO DE APROVAÇÃO DO PROJETO 
San Lorenzo, 19 de maio de 2020. 
 
Sr./Sra. 
Maria Elba Medina Barrios 
Coordenador/a do Processo de Pós Graduação 
Universidad Del Sol 
Prezado 
 
Estou escrevendo para você para solicitar a aprovação do título provisório da Tese "O 
DESAFIO DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES 
DE OLIVEIRA PINTO”, para obter o título de Mestre em Ciências da Educação, 
propondo como tutora a Dra. Regiane da Silva Marques. 
A escolha do assunto deve-se a pela natureza que toda pesquisa apresenta sua 
intenção, objetivos, propósitos e justifica o porquê do estudo. Para a realização desta 
cujo título é “As dificuldades e desafios para aplicabilidade das aulas práticas no 
ensino de Ciências Naturais, da Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal 
Anthístenes Oliveira” houve a motivação pessoal da pesquisadora em contribuir com 
outros docentes suas dificuldades e desafios, os fatores econômicos e pedagógicos 
para por em prática as aulas de Ciências Naturais em uma escola da rede pública 
municipal, na cidade de Manaus, destacando as contribuições dessas atividades no 
processo educativo de qualidade. 
Muitos dos alunos da EJA nunca tiveram a oportunidade de estudar, isso decorre de 
diversos fatores, outros até iniciaram sua trajetória escolar, porém esta não frutificou, 
outros são repetentes ou abandonaram a escola, o certo é que estão tentando iniciar 
ou retomar sua vida escolar e, não é fácil, são muitos obstáculos que vão desde a 
questão socioeconômica, problemas familiares, dificuldades de acompanhamentos 
das atividades, esses aspectos contribuem negativamente no processo de 
aprendizagem. 
 
Nesse contexto é relevante destacar a importância das aulas práticas no ensino de 
Ciências Naturais para os jovens e adultos que estão inseridos na modalidade de 
ensino EJA, pois estas são uma maneira do docente despertar o interesse e motivá-
los na aquisição de conhecimentos científicos, de auxiliá-los no processo de ensino-
aprendizagem, despertando gosto e interesse pela Ciência. 
O docente acaba se reinventando pedagogicamente para melhor acolher os alunos, 
busca compreender as diferentes inteligências encontradas nas histórias de vida de 
cada um deles, independente da idade cronológica. 
Na expectativa de uma resposta favorável ao pedido, venho despedir-me 
cordialmente. 
 
Amanda Cunha Sampaio Regiane da Silva Marques 
Nome Completo do Aluno Nome da Orientadora 
Endereço: Rua Herculândia, N. 16; Quadra 37 
Conjunto Oswaldo Frota I- Cidade Nova I 
Contato: (+55)92- 99605-4884 
E-mail: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
TEMA: “AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA APLICABILIDADE DAS AULAS 
PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS 
E ADULTOS, NA ESCOLA MUNICIPAL ANTHÍSTENES OLIVEIRA”. 
 
Todo processo educacional requer muitas pesquisas, linhas investigativas, 
dedicação e muito empenho em disponibilizar tempo para estudos, novas propostas, 
novas metodologias e novas concepções filosóficas no campo da educação. 
Professores, educadores, cientistas e muitos outros estudiosos estão sempre em 
busca de mais conhecimentos científicos que venham de encontro com a melhoria da 
qualidade na aprendizagem significativa, com o objetivo de preencher lacunas 
seculares. 
O ensino de Ciências Naturais, assim como dos demais componentes 
curriculares tem seu espaço e lugar nos campos de pesquisas científicas e deve 
propiciar aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma educação que alie 
práticas aos conteúdos teóricos que perpasse por essas vias de novos pressupostos 
educacionais. 
Nesse contexto é relevante destacar a importância das aulas práticas no 
ensino de Ciências Naturais para os jovens e adultos que estão inseridos na 
modalidade de ensino EJA, pois estas são uma maneira do docente despertar o 
interesse e motivá-los na aquisição de conhecimentos científicos, de auxiliá-los no 
processo de ensino-aprendizagem, despertando gosto e interessepela Ciência. 
O professor ao adotar novas posturas metodológicas precisa em primeiro 
lugar fazer uma autocrítica, uma reflexão de suas crenças e valores, pensar e 
repensar sua forma de agir, pensar no quão será estimulador e gratificante para os 
seus alunos aprender de forma mais prazerosa, considerando as dificuldades 
enfrentadas nessa empreitada para a superação desses obstáculos. É uma 
experiência gratificante para ambos. 
No bojo dessa problemática é bom o esclarecimento que a EJA atende uma 
clientela diferenciada, é um público bem diferente do ensino regular como enfatiza 
Oliveira (1999) na assertiva que os alunos da Educação de Jovens e Adultos possuem 
uma maneira diferente para aquisição de conhecimentos, visto que uma parcela 
significativa é trabalhadora, ou está buscando meios para a inserção no mercado de 
trabalho, ou ainda estão fora das salas de aula por um longo período. 
2 
 
Em se tratando das crianças e jovens em idade adequada, estas de certa 
maneira conseguem uma assimilação de conhecimentos com mais rapidez, a mente 
está mais leve, diferente dos adultos que já estão como muitos problemas e outras 
questões tomando conta de sua mente e seus pensamentos. São realidades distintas, 
devem ser consideradas e respeitadas. 
Essas experiências e vivências que o adulto traz em sua bagagem 
empírica, o conhecimento de mundo é muito importante para seu processo educativo 
e deve ser levado em conta por todos os professores e pela própria escola para que 
estes consigam desenvolver suas potencialidades cognitivas e intelectuais. 
Levando em conta essas peculiaridades da clientela da EJA, destaca-se 
que as atividades práticas são um grande aliado dos docentes, e o professor de 
Ciências pode desenvolver atividades práticas através de trabalhos de campo, 
computadores e museus, de acordo com as concepções de Hudson (1998), pois a 
transformação da sala de aula ou outros espaços (biblioteca, refeitório, laboratório, 
áreas verdes) da escola em um ambiente para o desenvolvimento de tais práticas são 
necessários para melhoria do processo educacional. 
Diante desse cenário o que se observa em muitas escolas são os docentes 
de Ciências Naturais aproveitando cada espaço disponível na escola para 
aplicabilidade de aulas práticas. Essa metodologia não é privilégio apenas desses 
professores, outros profissionais de outros componentes curriculares também o 
fazem. É uma das formas encontradas para tornar a aprendizagem mais envolvente 
aos olhos dos alunos, despertando maior interesse e aguçamento da curiosidade. 
Portanto, o aproveitamento e utilização dos espaços escolares como 
recursos de práticas pedagógicas fazem o diferencial no processo de aprendizagem, 
já que a realidade da maioria desses locais é a falta de espaços propícios a 
experiências científicas, como um laboratório de ciências, um laboratório de 
informática e materiais pedagógicos adequados, entre outro. 
 
ABORDAGEM DO PROBLEMA 
Toda investigação independente de sua natureza é sempre instigante, 
carregada de incertezas que muitas vezes se tornam certezas, questionamentos, 
dúvidas, inquietudes, mas todos esses aspectos fazem parte da pesquisa, 
impulsionam o pesquisador, exigem muitas reflexões, leituras, releituras, debates, 
3 
 
discussões para celeridade do que será posto para os interessados e até mesmo para 
os curiosos. 
Na educação não é diferente, são tantas dúvidas, inquietações, 
descobertas, redescobertas, enfim, é sempre em prol de uma educação de qualidade 
e, principalmente, que seja efetivamente para todos sem distinção de cor, raça, sexo, 
situação econômica, religião, entre outras, conforme assinala a Constituição 
promulgada em 1988. 
O direito à educação é assegurado constitucionalmente a todo cidadão 
brasileiro, segundo o Artigo 227, da Constituição Brasileira assinada e promulgada no 
ano de 1988: 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e 
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148). 
 
Em conformidade ao que preconiza a CF/88, a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Brasileira (LDB/96) menciona a educação como um direito a todos, 
inclusive contempla a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ao sinalizar que “.se 
refere à idade da infância, da adolescência e da juventude...” Assim, adolescentes, 
jovens e adultos são inseridos em modalidades de ensino nos níveis fundamental e 
médio, estes finalmente são inseridos no campo da lei. 
Para corroborar Arroyo (2006) afirma: 
Quando se refere a jovens e adultos, nomeia-os como aprendizes de 
uma etapa de ensino, mas como educandos, ou seja, como sujeitos 
sociais e culturais, jovens e adultos. Essas diferenças sugerem que a 
EJA é uma modalidade que construiu sua própria especificidade como 
educação, com um olhar sobre os educandos. (ARROYO, 2006). 
 
É necessário o entendimento que o direito à educação ofertada aos jovens 
e adultos pela modalidade EJA não é uma compensação pelo fato de não terem 
frequentado a escola na idade estabelecida pela legislação da educação, é um dever 
do Estado e um direito constitucional que está sendo exercido, é uma grande 
possibilidade para uma nova visão de mundo, para o crescimento pessoal e 
profissional, embora haja muitos contratempos em meio a essa caminhada. É um 
direito constitucional sendo exercido, porém não em sua plenitude. 
4 
 
Por outro lado, enfrentar as dificuldades de várias naturezas que se 
apresentam no percurso é algo extremamente desestimulador. São tantos desafios 
que os alunos da EJA precisam superar, mas infelizmente muitos não conseguem 
galgar a tão sonhada conclusão do ensino fundamental, passando para a etapa 
seguinte (ensino médio). O acompanhamento das atividades escolares e as questões 
socioeconômicas são algumas das problemáticas que incidem a desistência da 
continuidade da vida escolar e, certamente a incorporação da aula prática será um 
aliado ao professor, possibilitando aprendizagem mais dinâmica e eficaz. 
Essa é uma das dificuldades que interfere na aprendizagem e aflige alunos 
e professores. Os estudantes da EJA necessitam de práticas educativas 
diferenciadas, inovadoras, motivadoras, que despertem seu interesse na obtenção de 
novos saberes, que façam uma intercessão entre suas vivências e experiências, 
relacionando-as com o aprendizado em sala de aula e por que não em outros espaços 
que se desprendam da sala de aula. 
Nesse cenário, as aulas de ensino de Ciências Naturais buscam 
adaptações, novos recursos e metodologias inovadoras, recursos midiáticos e até 
mesmo adequação de espaços que vão desde a própria sala de aula até ocupação 
de outros ambientes para proporcionar aos alunos novos saberes e conhecimentos 
científicos. O envolvimento destes com as aulas “diferenciadas” é compensador, 
traduz-se em saberes e compartilhamento dos mesmos entre os colegas e o meio que 
o cerca. 
Essas inquietações em propiciar atividades práticas que se contrapõe e ao 
mesmo tempo relaciona teoria e prática são recorrentes nas aulas desenvolvidas por 
esta pesquisadora, que enfrenta inúmeros desafios e dificuldades para colocá-las 
literalmente em prática. A falta de materiais didáticos e pedagógicos também contribui 
com essas implicações no desenvolvimento e realização das atividades. 
O que mais impacta é exatamente a falta de recursos, de materiais 
didáticos próprios para experimentos, para realização de eventos de natureza 
científica, como uma feira de ciências que requer materiais específicos, visto que nem 
sempre pode ser realizada só com elementos de baixo custo. É preciso ofertar 
também materiais mais específicos de acordo com a propostado evento. 
A falta de apoio por parte do setor público é o retrato do descaso com o 
saber científico, cabendo ao docente se redescobrir a cada nova proposta pedagógica 
que fuja aos moldes das aulas tradicionais. No entanto, esses desafios não o impedem 
5 
 
de desempenhar suas funções. Essas limitações não o impede de possibilitar um 
processo educacional justo e digno, que todos se envolvam e se expressem numa 
linguagem que lhes seja mais próxima e, ao mesmo tempo, respeitem as diferenças, 
interagindo com as diversas linguagens e trajetórias, que façam sentido nas suas 
vivências diárias, que intercalem o saber teórico com a sua prática, como argumenta 
Vargas (2006). 
O professor ao propor as atividades práticas, propicia aos alunos modos 
diferentes de pensar, atitudes e até interconexões entre Ciência, tecnologia, meio 
ambiente, sociedade, meio social a que pertence, pois na percepção de Cachapuz et. 
al. (2005), as aulas práticas promovem uma aproximação ao ensino de Ciência, que 
acaba apresentando uma postura deformada nas aulas tradicionais. 
 
Pergunta Geral 
Como os desafios e dificuldades que o docente enfrenta para a realização 
de aulas práticas no ensino de Ciências Naturais interferem diretamente no processo 
de ensino-aprendizagem dos alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes 
Oliveira? 
 
Perguntas Específicas da Pesquisa 
• Como os fatores econômicos interferem diretamente no processo de 
ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de Ciências Naturais para os 
alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira? 
As fundamentações teóricas estão embasadas nos aportes de Gadotti 
(2007), Borges (2002), Genevois (2006). 
• Quais são os fatores didáticos- pedagógicos enfrentados pelo professor 
de Ciências Naturais, da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira para 
aplicabilidade das aulas práticas? 
As contribuições são pautadas nos autores Oliveira (1991), Arroyo (2006), 
Vargas (2006) 
• Quais as dificuldades e desafios enfrentados na realização das aulas 
práticas de Ciências Naturais e suas contribuições para os alunos da EJA, da Escola 
Municipal Anthístenes Oliveira? 
6 
 
Discorreremos de acordo com a revisão da literatura de Porto (2009), 
Krasilchik (2004), Fonseca (2006), Freitas (2007). 
 
Objetivo Geral 
Analisar os fatores econômicos e pedagógicos que interferem diretamente 
no processo de ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de Ciências 
Naturais, assim como os desafios enfrentados na socialização dos conhecimentos 
científicos para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. 
 
Objetivos Específicos 
• Destacar os fatores econômicos (recursos financeiros) que interferem 
diretamente no processo de ensino-aprendizagem na realização das aulas práticas de 
Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. 
Os recursos financeiros configuram entre as responsabilidades pelas 
deficiências na aplicabilidade das aulas práticas do ensino de Ciências Naturais. 
• Selecionar os fatores didático-pedagógicos que dificultam aplicabilidade 
das aulas práticas de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal 
Anthístenes Oliveira. 
Dentre os inúmeros fatores que dificultam o processo de aprendizagem, os 
fatores pedagógicos são determinantes, são insatisfatórios e intervém diretamente no 
ensino de Ciências Naturais para os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes 
Oliveira. 
• Enumerar os desafios e dificuldades enfrentados para a socialização dos 
conhecimentos científicos decorrentes das aulas práticas de Ciências Naturais para 
os alunos da EJA, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira. 
Os desafios e dificuldades enfrentados por professores na realização das 
aulas práticas de Ciências Naturais quanto à socialização de conhecimentos 
científicos. 
 
Justificativa 
Toda pesquisa apresenta sua intenção, objetivos, propósitos e justifica o 
porquê do estudo. Para a realização desta cujo título é “As dificuldades e desafios 
para aplicabilidade das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais, da Educação 
7 
 
de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira” houve a motivação 
pessoal da pesquisadora em contribuir com outros docentes suas dificuldades e 
desafios, os fatores econômicos e pedagógicos para por em prática as aulas de 
Ciências Naturais em uma escola da rede pública municipal, na cidade de Manaus, 
destacando as contribuições dessas atividades no processo educativo de qualidade. 
Muitos dos alunos da EJA nunca tiveram a oportunidade de estudar, isso 
decorre de diversos fatores, outros até iniciaram sua trajetória escolar, porém esta não 
frutificou, outros são repetentes ou abandonaram a escola, o certo é que estão 
tentando iniciar ou retomar sua vida escolar e, não é fácil, são muitos obstáculos que 
vão desde a questão socioeconômica, problemas familiares, dificuldades de 
acompanhamentos das atividades, esses aspectos contribuem negativamente no 
processo de aprendizagem. 
O docente acaba se reinventando pedagogicamente para melhor acolher 
os alunos, busca compreender as diferentes inteligências encontradas nas histórias 
de vida de cada um deles, independente da idade cronológica. 
Por outro lado cabe a ressalva que o ensino de Ciências ao longo dos anos, 
nos diferentes níveis de ensino ainda continua centrado na memorização de 
conteúdos, na teorização com pouquíssima prática e resolução de atividades 
propostas pelos professores. Assim, se faz necessário buscar novas metodologias no 
bojo da educação que possibilite melhoria no aprendizado dos alunos, aulas que 
façam conexão com sua realidade, seu meio social. 
Para contribuir de forma positiva, sem negar as falhas que por ventura 
venham a surgir, este estudo pretende dedicar-se por meio de embasamentos teóricos 
com a Educação de Jovens e Adultos, as dificuldades, desafios, as problemáticas 
socioeconômicas e pedagógicas que o docente necessita superar para realização de 
atividades práticas no ensino de Ciências Naturais. 
Sabe-se que uma parcela dos estudantes da EJA é de pessoas adultas, 
pessoas trabalhadoras, pais, mães, enfim, muitas pessoas economicamente 
desfavorecidas, que residem em bairros periféricos, em casas ou quitinetes alugadas, 
uma realidade dura de ser encarada, mas que não rouba o brilho dos seus olhos e a 
força de vontade em vencer os obstáculos que a vida os presenteias com muita 
frequência. 
É pensando exatamente nesses alunos que passam o dia no trabalho, 
cuidando do lar, dos filhos, sem nos esquecermos das mães que não são apenas 
8 
 
alunas, são mães, chefes de família, trabalham fora para o sustento dos filhos e 
encaram as dificuldades diárias sem a presença de um companheiro para dividir as 
alegrias e tristezas que os professores realizam um trabalho direcionado a realidade 
dos mesmos, auxiliando-os a conseguirem os êxitos pessoais e profissionais por eles 
almejados. 
 São essas pessoas guerreiras que retornaram à escola após anos e anos 
e estão em busca de conhecimentos, de compartilhamento e socialização de saberes, 
de melhorar através dos estudos suas vidas e a vida daqueles que dependem deles 
e delas e, certamente merecem toda dedicação dos professores e todo empenho que 
estes dedicam para sua formação intelectual, cognitiva e social. 
Tem que se considerar ainda que esses alunos da EJA embora de classe 
social econômica baixa, sem muitos recursos financeiros, com reais dificuldades de 
aprendizagem, alguns ainda estão em processo de alfabetização, por terem 
abandonado a escola por algum tempo, ou pelo fato de nem mesmo terem tido a 
oportunidade de frequentar uma sala de aula, resolvem retomar os estudos por 
diversos fatores que vão desde se manter no emprego, conseguir um trabalho, etc. 
Esse retorno muitas vezes é desmotivador, frustrante, sem domínios das 
habilidades de escrevere interpretar, sem conseguir assimilação dos conteúdos 
teóricos com facilidade (Fonseca, 2006), dificultando a permanência destes na escola, 
então, por essas razões e muitas outras que serão apresentadas, é que o professor 
de Ciências de Natureza não mede esforções e enfrenta as dificuldades e os desafios 
para oportunizar um ensino de proximidade com seu meio social. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs, (Brasil, 2002) em suas 
diretrizes do ensino fundamental e médio destaca a importância da utilização de 
estratégias diversificadas para que o professor ministre diferentes conteúdos. Sendo 
necessário trabalhar fenômenos e imagens para reduzir a obstrução no ensino e na 
aprendizagem de Ciências Naturais e Biológicas. 
 
Viabilidade 
A pesquisa terá como atores envolvidos, os alunos da Educação de Jovens 
e Adultos, do ensino fundamental 2º segmento, ou seja, alunos finalistas do ensino 
fundamental, turmas 01 e 02, da Escola Municipal Anthístenes Oliveira, localizada na 
zona norte de Manaus e pertencente a CDZ Sul. A escolha dos atores para este 
9 
 
estudo foi pautada nas inúmeras dificuldades e os desafios que o docente de Ciências 
Naturais enfrenta para aplicabilidade de atividades práticas. 
 
Avaliação das deficiências e conhecimento do problema 
As dificuldades e desafios enfrentados pelos professores de Ciências 
Naturais em realizar aulas práticas com os alunos da EJA são diversos, vão desde a 
falta de um laboratório de ciências, materiais pedagógicos como cartolinas, pincéis, 
cola, tesoura, até materiais mais específicos como um esqueleto humano, um 
microscópio, materiais para experimentos, etc.. Essas deficiências educacionais 
tornam as aulas práticas de Ciências Naturais quase inviáveis. 
 
Consequências da pesquisa 
Um dos propósitos desta pesquisa é analisar as dificuldades e os desafios 
enfrentados pelos docentes, perpassando pelas consequências econômicas e 
pedagógicas na aplicabilidade das aulas práticas de Ciências Naturais aos alunos da 
EJA e, a partir destes resultados, propor ações com materiais de baixo custo, 
implantação, manutenção e aquisição de materiais laboratoriais para experimentos e 
novas metodologias com auxílio das tecnologias da educação como sugestões que 
possam atender na melhoria da educação possibilitando melhor compreensão dos 
conteúdos curriculares, relacionando-os às suas vivências do dia a dia. 
 
MARCO TEÓRICO 
Todo aluno independente da série, nível de ensino e idade sabe que a 
escola não é um lugar apenas para estudar, é também um ambiente de socialização, 
de amizades sólidas e verdadeiras, de conversação, de discussão, de confrontações 
com o outro, de fazer política, de fazer ações solidárias, enfim, é um espaço de 
interação e compartilhamento de saberes sociais, cognitivos, intelectuais e científicos. 
Por outro lado, não se pode negar que a escola não proporciona só bons 
ares, há divergências, insatisfações, desmotivação, situações que geram violências 
verbais e físicas. Mas essas inadequações não superam os pontos positivos 
presentes nesta. A escola não é somente uma estrutura física, é acima de tudo, um 
modo de ser, de ver, define-se pelas relações sociais que desenvolve e, se quiser 
continuar sobrevivendo enquanto instituição, necessita buscar o que é específico dela, 
10 
 
como evidencia (Gadotti, 2007). A escola continua sendo um espaço de interação, 
socialização e saberes compartilhados. 
Diante desse cenário, os jovens e adultos também estão inseridos nesse 
contexto escolar, fazem parte da escola não somente enquanto instituição para 
aquisição de saberes, mas como esse espaço de socialização e de amizades 
concretas que vão para além dos muros escolares. É lógico que em meio a essas 
novas estruturas que vão se consolidando nesse ambiente tem a figura do docente 
que é a maior representatividade da instituição para a maioria dos alunos, visto que 
são eles que estão diariamente em sala de aula enfrentando as dificuldades e 
superando os obstáculos para proporcionar educação de qualidade aos estudantes. 
De acordo com Oliveira (1999): 
O adulto (...) traz consigo uma história mais longa de experiências, 
conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre 
si e sobre as outras pessoas. Com relação à inserção em situações de 
aprendizagem, essas peculiaridades da etapa da vida em que se 
encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes 
habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, 
provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e 
seus próprios processos de aprendizagem. (OLIVEIRA, 1999). 
 
 Em julho de 1997, em Hamburgo, na Alemanha, aconteceu a V CONFITEA 
( Confederação Internacional sobre a Educação de Jovens e Adultos), organizada por 
organismos internacionais, entre os quais a UNESCO, que definiu a Educação de 
Jovens e Adultos como sendo um processo de aprendizagem, de caráter formal ou 
informal, oportunizando as pessoas adultas o desenvolvimento de suas capacidades, 
o enriquecimento de seu conhecimento, aperfeiçoando duas qualificações técnicas e 
profissionais, considerando suas necessidades e a sociedade a que pertence. 
A Declaração de Hamburgo (1997) faz pontuações acerca da EJA: 
A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o 
século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como 
condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é 
um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico 
sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, 
do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito 
fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede 
lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (UNESCO-
DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997) 
 
11 
 
A concepção de educação vai além dos conteúdos ministrados em sala de 
aula, precisa transmitir uma postura do indivíduo para a sociedade e para o mundo. 
Não deve em hipótese alguma ser uma disciplina que é ensinada apenas em sala de 
aula, mas deve ser transversal a todas as matérias e a todo conhecimento, como 
destaca (Genevois, 2006). 
Essas contribuições se confirmam na Constituição Federal de 1988 que 
preconiza a “Educação direito de todos”, porém para tornar-se efetiva, de qualidade e 
igualitária é necessário algumas ações no sentido de promoção de melhoria na 
qualidade do processo de ensino-aprendizagem, atribuindo certa prioridade a 
Educação de Jovens e adultos que, necessariamente precisa atender alguns 
requisitos diferenciados como a própria matriz curricular do Programa traz em sua 
legislação. 
Essa contemplação se legitima na LDB/96, ao ofertar ao EJA a expansão 
de matrículas para atender a clientela e subsídios que promovam a melhoria da 
qualidade de ensino para estes, considerando suas experiências de vida, sua 
realidade social, sua visão de homem e de mundo, respeitando seus valores, suas 
crenças, sua historicidade, suas diferenças, seus posicionamentos, possibilitando 
uma vida mais justa e com exercício de cidadania plena. 
A Secretaria Municipal de Educação de Manaus- SEMED, por meio da 
Gerência de Educação de Jovens e Adultos (GEJA),no ano de 2016 elaborou a última 
Proposta Pedagógica para o Ensino Fundamental 2º Segmento/ EJA, que 
corresponde aos anos finais: 6º ao 9º anos, cujo objetivo é subsidiar o processo 
educativo nas escolas municipais que atendem a esse segmento, contribuindo para 
um ensino de qualidade mediante abordagem de conteúdos significativos para seus 
educandos. (BRASIL, 2002). 
O currículo escolar deve se adequar as reais necessidades dos alunos da 
EJA e, evidentemente o ensino de Ciências Naturais não foge a essa regra. Os 
conteúdos são adaptados para atender a realidade dos estudantes, o professor os 
modifica conforme a necessidade da turma, isso sem fragmentação do currículo 
escolar a ser seguido anualmente. 
Partindo dessespressupostos é possível sinalizar que as aulas de Ciências 
já não são as mesmas faz um bom tempo e tudo isso se deve ao grande esforço, 
muitas vezes solitário, dos docentes de Ciências Naturais e Biológicas, muitos não 
encontram apoio nas escolas que lecionam. 
12 
 
Esse apoio aqui destacado vai desde um laboratório de ciências para aulas 
práticas, recursos didáticos adequados e de qualidade, biblioteca, data show, recursos 
tecnológicos, que raramente encontramos nas escolas, uma gestão mais participativa 
e envolvida que assuma o compromisso de propiciar aulas mais dinâmicas e atrativas 
aos alunos. 
Embora muitas escolas não disponibilizem materiais didáticos básicos 
(livros ou apostilas) aos professores e alunos, mesmo assim o docente não se exime 
de seu papel e de suas responsabilidades e acaba por adaptar materiais, confeccioná-
lo para que possa desenvolver suas atividades pedagógicas que atendam aos anseios 
de seus alunos. Isso implica em o professor está em condições de definir os conteúdos 
a serem ministrados adotando estratégias específicas, com objetivos claros e 
possíveis de serem alcançados e, principalmente conteúdos educativos e ministrados 
de maneira dinâmica e atrativa. 
O docente da Educação de Jovens e Adultos deve ter um “olhar” sensível 
aos seus alunos, precisa trabalhar com a diversidade e interdisciplinaridade, visto que 
em uma mesma sala é comum encontrar educandos com diferentes bagagens 
culturais (Brasil/MEC, 2001). Essa inferência é pertinente devido aos alunos da EJA 
na maioria das vezes terem apenas a sala de aula como espaço para aprendizagem, 
sem desfrutar dos demais ambientes que a escola disponibiliza, como por exemplo, 
uma biblioteca, uma área verde interna, o laboratório de ciências e recursos 
tecnológicos. 
Desse modo, o professor precisa compreender que os alunos da EJA por 
ser uma clientela diferenciada quando são confrontados com aulas que fujam a rotina 
da sala de aula se sente a princípio apreensivo, resistente, receoso, mas essas 
inquietações logo desaparecem dando lugar a curiosidade e a criatividade. Essas 
aulas quando bem planejadas, bem ministradas os possibilita a encontrar respostas 
para muitas questões, a fazer questionamentos mais aprofundados, contribuindo para 
que estejam em permanente exercício de raciocínio, ampliando seus conhecimentos, 
despertando maior interesse pelo saber científico. 
Nessa perspectiva, ao falar em Ciências é necessário considerar as 
concepções de Hudson (1998): 
O conceito tridimensional: aprender ciência, que se refere ao 
desenvolvimento de conhecimento conceitual; aprender sobre ciência, 
que diz respeito à compreensão da natureza e métodos da Ciência, 
assim como sua história de desenvolvimento; e aprender a fazer 
13 
 
ciência que se refere às competências adquiridas para fazer percursos 
de pesquisa e resolução de problemas” (HUDSON, 1998). 
 
O autor enfatiza que as atividades práticas podem acontecer dentro e fora 
dos espaços da sala de aula, ou seja, no ambiente do laboratório o aluno tem sua 
curiosidade aguçada, seu interesse pelo conteúdo ministrado fica bem maior, assim 
como, uma atividade prática que envolva diretamente os alunos e, que pode ser 
realizada até mesmo no refeitório da escola também ganha outra dimensão para 
melhor compreensão do mesmo. 
Nas aulas práticas em laboratório, essa interação entre teoria e prática 
remete a oportunidade de interagir com as montagens de instrumentos específicos 
que geralmente os alunos não têm contato em um ambiente com característica mais 
informal do que o ambiente da sala de aula (Borges, 2002). Essas atividades práticas 
objetivam o desenvolvimento da criticidade pessoal e social. 
Os saberes científicos adquiridos nas aulas de Ciências Naturais exigem 
reflexões críticas que envolvam os alunos e suas experiências cotidianas, que venham 
atuar em diversos campos de sua vida. 
A contribuição dos PCNs para a Educação de Jovens e Adultos na 
conjuntura da cidadania, a orientação para o trabalho e o meio social é enfática, pois: 
[...] preconizam a integração entre a Educação de Jovens e Adultos 
(EJA) e a vida cidadã, de modo que cada componente curricular 
contribua com uma melhor orientação para o trabalho e com a 
ampliação dos significados das experiências de vida dos alunos. Eles 
devem ter acesso aos conhecimentos que poderão promover e 
ampliar suas interpretações sobre aspectos individuais e coletivos que 
condicionam a saúde e a reprodução humana, sobre as 
transformações dos ecossistemas no planeta como um todo – e 
particularmente no lugar onde vivem. Questões como essas pautam a 
formulação desta proposta para o currículo de Ciências Naturais” 
(MEC/SEF, 2002). 
 
Conforme sinaliza os PCNs, os estudantes da EJA devem ter acesso aos 
conhecimentos que ampliem suas interpretações sobre aspectos individuais e 
coletivos, que possam compreender o que acontece no lugar onde vivem. 
Conhecimentos esses que o ajudarão a compreender o seu papel enquanto cidadão 
consciente, crítico e participativo. Conforme os PCNs é permitido a investigação, a 
comunicação, o debate, as experimentações, debates, visita com observação, 
14 
 
valorizando o incentivo à curiosidade, o respeito à diversidade de opiniões e a 
persistência na busca de informações e resolução de problemas. 
Fazendo uma retomada na historicidade dos currículos de Ciências, até o 
final da década de 50, as propostas curriculares do ensino de Ciências das escolas 
brasileiras não discorria sobre as aulas práticas, principalmente direcionadas a 
experimentação, entretanto, na década de 60 e 70 essa mudança curricular ganhou 
nova projeção devido às ações do IBECC- Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e 
Cultura ( Krasilchik, 2004). Essa abertura surgiu por influência dos acontecimentos no 
mundo, em especial, a industrialização e o desenvolvimento tecnológico e científico 
surgido após a Segunda Guerra Mundial. 
Essa mudança curricular segundo Oliveira (1991) objetivava inicialmente, 
despertar jovens para a formação de novos cientistas, assim o país participaria desse 
modelo mundial em vigência. 
É importante salientar que as aulas práticas são estratégias adotadas pelos 
docentes de Ciências para o desenvolvimento de conceitos científicos, permitindo aos 
educandos uma abordagem do seu meio social e do seu mundo, além de desenvolver 
soluções para problemas de maior complexidade, como enfatiza (Lunetta, 1991). Ou 
seja, através das aulas práticas, o professor faz uma retomada do conteúdo ministrado 
em sala de aula e faz uma inferência entre o aprendizado teórico e o aprendizado pela 
prática. 
Portanto, foi- se o tempo que o estudo de Ciências se limitava a transmitir 
aos alunos notícias sobre os produtos da Ciência, entre outras tantas possibilidades, 
deve ainda, proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades 
que neles despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações 
lógicas e razoáveis, adotando posturas críticas, realizando julgamentos e tomando 
decisões fundadas em critérios, saindo do conteúdo sistematizado e vivenciando a 
prática. 
Corroborando, Porto (2009, p.12): 
A espécie humana se socializa e suas relações com a natureza são 
transformadas, regidas por leis do desenvolvimento histórico – social. 
Ao buscar compreender as leis que regem, movimentam e produzem 
os fenômenos naturais, utilizando observações, experimentações, 
princípios e métodos decorrentes de estudos, o ser humano constrói 
o conhecimento científico. Entretanto, a experimentação e a base 
lógica da ciência não lhe garantem a possibilidade de produzir 
conhecimentos inquestionáveis e de verdades absolutas. 
15 
 
Entendemos que as aulas práticas realizadas em laboratórios não servem 
apenas para comprovação da teoria explicitada em sala de aula. Essas atividades 
envolvem a compreensão do que fora mencionado pelo professor na aula expositiva,propondo manuseio de instrumentos científicos, discussões e análise para resolução 
de um problema. 
O aluno precisa compreender o que está sendo posto em prática e 
relacioná-lo ás suas experiências, trabalho ou meio social, como enfatiza Borges 
(2002) sobre a aula prática “o importante não é a manipulação de objetos e artefatos 
concretos, e sim o envolvimento comprometido com respostas/soluções bem 
articuladas para as questões colocadas, em atividades que podem ser puramente de 
pensamento”. 
 
Hipótese 
Os fatores econômicos interferem de maneira determinante no processo de 
ensino-aprendizagem. Isso decorre por algumas situações financeiras, como a falta 
de recursos para financiar uma feira científica, para comprar materiais de qualidade 
para o laboratório de ciências ou até materiais didático-pedagógicos (tesoura, massa 
de modelar, tinta guache, papel, cartolina, etc.). 
Para a realização das aulas práticas na Escola Municipal Anthístenes 
Oliveira há muitas dificuldades a serem enfrentadas, porém essas deficiências 
algumas vezes conseguem ser sanadas com o envolvimento dos alunos na compra 
do material necessário. 
A questão pedagógica é outro fator a ser considerado quando se trata de 
aplicar conceitos práticos em complemento aos teóricos, ou seja, nem sempre a 
escola oferta o apoio necessário que o professor precisa para realização da atividade. 
Essa falta de apoio pedagógico culmina com a falta de recursos financeiros são 
recorrentes nas aulas práticas de Ciências Naturais, na Escola Municipal Anthístenes 
Oliveira. 
Os desafios para a realização de aulas práticas de Ciências Naturais para 
os alunos da EJA, segundo segmento, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira são 
muitos, perpassam desde a desmotivação dos estudantes para se envolverem na 
atividade, a participação que nem sempre atende aos objetivos propostos, a questão 
financeira e pedagógica, já mencionadas. 
16 
 
Identificação das Variáveis 
Analisar como os fatores socioeconômicos, pedagógicos, os desafios e 
dificuldades que interferem na realização das aulas práticas no ensino de Ciências 
Naturais no processo de ensino-aprendizagem para os alunos da Educação de Jovens 
e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira. 
Para celeridade da investigação esta pesquisa abordará o trabalho do 
professor de Ciências Naturais da referida instituição de ensino, envolvendo os alunos 
da EJA, Ensino Fundamental 2ª fase. Essa representatividade ocorrerá com 02 turmas 
finalistas, totalizando 70 estudantes. 
Essa abordagem evidenciará como os conteúdos curriculares de Ciências 
Naturais ministrados em sala de aula podem ser trabalhados em aulas práticas, as 
dificuldades que o docente deve superar para aplicabilidade das tarefas, levando em 
consideração a situação socioeconômica dos alunos para a aquisição de materiais 
didáticos necessários para essa interação teoria e prática quando necessário. 
Além disso, é necessário destacar o suporte pedagógico escolar, visto que 
a escola muitas vezes não disponibiliza materiais para a prática das aulas de Ciências, 
impossibilitando melhoria na educação para os estudantes da EJA. 
 
Definição conceitual das variáveis ou construção 
A pesquisa tem como abordagem temática “As dificuldades e os desafios 
na aplicabilidade das aulas práticas no ensino de Ciências Naturais, na Educação de 
Jovens e Adultos, na Escola Municipal Anthístenes Oliveira”, está pautada no 
embasamento de grandes teóricos que discorrem sobre as dificuldades e os desafios 
enfrentados pelo docente de Ciências Naturais, fazendo um recorte nas problemáticas 
socioeconômicas dos estudantes e os gargalos pedagógicos que precisam ser 
discutidos, analisados para uma melhoria educacional, possibilitando aquisição de 
conhecimentos científicos por meio de aulas práticas em espaços escolares. 
O estudo será organizado em quatro seções: a primeira, uma revisão da 
literatura nas propostas curriculares do ensino de Ciências Naturais, na perspectiva 
da UNESCO, dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), nos marcos legais da 
LDB/96; a matriz curricular do ensino de Ciências Naturais da EJA: Município de 
Manaus, sob a ótica dos teóricos: Gadotti (2007), Genevois (2006), Krasilchik (2004); 
na seção seguinte discorreremos sobre a implantação da Educação de Jovens e 
17 
 
Adultos na DDZ-sul, no ano de 2007, a implantação do Programa na Escola Municipal 
Anthístenes Oliveira, formação continuada dos professores da instituição de ensino, 
na fundamentação destaca-se os autores: Lunetta (1991), Oliveira (1991); na terceira 
seção, as problemáticas socioeconômicas e pedagógicas envolvendo o processo de 
ensino-aprendizagem, as ações pedagógicas e científicas da escola Anthístenes 
Oliveira, contamos nessa seção com a contribuição dos teóricos: Borges (2002), 
Arroyo (2006), Vargas (2006), Oliveira (2002), Porto (2009); na quarta e última seção 
serão apresentados os aportes metodológicos destacando a coleta de dados, os 
resultados e análises dos dados coletados, nas concepções de Alvarenga (2012), Gil 
(2009), Minayo (2012); na seção final, as considerações e recomendações serão 
exibidas, visando a celeridade desta pesquisa. 
 
Definição operacional das variáveis 
Variáveis Dimensões Indicadores Instrumento 
Número de alunos da 
EJA, ensino 
fundamental, 2ª fase, da 
Escola Municipal 
Anthístenes de Oliveira 
Pinto. 
Referências 
Bibliográficas 
 
Autores; 
Arroyo 
(2006); 
Gadotti 
(2007); 
PCNs (2002) 
Livros; Artigos; 
Gráficos; Tabelas; 
Observação; 
Questionários. 
As problemáticas 
socioeconômicas e 
pedagógicas que 
interferem na realização 
das aulas práticas de 
Ciências Naturais. 
Referências 
Bibliográficas; 
 
Autores: 
Genevois 
(2006); 
Borges 
(2002); 
Vargas 
(2006) 
Livros; Artigos; 
Sites; 
Questionário 
Gráficos. 
Desafios e dificuldades 
que o docente de 
Ciências Naturais busca 
superar no processo 
ensino-aprendizagem 
dos alunos da EJA, da 
Referências 
Bibliográficas 
Autores 
Hudson 
(1998); 
Krasilchik 
(2004); 
Livros 
Artigos 
Observação; 
Análise 
Questionário 
18 
 
Escola Municipal 
Anthístenes Oliveira. 
Fonseca 
(2006); 
Porto (2009) 
 
MARCO METODOLÓGICO 
Essa pesquisa será realizada com 02 turmas do 2º segmento, da EJA, 
ensino fundamental (8º e 9º anos), pertencentes a Escola Municipal Anthístenes de 
Oliveira Pinto, localizada à Rua 9, nº 101, Comunidade Alfredo Nascimento, no bairro 
Cidade de Deus, na zona norte de Manaus-AM. Inicialmente será feita a análise de 
cada turma, a partir do perfil dos estudantes, realizado pela pesquisadora. Na 
sequência, a abordagem ficará a critério da idade, a maioria está na faixa etária entre 
25 a 50 anos. 
A escolha das turmas ocorreu pelas dificuldades na compreensão de 
conceitos científicos trabalhados em sala de aula, pois nas séries finais do ensino 
fundamental (8 e 9 anos) o ensino de Ciências é direcionado a Biologia, Química e 
Física, sendo conteúdos curriculares complexos, cabendo como estratégias 
pedagógicas as atividades práticas que possibilitarão aquisição de conhecimentos 
científicos com maior propriedade. 
Para entender o desdobramento da pesquisa, destaca-se o caminho da 
investigação e sua respectiva abordagem metodológica apresentando a propostas de 
investigação e as técnicas adotadas para coleta de dados que serão: revisão da 
literatura, análise documental, observações, questionários e entrevistas que serão 
aplicados mediante agendamento prévio aos atores deste estudo. 
Sobre a investigação qualitativa Paulilo (1999) relata: 
[...] a investigação qualitativa trabalha com valores, crenças, hábitos, 
atitudes, representações, opiniões e adequa-se a aprofundar a 
complexidade de fatos e processos particulares e específicos a 
indivíduos e grupos. A abordagem qualitativa é empregada, portanto, 
para compreensão de fenômenos. (PAULILO, 1999, p.135).Corroborando com a importância do elo entre a pesquisa qualitativa e 
quantitativa, ao passo que a pesquisa de cunho investigativo possui uma gama de 
abordagens e deve ser apoiada na pesquisa quantitativa e vice-versa, Flick (2009) 
sinaliza: “A pesquisa qualitativa é considerada como um terreno de múltiplas práticas 
19 
 
interpretativas que não privilegia nenhuma prática metodológica em relação à outra.” 
FLICK (2009, p.20). 
Ainda sobre a natureza desta pesquisa é importante destacar que os dados 
serão coletados através dos alunos da EJA, 2º segmento, turmas 02 e 03, da escola 
mencionada anteriormente. 
 
Tipologia da Pesquisa 
A pesquisa é uma atividade básica da ciência, segundo afirmativa de 
Minayo (2012): 
A pesquisa é uma atividade básica da ciência em sua indagação e 
construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de 
ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja 
uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação”. 
(MINAYO, 2012, p.12). 
 
Considerando que a pesquisa visa analisar de forma aprofundada uma 
problemática, a partir, do ponto de vista dos atores e dentro do contexto inserido, 
adotou-se como metodologia para o trabalho, o estudo de caso. (Gil, 2009). O estudo 
de caso não impossibilita o uso de instrumentos utilizados em outras metodologias de 
pesquisa, como entrevistas, pesquisa bibliográfica e análise documental, 
questionários, observações, de acordo com (Gil, 2009 & Yin, 2001). 
 Nesse sentido, a pesquisa em consenso com seus objetivos e está 
classificada como científica descritiva, qualitativa quanto à sua natureza. A aplicação 
da pesquisa será realizada em uma escola da rede pública municipal, zona norte, da 
cidade de Manaus-AM, numa região de periferia. 
Os atores amostrais são os estudantes da EJA, 2º segmento, turmas 02 e 
03 por serem sujeitos que atuam diretamente na pesquisa. Como um dos instrumentos 
para coleta de dados pode-se utilizar a entrevista semiestruturada que combina 
perguntas objetivas e discursivas, possibilitando ao informante discorrer à vontade 
sobre o estudo em questão, entretanto, este estudo aplicará entrevista com questões 
fechadas, sendo a linha de investigação descritiva, não experimental. 
Para Yin (2005), a entrevista é uma das técnicas de pesquisa e 
aplicabilidade de questionários aos atores envolvidos faz parte do aporte 
metodológico. 
 
20 
 
Nível de conhecimento esperado 
O que se espera por meio da revisão de literatura, dos dados coletados, 
analisados e discutidos que esta pesquisa venha contribuir com estratégias 
educativas para aplicabilidade de aulas práticas de Ciências Naturais, levando em 
consideração as problemáticas financeiras, pedagógicas, destacando o quão são 
determinantes a superação de desafios e dificuldades enfrentadas pelo docente para 
proporcionar educação científica de qualidade nos diversos espaços escolares, 
possibilitando aos estudantes da EJA uma forma mais prazerosa de aprender e gostar 
de Ciências. 
 
População e Amostra 
Toda pesquisa tem seu objeto de estudo, os agentes envolvidos 
diretamente na problemática a ser investigada e embasada teoricamente. 
Assim, para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa fará um recorte 
temporal da modalidade de ensino EJA no Brasil, seguindo legislação da LDBEN/96, 
conforme as orientações da UNESCO para Educação de Jovens e Adultos, 
perpassando pela implantação da EJA no estado do Amazonas, no município de 
Manaus e o atendimento à Escola Municipal Anthístenes de Oliveira Pinto. 
A população de sujeitos da pesquisa contemplará um total de setenta (70) 
alunos das turmas 02 e 03, da EJA, 2º segmento do ensino fundamental, que 
corresponde aos 8 e 9 anos. Essas duas turmas foram selecionadas em especial, pela 
faixa etária dos estudantes, sendo um percentual com mais de 30 anos e que estavam 
muitos anos afastados da sala de aula e alguns que há poucos anos iniciaram sua 
vida escolar e, pelo fato de apresentarem muitas dificuldades na aquisição de 
conceitos na área das Ciências da Natureza (química, física, biologia). 
As entrevistas serão previamente agendadas para maior conforto dos 
atores que responderão ao questionário autoaplicável de questões fechadas para a 
coleta de dados, sem nenhuma interferência da pesquisadora. 
 
Instrumentos e técnicas de coletas de dados 
Os dados coletados serão discutidos e analisados visando credibilidade as 
informações, sem abrir mão da qualidade destas. As turmas 02 e 03 do 2º segmento 
21 
 
da EJA foram selecionadas como objeto de estudo. Para construção, organização na 
coleta dos dados dessa amostragem serão utilizados os seguintes roteiros: 
• Roteiros de análise de documentos; 
• Roteiro de entrevista; 
• Entrevistas semiestruturadas; 
• Pesquisa bibliográfica; 
• Questionários; 
• Gráficos e; 
• Tabelas. 
 
Procedimentos e aplicação de instrumento 
A pesquisa será realizada com abordagem qualitativa, a partir do 
levantamento das dificuldades e desafios do docente na aplicabilidade das atividades 
práticas de Ciências Naturais. 
 Percebendo essas deficiências para aprendizagem significativa, foi 
proposta uma metodologia que envolvesse os alunos de forma a tornar as aulas mais 
atrativas, interessantes e motivadoras, que ele possa ter contato direto com 
instrumentos de experimentação, por exemplo. Para tal foi pensado estratégias 
envolvendo espaços escolares para realização de aulas práticas. 
 A pesquisa será desenvolvida no ano de 2020, na Escola Municipal 
Anthístenes de Oliveira Pinto, localizada na zona norte de Manaus, com os estudantes 
da EJA, 2º segmento, turno noturno. A instituição de ensino faz parte das escolas da 
DDZ Centro-Sul, na responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação- SEMED. 
Os dados coletados serão feitos por meio de entrevistas semiestruturadas com 
aplicabilidade de questionários autoaplicáveis como já frisados. As entrevistas serão 
previamente agendadas com os sujeitos do estudo. 
 
MARCO ANALÍTICO 
Apresentação de Resultados 
Esta pesquisa é de caráter qualitativo, com ela, pretende-se identificar, 
analisar e descrever as ações pedagógicas a serem realizadas para aplicabilidade das 
aulas práticas de Ciências Naturais, na Escola Municipal Anthístenes de Oliveira 
22 
 
Pinto, considerando os espaços internos da escola e as contribuições destes para o 
processo de educação científica dos alunos da EJA, 2º segmento. 
De acordo com os autores Bogdan e Biklen (1994), pesquisas que 
englobam essa natureza centram-se em quatro importantes características: 1) a fonte 
direta dos dados e o ambiente natural construído; 2) a investigação qualitativa é 
descritiva; 3) os investigadores se interessam mais pelo processo do que 
simplesmente pelos resultados ou produtos; 4) os pesquisadores qualitativos tendem 
a analisar os seus dados de forma indutiva, não se preocupando com a generalização. 
Nesse sentido, esta pesquisa é um estudo de caso com abordagem 
qualitativa. Neste estudo a prioridade é analisar as dificuldades e desafios da 
aprendizagem de Ciências Naturais, destacando a realização de atividades práticas 
nos diversos espaços da escola, que vão desde a biblioteca ao refeitório como locais 
a serem utilizados para essas aulas, baseando-se nos seguintes instrumentos como 
suportes para coleta de dados: questionários e entrevistas onde foram registradas as 
percepções dos alunos. 
Em síntese, a investigação consiste em investigar as dificuldades e 
desafios na realização de atividades práticas de Ciências Naturais, propondo 
estratégias e ações para transformação de ambientes internos da escola, 
apresentados em formato de análise documental e a construção de relatório com 
embasamento nos dados coletados. 
 
Análise de resultados 
Os dados depois de compilados, analisados, averiguados enfaticamente 
serão interpretados para se chegar aos resultados esperados, pois segundoQueiroz 
et al. (2011) é importante se fazer um planejamento criterioso para atender tanto o 
que é necessário para o professor como para o aluno, isto é, aplicabilidade de 
atividades práticas é essencial um levantamento prévio do local, um planejamento 
cuidadoso envolvendo o conteúdo teórico e a prática que se refletirá na ação 
pedagógica desenvolvida. 
Em relação aos dados coletados serão considerados a partir dos 
questionários e roteiro das aulas práticas elaboradas pelo docente para serem 
desenvolvidas nos espaços escolares. 
23 
 
Os questionários fechados serão elaborados pela pesquisadora e 
apresentado aos sujeitos da pesquisa que irão responder as questões propostas, 
enfatizando as problemáticas econômicas, pedagógicas, dificuldades e desafios na 
aprendizagem de Ciências Naturais. O enriquecimento intelectual e ampliação ou 
despertar para o saber científico é outro ponto preponderante que o pesquisador 
almeja nesse estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CONCLUSÃO 
O ensino de Ciências, assim como as matrizes curriculares de outras 
disciplinas devem ser voltadas à cidadania, mas ao que tudo indica esse ensino 
direcionado aos conceitos científicos acaba dificultando o processo educacional 
aprendidos em sala de aula e as questões científicas verdadeiramente relevantes para 
o cotidiano das pessoas. 
A falta de recursos acaba sendo um grande desmotivador para o ambiente 
escolar, pois a estrutura física deficiente, a falta de materiais didáticos, de materiais 
pedagógicos, de espaços físicos adequados e equipados, como um laboratório de 
ciências, entre outros. Para os alunos do turno noturno a escola deveria ser um 
ambiente mais agradável, as aulas deveriam ser mais atrativas, considerando a 
realidade dos mesmos que são trabalhadores, donas de casa. 
Para Santos (2006), a escola atualmente se encontra fortemente 
comprometida com um ensino de qualidade, com a ideia de construção da cidadania, 
só que ainda sob a perspectiva teórica, ou seja, na prática, são inúmeras as 
dificuldades que a escola enfrenta para a concretização desses ideais tão valorosos 
para exercício pleno da cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
RECOMENDAÇÕES 
Recomenda-se essa pesquisa para os docentes de Ciências da Natureza, 
demais docentes de outras áreas curriculares, gestores, pedagogos, supervisores 
escolares, técnicos e futuros docentes do estado do Amazonas e do país, assim como 
demais pesquisadores que arduamente buscam melhorias para a educação básica 
nacional. 
 
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 
ATIVIDADES 
ANO /2020 
MAR ABR MAI JUN 
JUL 
 
AGO 
 
SET 
 
OUT 
 
NOV 
 
DEZ 
Preparação e 
apresentação 
do Projeto de 
Tese 
X X 
 
Avaliação de 
Projetos 
 
 X 
 
Elaboração de 
instrumentos 
de coleta e 
informação de 
dados 
 
 X 
X 
Pesquisas de 
Aplicação 
(entrevistas e 
questionários) 
 
 X 
Processamento 
de dados 
 
 
 X 
Análise 
 
 X 
Discussão e 
Resultados 
 
 
 X 
Elaboração do 
Relatório Final 
e 
apresentação 
 
 
 X 
Defesa da 
Tese 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
ORÇAMENTO TENTATIVO DA INVESTIGAÇÃO 
ORÇAMENTO 
Proposta de projeto R$ 700.00 
Despesas diversas R$ 600.00 
Materiais para investigação R$ 1.500,00 
Trabalho de campo R$ 900.00 
Impressões de projeto e dissertação. R$ 1.300.00 
Total R$ 5.000.00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
 
 
ARROYO, M. A Educação de Jovens e Adultos em tempos de exclusão. 
Construção Coletiva: Contribuições à Educação de Jovens e Adultos. Edições, 
MEC/UNESCO, Brasília-DF, junho, 2006, p. 221. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de 
Antônio Pinto, Márcia Windt e Lívia Céspedes. 39º ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2006, 
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ANEXO

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