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4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Habilidades Ginecologia Anamnese Ficha de Anamnese Ginecológica (outro arquivo) Idade: importante situar a paciente em fases (infância, adolescência) tentando correlacionar doenças mais comuns em determinadas faixas etárias Cor/etnia: importante (negras: leiomioma é mais comum; brancas: osteoporose é mais comum) História da Doença Atual: Evolução dos sinais e sintomas Decálogo da dor: duração – início – evolução – localização – irradiação – intensidade – qualidade – sinais e sintomas concomitantes – fatores desencadeantes – agravantes – fatores de alívio – repercussão – tratamento Revisão de sistemas: Queixa que parece ser ginecológica pode ser urinária ou gastrointestinal Alterações menstruais podem ser disfunção tireoidiana Incontinência urinária pode ser respiratório Alterações cardiovasculares em pacientes grávidas/ que pensam em engravidar Uma dor pélvica que evolui em pouco tempo para diarreia pode ser endometriose (pois ela causa sintomas no TGI) Anamnese ginecológica: Leucorreia: cândida, Trichomonas, bactérias mistas; podem produzir prurido, ardência, odor fétido Prurido: sintoma frequente de DM; vulvites (micóticas e alérgicas); distrofias da vulva (pacientes idosas) Menstruação O intervalo do ciclo menstrual é considerado normal de 24 a 38 dias. Menstruações frequentes – exemplo: encurtamento da fase proliferativa no climatério Menstruações infrequentes – exemplo: ciclos anovulatórios – puberdade, climatério, SOP Um fluxo é considerado normal quando a duração por até 8 dias e de volume normal. Volume normal é um fator determinado pelo impacto que o fluxo menstrual tem na vida da mulher. Pode ser leve, normal ou volumoso. Miomatose uterina Adenomiose Pólipos Regularidade: ciclo mais longo menos ciclo mais curto deve ser menor ou igual a 9 dias Exame Físico Primeiro exame ginecológico da paciente: orientar muito bem cada passo; deixa-la confiante; A paciente fica totalmente despida, o que pode ser muito desconfortável; Orientar quanto ao passo-a-passo e falar tudo que está sendo feito à ela, com muito respeito; A troca de roupa antes e após o exame deverá ser feita afastada do profissional; Expor somente o local que será examinado no momento, enquanto o resto está coberto. Orientar a periodicidade pela qual ela deve passar pelo exame ginecológico novamente; A 1° impressão é a que fica! Importante: não precisa estar depilada/fazer ducha vaginal; bexiga esvaziada (a não ser em casos de US abdominal/pélvica); Exame físico geral: pele (acne, SOP, alta de progesterona, pilificação), peso, estatura, IMC, PA e FC; ausculta cardíaca (sentada), pulmonar (sentada), exame do abdome (deitada – também com o toque vaginal bimanual, palpando útero e anexos) e dos MMII. Exame das Mamas Deve ser realizado com a paciente deitada, sem luva, com o avental aberto para frente. Ao examinar as mamas, despir apenas a mama sendo analisada naquele momento. 1. Inspeção estática: paciente sentada, com os MMSS dispostos ao lado do tronco, com o avental aberto para frente. Observar: pele, contorno, forma, volume, simetria, pigmentação do complexo auréolo-papilar, abaulamentos, retrações, circulação e presença de sinais flogísticos. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 DESCRIÇÃO: mamas tópicas/pendulares simétricas/ assimétricas, pequeno/médio/grande volume; sem/com retrações ou abaulamentos visíveis à inspeção estática 2. Inspeção dinâmica: (1) solicita-se que a paciente eleve os braços acima da cabeça, lentamente, e (2) que coloque as mãos na cintura e faça pressão. DESCRIÇÃO: sem/com retrações ou abaulamentos visíveis à inspeção estática 3. Palpação: palpar cadeias linfáticas com a paciente sentada; cadeias cervicais + supra/infra claviculares + axilares (bilateralmente). Palpar mamas com a paciente deitada, com as mãos atrás da cabeça. + complexo auréolo-papilar. Realizar expressão papilar. Cauda de Spence (processo axilar) DESCRIÇÃO normal: sem nódulos palpáveis, axilas livres, expressão papilar negativa. DESCRIÇÃO quando nódulo palpável: nódulo palpável em QSL/QSM/QIL/QIM ou JJQQSS/JJQQII/JJQQLL/ JJQQMM da mama direita/esquerda, com X centímetros, móvel/imóvel, indolor/doloroso, de consistência fibroelástica/endurecida. Expressão papilar verde: tabagismo Expressão papilar água de rocha: transparente e seroso – caracteriza CA mama Pele em casca de laranja: edema do tecido subcutâneo (carcinoma inflamatório) Inspeção dinâmica: Palpação dos linfonodos axilares: Palpação das mamas: A – técnica de Velpeau (mão espalmada e movimentos circulares) e B – técnica de Bloodgood (ponta dos dedos simulando tocar piano) Genitais externos Inspeção da anatomia em geral Pilificação Formação dos lábios externos e internos: jovens, menopausa, estética Clitóris; Hímen: lacerações Períneo: procurar por lacerações de parto, episiotomia. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Valsalva: ao esforço, há perda urinária, cistocele, retocele, prolapso uterino? Lesões: ISTs, Bartholinite, lesões suspeitas em geral DESCRIÇÃO: Pilificação típica, formações labiais tróficas, clitóris trófico, hímen íntegro/roto, períneo íntegro/cicatriz, Valsalva negativa, ausência de lesões visíveis. Exame especular Canal vaginal: rósea/rugosa/atrófica Leucorreia (corrimento): pode ser fisiológica ou não; amarela, verde, branca, fluída, grumosa, bolhoso, fétida, odor – candidíase, vaginose bacteriana, tricomoniase Colo uterino: epitelizado, com muco, orifício puntiforme (nulíparas) ou em fenda (multíparas); JEC (junção escamo colunar – transição epitélio glandular para escamoso) DESCRIÇÃO: vagina rósea e trófica; leucorreia de cor X, com/sem odor; colo uterino epitelizado, orifício cervical externo puntiforme/em fenda Coleta de colpocitologia oncótica (CO); Ácido acético; Lugol: Schiller negativo = lugol positivo. KOH: Whiff test, 10%, vaginose bacteriana Toque vaginal O toque vaginal deve ser bidigital e bimanual. Realizar com 2 dedos (se possível) Integridade do canal vaginal, mucosa Palpar o colo uterino (parte inferior + abdome/com 2 dedos para as laterais) o Colo doloroso ao toque: DIP? Palpação dos anexos uterinos e ovários (em condições normais não é possível) Verificar se o útero é AVF ou RVF DESCRIÇÃO: vagina íntegra, rugosa, pérvia para 2 dedos, colo uterino móvel, fibroelástico, indolor/doloroso ao toque. Anexos uterinos e ovários não palpáveis. Corpo uterino AVF/RVF Papanicolau Colpocitologia oncótica Recomendações da Diretriz e seus níveis de evidência: O método de rastreamento do CA de colo de útero e de suas lesões precursoras é o exame citopatológico. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos. (A) O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual ativa (A) e o rastreamento antes dos 25 anos deve ser evitado (D) Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e, naquelas mulheres que têm história prévia de doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos quando essas mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos (B) Para mulheres com mais de 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de 1-3 anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais (B) Recomendações na prática: Início: realizar a coleta anualmente a partir de 1 ano – 1,5 ano após o início da atividade sexual (sexarca) Término: pacientes que completarem 65 anos, apresentando baixorisco, sem história de patologia cervical prévia e tendo 2 últimos exames normais nos últimos 5 anos. Não deve ser realizado se houve relação sexual ou uso de creme vaginal 48h antes; Não realizar coleta em pacientes menstruadas; Preencher o pedido de citologia cervical que acompanhará o material. HPV: Entramos em contato com ele Ele se instala na ZT, uma vez que a JEC é o ambiente perfeito para o vírus. Ele pode ficar inativo por décadas até causar algum problema. o Prevenção primária – abstinência sexual o Prevenção secundária – vacina HPV o Prevenção terciária – realizar Papanicolau Materiais necessários para a coleta do preventivo: Luva Gaze Lâmina Cytobrush (escova endocervical) Pinça de Cheron Espéculo esterilizado Espátula de Ayre Fixador citológico de lâmina Soro fisiológico 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Ácido acético Lugol Como a coleta é realizada: OBS.: coletar antes do exame de toque vaginal O exame especular, o qual é a parte prática da avaliação do colo uterino, das paredes vaginais, da coleta de citologia oncótica e também da avaliação de secreção, ocorre com a introdução do espéculo com soro fisiológico bivalve na vagina em sentido longitudinal- oblíquo (para desviar da uretra), afastando os pequenos lábios e imprimindo delicadamente um trajeto direcionado posteriormente, ao mesmo tempo em que se gira o instrumento para o sentido transversal. Sempre se deve avisar a paciente de que se está introduzindo o espéculo, preveni-la quanto ao desconforto e tranquilizá-la em relação à dor. Após introduzido e aberto, procura-se individualizar o colo uterino e avaliar pregueamento e trofismo da mucosa vaginal, secreções, lesões da mucosa, septações vaginais, condilomas, pólipos, cistos de retenção e ectopia. Sempre se realiza o exame a fresco da seguinte forma: usa-se a extremidade da espátula de Ayre em rabo-de-peixe para coleta de raspado cervical para CP de colo (ou exame preventivo do câncer de colo). A parte maior da espátula deve ser colocada no orifício cervical e depois girada em 360°, para coletar células de toda a circunferência da zona de transição. O objetivo é destacar células da junção escamocolunar (JEC), isto é, a área em que a mucosa escamosa e a glandular se encontram, pois essa é a sede da maioria das alterações celulares neoplásicas e pré-neoplásicas. Emprega-se também a escova endocervical (ou cytobrush) para coleta de CP, para coletar células endoteliais do canal do colo do útero (a escova é completamente introduzida no colo e girada em 360°) O material, depois de colhido, deve ser imediatamente espalhado sobre a lâmina e fixado, para posterior análise citopatológica. Há também escovas especiais fabricadas para realização de citologia em meio líquido ou para realização de exames especiais, como captura híbrida para papilomavírus humano ou clamídia. Após a coleta, é colocada por inteiro em um frasco contendo o meio específico para análise. Após a coleta de secreção vaginal para o exame a fresco, devem-se limpar as secreções que ficam à frente do colo (pode-se utilizar soro), e só depois proceder à aplicação de ácido acético (concentrações podem variar de 1 a 5%). Aguardam-se alguns segundos e se realiza novamente a inspeção do colo uterino, à procura de lesões que foram realçadas pelo produto (mais brancas e brilhantes, ou acetobrancas). Depois, aplica-se a solução de lugol para o teste de Schiller: se o colo se cora de forma uniforme, escura, o teste é considerado normal se não houver áreas brancas (“lugol positivo” ou “Schiller negativo”); se houver áreas que não se coram, o teste é considerado alterado (“lugol negativo” ou “Schiller positivo”). Por vezes, quando se trata de mucosa vaginal atrófica, a coloração pode não ser uniforme, ou o colo adquire uma tonalidade mais fraca, até amarelada; nesse caso, o teste é normal, comumente designado como “iodo-claro”. Cabe ressaltar que somente a área de mucosa escamosa deve ficar corada. Não se espera, portanto, que as zonas com epitélio glandular (endocérvice) fiquem coradas, bem como a zona de transformação epitelial, que pode adquirir coloração irregular. A análise da secreção vaginal é importante para o diagnóstico de vulvovaginites Amostra é satisfatória/bem coletada quando: Contém células escamosas, células glandulares/colunares, células metaplásicas da JEC (ZT – zona de transição) Amostra é insatisfatória quando: Material acelular ou hipocelular (<10% do esfregaço) Leitura prejudicada (>75% do esfregaço) por sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular Se insatisfatório, o exame deve ser repetido em 6- 12 semanas com correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório. Possíveis resultados: Normal/Benigno: o Resultado citológico dentro dos limites da normalidade no material examinado; o Alterações celulares benignas, reativas ou reparativas o Inflamação sem identificação de agente; o Resultado citológico indicando metaplasia escamosa imatura o Resultado citológico indicando reparação o Resultado citológico indicando atrofia com inflamação (pacientes idosas) o Achados microbiológicos: Lactobacillus sp; Cocos; outros bacilos Alterados: o ASC-US: alteração das células escamosas possivelmente não-neoplásicas Na prática: repete o exame em 3 meses 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o ASC-H: alterações da células escamosas, não se pode excluir a possibilidade de neoplasia Faz colposcopia o ASG-US e AGC-H: alterações das células glandulares/colunares; Faz colposcopia o NIC-1: muito comum; lesões intraepiteliais de baixo grau (1 cm); o NIC-2: lesões intraepiteliais de alto grau (2 cm); o NIC-3: lesões intraepiteliais de alto grau (3 cm); atinge vasos sanguíneos e sistema linfático; Elimina o colo do útero por meio de conização (bisturi) ou alça CAF (cautério) Gestante: não tem o que fazer o Lesão > 3cm: CA de colo de útero Imunidade baixa – população importante: grávidas (imunossupressão fisiológica) Atendimento à Menina Adolescente Sigilo: Pode passar pela consulta sozinha ou acompanhada; Tem a confidencialidade de suas informações garantidas (importante falar isso para ela, acolhimento), a não ser que esteja em situação de risco iminente; Esquema consulta em dois tempos; Em pronto-socorro: preservar a intimidade, isolando, usando biombo + solicitar um 2° profissional (de preferência mulher) no momento do exame físico Temas abordados: Perguntas claras e diretas, com linguagem simples Envolver a paciente na consulta Perguntar sobre relação com a família/ acompanhante, se costumam conversar abertamente Passo a passo: Anamnese: acompanhante é importante principalmente para dar dados sobre a história da doença pregressa Sentir o que se pode ou não perguntar para a paciente (primeira consulta? Acompanhante não é aberto? Vergonha?) – está confortável ou não Algumas pacientes não se sentem confortáveis longe do(a) acompanhante Explicar sobre a consulta em dois tempos o Questionar “com quantas pessoas você já teve relação sexual”, não “quantos parceiros você tem” Explicar para ambos como funciona o exame físico, se aceita ou não realiza-lo. O exame deve ser feito sempre que concordarem. O exame não é obrigatório logo na primeira consulta; é importante ganhar a confiança da paciente antes. Explicar a importância do exame para ser realizado no retorno. OBS.: ganhe a confiança do adulto; o acompanhamento pediátrico é indicado; pode-se prescrever métodos contraceptivos Critérios de Tanner A sequência de eventos que caracterizam a maturação sexual tende a ser mais precoce no sexo feminino e se completa em um período de 2 a 5 anos. Nas meninas, esse processo tem iníciocom o aparecimento do broto mamário, entre os 8 e os 13 anos de idade (período considerado normal para o início da puberdade feminina), tendo como média 9,7 anos. Fato marcante da puberdade feminina, a menarca costuma ocorrer aos 12,2 anos, em média, podendo surgir no período entre os 9 e os 16 anos. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Motivos da consulta Avaliação da puberdade Corrimento vaginal Irregularidades menstruais Alterações anatômicas Anticoncepção Sexualidade Pré-natal DSTs Dismenorreia Alterações mamárias. Posição para o Exame Ginecológico: Ou posição de “sapo” ou “borboleta” Manobra da tenda: extremamente importante para saber qual o tipo de hímen Infecções Sexualmente Transmissíveis Herpes Vírus Agente etiológico: Herpes vírus simples HSV-1 – infecções na face e tronco, geralmente HSV-2 – infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual, geralmente o Os dois podem infectar qualquer área da pele ou das mucosas Quadro clínico: O quadro clínico clássico inicia com o aparecimento de pequenas e múltiplas vesículas sobre áreas eritematosas, acompanhadas por ardor persistente, 3-7 dias após o contato, as quais rapidamente se rompem (em torno de 24-48 horas) formando pequenas úlceras dolorosas e que cicatrizam em 2 ou 3 semanas, com ou sem tratamento. Diagnóstico: Lesões vesiculares ou ulceradas na área genital, com dor, em uma pessoal sexualmente ativa Detecção de HSV por PCR – padrão-ouro Tratamento: tem como objetivo melhorar a ansiedade, aliviar os sintomas, reduzir a duração dos sintomas e reduzir a transmissão viral Sintomático: antibiótico tópico, gel tópico, solução fisiológica 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Via oral com drogas antivirais (aciclovir, valaciclovir, fanciclovir) Prevenção e recomendações: Informações para a população Atividades educativas Aconselhamento de pessoas com DST e seus parceiros – necessidade de maior cuidado, protegendo a si e seus parceiros Adesão ao tratamento Disponibilizar preservativos Higiene das regiões genitais antes e depois de cada relação sexual Evitar múltiplos(as) parceiros(as) sexuais Sífilis: Agente etiológico: Treponema pallidum – bactéria Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária) o Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por via transplacentar, da grávida para o feto, em qualquer altura da gestação e em qualquer fase da doença materna. Quadro clínico: Sífilis primária: ferida única, indolor, sem prurido, ardência ou formação purulenta; apresenta ínguas na virilha Sífilis secundária: feridas múltiplas, após 6 semanas-6 meses da cicatrização da ferida inicial; causa febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo Sífilis latente: assintomática Sífilis terciária: 2-40 anos após o início da infecção; lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas Diagnóstico: Direto: exame em campo escuro, pesquisa direta com material corado ou imunoflorescência direta Sorológico: o Testes Não Treponêmicos: são úteis para triagem em grupos populacionais e monitorização do tratamento. O teste VDRL e os testes rápidos com reaginas plasmáticas são testes sensíveis, simples e baratos, utilizados para triagem, mas não específico. O VDRL positiva-se entre 5 e 6 semanas após a infecção e entre 2 e 3 semanas após o surgimento do cancro. o Testes Treponêmicos: são utilizados para confirmação do diagnóstico e não se tornam positivos até 3 a 6 semanas após a infecção inicial. O principal é o teste de absorção de anticorpo treponêmico fluorescente (FTA- ABS). o O teste rápido promove a detecção qualitativa de anticorpos contra o antígeno e possui leitura logo após a realização, este é 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 utilizado na UBS. Apresenta alta especificidade e sensibilidade. Tratamento: O tratamento de sífilis nas grávidas é igual ao da população em geral. Os pacientes com alergia à penicilina podem ser tratados com doxiciclina (100 mg 2 vezes por dia por 14 dias) ou azitromicina (dose única de 2 gramas), mas eles não são tão eficazes quanto a penicilina. No caso de grávidas alérgicas à penicilina, a doxiciclina não é uma opção, pois é um antibiótico contraindicado durante a gestação. Prevenção e recomendações: Não compartilhamento de agulhas Utilizar preservativo Comunicar e informar a população em geral Acompanhamento de gestantes e parcerias sexuais durante todo o pré-natal Cancro mole Agente etiológico: Transmitida por via sexual, tem como agente etiológico o Haemophilus ducreyi → cocobacilo gram-negativo. O H. ducreyi necessita de solução de continuidade da pele ou semimucosa para sua penetração e tempo de incubação de normalmente de 2 a 5 dias, Quadro clínico: As lesões ulceradas acometem com mais frequência as áreas de maior atrito durante o ato sexual. HOMEM → região do frênulo do pênis e sulco balanoprepucial. MULHER → na fúrcula e na face interna dos lábios externos e internos. o Queixa de ulceração dolorosa é menos frequente, sendo substituída, na dependência da localização da lesão, por dispareunia, sangramento e corrimento vaginal e sangramento retal. Menos comuns são as lesões de localização em ânus e boca. Após incubação → discreta pápula, mácula ou pústula circundada por um halo eritematoso → lesão ulcerada com bordas irregulares talhadas a pique, com fundo purulento, base mola à compressão, muito dolorosa → novas lesões ulceradas – “úlceras que se beijam” Bubão: adenite inguinal, satélite, volumosa, recoberta por pele eritematosa, unilateral em 75% dos casos, e muito dolorosa, podendo evoluir nos pacientes sem tratamento com supuração por um único orifício, drenando um pus espesso. Diagnóstico: Clínico Alguns exames complementares que podem ser feitos: bacterioscopia, cultura, histopatológico, PCR multiplex Tratamento: Antimicrobiana Limpeza do local e compressa com soro fisiológico a 0,9% ou com água boricada, três vezes ao dia Uso de antibióticos tópicos Analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais Reexaminar em até 7 dias + testar para outras ISTs + orientação do parceiro Linfogranuloma venéreo, mula, doença de Nicolas-Favre-Durand ou bulbão climático Agente etiológico: Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 que tem predileção pelos vasos linfáticos e linfonodos. Quadro clínico: Caracteriza-se pela presença de bulbão inguinal, com período de incubação de 3 a 30 dias Primária: pápula, vesícula, pústula ou erosão fugaz indolor no local de penetração do agente etiológico. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Secundária: adenite inguinal, geralmente unilateral, firme e pouco dolorosa (bubão), que pode ser acompanhada de febre e mal-estar; Terciária: Quando há drenagem de material purulento por vários orifícios no bubão, com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa cicatrizes retraídas ou quelóides - estiomene. Diagnóstico: Suspeita clínica + diagnóstico diferencial de herpes simples, cancroide, cancro duro, sífilis, donovanose, tuberculose cutânea. Tratamento: Doxiciclina, azitromicina e eritromicina devem ser empregadas, salvo contraindicações como gravidez, em crianças, intolerância ou alergia. Todos os pacientes com diagnóstico de LGV devem ser acompanhados até a regressão dos sinais e sintomas, que normalmente ocorre em 1 a 2 semanas nas infecções precoces. Donovanose, granuloma inguinal, granuloma venéreo ou granuloma contagioso Agente etiológico: O agente etiológico é o Calymmatobacteriumgranulomatis, bacilo gram-negativo. É uma bactéria intracelular raramente cultivável. Parece pertencer à flora intestinal Quadro clínico: A doença inicia com uma lesão nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea, que pode erosar, produzindo ulceração bem-definida, de crescimento lento e sangrante. As manifestações posteriores dependem das respostas teciduais do hospedeiro, originando formas localizadas ou extensas e até mesmo lesões viscerais por disseminação hematogênica. As lesões são indolores, auto inoculáveis, raramente associadas à adenopatia-satélite, que determina fibrose e linfedema. A forma clínica mais frequente da donovanose é a ulcerovegetante com abundante tecido de granulação e sangramento fácil. Diagnóstico: Na prática, o diagnóstico da donovanose necessita da demonstração dos corpúsculos de Donovan, que são mais facilmente visibilizados nos esfregaços citológicos corados pelo Giemsa e/ou histopatologia biópsia de lesão suspeita. Tratamento: Mantido por pelo menos 3 semanas ou até cicatrização completa das lesões 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Azitromicina, doxiciclina, ciprofloxacino, eritromicina ou sulfametoxazol + trimetoprima Investigar o parceiro Sem tratamento, a cura é incomum – evolui para extensa destruição tecidual Prevenção e recomendações: Preservativos Testes sorológicos para sífilis, HIV e hepatites Ações de educação em saúde sexual e reprodutiva Imunização contra hepatite B e HPV Notificação compulsória Clamídia Agente etiológico: A Clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. É uma bactéria não usualmente corada pelo GRAM, mas determinada como gram negativa por conta de seu peptideoglicano fino. A Clamídia é a infecção sexualmente transmissível (IST) de maior prevalência no mundo. Quadro clínico: Assintomático em até 80% dos infectados Corrimento amarelado ou claro; sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais; dor ao urinar e/ou durante as relações sexuais e/ou no baixo ventre. Pode haver polaciúria. A principal complicação da infecção por clamídia nas mulheres é progressão da bactéria em direção ao útero, trompas e ovários, provocando uma grave infecção conhecida como doença inflamatória pélvica (DIP) e infertilidade. Diagnóstico: O teste diagnóstico é o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) de esfregaços vaginais para mulheres ou urina para homens. O NAAT também deve ser usado em esfregaços retais para diagnosticar a proctite por clamídia. No entanto, na impossibilidade de realização do NAAT, os pacientes com sinais e sintomas consistentes com clamídia podem ser tratados empiricamente. Tratamento: O tratamento recomendado pelo CDC para clamídias não complicadas é doxiciclina 100 mg oral, duas vezes ao dia por 7 dias ou azitromicina 1 g oral em dose única. Um teste de cura (aproximadamente 3 semanas após a finalização do tratamento de clamídias) é recomendado somente para gestantes. Prevenção e recomendações: A principal recomendação para se prevenir dos riscos de infecção é o sexo seguro com utilização de camisinha masculina ou feminina nas relações sexuais vaginais, anais e orais. Gonococo ou gonorreia Agente etiológico: A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela Neisseria gonorrhoeae. o Diplococo Gram-negativo Infecta tipicamente o epitélio da uretra, a cérvice, o reto, a faringe ou conjuntiva. Afeta o colo do útero. Quadro clínico: Provoca dor pélvica, irritação e eliminação de secreção purulenta. Uretrite, cervicite, Bartholinite, corrimento vaginal, disúria, sangramento vaginal anormal, dor e secreção retal A coinfecção com outras ISTs é comum, particularmente por Chlamydia trachomatis, que é encontrada em 30% dos homens com gonorreia. Tratamento: Para infecção não complicada, dose única de Ceftriaxona + azitromicina + tratamento dos parceiros Prevenção e recomendações: Diagnóstico precoce Tratamento adequado Uso de preservativos Micoplasmas Agente etiológico: Mycoplasma genitalium 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 São bactérias que não tem parede celular e infectam o colo do útero Transmissão por via sexual Quadro clínico: Na maioria dos casos, a paciente é assintomática. Corrimento persistente, Dispareunia: dor na relação sexual e vermelhidão no colo de útero com muita dor, o que pode causar a cervicite, que é a inflamação da mucosa endocervical Pode causar doença inflamatória pélvica (DIP) Diagnóstico: Cultura das bactérias Tratamento: azitromicina Prevenção e recomendações: uso de camisinha Ureaplasma Agente etiológico: Ureaplasma urealyticum Ureaplasma é um grupo de pequenas bactérias que habitam o trato respiratório e urogenital (urinário e reprodutivo) tanto em mulheres quanto em homens. A infecção pode entrar no corpo pela vagina ou pela uretra. O ureaplasma também pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez. Quadro clínico: A maioria das não apresenta sintomas Uretrite, corrimento genital, disúria, polaciúria, dor, prurido Diagnóstico: NAAT (teste de amplificação de ácido nucléico) para procurar a bactéria. Tratamento: azitromicina e doxiciclina (antibióticos) Prevenção e recomendações: camisinha HIV Agente etiológico: HIV – vírus da imunodeficiência humana Retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae o HIV-1: causa mais comum de AIDS, possui carga viral alta (evolução rápida), sendo mais frequente nas Américas e na Europa. o HIV-2: Possui carga viral mais baixa (evolução da infecção tende a ser mais lenta), presente na África Ocidental e alguns países da Europa. Quadro clínico: Infecção aguda: É quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS e o sistema imunológico começa a ser atacado. Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. Podem estar presentes também sintomas como: fadiga, mialgias, dor de garganta, problemas gastrintestinais, linfadenopatia, eritema maculopapular e cefaleia. Fase assintomática: Marcado pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período pode durar muito anos. Fase sintomática: com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. Há uma alta redução dos linfócitos T CD4+ que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm3 de sangue. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. AIDS: a baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Diagnóstico: Testes rápidos: são práticos, de fácil execução e leitura visual: podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue ou com fluido oral e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Exames laboratoriais: o ELISA (Enzime Linked Immunosorbent Assay, ou ensaio de imunoadsorção ligado à enzima), É omais usado, por sua facilidade de automação, custo relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade. o Imunofluorescência indireta, utilizada na confirmação sorológica. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Western-blot, considerado "padrão ouro" para confirmação do resultado na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade, mas seu custo é alto. Habitualmente, o teste ELISA é o primeiro exame de sangue feito para verificar se a pessoa está infectada com HIV. Se este teste der positivo, outro teste mais específico, normalmente teste Western- blot, é feito para confirmar os resultados. Tratamento: O tratamento é feito através de medicamentos antirretrovirais (ARV). Eles agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular dos ARVs é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a aids. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais, como aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas. Uma pessoa com boa adesão ao tratamento atinge níveis de carga viral tão baixos que é praticamente nula a chance de transmitir o vírus para outras pessoas. Além disso, quem toma o medicamento corretamente não adoece e garante a sua qualidade de vida. Prevenção e recomendações: A melhor técnica de evitar a Aids/HIV é a prevenção combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder às necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV (mandala). Uso de camisinha masculina, feminina e gel lubrificante Tratamento da pessoa com HIV Testagem de HIV, ISTs e hepatites virais Profilaxia pós-exposição (PEP) Profilaxia pré-exposição (PREP) Transmissão vertical Imunização contra hepatite B e HPV Redução de danos: Disponibilização de kits com seringas e agulhas individuais para usuários de drogas injetáveis; uso de materiais perfuro-cortantes descartáveis; seleção criteriosa de doadores de órgãos e adoção de regras rígidas para testar, transportar, estocar e transfundir o material (sangue). VULVOVAGINITES Candidíase Vaginose Bacteriana Tricomoníase Agente Etiológico Candida albicans – fungo Gardnerella vaginalis Trichomonas vaginalis Cor Leucorreia branca Leucorreia amarela/verde Leucorreia branca/amarela/verde Odor - Peixe podre Pode ter ou não Prurido Intenso - Pode ter ou não Leucorreia Grumosa Fluida Bolhosa Observações Não é DST; antes da menstruação Sniff Test após coleta; após a menstruação Disúria; mistura das outras 2; cistite de repetição 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Inserção de DIU Passo a passo 1. Posição de litotomia (ginecológica) 2. Toque vaginal bimanual – tocar o fundo de saco vaginal e mobilizar o útero para sentir se é AVF ou RVF 3. Introdução do espéculo P ou M – pode conter vaselina para lubrificação 4. Antissepsia com Clorexidina aquosa – não utilizar antisséptico alcoólico na mucosa 5. Preensão do colo do útero com pinça Pozzi às 3 e 9 horas – realizar a retificação do colo do útero para permitir a passagem pelo colo; trancar a pinça na 1° medida (momento de dor, reação vasovagal) 6. Histerômetro – medir o útero desde o orifício cervical externo até o seu fundo + avaliar se está pérvio; cuidado ao tocar o fundo uterino, pois a paciente sente – risco de perfuração 7. Avaliar o tamanho uterino – procurar por marca de muco ou sangue no Histerômetro (geralmente de 6 a 8 centímetros) 8. Abrir o DIU 9. Inserção do DIU – vai até o final, volta 1 centímetro, libera os braços, espera de 10-15 segundos, volta até o final, libera todo o DIU e então retira o insertor 10. Cortar os fios 2 centímetros para fora do colo Materiais e cuidados necessários Pinça Cheron Clorexidina aquosa/não alcoólica Gazes em Cuba rim Pozzi Histerômetro Tesoura de fio Luvas Dispositivo Intra Uterino o DIU Kyleena: pacientes sem filhos, dose hormonal ainda mais baixa que Mirena, menor o DIU de cobre e prata: ficam em formato de T o DIUs hormonais: ficam em formato de guarda-chuva o DIU não é recomendado: mioma, pólipo, distorção de cavidade, fibrose Métodos Contraceptivos Critérios de elegibilidade e índice de Pearl Os critérios são definidos pelo conjunto de características de uma pessoa candidata ao uso de um determinado método e indicam se aquela pessoa pode ou não utilizá-lo. A Organização Mundial de Saúde montou um grupo de trabalho que classificou estas condições em quatro categorias: 1. O método pode ser usado sem qualquer restrição. 2. O uso do método pode apresentar algum risco, habitualmente menor do que os benefícios decorrentes de seu uso. Com acompanhamento clínico rigoroso. 3. O uso do método pode estar associado a um risco considerado superior aos benefícios decorrentes de seu uso. O método não é o mais apropriado para aquela pessoa, mas pode ser usado no caso de não haver outra opção disponível ou no caso de a pessoa não aceitar qualquer alternativa. 4. O uso do método determina um risco à saúde, inaceitável. O método está contraindicado. Roda dos critérios: auxilia os provedores do planejamento familiar na orientação do uso de métodos contraceptivos seguros e eficazes a mulheres que apresentam uma certa condição ou característica médica relevante Índice de Pearl: contém a taxa de falha dos métodos contraceptivos; expressa pela taxa de falhas própria do método, em um período de tempo, geralmente um ano 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Métodos de Barreira e comportamentais Métodos de barreira: Preservativo: previne ISTs, como HIV, HPV. Podem ser masculino ou feminino, e devem ser introduzidos antes da penetração. Deve ser usado ou um ou outro, não os dois juntos, pois há risco de romper o Podem ser feitos de látex, poli-isopreno, poliuretano ou borracha de silicone o Os preservativos não alergênicos são fabricados com um elastômero termoplástico sintético, como o poliuretano Diafragma: borracha cilíndrica de extremidade flexível, que se encaixa na cérvice e é colocado na parte superior e parede lateral da vagina. Eles normalmente são usados com um espermicida e, em conjunto, fornecem uma barreira eficaz ao esperma. o Podem ser lavados e reutilizados. o O diafragma deve permanecer no local por pelo menos 6 a 8 h após a relação, mas não por mais de 24 depois da relação sexual. Capuz Cervical: Assemelha-se ao diafragma, mas é menor e mais rígido. Um creme ou gel espermicida sempre deve ser usado com um capuz cervical. o O capuz cervical deve ser inserido antes da relação sexual; deve permanecer no local por pelo menos 6 h após a relação sexual e não mais que 48 h. Esponja Contraceptiva: age tanto como um dispositivo de barreira como um agente espermicida. Espermicida: Espumas, cremes e supositórios vaginais contêm agentes que fornecem uma barreira química para o esperma, provoca a ruptura da membrana dos espermatozoides, matando-os ou desacelerando seu movimento o Espermicidas não protegem de uma maneira confiável contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Métodos comportamentais: Coito interrompido: Retirada do pênis do canal vaginal antes da ejaculação. Método pouco eficaz e arriscado, uma vez que depende do controle masculino e possibilita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Método do muco cervical: Identificação do período fértil através do muco cervical. Não utilizado na presença de infecções vaginais. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Tabelinha: ter atenção ao período fértil e evitar terrelações sexuais durante esse período, pois assim é possível diminuir a probabilidade de gravidez. o Mais usado para gravidez guiada que para não engravidar Método da curva de temperatura basal: avalia-se a temperatura corporal basal, buscando identificar o provável dia de ovulação. Isso ocorre porque, depois da ovulação, há um aumento da progesterona liberada pelo corpo lúteo, a qual atinge o centro termorregulador do hipotálamo, levando ao aumento da temperatura corporal em 0,2 a 0,5 graus. A mulher precisa verificar sua temperatura diariamente, de preferência com o mesmo termômetro, no mesmo local do corpo e no mesmo horário, de preferência pela manhã antes de sair da cama. o O problema desse método é que necessita de grande disciplina da mulher, além de ter um longo período de abstinência. DIU não hormonal e esterilização DIU não hormonal: Os DIUs podem ser utilizados em pacientes de todas as faixas etárias, mesmo que ainda não tenham tido filhos. Após o parto, seja normal ou cesariana, o DIU também é uma ótima opção para contracepção Contraindicação absoluta: gravidez; Outras contraindicações: DIP, câncer uterino, câncer de mama, doenças do fígado e alergia ao cobre Complicações: perfuração, sangramento genital, infecção pélvica, expulsão, aborto DIU de Cobre: método contraceptivo de longo prazo (até 10 anos) bastante eficaz no controle da natalidade (99,3%) o Disponível pelo SUS o Pequeno e flexível dispositivo de polietileno em formato de T, revestido de cobre na haste vertical e dois anéis de cobre em cada haste horizontal o Mecanismo de ação: O DIU de cobre promove mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio e muco cervical. DIU de Prata: combina cobre e prata em sua composição. O objetivo da associação dos dois metais é reduzir o risco de oxidação e fragmentação dos sais de cobre no útero. O DIU de prata possui um tempo de ação contraceptiva de 5 anos. o A prata faz com que o fluxo menstrual e cólicas menstruais sejam menores em comparação com o DIU de Cobre o O DIU de prata também tem o mesmo mecanismo de ação do DIU de cobre o O formato em Y foi pensado para facilitar sua inserção e remoção, pois ele é menor do que o de cobre Laqueadura: Realiza-se a obstrução do lúmen tubário, impedindo o transporte do óvulo e o encontro dos gametas femininos e masculinos. Taxa de sucesso de 99% O local ideal para o procedimento cirúrgico é a região ístmica. Pode ser realizada por via videolaparoscópica ou laparotômica (minilaparotomia) Ideal: salpingectomia Complicações: infecção, lesão de bexiga ou intestinos, hemorragia interna, etc Mulheres com pelo menos dois filhos ou mais de 25 anos de idade. Mulheres em risco de vida ou em que uma nova gestação seja inviável, com parecer de dois médicos 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Métodos hormonais Adesivo transdérmico: Adesivo fino, bege, com uma superfície de 20 cm2, que contém 750 mg de etinilestradiol (EE) e 6 mg de norelgestromina (NGMN). Deve ser trocado em torno de uma vez por semana. Pode ser colocada no MS, no abdome, dorso ou nádegas Teremos a inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, da ovulação (usa anticoncepcionais hormonais combinados) Deve ser aplicado sobre pele limpa e seca, em área sem pelos, no primeiro dia do ciclo, no primeiro domingo (Sunday start) ou após a prescrição (quick start). Usar um adesivo a cada 7 dias, com rodízio semanal dos locais de aplicação. Reduz risco de CA de ovário e endométrio, não interfere na eficácia de outros medicamentos, pode causar TEV Efeitos adversos: sangramentos irregular, sintomas mamários, cefaleia, náusea, dismenorreia Ausência do metabolismo de primeira passagem hepática DIUs Hormonais: Mirena: endoceptivo que consiste em uma matriz de plástico em formato de T com um reservatório contendo levonorgestrel. A taxa de liberação de levonorgestrel é de 20μg/dia no primeiro ano da inserção, diminuindo progressivamente com o passar dos anos de uso o Durabilidade de 5 anos o Inibição da motilidade espermática, reação a corpo estranho e mecanismos moleculares. o Sangramento prolongado, escape, amenorreia, cefaleia, mastalgia Kyleena: é menor do que o Mirena e libera menos hormônio. o Mecanismos: Espessamento do muco presente no colo uterino, impedindo a entrada dos espermatozoides no útero; Atrofia do endométrio, dificultando a implantação do embrião; Processo inflamatório no endométrio, causado pela presença do DIU dentro do útero, semelhante ao que acontece no DIU de cobre. o Não altera o ciclo menstrual, a mulher não menstrua pela atrofia do endométrio. A absorção sistêmica é mínima Injetáveis: Não tem uma primeira passagem pelo fígado (assim não ocorre a redução da biodisponibilidade do fármaco, uma vez que é absorvido diretamente na circulação sistêmica). Os injetáveis mensais combinados possuem formulação semelhante à encontrada na pílula anticoncepcional oral combinada, contendo estrogênio natural associado ao progestagênio. o Perlutan e Preg-Less, Mesigyna e Ciclofemina o A primeira injeção deve ser feita até o quinto dia do ciclo e as seguintes, a cada 30 dias. Os injetáveis apenas de progesterona são preparações de liberação lenta com duração de dois a três meses; O mecanismo de ação do AMP-D é diferente dos outros métodos contendo apenas progestógeno, como os implantes, pois não é um sistema de ‘’liberação sustentada’’, sendo assim, além de alterar a espessura endometrial e espessar o muco cervical, bloqueia o pico do hormônio luteinizante (LH) evitando a ovulação; o No Brasil, a única formulação desse contraceptivo existente é o acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD). Esse produto é apresentado em ampolas de 50 mg, 150 mg e 500 mg; Implantes de Progesterona Dispositivo contendo progestogênio (Progestinas) a ser implantado abaixo da derme para liberação do hormônio. Proporciona contracepção por até três anos. Implanon System (Organon): trata-se de um único bastão subdérmico contendo 68 mg de um progestogênio Mecanismo de ação: o progestogênio liberado continuamente suprime a ovulação, aumenta a viscosidade do muco do colo uterino e promove alterações atróficas no endométrio. Contraceptivos orais combinados: Contraceptivos hormonais que contém um estrogênio e um progestógeno em diferentes doses e esquemas posológicos Monofásica: comprimidos com a mesma composição, nas mesmas doses. Bifásica: pílulas com a mesma composição hormonal, cujos componentes se apresentam em dois blocos, com doses diferentes. Trifásica: as pílulas, apesar de terem os mesmos constituintes, dividem-se em três blocos, cada um com doses diferenciadas dos hormônios. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 A ação mais importante é a inibição da ovulação por supressão dos fatores liberadores de gonadotrofina hipotalâmica, o que impede a secreção hipofisária de LH e FSH o Estrogênio: valerato de estradiol o Progestogênio: 19-nortestorterona As principais complicações relacionadas à sua utilização incluem acidente vascular encefálico (AVE), infarto do miocárdio e trombose venosa. Contraceptivos orais de progesterona: Indicação: Evitar efeitos colaterais dos estrogênios - amamentação. Mecanismo de ação: não inibem ovulação. Efeito sobre muco cervical e endométrio. Combinadas com aleitamento materno - praticamente 100% efetivas por até seis meses. Uso: tomar 1 comprimido por dia ininterruptamente (mesmo se menstruada). Contraindicações: CA de mama, gravidez, doença hepática, sangramento uterino sem explicação Cistos ovarianos funcionais com maior frequência nas mulheres que utilizam esses agentes A efetividade das pílulas contendo apenas progestogênio é reduzida por alguns medicamentos. Seuefeito colateral mais comum é a alteração do ciclo menstrual, podendo causar desde irregularidade a amenorreia. Contraceptivo de Emergência: A anticoncepção de emergência é utilizada para evitar a gravidez após relação sexual que ocorreu na ausência de contracepção. Está indicada em casos de violência sexual, relações sexuais na ausência de qualquer método contraceptivo, na vigência de uso de métodos de eficácia limitada ou em caso de uso incorreto de métodos contraceptivos Acidentes com preservativo Prática do coito interrompido Uso incorreto de métodos comportamentais Esquecimento de ingestão de anticoncepcionais orais ou de troca de adesivo/anel vaginal/aplicação de injetáveis Com a anticoncepção de emergência, a chance de gravidez é reduzida em torno de 85%. Mecanismos: inibição da ovulação, alterações endometriais, interferência com o transporte ou penetração de espermatozoides (impede a ovulação ou a implantação. Não é capaz de romper um zigoto que se tenha implantado.) Não é uma forma de aborto Devem ser tomadas até 72 horas após o ato sexual, mas podem ser administradas até 120 horas depois. A dose inicial é seguida 12 horas mais tarde por uma segunda dose. Náusea e vômitos são comuns com os esquemas COC em razão da alta dose de estrogênio 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Plano B: duas pílulas com intervalo de 12h (0,75mg de levonorgestrel) o Plano B em uma etapa: uma pílula (1,5mg de levonorgestrel) Anel Vaginal: É um anel de evastane (copolímero de acetato de vinil etileno), transparente, leve e flexível, que tem diâmetro externo de 54 mm e espessura de 4 mm. Cada anel contém 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel, dispersos uniformemente no núcleo de evastane. A taxa de falha, o perfil de efeitos adversos e as contraindicações são similares aos dos ACOs. Alguns homens e mulheres relatam serem capazes de perceber a presença do anel durante a relação sexual. Se houver incômodo o anel pode ser retirado durante a relação, mas deve ser reintroduzido no prazo de três horas. Mecanismos: inibição da ovulação, alteração do muco cervical e diminuindo a espessura endometrial Contraindicações: o Estenose vaginal o Atrofia grave da vagina o Prolapso uterino o Cistocele ou retocele significativas o Vaginismo O anel pode ser utilizado por toda mulher que deseje contraceptivos reversíveis, práticos e de alta eficácia Iniciar o uso entre o 1° e o 5° dias do ciclo Inserir em formato de “8”; não necessita circundar o colo Deve ser utilizado por 3 semanas consecutivas e retirado ao fim da terceira semana (21o dia) para ocorrer sangramento de privação Realizar pausa de 7 dias; após a pausa, é reiniciado novo ciclo com a colocação de outro anel
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