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Aula 4 – (09/03/2021) Patologia Bucal Paulo França Pereira Barbosa Granuloma Periapical e Cisto Periapical Como acontece: Normalmente Inicia com um processo carioso (Pulpite) Pode também ter origem a partir de um trauma, estimulo térmico que cause a necrose pulpar. A polpa necrosa (Morte de tecido) Inicia um processo inflamatório crônico na região de periapice em resultado de uma necrose pulpar Fase aguda: O processo infeccioso da polpa chega no Periápice Os neutrófilos vão destruir os MO causando uma necrose liquefativa (Inf. Aguda) Ocorre a formação de abcesso controlado ou descontrolado. O paciente começa a sentir dor, em decorrência da pressão causada pelo infiltrado inflamatório nos tecidos. O abcesso pode permanecer na região, mas também pode invadir outros tecidos. Ex: Espaços fasciais (Angina de Ludwig) e tecidos ósseos (Osteomielite -> Osteonecrose). Fase Crônica: A inflamação crônica não consegue combater todos os MO Inicia para uma resposta TH2 Estimula a produção de fibras colágenas ao redor da lesão que vão servir para aprisionar o processo infeccioso em uma região especifica. Formando o Granuloma Periapical ou Granuloma radicular. Quando essa inflamação crônica produz fatores de crescimento Esses fatores de crescimento vão induzir a proliferação dos Restos epiteliais de malassez (REM) Com a grande proliferação dos REM, as células do centro da lesão vão necrosar por falta de nutrição, pois epitélio não possui vascularização e as células que estão mais distantes do Tec. Conjuntivo ficam sem nutrição. Líquido começa a infiltrar em decorrência da necrose celular no centro da lesão A proliferação continua e o liquido continua entrando. A resposta imune começa a estimular os fibroblastos a produzir fibras colágenas que vão conter toda inflamação na região que vai ser delimitada de tec. Conjuntivo e epitelial Formando o cisto periapical Granuloma periapical: Possui infiltrado inflamatório crônico, tecido de granulação revestido por tec. Conjuntivo fibroso (fibras colágenas) Obs: Não tem REM proliferando, ou seja não tem tec. Epitelial Cisto Periapical: Possui infiltrado inflamatório crônico, tecido epitelial e é revestido por fibras colágenas (Tec. Conjuntivo) Granuloma Periapical: Obs: Não é um granuloma verdadeiro Definição: Massa de tecido de granulação cronicamente inflamado no ápice de um dente desvitalizando A formação de lesões inflamatórias periapicais representa uma reação defensiva secundaria a presença de bactérias no canal radicular, com a expansão de produtos tóxicos em direção à zona periapical. Aspecto Clínico e epidemiológico: Dor= Negativa (Necrose pulpar) Percussão = Negativa Mobilidade = Negativa Vitalidade = Negativa Tumefação: Discreta ou imperceptível 75% das lesões periapicias Descobertos em exames radiográficos de rotina. Aspectos radiográficos: Perda da lâmina dura Radiograficamente variável Reabsorções radiculares (Pode ocorrer) Lesões pequenas Diag. Diferencial= Lesões Cística Obs: Não é possível diferenciar um cisto e um granuloma apenas com radiografias Aspecto Histopatológico: Tecido de granulação com infiltrado variável (Histiolinfoplasmocitário),Circundado por um cápsula de tecido conjuntivo fibroso Visualização de Cristais de colesterol Células gigantes multinucleadas Fibras colágenas no meio da lesão e ao redor Infiltrado histiolinfoplasmocitário (Crônico) Células: Plasmócitos, linfócitos, macrófagos Visualização de corpúsculo de Russel (Acumulo de anticorpos) Vasos sanguíneos Áreas de necrose Obs: Corpúsculo de Russel pode estar presente em qualquer tipo de inflamação crônica. Granuloma P Tratamento e prognostico: O Tratamento realizado para granuloma periapical é o tratamento endodôntico. A lesão costuma regredir apenas com o tratamento endodôntico. Dentina Granuloma P Cisto: Definição: Uma cavidade patológica que possui conteúdo fluido, semifluido ou gasoso, e que não foi criada pelo acumulo de pus. “Uma Cavidade patológica revestida por Epitélio contendo material liquido” Cisto Periapical: Definição: O epitélio do ápice de um dente necrosado pode ser estimulado pela inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio, ou cisto periapical . “Cisto odontogênico derivado dos restos epiteliais de malassez, que proliferam em resposta a uma inflamação”. Características: Etiopatogênese: LÚMEN Epitélio Tecido conjuntivo Osso Aresposta inflamatória vai aumentar a produção de fatores crescimento de ceratinócitos, levando ao aumento da proliferação do epitélio na região. INFLAMAÇÃO APICAL + FORMAÇÃO E CRESCIMENTO CÍSTICO Formação e crescimento: A pressão osmótica possibilita a entrada de água no interior da lesão aumentando o seu volume. Aspectos histopatológico: Cisto revestido por epitélio escamoso estratificado. Lúmen está preenchido por líquido e células descamadas Cápsula de tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório. Cristais de colesterol Vasos (Tec. Conjuntivo) Corpúsculo de Russel: Tec. Conjuntivo. Corpúsculo de Rushton: Calcificação distrófica em Tec. Epitelial Obs: Corpúsculo de Rushton: São calcificações distróficas, presentes apenas em tec. Epitelial, portanto não aprecem em granulomas periapicais. Lúmen Obs: Corpúsculo de Rushton: São calcificações distróficas presentes em tecido epitelial. Aspecto radiográfico: Radiotransparência arredondada circundando o ápice Perda da lâmina dura apical Reabsorção radicular incomum Crescimento considerável Subtipos: Corpúsculo de Rushton Corpúsculo de Rushton Cisto periapical: Periapice Cisto radicular lateral: Região radicular lateral Cisto residual: Quando o cisto permanece mesmo depois da exodontia. Aspecto Clínico: Assintomaticos Lesões extensas: Tumefação e sensibilidade leve Crescimento: Mobilidade e deslocamento dos dentes adjacentes Dente de origem: Sem resposta ao estímulo térmico ou elétrico Tratamento de prognóstico: Resolução do processo infeccioso Não regride fácil apenas com tratamento endodôntico. Opções: Enucleação: Remove a lesão totalmente Marsupialização (+ Enucleação): Abertura na lesão para descomprimir e diminuir. Descompressão (+ Enucleação): Abertura na lesão + dispositivo para reduzir a pressão, para descomprimir Tratamento endodôntico/ Acompanhamento Obs: Cirurgia periapical é indicada para lesões que excedem 2 cm e associadas quando o tratamento endodôntico convencional não é viável
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