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Temos a seguir as cadeias de sobrevivência pediátrica – intra-hospitalar e extra-hospitalar – respectivamente. A parada cardíaca primária na criança não é frequente. Na maioria das vezes, ela irá sofrer uma parada cardiorrespiratória (PCR) por insuficiência respiratória ou circulatória. Principais causas de morte na criança • Alterações circulatórias • Alterações respiratórias • Trauma Como avaliamos se a criança apresenta sinais de gravidade? ➔ Por meio do Triângulo de Avaliação Pediátrica (TAP), que consiste em avaliar aparência, respiração e cor. ➔ Sinais de risco: cianose, taquipneia/bradipneia, dispneia, tiragem subcostal, oximetria baixa, batimento de asa nasal (principalmente em lactentes), estridor (inspiratório – obstrução alta), sibilos (expiratório – obstrução baixa). ➔ Não esperamos a criança ter hipotensão para dizer que ela tem choque, por isso é importante analisar os parâmetros clínicos de forma correta e detalhada. Choque → Tempo de enchimento capilar (<2s), pulso periférico, pressão sistólica, frequência cardíaca, alteração neurológica, alteração renal, palidez, sudorese. Ordem de Avaliação 1. TAP 2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA → ABCDE + SSVV + Oximetria de pulso a. Realizamos o ABCDE na criança que não está em parada cardiorrespiratória; b. Na letra D, em que se avalia o estado neurológico do paciente, podemos utilizar a Escala de Coma de Glasgow ou o método mnemônico AVDI, que consiste em avaliar se a criança está acordada, se responde a estímulo verbal e doloroso e se ela está inconsciente, nessa ordem. c. Na criança, é muito importante avaliar a glicemia do paciente e SEMPRE identificar, avaliar e intervir, lembrando de reavaliar após cada intervenção. 3. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA → SAMPLE (sintomas, alergias, medicamentos, passado médico, líquidos e alimentação, eventos) 4. EXAMES (de acordo com a necessidade do paciente) Sinais de pneumotórax • Percussão → hipertimpanismo; • Ausculta → murmúrio vesicular (MV) abolido Como identificar uma criança em parada? R- Checando responsividade, respiração e pulso em cerca de 10 segundos. • Checar a responsividade: o Em lactentes, bater na região plantar de um dos pés do bebê por três vezes. o Em crianças, chamar e tocar nos ombros por três vezes. • Checar o pulso: o Nos RNs e lactentes, verificamos o pulso braquial. o Nas demais crianças, o pulso carotídeo ou o femoral. • CONDUTA: ➔ Ausência de responsividade, respiração e pulso → CAB ➔ Responsividade presente → TAP – ABCDE Intervenção inicial da equipe numa criança potencialmente fatal (SALA VERMELHA) • M – monitorização → Cardíaca (ECG), oximetria, FC, FR, PA, temperatura, diurese • O – oxigenioterapia → A oxigenioterapia irá depender da oximetria da criança • V – acesso vascular → 2 acessos de grosso calibre (difícil) Uma indicação absoluta de acesso intraósseo é a parada cardiorrespiratória (PCR), trata-se de um acesso venoso rápido e seguro, cuja punção é realizada 2 cm abaixo da tuberosidade tibial. Seguindo a sequência do ABCDE, inicialmente garantimos que as vias aéreas estejam pérvias, manobras capazes de fazer isso são o chin lift e o jaw thrust (para casos de trauma). Já no que diz respeito à ventilação, a conduta irá depender da presença ou não de drive respiratório pelo paciente. O2 inalatório (criança tem drive inalatório) • Cateter nasal • Máscara não reinalante (padrão-ouro) • Máscara reinalante • Oxihood • Venturi Caio, 4 anos, não responsivo, apneico e sem pulso O que a equipe deve fazer? Iniciar RCP (CAB) • 30:2 - SOCORRISTA SOZINHO • 15:2 - EQUIPE • 3:1 - NEONATO A compressão tem que ser forte, rápida e eficaz em torno de 100-120 vezes/minuto. IMPORTANTE alternar os socorristas e trocar quem está na compressão com quem está na monitorização. A diferença entre criança menor e criança maior é feita pela presença ou não de sinais de puberdade. VPP • Baby puff (padrão ouro – RN) • Balão autoinflável (Ambu) • Baraka • CPAP • Máscara laríngea Qual a profundidade da compressão? • LACTENTE → 4 cm • CRIANÇA → 5 cm • ADULTO → 5 a 6 cm Essa diferença ocorre porque o pescoço dos RNs e lactentes é muito curto. Lactente com enterite aguda, FC 185 bpm, TEC 5’’, PS 75 mmHg, pulsos finos Qual o tratamento? R- Infundir cristaloide (Soro Fisiológico a 0,9% ou Ringer Lactato → 20 ml/kg em menos de 20 min) e ofertar oxigênio. Em casos de RN, administramos 10ml/kg. Lactente evoluiu com apneia Qual a conduta imediata? VPP com máscara LACTENTE 20 a 30 v/min Intervalo de 2 a 3s CRIANÇA 20 a 30v/min Intervalo de 2 a 3s ADULTO 10v/min Intervalo de 6s VPP com tubo → BEBÊS E CRIANÇAS 20 a 30 ventilações por minuto (intervalo de 2 a 3s) ADULTO 10v/min Intervalo de 6s Se não temos via área pérvia? Podemos utilizar a cânula orofaríngea (de Guedel) para realizar abertura da via aérea, isto é, se o paciente estiver inconsciente ou sedado, porque a introdução dessa cânula causa reflexo de vômito. Caso contrário, utilizaremos a cânula nasofaríngea, exceto em casos de trauma. Bia, 9 meses, será entubada. Qual o tubo devemos utilizar e qual sua profundidade de inserção? R- O tubo de Bia pode ser 3,5 ou 4,0. A profundidade de inserção deve ser de 12cm. O menor tubo é o 2,0, mas ele é pouco usado, então nosso raciocínio sempre vai ser iniciar pelo 2,5. RNPT 2,5-3,0 RNT 3,0-3,5 ≤1Ano 3,5-4,0 Profundidade de inserção = Tubo x 3 A confirmação da intubação orotraqueal pode ser feita por meio de ausculta, expansibilidade do tórax, melhora da cor, FC, capnografia (padrão ouro). Lactente evoluiu com vômitos, TEC 5’’, pulsos filiformes, taquicardia, HGT 32 O que fazer? Expandir com SF 0,9% ou RL (20ml/kg em menos de 20 min). Além disso, administramos bolus de glicose, porém a sua apresentação é de 50%, de modo que temos que diluir em água destilada para chegar à concentração adequada (10% no lactente – 5 a 10ml/kg; 25% na criança menor – 2 a 4ml/kg). Léa, 14 dias, PS 55/40 mmHg Como classificar? HIPOTENSÃO RN < 60mmHg LACTENTE < 70mmHg A partir de 2 anos < (70 + 2 x idade) Em caso de PCR, após 4 a 6 minutos pode ocorrer lesão cerebral. > 1Ano (com cuff) = 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠) 4 + 3,5 Após intubação, um lactente evoluiu com bradicardia súbita, MV abolido à direita Qual o provável diagnóstico e a possível conduta? R- Nesse caso, trata-se de um provável pneumotórax hipertensivo e, portanto, a conduta é realizar uma toracocentese de alívio (feita no 2° espaço intercostal na linha hemiclavicular). Quando uma criança que está intubada tem uma complicação súbita, devemos pensar no método mnemônico DOPE, em que iremos buscar por deslocamento ou obstrução do tubo, pneumotórax hipertensivo ou problema no equipamento. O QUE MUDOU NA ATUALIZAÇÃO DE 2020? ➔ Ventilação de resgate Para bebês e crianças com pulso, mas esforço respiratório ausente ou inadequado, é aconselhável fornecer uma respiração a cada 2 ou 3 segundos (20 a 30 respirações por minuto). ➔ Taxa de ventilação durante a RCP com via aérea avançada Ao executar RCP em bebês e crianças com via aérea avançada, pode ser aconselhável objetivar um intervalo de frequência respiratória de 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos (20 a 30/min), de acordo com a idade e a condição clínica. ➔ Tubo endotraqueal com cuff É aconselhável escolher TET com cuff, em vez de TET sem cuff para intubar bebês e crianças (atentar para o cálculo que é diferente). ➔ Pressão cricoide durante a intubação O uso rotineiro de pressão cricoide não é recomendado durante a intubação endotraqueal. ➔ Ênfase na administração precoce da epinefrina Para pacientes pediátricos em qualquer situação, é aconselhável administrar a dose inicial de epinefrina em até cinco minutos depois do início das compressões torácicas. ➔ Monitoramentoinvasivo da pressão arterial Para pacientes com monitoramento invasivo contínuo da pressão arterial no momento da PCR, é aconselhável que os socorristas usem pressão arterial diastólica para avaliar a qualidade da RCP. ➔ Bolus de fluido Em pacientes com choque séptico, é aconselhável administrar fluidos em alíquotas de 10 mL/kg ou 20 mL/kg com reavaliação frequente. ➔ Escolha de vasopressor Em bebês e crianças com choque séptico refratário a fluidos, é aconselhável usar epinefrina ou norepinefrina como infusão vasoativa inicial. Se não disponíveis, a dopamina deverá ser considerada. ➔ Choque hemorrágico Entre os bebês e as crianças com choque hemorrágico depois de trauma, é aconselhável administrar derivados do sangue, quando disponíveis, em vez de cristaloides, para ressuscitação de volume contínuo. REVISANDO – Sistema de condução do coração 1. Nó Sinoatrial (SA): origem do estímulo elétrico, que segue despolarizando os átrios (onda P), de célula a célula. 2. Nó Atrioventricular (AV): a onda de despolarização sofre um retardo no nó AV, para que dê tempo dos átrios se contraírem por completo e, só depois, os ventrículos comecem a se contrair. 3. Diferentemente dos átrios, os ventrículos têm um sistema de condução especializado, que permite a sua despolarização (complexo QRS) mais rápida. Esse sistema consiste respectivamente em: i. Feixes de His ii. Ramos direito e esquerdo iii. Fibras de Purkinje *Onda T → representação da repolarização ventricular; Os distúrbios de ritmo mais frequentes na pediatria são: bradicardia e assistolia. Para que possamos compreender esses distúrbios mais facilmente, iremos dividir, de forma didática, em passos. 1° Passo: Avaliar o pulso (FC normal = 50-100bpm) • Acelerado • Dimínuido • Ausente 2° Passo: Avaliar o QRS • Alargado (>0,9 ms) • Estreito (<0,9 ms) 3° Passo: Avaliar o estado hemodinâmico do paciente • Estável • Instável Parâmetros → perfusão, tempo de enchimento capilar (TEC), pressão arterial, frequência cardíaca, aspecto do pulso. TAQUICARDIA (FC > 100bpm) Taquicardia sinusal • Tem causa aparente (febre, dor, vômitos, diarreia, estresse); • Onda P presente; • Intervalo RR variável (irregular); Tratamento: TRATAR A CAUSA BASE. LEMBRAR QUE, no ECG, a FC é calculada: • 300/n° de quadrados grandes • 1500/n° de quadrados pequenos FREQUÊNCIA CARDÍACA • Lactente < 220bpm • Criança < 180bpm Taquiarritmias (com pulso) • Não tem causa base; • Onda P ausente ou anormal; • Intervalo RR regular; • FC anormalmente elevada; Taquicardia Supraventricular Tratamento • Manobra vagal (massagem do seio carotídeo, gelo na testa); • Adenosina, Amiodarona (cardioversão química); As drogas são feitas quando o paciente se encontra estável hemodinamicante. A adenosina é preferível por ter menos efeitos colaterais que a amiodarona, mas, por possuir uma meia vida muito curta, só pode ser administrada em associação com o SF (Triway). • Cardioversão (elétrica); O aparelho que realiza cardioversão é o mesmo que realiza o choque (desfibrilador), sendo que no modo específico (sincronizar) e na carga específica (0,5J/kg). Ao utilizar a cardioversão, deve-se antes fazer rapidamente sedação e analgesia da criança. É o procedimento de escolha quando o paciente se encontra hemodinamicamente instável. TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR → QRS estreito (< 0,9ms) VENTRICULAR → QRS alargado (> 0,9ms) Sempre TEM PULSO PULSO AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA Ausente Presente Estável Instável Nos lactentes, não podemos massagear a carótida pelo risco de colapso súbito. FREQUÊNCIA CARDÍACA • Lactente > 220bpm • Criança > 180bpm Taquicardia Ventricular É um evento extremamente raro nas crianças e geralmente acontece por causa de cardiopatia prévia ou por drogas. Tratamento • Amiodarona ou Lidocaína → são utilizadas quando o paciente está estável hemodinamicamente. • Cardioversão elétrica sincronizada → é feita da mesma maneira que na Taquicardia Supraventricular. A taquicardia ventricular sem pulso é tratada da mesma forma que a fibrilação ventricular. BRADICARDIA (FC < 50bpm) A principal causa de bradicardia na infância é a hipóxia, mas existem outras etiologias (uso de drogas, acidose, doenças cardíacas). A sequência a ser seguida é o A B C. Tratamento • Deve ser tratada imediatamente, com O2 sob VPP. • Em caso de persistência, iniciamos RCP e continuamos a ventilação. • Se ainda assim, não reverter o quadro, administramos epinefrina e podemos repeti-la, se necessário, a cada 3 a 5 min. A epinefrina deve ser diluída em SF 0,9 (1:10.000 – 0,1ml/kg), de modo que a dose correta será de 0,01mg/kg (via endovenosa ou intraóssea), se a via for endotraqueal, a dose é de 0,1mg/kg. A Epinefrina é uma das drogas que podem ser administradas via endotraqueal, além dela, podemos administrar também: Atropina, Naloxone e Lidocaína, formando – assim – o método mnemônico. A atropina é indicada em três situações específicas, são elas: intoxicações por organofosforados, bloqueio cardíaco e reflexo vagal. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E TAQUICARDIA VENTRICULAR (sem pulso) Possuem o mesmo tratamento (são os ritmos chocáveis). • Fibrilação ventricular • Taquicardia ventricular (sem pulso) Tratamento • Checa o pulso e esse encontra-se mesmo ausente → inicia RCP e desfibrilação com 2J/kg; • Caso o paciente não retorne, fazemos uma nova RCP e podemos aumentar a carga do choque para 4J/kg e ainda administrar epinefrina; • Se o paciente permanecer parado, fazemos RCP + Choque + amiodarona ou lidocaína. Resumindo, a partir do 2° choque, podemos aumentar a carga e administrar epinefrina e, a partir do 3° choque, podemos administrar amiodarona ou lidocaína. ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) Tratamento Igual ao tratamento da assistolia (ritmos não chocáveis) • RCP + VPP + Epinefrina a cada 3-5 min. No caso da assistolia, ainda podemos verificar os cabos, as derivações (DII e aVF) e o ganho (zoom), para ter certeza que não se trata de uma assistolia. Algumas das causas reversíveis de PCR, que devemos verificar, caso o tratamento não tenha sucesso, são: • 6Hs → acidose, hipovolemia, hipóxia, hipotermia, hipoglicemia, hipo/hipercalemia; • 6Ts → tamponamento, TEP, trombo coronariano, trauma, pneumotórax, intoxicações. 1. Qual o ritmo de parada cardíaca mais comum na criança, sua causa e qual a droga de escolha para o tratamento? a. Fibrilação ventricular; choque séptico; atropina. b. Fibrilação ventricular; hipóxia; adrenalina. c. Bradicardia/assistolia; hipóxia; atropina. d. Bradicardia/assistolia; hipóxia; adrenalina. e. Bradicardia/assistolia; choque hipovolêmico; adrenalina. 2. Criança com 11 meses de idade adentra a emergência em parada cardiorrespiratória, sem pulso. Iniciadas imediatamente manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e, após verificação de ritmo cardíaco chocável (fibrilação), foi administrado 1 choque de 2 J/kg, sendo reiniciado RCP. Persistindo a fibrilação, o pediatra deve: a. Administrar amiodarona b. Considerar o uso de lidocaína c. Dar outro choque de 4J/kg d. Iniciar infusão de sulfato de magnésio 3. Um lactente de 2 meses é levado ao pronto-socorro com quadro de letargia e sudorese. Ao exame físico observa-se FC: 220 bpm, com pulsos presentes e perfusão adequada. Após receber oxigenoterapia é colocada no monitor cardíaco que revela ondas P alteradas e complexo QRS estreito (< 0,08 seg). A melhor conduta neste momento é administrar: a. Atropina IV b. Adenosina IV em bolo rápido c. Bicarbonato de sódio IV d. Gluconato de cálcio IV e. Epinefrina IV ou IO 4. Você trabalha em uma Unidade Básica de Saúde junto com outro médico. Uma criança com dois anos de idade dáentrada no serviço arresponsiva, sem movimentos respiratórios, sem pulsos palpáveis. Após ativar o serviço de emergência, para a reanimação cardiopulmonar (RCP), a sequência do início do suporte básico de vida e a sequência da relação compressão-ventilação no atendimento devem ser: a. Retificação de vias aéreas – ventilação – circulação [ABC; 15:2 (massagem: ventilação)]. b. Circulação – retificação de vias aéreas – ventilação [CAB; 30:2 (massagem: ventilação)]. c. Circulação – retificação de vias aéreas – ventilação [CAB; 15:2 (massagem: ventilação)]. d. Retificação de vias aéreas – ventilação – circulação [ABC; 30:2 (massagem: ventilação)]. 5. Criança de 2 anos chega ao Pronto-Socorro após queda de árvore, trazida pelo Serviço Médico de Urgência, intubada, sem movimentos respiratórios, sem pulsos, sem batimentos cardíacos. Feita a monitorização cardíaca mostrada na figura a seguir. O diagnóstico e a conduta são, respectivamente, a. Taquicardia ventricular, cardioversão elétrica sincronizada b. Taquicardia ventricular sem pulso; desfibrilação c. Atividade elétrica sem pulso, reanimação cardiopulmonar d. Fibrilação ventricular, cardioversão elétrica sincronizada e. Fibrilação ventricular, desfibrilação 6. Criança de 10 anos de idade, cardiopata está internada na UTI pediátrica, intubada, em ventilação mecânica e monitorada. Ao ser chamado de urgência para avaliá-la, o médico percebe ausência de respiração espontânea e de pulsos centrais. O monitor cardíaco mostra padrão bizarro, compatível com fibrilação ventricular. A criança tem acesso venoso, e o desfibrilador cardioversor está prontamente disponível. Qual deve ser a conduta inicial? a. Fazer epinefrina diluída (1:10.000) na dose de 0,1ml/kg b. Fazer epinefrina pura (1: 1.000) na dose de 0,25ml/kg c. Fazer cardioversão sincronizada com 7J/kg d. Fazer desfibrilação com 2J/kg e. Fazer desfibrilação com 10J/kg 7. Sobre o suporte a vida em pediatria analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I - Há necessidade imediata de monitorização eletrocardiográfica em qualquer situação de parada cardíaca. II- Em torno de 20% das paradas cardíacas exigirão desfibrilação inicialmente com 2 joules/kg. III- A utilização de pás de adultos para eletroterapia está indicada acima de 10 kg de peso. a. Todas as assertivas estão corretas b. Apenas a assertiva I está incorreta c. As assertivas II e III estão incorretas d. Apenas a assertiva III está incorreta e. Todas as alternativas estão incorretas 8. Um paciente com oito meses de vida teve inúmeros episódios de diarreia há cinco dias, associada a vômitos e à febre. Foi levado ao pronto‐socorro por sua mãe após dois dias do início do quadro e ela recebeu apenas orientações e prescrição de sintomáticos para realizar terapia de reidratação oral em casa. O paciente teve piora da diarreia e diminuição da diurese, evoluindo com irritabilidade e febre. Foi levado novamente ao pronto‐socorro, agora em mau estado geral, afebril, letárgico, com frequência respiratória de 64 irpm, saturação de oxigênio de 88%, frequência cardíaca de 180 bpm, pulsos periféricos finos, enchimento capilar de 4 s e pressão arterial de 69 x 40 mmHg. Exames iniciais mostraram: Na 144 mEq/L; K 5,6 mEq/L; Cl 100 mEq/dL; pH 7,21; Bic 12 mmol/L; e Gli 65 mg/dL. Durante expansão inicial com SF 0,9% em via intraóssea, o paciente apresentou PCR em assistolia. Nesse caso hipotético, considerando a principal causa reversível dessa PCR, a melhor conduta será a. Administrar bicarbonato de sódio devido á hipercalemia b. Intensificar a hidratação, pois a principal causa reversível é a hipovolemia c. Realizar push de glicose para reverter a hipoglicemia d. Realizar intubação orotraqueal devido à hipoxemia e. Administrar bicarbonato de sódio para reverter a acidose metabólica 9. Você é chamado(a) para a sala de emergência pediátrica e, ao entrar, encontra seu colega plantonista realizando a ressuscitação cardiopulmonar de uma criança de 8 anos de idade. Vocês realizam os ciclos de compressão/ventilação na razão de 15:2. O enfermeiro coloca o monitor cardíaco, obtendo o seguinte ritmo: É realizada a desfibrilação com 2 J/kg e, em seguida, é administrada uma dose de epinefrina 0,01 mg/kg. É realizada uma segunda verificação do ritmo cardíaco, mantido mesmo achado, sendo feita uma nova desfibrilação com 4 J/kg. Considerando que o ritmo se mantenha na próxima checagem, a próxima droga indicada é: a. Gluconato de cálcio b. Atropina c. Sulfato de magnésio d. Amiodarona 10. O comportamento hemodinâmico do choque séptico em lactentes difere substancialmente daquele apresentado por adultos, sendo, mais frequentemente, caracterizado por a. Diminuição do débito cardíaco e diminuição da resistência vascular periférica b. Aumento do débito cardíaco e diminuição da resistência vascular periférica c. Diminuição do débito cardíaco e aumento da resistência vascular periférica d. Aumento do débito cardíaco e aumento da resistência vascular periférica 11. Em relação à parada cardiorrespiratória (PCR) em crianças, em ambiente hospitalar, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao contrário de adultos, a PCR não decorre, habitualmente, de causas cardíacas primárias; 2. Ritmo chocável ou desfibrilável, como taquicardia ventricular sem pulso ou fibrilação ventricular, ocorre em mais de 50% dos casos; 3. Acesso venoso periférico é tão adequado para administração de fármacos quanto o acesso venoso central; 4. A entubação traqueal é prioritária no processo de ressuscitação cardiopulmonar em crianças; 5. O processo de ressuscitação deve começar com compressões cardíacas, com no mínimo 100 compressões por minuto, e no ritmo 15 compressões para duas ventilações, em caso de estarem disponíveis dois socorristas. Assinale a alternativa correta. a. Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras b. Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras c. Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras d. Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras e. As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras 12. Criança de 2 anos apresenta tosse e dificuldade respiratória progressiva há 2 dias. Exame físico: mau estado geral, cianótica, apneica e com frequência cardíaca de 45 batimentos por minuto A primeira droga a ser administrada é: a. Bicarbonato de sódio 8,4%, 1mEq/kg b. Atropina 0,01mg/kg c. Adrenalina 0,1ml/kg da solução 1:1000 pura d. Adrenalina 0,1ml/kg da solução 1:10000 diluída em 9ml de água destilada e. Atropina 0,02mg/kg 13. As diferenças anatômicas entre as Vias Aéreas Superiores (VAS) das crianças e dos adultos devem ser conhecidas, principalmente pelo Médico Socorrista, pois algumas delas são de relevância durante a reanimação cardiopulmonar. Essas diferenças são, exceto: a. As VAS no lactente e pré-escolar são bem menores que as de adulto b. A epiglote é longa, ampla e angulada em relação ao eixo longo da traqueia c. A língua na criança, em relação à orofaringe, é maior se comparada ao adulto. d. A laringe em lactentes e pré-escolares tem posição mais cefálica que o adulto e. Crianças menores de 8 anos tem região mais estreita abaixo das cordas vocais e a laringe “afunilada” em relação aos adolescentes e adultos. 14. Dentre as recomendações atuais para tratamento da sepse grave/choque séptico em crianças, está recomendado a. Que sejam estabelecidas e atingidas nas primeiras seis horas os mesmos critérios de metas de ressuscitação esperados na população adulta b. Utilização dos níveis de lactato sérico para avaliação do choque séptico c. Correção da hipoglicemia e da hipocalcemia nos primeiros quinze minutos do atendimento da criança com choque d. Não utilizar a saturação mista central de oxigênio como parâmetro de recuperação 15. Fabiana,4 anos de idade, deu entrada no CHAM desfalecida, cianótica e fazendo gasping. Na urgência, a equipe médica iniciou RCP fazendo 30 compressões para 2 ventilações, e administraram adrenalina 0,1mg/kg IO e pediram um desfibrilador. Fizeram 0,5J/Kg de choque sincronizado sem êxito. Criança foi intubada, porém após 3 doses de epinefrina, pararam a RCP, e, foram comunicar a má notícia do óbito da criança. a. Comente sobre os pontos positivos e negativos do atendimento de Fabiana e o que precisa ser modificado. b. Qual o tubo recomendado nessa faixa etária e qual a profundidade de inserção adequada? c. Em caso de AESP, qual seria a intervenção ideal? GABARITO 1) D 6) D 11) D 2) C 7) A 12) D 3) B 8) B 13) B 4) C 9) D 14) C 5) E 10) C 15) ABERTA 15) a) Pontos positivos: iniciar a RCP, pedir o desfibrilador Pontos negativos: numa equipe, o adequado seria realizar 15:2 (compressão: ventilação); a dose da adrenalina é 0,1ml/kg da solução 1:10000 diluída água destilada caso o ritmo seja chocável, devemos desfibrilar inicialmente com 2J/kg b) De acordo com a idade, o número do tubo adequado é o 4,5, profundidade de inserção de 13,5cm. c) Em caso de AESP, a conduta adequada é administração precoce de epinefrina, além de continuar a RCP.
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