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@braozinnn Hiperemia e Edema Hiperemia Hiperemia (hiper = muito; haimos = sangue) é o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em um órgão ou tecido, especialmente na microcirculação Veia com alta quantidade de sangue. Etiologia Aumento da velocidade do fluxo sanguíneo (hiperemia ativa), da redução da drenagem venosa por diminuição da velocidade de fluxo (hiperemia passiva ou congestão) ou desses dois fatores. Hiperemia ativa Ocorre por vasodilatação arteriolar→ aumenta o fluxo de sangue no local→ rubor (facial: de origem neurogênica, durante o exercício físico, sendo esse um aumento da demanda funcional, processo fisiológico e de origem inflamatória aguda, caracterizando um processo patológico. Vasodilatadores neurogênicos ou metabólicos (ADP e adenosina no exercício físico) e mediadores inflamatórios vasodilatadores. Macroscopicamente os tecidos aparentam-se róseo- avermelhados, quentes (eritema). Hiperemia passiva ou congestão Ocorre quando a drenagem venosa está dificultada, por: ✓ 1. retorno venoso reduzido devido a um bloqueio obstrutivo e localizado (trombose venosa, por ex.); ✓ 2. redução do retorno venoso por IC (sistêmico ou pulmonar). Macroscopia: tecido cianótico (vermelho-azulado a arroxeado) Micro: acúmulo da hemoglobina desoxigenada na área afetada. ✓ 3. compressão extrínseca das veias. Hiperemia passiva crônica nos membros inferiores ✓ Tipicamente na ICC (insuficiência cardíaca crônica) ou incapacidade do mecanismo valvular das veias em que resulta em uma insuficiência venosa. Estase sanguínea → edema → membros inferiores → hemorragia por diapedese → pigmentação hemossiderótica o que leva a um escurecimento do tecido da perna e do pé; ✓ Vasodilatação e lentidão no fluxo → formação de trombos nas veias profundas (tromboembolia pulmonar); ✓ Pode-se formar úlceras cutâneas de difícil tratamento devido à lentidão do fluxo sanguíneo, trofismo tecidual e microbiota residente na pele lesionada, estimulando uma autoagressão; ✓ Sistema imune super reage e esse justifica o processo inflamatório ulcerativo crônico aliado à insuficiência venosa nos membros inferiores, frequentemente. @braozinnn Hiperemia passiva crônica hepática ✓ ICCD; ✓ Fígado aumentado, com aspecto de “noz moscada”→ hepatócitos centrolobulares sofrem hipotrofia por compressão pela dilatação dos sinusoides, aumentando o contraste com a periferia do lóbulo, os hepatócitos tumefeitos comprimem os sinusoides e reduzem a quantidade de sangue; ✓ Regiões centrais dos lóbulos apresentam-se castanho-avermelhadas e ligeiramente reduzidas (devido à perda celular); ✓ Presença de degeneração hidrópica e/ou gordurosa, necrose, hemorragia e macrófagos com hemossiderina. Fígado com congestão passiva crônica e necrose hemorrágica. (A) Nessa amostra de necrópsia, as áreas centrais apresentam-se vermelhas e ligeiramente deprimidas em comparação ao parênquima viável circundante, criando o “fígado em noz- moscada” (assim denominado por se assemelhar à superfície de corte de uma noz-moscada). (B) A preparação microscópica mostra necrose hepática centrolobular com hemorragia e células inflamatórias dispersas Hiperemia passiva crônica pulmonar ✓ ICCE; ✓ Favorece edema pulmonar e hemorragia; ✓ Aumento de peso e volume do órgão; ✓ Aspecto vinhoso; ✓ Septos alargados, com dilatação de capilares alveolares e espessamento intersticial; ✓ Macrófagos alveolares com hemossiderina (células do vício cardíaco). Superfície de corte dos tecidos hiperêmicos ou congestos. Edema Acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades pré-formadas do organismo. Circulação hemodinâmica: líquido intersticial (que se origina da filtração do sangue na parte arterial dos capilares) → circula entre as células → retorna à circulação sanguínea por reabsorção no lado venoso dos capilares ou pelos vasos linfáticos → dependem das forças de Starling. Pressão hidrostática e coloidosmótica (oncótica/osmótica) Etiologia @braozinnn (1) aumento da pressão hidrostática vascular (ICC, obstrução mecânica das veias, trombose venosa, neoplasias); (2) redução da pressão oncótica do plasma (hipoproteinemia → doenças renais, desnutrição, enteropatias, síndromes de má absorção, insuficiência pancreática, insuficiência hepática, hemorragias; (3) aumento da pressão osmótica intersticial (inflamações, infecções, neoplasias); (4) bloqueio da circulação linfática (remoção cirúrgica de cadeia de linfonodos, parasitas- microfilária, linfagites, abscessos, neoplasias, vasos linfáticos, linfonodos. Tipos Hemodinâmico ✓ Transudato ✓ Líquido intersticial pobre em proteínas e células; ✓ Aspecto seroso, translúcido, incolor a amarelo- citrino ✓ Alterações de forças hemodinâmicas através do endotélio. Inflamatório ✓ Exsudato ✓ Líquido rico em proteínas, com células inflamatórias ✓ Aspecto turvo, amarelo- esbranquiçado, com grumos proteicos, principalmente de fibrina ✓ Aumento da permeabilidade vascular. Topografia ✓ Generalizado: anasarca Edema na insuficiência cardíaca: ICCD → aumento generalizado da pressão hidrostática sanguínea pela dificuldade do retorno venoso sistêmico. Edema na hipoproteinemia: Hipoalbuminemia reduz a pressão oncótica do plasma, diminuindo a reabsorção do fluido intersticial, que se acumula de modo sistêmico, com maior intensidade em tecidos frouxos. Edema renal: desequilíbrio glomérulo-tubular, glomerulopatias (síndrome nefrótica); Outros: Síndromes de má absorção ✓ Localizado: utiliza-se o prefixo hidro seguido da palavra que indica a cavidade, ex: hidroperitônio (ou ascite), hidropericárdio, hidrotórax, hidrocele (cavidade escrotal). Edema por aumento da permeabilidade vascular: inflamações agudas Edema por aumento da pressão hidrostática sanguínea: aumento da pressão intravascular em veias e vênulas que é causado por obstrução de veias por trombos ou compressão extrínseca, por insuficiência de válvulas venosas (como em varizes). Sinal do cacifo para identificar edema. A. Compressão rápida com o polegar, que provoca deslocamento do líquido intersticial. B. Após a retirada do dedo, permanece uma depressão (sinal do cacifo). Edema por redução da drenagem linfática: Paniculites bacterianas, filariose (Elefantíase) ou linfadenectomia. @braozinnn Edema no sistema nervoso central: Causas: infartos, hemorragias, infecções e tumores. Herniações devido ao aumento da pressão intracraniana. Alargamento de giros, apagamento de sulcos e compressão de ventrículos. Edema pulmonar: Insuficiência ou estenose válvula mitral (aumento da pressão nas veias pulmonares) e/ou por aumento na permeabilidade vascular (inflamações pulmonar aguda ou sistêmica), ICCE (Insuficiencia cardiaca congestiva esquerda). ✓ Material róseo granular intra-alveolar; ✓ Micro-hemorragias alveolares→ Hemossiderose pulmonar; ✓ Capilares alveolares congestos → alargamento dos septos; ✓ Pulmões pesados, avermelhados e úmidos. Visão macroscópica Na primeira imagem percebemos um fígado com aparência de noz-moscada, na segunda imagem uma estenose jugular, prosseguindo temos uma imagem com aspecto de um líquido transudato, e por último um edema nos membros inferiores, sinal do cacifo positivo. Problemas causados na ICCD → anasarca. Visão microscópica
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