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Joana D’arc | MOD01P2 | ANAT | MEDICINA RESUMO DE ANATOMIA MÓDULO 01: FUNÇÕES BIOLÓGICAS PROF. ADELMAR O tórax é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome, a qual contém os principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório. É uma das regiões mais dinâmicas do corpo, que altera seu volume a cada movimento respiratório, aumentando na inspiração e diminuindo na expiração, graças à contração e relaxamento dos músculos torácicos, abdominais e diafragma. O tórax é dividido em mediastino (cavidade central), e cavidades pulmonares (direita e esquerda). Além disso, os alimentos atravessam a cavidade torácica pelo esôfago, localizado posteriormente ao coração. A caixa torácica ou cavidade torácica e sua parte esquelética é constituída pelas vértebras torácicas (posteriormente), esterno (anteriormente) e costelas e cartilagens costais (posterior, lateral e anteriormente). O formato de abóbada da caixa torácica proporciona grande rigidez, protegendo órgãos internos torácicos e abdominais contra forças externas, dando resistência às pressões internas negativas geradas pelos pulmões, proporcionando fixação para os membros superiores com sustentação de seus pesos e de muitos músculos de abdome, do pescoço, do dorso e da respiração. A parede torácica inclui a caixa torácica, tecidos de revestimento e os músculos. Enquanto isso, a nomenclatura “peito”, muitas vezes utilizada como sinônimo de tórax, se estende a muito mais do que a parede torácica e sua cavidade, sendo a parte superior do tronco. O plano transverso do tórax O mediastino compreende a cavidade central do tórax, que se interpõe entre as cavidades pulmonares direita e esquerda, e se estende do esterno e cartilagens costais à coluna vertebral, e da raiz do pescoço ao diafragma, horizontalmente. Cerca todas as vísceras torácicas, exceto as pleuras e pulmões, e por isso, abrange as alterações dinâmicas do coração e esôfago. O mediastino pode ser dividido em superior e inferior (com limite determinado por uma linha imaginária que passa pelo ângulo esternal e margem inferior da IV vértebra torácica). Por fim, o mediastino inferior pode ser dividido em anterior, médio e posterior. O pericárdio contém o coração e as partes justacardíacas de seus grandes vasos. Ele consiste em dois componentes: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. O pericárdio fibroso é um saco constituído por um resistente tecido conjuntivo, que circunda completamente o coração sem estar aderido a ele. A camada interna é serosa, composta principalmente por mesotélio e é subdividida em Lâmina Parietal e Lâmina Visceral (forma o epicárdio, a mais externa das três camadas da parede cardíaca). O pericárdio seroso consiste em duas lâminas, uma dentro da outra: a lâmina (ou folheto) visceral se adere ao coração e forma sua cobertura externa conhecida como epicárdio, enquanto que a lâmina Joana D’arc | MOD01P2 | ANAT | MEDICINA (ou folheto) parietal reveste a superfície interna do pericárdio fibroso. As duas superfícies serosas estão justapostas e separadas por uma camada de fluido. Este líquido permite o movimento da membrana interna e do coração aderido a ela, exceto nas áreas arteriais e venosas do pericárdio onde as duas lâminas serosas se mesclam. Estas últimas constituem duas linhas parietoviscerais de reflexão serosa. A separação das duas lâminas do pericárdio seroso cria um estreito espaço, a cavidade pericárdica, a qual proporciona uma separação completa entre o coração e seus arredores, assim permitindo a ele alguma liberdade para se movimentar e mudar de formato. O Seio Transverso do pericárdio é uma passagem transversal dentro da cavidade pericárdica entre esses dois grupos de vasos e as reflexões do pericárdio. A reflexão do pericárdio seroso ao redor do segundo grupo de vasos forma o seio oblíquo do pericárdio, um recesso semelhante a uma bolsa larga na cavidade pericárdica posterior à base do coração, formada pelo átrio esquerdo. O coração e o saco pericárdico estão situados obliquamente, cerca de dois terços à esquerda e um terço à direita do plano mediano. O coração é um par de bombas musculares dotadas de valvas combinadas em um único órgão. Embora o arcabouço fibromuscular e os tecidos de condução destas bombas sejam estruturalmente entrelaçados, cada bomba (os chamados corações “direito” e “esquerdo”) é fisiologicamente separada e está interposta em série em diferentes pontos na circulação dupla. Apesar desta disposição funcional em série, as duas bombas são usualmente descritas topograficamente em paralelo. Das quatro câmaras cardíacas, os dois átrios recebem o sangue venoso como reservatórios fracamente contráteis para o enchimento final dos dois ventrículos, os quais em seguida fornecem a poderosa contração expulsiva que força o sangue para o interior dos principais troncos arteriais. O coração direito inicia-se no átrio direito e recebe as veias cavas superior e inferior, juntamente com o principal influxo venoso derivado do coração propriamente dito através do seio coronário. Este sangue venoso sistêmico atravessa o óstio atrioventricular direito, guardado pela valva atrioventricular direita, para adentrar no componente de entrada do ventrículo direito. A contração do ventrículo, particularmente de seu componente trabecular apical, fecha a valva atrioventricular direita e, com pressão progressiva, ejeta o sangue através do trato de saída da musculatura ventricular direita para o tronco pulmonar. O sangue em seguida flui através do leito vascular pulmonar, o qual apresenta uma resistência relativamente baixa. Muitos aspectos estruturais do “coração direito”, incluindo sua geometria global, arquitetura miocárdica e a construção e as forças relativas das valvas atrioventricular direita e do tronco pulmonar, estão de acordo com esta baixa resistência, estando associadas com alterações comparativamente baixas na pressão. O coração esquerdo se inicia no AE, o qual recebe todo o influxo pulmonar de sangue oxigenado e algum influxo venoso coronário. Se contrai para preencher o VE através do óstio AVE, guardado pela sua valva AVE. A valva é a entrada para o acesso ao VE. A contração ventricular aumenta rapidamente a pressão no componente trabecular apical, fechando a valva AVE e abrindo a valva da aorta, permitindo ao ventrículo ejetar através do trato de saída VE para o interior dos seios da aorta e da parte ascendente da aorta, e daí para toda Joana D’arc | MOD01P2 | ANAT | MEDICINA a árvore arterial sistêmica, incluindo as AC. A fase de ejeção do VE é mais curta que a do VD, mas suas flutuações na pressão são muito maiores. Devido às suas demandas funcionais contrastantes, o coração está longe de ser um simples par de bombas paralelas (estruturalmente combinadas), muito embora os ventrículos direito e esquerdo possam liberar mais ou menos o mesmo volume a cada contração. O coração é um órgão oco de formato um pouco cônico ou piramidal, com uma base, um ápice e uma série de faces e “margens”. Envolvido pelo pericárdio, ele ocupa o mediastino médio entre os pulmões e suas coberturas pleurais. Encontra-se colocado obliquamente por trás do corpo do esterno e das cartilagens costais e costelas adjacentes. Aproximadamente um terço da massa se encontra à direita da linha mediana. O coração está posicionado obliquamente no tórax. A divisão do coração em quatro câmaras produz limites que são visíveis externamente como sulcos. Internamente, os ventrículos estão separados pelo septo interventricular. As margens murais do septo interventricular correspondem aos sulcos interventriculares anterior e posterior (diafragmático). As quatro faces do coração são: Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo VD. Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo VE e em parte pelo VD; está relacionada principalmente ao centro tendíneo do diafragma. Face pulmonardireita, formada principalmente pelo AD. Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo VE; forma a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. O coração parece trapezoide nas vistas anterior e posterior. As quatro margens do coração são: Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo AD e estendendo-se entre a VCS e a VCI Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo VD e pequena parte pelo VE. Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada principalmente pelo VE e pequena parte pela aurícula esquerda. Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direita e esquerda em vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no seu lado direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.
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