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Nutrição Materno Infantil GRUPO MATERNO INFANTIL ❑ Mulheres em idade reprodutiva: 10 – 49ª ❑ Gestantes ❑ Nutrizes ou Lactantes ❑ Lactentes: crianças de 0 – 11m e 29 dias ❑ Pré-escolares: até 6 anos ❑ Escolares: 7a – 9a 11m 29d ❑ Adolescentes CONCEITOS IMPORTANTES PERÍODO DESCRIÇÃO Pré-natal Da concepção até o momento do parto Fetal precoce Da concepção até às 22 semanas completas de gestação Fetal tardio Das 22 semanas completas de gestação até o nascimento Pós-natal Período após o nascimento PERÍODO DESCRIÇÃO Neonatal Do nascimento até o 27º dia completo de vida Neonatal precoce Do nascimento até 6 dias completos de vida Neonatal tardio Entre o 7º e o 27º dias completos de vida Perinatal Entre 22 semanas completas de gestação até 6 dias completos de vida PERÍODO DESCRIÇÃO Recém-nascido prematuro Idade Gestacional < 37 SG Recém-nascido a termo IG entre 37ª e 41 semanas e 6 dias Recém-nascido pós-termo IG ≥ 42 semanas completas ou mais Recém-nascido prematuro extremo RN com IG de 22 a 31 SG Recém-nascido prematuro tardio RN com IG entre 32 e 36 SG * IG: Idade Gestacional * RN: Recém-nascido * SG: Semana Gestacional NOMENCLATURA DESCRIÇÃO Peso ao nascer 1º peso obtido após o nascimento. Recém-nascido de baixo peso (RNBP) PESO < 2500G Macrossomia Fetal PESO ≥ 4000g / 4500g RCIU Peso do feto < Percentil 10 para IG Idade Gestacional Duração da gestação a partir do 1º dia do último período menstrual * RCIU: Retardo de Crescimento Intra Uterino. NOMENCLATURA DESCRIÇÃO Aborto Expulsão ou extração de um produto da concepção com menos de 22 semanas de gestação, que tenha ou não evidências de vida e sendo ou não espontâneo ou induzido. Precoce: até 13 SG / Tardio: entre 13 e 22 SG Natimorto ou Óbito Fetal É a morte do produto da gestação antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito: o feto não respirar nem dar nenhum outro sinal de vida como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. Morte Materna Obstétrica Direta Morte Materna Obstétrica Indireta Ocorre por complicações obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério, devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas. Resultante de doenças preexistentes à gestação ou que se desenvolveram durante o período gestacional, não por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. * Puerpério: 42 dias após o parto. Obstétrica não especificada Morte Materna não obstétrica Morte Materna Tardia Óbitos codificados como O.95. Resultante de causas incidentais ou acidentais não relacionadas a gravides e seu manejo. Ex.: atropelamento É o óbito de uma mulher devido às causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre em período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez (CID O96), e o código O97 (um ano ou mais após o término da gestação) * CID: Classificação Internacional de Doenças. MORTALIDADE MATERNA Cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto no mundo. 99% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento e é maior entre mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres. Jovens adolescentes possuem um maior risco de complicações e morte como resultado da gravidez. Entre 1990 e 2015, a mortalidade materna no mundo caiu cerca de 44%. Entre 2016 e 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta é reduzir a taxa global de mortalidade materna para < 70 /100.000 NV. CAUSAS – MORTALIDADE MATERNA Complicações que ocorrem durante ou depois da gestação e do parto. A maioria dessas complicações se desenvolve durante a gravidez e a maior parte delas pode ser evitada e tratada. Outros problemas de saúde são agravados durante a mesma, especialmente se não forem tratados como parte do cuidado da mulher. 75% de todas as mortes maternas: ▪ Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia); ▪ Hemorragias graves (principalmente após o parto); ▪ Infecções (normalmente depois do parto); ▪ Complicações no parto; ▪ Abortos inseguros; Número e proporção de mortes maternas segundo causa. Ceará, 2011-2016*. OMS: Brasil ▪ 120,0 / 100.000 NV (1990) ▪ 73,3 / 100.000 NV (2000) ▪ 74,7 / 100.00 NV (2005) ▪ 68,7 / 100.000 NV (2008) ▪ 64,8 / 100.000 NV (2011) ▪ 69,0 / 100.000 NV (2013) ▪ 64,4 / 100.000 NV (2016) PLANO DE AÇÃO Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher: ▪ Promover melhores condições de vida para as mulheres brasileiras ▪ Reduzir morbimortalidade feminina no Brasil ▪ Ampliar, qualificar e humanizar essa atenção no SUS CUIDADO DA MULHER SAÚDE REPRODUTIVA • Alimentação adequada • Gestação na idade adequada • Redução do trabalho • Orientação para intervalo entre gestações • Apoio familiar • Proteção a gestante adolescente • Pré-natal adequado • Parto seguro • Repouso pós-parto INTERVALO IDEAL ENTRE GESTAÇÕES: 24 meses entre um parto e outro. PRECONCEPÇÃO NUTRIGENÔMICA estuda como alimentos, nutrientes e outros compostos ingeridos pela dieta influenciam o genoma. NUTRIGENÉTICA estuda como a constituição genética de uma pessoa afeta sua resposta à dieta EPIGENÉTICA O estudo das mudanças na atividade do gene que não envolvem alterações na sequência genética • Fatores ambientais – dieta, obesidade, estresse, poluição, agrotóxicos, sedentarismo, álcool, tabagismo, medicamentos; Podem gerar fenômeno epigenéticos que atuam diretamente sobre os genes e, mesmo sem alterar sua sequência, fazem com que os genes que herdamos dos nossos pais se expressem de maneira diferente. Ocorre nas fases: fase intrauterina, infância, puberdade e terceira idade. Fase Intrauterina A fase intrauterina é o ponto de partida para o estudo da saúde e da nutrição dos seres humanos. Sem as condições adequadas (nutricionais e não nutricionais), a formação do corpo humano pode ser comprometida, causando impacto ao longo da vida. PROGRAMAÇÃO FETAL As condições nutricionais durante a gestação são capazes de influenciar o prognóstico de saúde da criança em curto e longo prazo Subnutrição em períodos críticos do desenvolvimento do feto, causada pela dieta materna pobre em nutrientes ou por alterações na transferência placentária, causaria adaptações no metabolismo fetal. Crianças com BPN e prematuras: risco para DM2, dislipidemia, redução da densidade óssea, respostas diferenciadas ao estresse, artérias com menor elasticidade, secreção hormonal alterada e maior incidência de depressão. HIPÓTESE DO FENÓTIPO POUPADOR ou de BAKER CATCH-UP GROWTH O feto adapta-se ao ambiente intrauterino desfavorável, priorizando a formação de órgãos nobres e alterando de forma persistente a formação dos menos nobres:✓ Resistência a insulina menor número de células Beta ✓ Pressão arterial menor número de néfrons: hipertensão ✓ Fígado alterações enzimáticas ✓ Tecido adiposo susceptibilidade a acúmulo e inflamação, insensibilidade hormonal e mudanças na regulação da saciedade Nasce programado pela condição fetal, mas numa situação de abundância: mais ganho de peso. Obesidade materna: PREDISPONDO A OBESIDADE INFANTIL ✓ Alterações na transferência de nutrientes para o feto ✓ Menor quantidade de tecido adiposo MARROM ✓ Alterações no metabolismo e controle do apetite: * AME = Aleitamento Materno Exclusivo FERTILIDADE Comportamento alimentar inadequado INTERFERÊNCIAS NA FERTILIDADE ✓ ÁCIDO FÓLICO e VITAMINAS DO COMPLEXO B ✓ ZINCO, SELÊNIO e MAGNÉSIO VITAMINA A e E ✓ COLESTEROL E OMEGA 3 RELAÇÕES COMPROVADAS: ▪ Quantidade de gordura no organismo pode contribuir para infertilidade devido à alta quantidade de estrógenos no ciclo reprodutivo. ▪ 30% dos estrógenos é sintetizado no tecido adiposo. ▪ quantidade de gordura no organismo e de micronutrientes pode dificultar o processo reprodutivo e causar infertilidade → irregularidades do ciclo menstrual. ▪ Mulheres vegetarianas podem ter dificuldade de engravidar se faltar vitamina B12, ferro, zinco e ácido fólico ▪ Consumo de gordura trans → associação com inflamação, infertilidade, resistência à insulina e risco de DM2 PRECONCEPÇÃO Ácido fólico ▪ Deficiência: pode causar má formação no tubo neural (espinha bífida e anencefalia); ▪ Início da suplementação (três meses antes); ▪ Dose: 400 mcg ou 0,4 mg VITAMINA D ▪ Função pró-hormonal: fecundação e gestação; ▪ Prevenção: aborto, parto prematuro, RCIU, depressão pós parto; ▪ Níveis adequados (25OH colecalciferol): 40 a 60 ng/ml. Obesidade + ganho excessivo + tabagismo + baixa vitamina D + AME < 1 mês: SOBREPESO e OBESIDADE INFANTIL Alto consumo de fatores antinutricionais e medicamentos (antiácidos, anti-inflamatórios, anticoncepcionais): causam carências de vitaminas e minerais Consumo excessivo de alimentos industrializados + DHA (suplementação consensual): 200 a 600 mg/dia ▪ Um tipo de ácido graxos ômega 3 considerado essencial; ▪ Formação do cérebro e da retina do FETO: último trimestre, primeiros 6 meses de vida, podendo se estender até 2 anos (15 a 20% dos lipídios no cérebro) ▪ Deficiência (gestação): hipertensão materna, parto prematuro e depressão pós-parto; ▪ Fontes: frutos do mar, salmão, atum, arenque, sardinha IODO ▪ Requerimento aumentado na gestação (50%); ▪ O cérebro em formação do feto é dependente do hormônio tireoidiano materno para o seu desenvolvimento; ▪ Produção de tiroxina (materno) – e função tireoidiana do feto; ▪ Carência (gestante): hipotireoidismo ▪ Carência (feto): deficiência intelectual FERRO ▪ Aumenta o requerimento: necessidades fetais; ▪ Deficiência (feto): alteração cognitiva, mais propensão a infecções, parto prematuro, BPN, e comprometimento do sistema imunológico ▪ Suplementação é consenso: 30 a 60 mg de ferro elementar. IMPORTÂNCIA SOBRE ESPERMATOZÓIDES Vitaminas C, E e A Mantém a integridade genética das células dos espermatozoides. Selênio e vitamina E Melhoram a motilidade e morfologia dos espermatozoides. Vitaminas C e D Qualidade do sêmen. Zinco Desenvolvimento testicular normal, na espermatogênese e motilidade. FATORES DE RISCO RELACIONADOS AO RESULTADO OBSTÉTRICO INDESEJÁVEL • Idade materna nos extremos: o < 19 anos (BPN, desproporção cefalopélvica, prematuridade, cesárea e SHG) o > 35 anos (anomalias congenitas, SHG, DMG) • Estado nutricional antropométrico materno: o Estatura < 150 cm: desproporção cefalopélvica, cesárea e BPN o IMC pré gestacional abaixo do adequado (BPN) ou acima do adequado (cesárea e RN mais pesado) o Ganho ponderal inadequado: baixo (BPN, prematuridade e mortalidade neonatal); alto (macrossomia e DMG) • Uso de álcool e drogas • História reprodutiva anterior desfavorável • Doença obstétrica na gestação atual • Alimentação: dietas ricas em carboidratos no início da gravidez associada a baixa ingestão de proteínas do leite no final: efeito supressivo no crescimento da placenta. • Outros fatores: Bisfenol A / Glutamato monossódico / CHO refinado / trans • Baixa escolaridade materna / Baixa renda familiar • Condições inadequadas de saneamento • Situação conjugal insegura / Poucas consultas de pré-natal • Baixa aceitação ou não planejamento da gestação • Violência doméstica: menor ganho de peso SAÚDE INFANTIL Mundo – Mortalidade no Brasil é 3 a 6 x maior Brasil - Mortalidade infantil (até 1 ano de vida): 1990: 47 óbitos por 1.000 NV O QUE MUDOU? CAUSAS DA MORTALIDADE INFANTIL Fatores biológicos, sociais, culturais; Falhas do sistema de saúde Indicador mais apropriado para a análise da assistência obstétrica e neonatal Mortalidade perinatal JANELA DA OPORTUNIDADE Preconcepção → 90 dias Efeitos dos períodos de preconcepção e gestacional no fenótipo e na saúde futura dos filhos ✓ Melhoria do saneamento básico ✓ Queda da taxa de fecundidade ✓ Melhoria geral das condições de vida, da SAN e a escolaridade materna ✓ Ampliação da cobertura pela ESF ✓ Avanço das tecnologias médicas: imunização e a terapia de reidratação oral. ✓ Aumento da prevalência do aleitamento materno Redução depende de mudanças estruturais: ✓ Condições de vida da população ✓ Políticas públicas de saúde Os nutrientes fundamentais nos períodos da preconcepção, gestação e amamentação A adoção de uma dieta balanceada nos períodos de preconcepção, gestação e amamentação, incluindo alimentos ricos em nutrientes, é o método ideal para atender as necessidades nutricionais e garantir o pleno desenvolvimento e crescimento do feto e do recém-nascido. Além de vitaminas e minerais, as frutas, legumes, grãos integrais, feijões e sementes fornecem diversas outras substâncias benéficas à saúde, como carotenoides e polifenóis. No entanto, quando são identificadas lacunas de nutrientes específicos que não podem ser ou não estão sendo satisfeitos pela ingestão individual de alimentos, como nos períodos pré-gestacional, na gestação e lactação, o uso da suplementação é fundamental.
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