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MÓDULO 3 Extinção da Punibilidade

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MÓDULO 3
 
Ação penal – arts. 100 a 106 do Código Penal
 
Legislação:
 
Ação penal pública e ação penal privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
 
Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
Decadência do direito de queixa ou de representação
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
 
Conceito
Ação penal é o direito de invocar-se o Poder Jurisdicional, no sentido de aplicar o direito penal objetivo (José Frederico Marques).
Critérios de classificação
 
As ações penais são classificadas de acordo com o objeto jurídico do delito e em conformidade com o interesse da vítima na persecução criminal.
 
Espécies de ação penal
Pública 1. incondicionada
           2. condicionada . à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça
Privada 1. exclusiva
            2. personalíssima
            3. Subsidiária
 
	Natureza
	Titularidade
	Órgão
	Peça
	Pública
	Estado
	Ministério Público
	Denúncia
	Privada
	Ofendido
	Particular
	Queixa-crime
 
Espécies
 
	Pública
	Incondicionada
	Pelo Ministério Público
	No silêncio da lei ou seja: desde que não condicionada ou mediante queixa.
	
	Condicionada
	Representação do ofendido ou representante legal
	Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascendente, descendente o irmão
	
	
	Requisição do Ministro da Justiça
	 
	Privada
	Exclusivamente/propriamente dita
	Titular ou representante legal
	Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascendente, descendente o irmão
	
	Personalíssima
	Somente pode se intentada pelo próprio ofendido
	Art. 236 CP
	
	Subsidiária da Pública
	Quando o MP perde o prazo (inerte).
 
 
	Direito da vítima ou seu representante legal têm de oferecer a queixa-crime nos delitos de APPública em 6 meses.
 
 
 
 
Ação penal pública (art. 100, 1ª parte, CP)
 
Noções gerais
A conduta do sujeito lesa um interesse jurídico de intensa relevância.
Ocorrido o delito, a autoridade policial procede de ofício.
Em juízo, a ação penal deve ser exercida privativamente
  pelo Ministério Público (art. 129, I, CF)
 
Princípios específicos 
Obrigatoriedade ou legalidade – art. 24 CPP
 
O Ministério Público tem o dever de ajuizar a ação penal, desde que presentes a prova da materialidade e indícios suficientes de autoria delitiva. Isso se dá em razão de que as infrações penais não podem ficar impunes, pois há um interesse público indisponível na apuração da autoria e na punição dos verdadeiros culpados.
Exceção: lei 9.099/95. Prevê que nas infrações penais de menor potencial ofensivo o MP pode oferecer denúncia ou propor transação –penal. Todavia a opção não se dá com base em critérios subjetivos, pois depende do cumprimento de requisitos legais – art. 76. É o denominado princípio da oportunidade ou discricionariedade regrada.
 
Indisponibilidade
 
O Ministério Público não pode abrir mão da ação penal ajuizada (art. 42 CPP), abandonando-a ou desistindo do processo movido ou do recurso interposto (art. 576 CPP).
É corolário da obrigatoriedade, eis que de nada adiantaria obrigar a ingressar com o procedimento se posteriormente lhe fosse permitido dela desistir.
 
Oficialidade
 
Os órgãos incumbidos de atuar na persecução penal na ação penal pública devem ser públicos – oficiais - pois a atividade ali desenvolvida é uma das finalidades do Estado.
 
Indivisibilidade
 
O Ministério Público deve processar todos os coautores e partícipes da infração penal. Ora, se o exercício da ação penal é pública, não pode o órgão ministerial escolher quem pretende processar.
 
Intranscendência
 
A ação penal somente pode ser intentada contra os supostos sujeitos ativos da infração penal, nunca contra seus sucessores.
Tal regra decorre do princípio da personalidade da pena (art. 5º, XLV, CF), dela não cabendo responsabilidade aos seus herdeiros.
Portanto, caso ocorra a morte do agente, será reconhecida extinta sua punibilidade.
 
Espécies de ação penal pública
Ação penal pública incondicionada
Seu exercício não se subordina a qualquer requisito.
Ação penal pública condicionada
Seu exercício depende de certas condições:
a) representação por iniciativa do ofendido, então a ação será denominada ação penal condicionada à representação do ofendido;
b) requisição do Ministro da Justiça, então a ação será chamada ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
 
Ação penal pública incondicionada
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Procedimento
. denúncia (art. 41 CPP):   . fato criminoso
                                       . circunstâncias do crime
                                       . qualificação do acusado                                                        
             . classificação do delito
                                          . rol de testemunhas
 
A denúncia é a petição inicial acusatória apta a produzir efeitos em uma ação penal pública.
 
Com ela, busca-se instaurar a ação penal competente para a apuração de crime, podendo ser de natureza condicionada ou incondicionada.
 
A denúncia é narrativa e demonstrativa. Narrativa, porque deve revelar o fato com todas as suas circunstâncias, isto é, como a pessoa que praticou, os meios que empregou, o malefício que produziu, os motivos que o determinaram a isso, a maneira por que a praticou, o lugar onde a praticou, e o tempo. Demonstrativa, porque deve descrever o corpo de delito, dar as razões de convicção ou presunção e nomear as testemunhas e informantes (João Mendes Junior)
 
Requisitos – art. 41 CPP
Os requisitos da denúncia estão elencados no art. 41 do CPP. São eles:
 
Exposição do fato criminoso
 
A exposição do fato criminoso significaabordar todas as particularidades presentes ao acontecimento, aptas a influir acerca de sua presença.
Nesse contexto, releva tratar de qualificadoras, casos de aumento de pena ou agravantes genéricas de pena, data, horário, local, dentre outros aspectos.
Deve-se, também, abordar se o delito foi consumado ou tentado; se culposo, qual a modalidade de culpa; a presença de coautoria ou participação delitiva, etc.
Qualificação do acusado
 
Qualificar o acusado significa lançar os dados de identificação ao acusado. Caso não seja possível, deve-se descrever outros elementos capazes de individualizá-lo, como apelidos, descrição física e eventual presença de características que possam contribuir para a sua identificação, como cicatrizes.
O CPP permite que a qualificação do acusado possa ser emendada, a qualquer tempo, inclusive na fase de execução (art. 259 CPP).
 
Qualificação jurídica do crime
 
É o enquadramento legal dos fatos à norma; a atribuição de um tipo penal correspondente à conduta adotada pelo acusado.
Importante sua correta atribuição, pois determina a fixação da competência, do rito processual, do cabimento de benefícios legais como o sursis processual.
No entanto, em caso de equívoco no enquadramento típico, prevalecerá, para efeito de competência, a correta classificação legal a ser efetuada pelo juiz, ao final da instrução probatória, antes ou ao prolatar a sentença.
O erro não causa inépcia da inicial ou nulidade do processo, pois o réu se defende dos fatos e a ele imputados (art. 383 CPP). Só ocorrerá inépcia da inicial se a descrição dos fatos for de tal forma deficiente que impeça à defesa determinar qual o objeto da acusação.
 
Rol de testemunhas
 
Devem ser arroladas na denúncia, sob pena de preclusão (perda de um direito pelo não exercício no tempo e/ou modo prescritos em lei) e a acusação não poderá exigir a oitiva de pessoa alguma.
Todavia é possível que a acusação requeira que o juiz ouça testemunhas na qualidade de testemunhas do juízo, que ficará ao arbítrio do juiz.
 
Prazo para o oferecimento
 
O prazo para oferecimento de denúncia é de 5 dias, se o réu estiver preso, e de 15 dias, se solto (art. 46 CPP).
 
 
Ação penal pública condicionada à representação do ofendido
Nesta modalidade de ação penal o interesse do ofendido prevalece diante do interesse público na repressão do crime.
Justifica-se a imposição de condição para o exercício do poder dever estatal diante da possibilidade de o processo pode gerar mais danos à vítima do que aqueles resultantes do delito em si.
Assim, o Estado confere à vítima ou ao seu representante legal a possibilidade de expressar seu desejo ou não de ver iniciada a ação penal.
Portanto, a representação consiste em o ato pelo qual o ofendido ou seu RL expressa a vontade de que a ação penal seja iniciada (39 CPP).
 
Procedimento para a representação
Como regra geral, observa-se o conteúdo do art. 39 do CPP, ou seja, o ofendido ou representante legal, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, declaração escrita ou oral ao juiz, ao Ministério Público ou à autoridade policial.
 
Prazo para oferecimento de representação
O prazo para o oferecimento de representação é de até 6 meses, contado da data do conhecimento da autoria delitiva, sob pena de decadência (art. 38 CPP).
É possível a retratação da representação, ou seja, voltar atrás em sua intenção de ver determinada pessoa responsabilizada criminalmente, desde que assim aja até o oferecimento da denúncia (art. 102 CP). Depois disso, é considerada irretratável.
Exceção à possibilidade de retratação vem estampada na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que impede a retratação, como restou decidido pelo Supremo Tribunal Federal, na Reclamação nº 17.025, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, julgado em 19/03/2014).
 
Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça
São duas as hipóteses que envolvem a ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça:
· crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro, desde que não configurem crimes contra a segurança nacional (art. 145, parágrafo único, 1ª parte, CP);
· crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, CP).
 
Em ambas as situações, não há prazo certo para a promoção da referida requisição, podendo ser realizada enquanto não for extinta a punibilidade do agente.
 
Condições da Ação
· Legitimidade;
· Interesse processual;
· Possibilidade jurídica do pedido.
Aferível no início do processo: caso ausente algum destes o juiz deverá declarar o autor CARECEDOR DA AÇÃO, nos termos do art. 395 CPP, rejeitando a Denúncia ou Queixa.
Aferível no curso do processo: gera nulidade processual, desde o início, nos termos do art. 563, II, CPP.
Isso se dá por se tratar de questão de ORDEM PÚBLICA, razão pela qual podem ser conhecidas pelo juiz de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição.
 
LEGITIMIDADE DE PARTE ‘ad causam’
. É a pertinência subjetiva da ação. Nos 2 polos da ação (ativa/passiva).
Ex. ATIVA: quando a ação penal deve ser proposta pelo MP nas ações penais públicas e pelo particular nas ações penais privadas.
Ex. PASSIVA: quem deve ocupar validamente o polo. Somente pode ser o sujeito ativo de crime, isto é, pessoa maior de 18 anos.
INTERESSE DE AGIR
. Também chamado ‘interesse processual’.
Far-se-á presente sempre que o ajuizamento da ação penal for necessário para a satisfação do direito material e além disso quando for proposta a ação correta (adequada).
É a verificação do binômio necessidade-adequação. Quando alguém pratica um crime, o Estado não pode imediatamente colocar o agente para cumprir a pena prevista em lei. Precisa antes de processá-lo e obter uma sentença condenatória definitiva (necessidade). E a ação penal deve respeitar o seu titular – seja o MP, seja o Ofendido.
 
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
. É o tipo legal que dá o caráter criminoso ao fato. Se se processar alguém por fato atípico é carecedor da ação por este motivo.
 
Ação penal privada (art. 100, 2ª parte, CP)
Na ação penal privada, o direito do ofendido pelo crime sobrepõe-se ao interesse público.
Por isso, o Estado transfere ao particular o direito de acusar, mas mantém o direito de punir.
 
Espécies
Ação penal exclusiva. somente pode ser proposta pelo ofendido ou pelo seu representante legal (art. 100, §2º, CP).
 
Ação penal personalíssima . somente pode ser proposta pelo ofendido (art. 100, §2º, CP).
 
Ação penal subsidiária . cabível na hipótese de o Ministério Público deixar de oferecer denúncia no prazo legal (100, §3º).
 
Princípios da Ação Penal Privada
 
Oportunidade, discricionariedade ou conveniência
O ofendido poderá optar livremente por ajuizar ou não queixa-crime segundo lhe convier, desde que dentro do prazo legal decadencial de seis meses, em regra. Funda-se no interesse particular do ofendido na solução criminal da lide.
 
Disponibilidade
Uma vez ajuizada a queixa-crime, o ofendido poderá desistir da ação penal privada a qualquer tempo. É corolário do princípio anterior. Se não é obrigado a propor a ação não pode ser obrigado a continuar nela. Pode se utilizar da perempção e o perdão do ofendido para tanto.
 
Indivisibilidade
A ação penal privada deve ser motivada em face de todos os agentes conhecidos.
Se algum dos autores do crime não for mencionado na queixa-crime, haverá, com relação a ele renúncia tácita ao direito de queixa.
Como a lei estabelece que a renúncia com relação a um dos agentes a todos se estende (art. 49 CPP), tal situação enseja a renúncia em relação a todos os outros do crime e, consequentemente, a extinção da punibilidade.
 
Intranscendência
A ação penal somente pode ser ofertada contra os supostos sujeitos ativos a infração penal e nunca contra seus sucessores. É consequência do princípio da personalidade da pena (art. 5º XLV, CF), sem falar que com a morte do agente ocorre a extinção da punibilidade pela morte do agente.
 
Procedimento para a Ação Penal Exclusiva
Forma
Em sede de ação penal privada, apetição inicial é denominada queixa-crime, em regra apresentada em forma escrita, mediante pessoa com capacidade postulatória (advogado ou defensor).
A procuração deve conter poderes especiais, isto é, deve mencionar a existência de outorga de poderes específicos para o ingresso de queixa-crime, além de a peça conter um resumo dos fatos delituosos, não bastando a mera referência ao tipo penal e o nome do querelado.
O objetivo de tais cautelas é resguardar o profissional de um futuro processo por suposta denunciação caluniosa.
Se a petição de queixa-crime for assinada pelo advogado e pelo querelante em conjunto, fica suprida a necessidade de transcrever na procuração os fatos narrados na queixa-crime.
Requisitos – art. 41 CPP
. queixa-crime (art. 41 CPP): . fato criminoso
                                           . circunstâncias do crime
                                           . qualificação do acusado                                                    
                 . classificação do delito
                                              . rol de testemunhas
 
Requisitos – art. 41 CPP
Os requisitos da queixa-crime, assim como na hipótese da denúncia, estão elencados no art. 41 do CPP. São eles:
 
Exposição do fato criminoso
 
A exposição do fato criminoso significa abordar todas as particularidades presentes ao acontecimento, aptas a influir acerca de sua presença.
Nesse contexto, releva tratar de qualificadoras, casos de aumento de pena ou agravantes genéricas de pena, data, horário, local, dentre outros aspectos.
Deve-se, também, abordar se o delito foi consumado ou tentado; se culposo, qual a modalidade de culpa; a presença de coautoria ou participação delitiva, etc.
Qualificação do acusado
 
Qualificar o acusado significa lançar os dados de identificação ao acusado. Caso não seja possível, deve-se descrever outros elementos capazes de individualizá-lo, como apelidos, descrição física e eventual presença de características que possam contribuir para a sua identificação, como cicatrizes.
O CPP permite que a qualificação do acusado possa ser emendada, a qualquer tempo, inclusive na fase de execução (art. 259 CPP).
 
Qualificação jurídica do crime
 
É o enquadramento legal dos fatos à norma; a atribuição de um tipo penal correspondente à conduta adotada pelo acusado.
Importante sua correta atribuição, pois determina a fixação da competência, do rito processual, do cabimento de benefícios legais como o sursis processual.
No entanto, em caso de equívoco no enquadramento típico, prevalecerá, para efeito de competência, a correta classificação legal a ser efetuada pelo juiz, ao final da instrução probatória, antes ou ao prolatar a sentença.
O erro não causa inépcia da inicial ou nulidade do processo, pois o réu se defende dos fatos e a ele imputados (art. 383 CPP). Só ocorrerá inépcia da inicial se a descrição dos fatos for de tal forma deficiente que impeça à defesa determinar qual o objeto da acusação.
 
Rol de testemunhas
 
Devem ser arroladas na denúncia, sob pena de preclusão (perda de um direito pelo não exercício no tempo e/ou modo prescritos em lei) e a acusação não poderá exigir a oitiva de pessoa alguma.
Todavia é possível que a acusação requeira que o juiz ouça testemunhas na qualidade de testemunhas do juízo, que ficará ao arbítrio do juiz.
 
Prazo para o oferecimento
 
O prazo para oferecimento de queixa-crime é, em regra, de 6 (seis) meses, contados do dia do conhecimento da autoria delitiva sob pena de decadência.
 
Ação Penal Personalíssima
A titularidade do direito de ação é conferida por lei apenas e exclusivamente ao ofendido, sendo inviável o seu exercício por intermédio de representante legal. Portanto, não há sucessão por morte ou ausência.
Exemplo de aplicação está previsto no art. 236 e parágrafo único, CP, que trata da figura do “induzimento a erro essencial e oocultação do impedimento”.
 
 
Ação penal subsidiária
A ação penal subsidiária é cabível na hipótese de o Ministério Público deixar de oferecer denúncia no prazo legal (art. 100, §3º, CP).
Prazo
A ação deve ser intentada em até 6 (seis) meses, contado da data em que esgotar o prazo para manifestação do Ministério Público.
 
Posturas que o Ministério Público poderá adotar
Diane de uma ação penal subsidiária, caberá ao Ministério Público:
. repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva: somente se a queixa-crime não preencher os requisitos previstos no art. 41 CPP
. aditar a queixa-crime para corrigir; incluir corréu ou crime conexo não mencionado na queixa-crime; ou inserir qualificadora ou causa de aumento de pena.
 
AÇÃO PENAL NOS CRIMES COMPLEXOS – art. 101 CP
 
O crime complexo resulta da fusão de dois ou mais tipos penais. Ex. roubo (art. 157) = furto + lesão corporal ou ameaça
Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
Nestes casos, a titularidade da ação penal é do Ministério Público se, em qualquer dos crimes que compõe o crime complexo, se proceder mediante ação penal pública.
 
Obs. Ação penal adesiva
Denomina-se ação penal adesiva aquela movida pelo ofendido nos crimes de ação penal privada em litisconsórcio com o Ministério Público, nos crimes de ação penal pública (Tourinho Filho), ou nos casos em que o ofendido se introduz no processo ao lado do Ministério Público, na qualidade de assistente da acusação (José Frederico Marques).
 
Ação Penal Popular
Qualquer do povo é titular legítimo para propositura da AP. Não existe em nosso ordenamento. Qualquer legislação que dispusesse da criação de tal possibilidade seria inconstitucional em virtude dos art. 129, I e 5º, LIX CF.
 
Ação Penal Popular subsidiária
Criada pela MP 153/1990, que permitia a qualquer cidadão oferecer ação penal pelo crime de abuso de poder econômico caso o MP excedesse os prazos legai sem adoção de providências a seu cargo. Hoje revogada pela Lei 8.035/90.
 
Exercício 1:
O prazo para o ajuizamento da queixa-crime é:
A)
de seis meses, iniciando a fluência desse prazo no dia seguinte ao dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do crime.
B)
de dois meses, iniciando a fluência desse prazo no dia seguinte ao dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do crime.
C)
de seis meses, iniciando a fluência desse prazo no dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do crime.
D)
de dois meses, iniciando a fluência desse prazo no dia em que o ofendido vem a saber quem é o autor do crime.
E)
enquanto não estiver prescrito o crime praticado.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
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Exercício 2:
Assinale a correta:
 
A)
o MP pode ajuizar a ação penal pública mas não pode desistir dela;
B)
o MP deve ajuizar a ação penal pública e igualmente não pode desistir dela
C)
O MP pode ajuizar a ação penal privada quando o particular não fizer impedindo assim a impunidade do agente;
D)
O MP pode ajuizar apenas a ação penal pública e, convencido da inocência do réu pode desistir dela a qualquer momento
E)
O MP pode ajuizar tanto ação penal pública como a privada quando o particular não o fizer no prazo legal
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
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Exercício 3:
Assinale a letra em que a frase toda estiver correta. As condições da ação são:
A)
legitimidade, possibilidade jurídica do pedido e representação do ofendido
B)
interesse processual, requisição do ministro de Justiça, representação da vítima e legitimidade.
C)
interesse processual, legitimidade e possibilidade jurídica do pedido
D)
representação do ofendido ou quem tenha qualidade de representa-lo, requisição do ministro da justiça e legitimidade
E)
possibilidade jurídica do pedido, interesse processual, legitimidade, requisição do ministro da Justiça e representação da vítima.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Exercício 4:
O critério determinador para classificação de uma ação penal ser de natureza pública incondicionada é:
A)
a natureza do crime
B)
a previsão legal expressa
C)
o silêncio da lei
D)
quando o artigo legal dispuser “mediante denúncia”
E)
a gravidade do crime praticado pelo agente
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Exercício 5:
Entende-se por princípio da indisponibilidade:
A)
o MP não pode se abster de propor a denúncia
B)
o MP deve propor ação penal contra todos os co-réus
C)
a ação penal só pode ser intentada contra os supostos sujeitos da infração penal
D)
uma vez iniciada a ação penal é vedado abandoná-la
E)
o ofendido ou representante legal pode desistir do recurso por ele interposto
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Exercício 6:
Ação Personalíssima diz respeito:
A)
quando somente pode se intentada pelo próprio ofendido.
B)
quando somente o MP pode fazê-la, independentemente de provocação.
C)
meio pelo qual a família da vítima aciona o poder judiciário porque a vítima é menor.
D)
somente contra o próprio ofensor, não podendo atingir outras pessoas da família, dado o caráter pessoal da aplicação da pena.
E)
quando somente pode ser proposta com a anuência da própria vítima direto ao MP.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
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Exercício 7:
São princípios que regem a ação penal privada:
 
A)
disponibilidade e indivisibilidade
B)
obrigatoriedade e intranscendência
 
C)
indivisibilidade e obrigatoriedade
 
 
D)
oportunidade e indisponibilidade
 
E)
intranscendência e indisponibilidade
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
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Exercício 8:
Os critérios adotados para a classificação das ações penais são:
 
A)
o interesse do agente e o objeto jurídico
B)
o interesse da vítima e o objeto material
C)
o interesse do agente e o objeto jurídico
D)
os interesses do Estado e a organização judiciária
E)
os interesses do agente e os interesses da vítima
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
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Exercício 9:
Os princípios da ação penal pública são:
 
A)
obrigatoriedade, disponibilidade, oficialidade, indivisibilidade, intranscendência
 
B)
oportunidade, indisponibilidade, iniciativa da parte, individualidade e intranscendência
 
C)
oportunidade, disponibilidade, oficialidade, indivisibilidade e transcendência
 
D)
oportunidade, disponibilidade, iniciativa da parte, indivisibilidade e transcendência
 
E)
obrigatoriedade, indisponibilidade, oficialidade, indivisibilidade e intranscendência
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 10:
De acordo com a natureza pública ou privada, uma ação penal deve ser oferecida mediante:
A)
denúncia ou queixa-crime
B)
denúncia ou representação
C)
representação ou queixa-crime
D)
denúncia ou procuração
E)
denúncia em ambas as hipóteses
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 11:
Quanto à representação, é correto afirmar:
 
A)
sempre é retratável
 
B)
nunca é retratável
 
C)
é retratável em ação penal privada, mas não em ação penal pública
 
D)
é retratável em ação penal pública incondicionada, mas não em ação penal pública condicionada
 
E)
é retratável em ação penal pública condicionada, mas não em ação penal pública incondicionada
 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 12:
Acerca da ação penal personalíssima, assinale a alternativa correta:
A)
tem natureza privada e pode ser oferecida pela vítima ou pelo seu representante legal
 
B)
tem natureza privada e só pode ser oferecida pela vítima, sendo excluído o seu representante legal
 
C)
tem natureza privada e só pode ser oferecida pelo representante legal da vítima, sendo esta excluída
 
D)
tem natureza pública e só pode ser oferecida pela vítima, sendo excluído o seu representante legal
 
E)
tem natureza pública e só pode ser oferecida pelo Ministério Público
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

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