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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Histologia – Prof. Silvio – Aula 02 Sistema urinário INTRODUÇÃO O aparelho urinário é composto por: • 2 rins • 2 ureteres • Bexiga • Uretra Urina produzida pelos rins, passa para os ureteres até chegar na bexiga e ser eliminada pela uretra Importante para manutenção da homeostase, eliminando resíduos metabólicos e água → túbulos seminíferos • Filtração, absorção ativa, absorção passiva e secreção Secreção de renina – regulação da pressão sanguínea Secreção eritropoetina – estímulo à produção de eritrócitos Participação na ativação da vitamina D3 RIM Borda convexa e borda côncava (situado o hilo) Hilo – local que entram e saem os vasos sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres • Contém tecido adiposo e 2 ou 3 cálices → pélvis renais – parte superior, dilatada, do ureter Rim é constituído: • Cápsula • Tecido conjuntivo denso • Zona cortical • Zona medular Região externa – córtex – filtração do sangue Região interna – medula – modificação da urina • Formada por pirâmides medulares (de Malpighi) – seus vértices formam saliência nos cálices renais – papilas Base da pirâmide – limite córtex – medula Ápice da pirâmide – papila renal De cada pirâmide partem os – raios medulares, que penetram a zona cortical Lobo renal – 1 pirâmide + tecido cortical que recobre Lóbulo renal – 1 raio medular + tecido cortical que recobre Túbulo urinífero – 2 porções funcionais: 1. Néfron 2. Túbulo coletor • Embriologicamente diferentes Formação do néfron: • Corpúsculo renal (parte dilatada) 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX • Túbulo contorcido proximal e distal • Alça de Henle (parte delgada e espessa) Função do néfron – modificar o filtrado do corpúsculo renal para formar a urina O rim não regenera néfrons – lesão renal/ envelhecimento – declínio gradual da quantidade CORPÚSCULOS RENAIS E A FILTRAÇÃO DO SANGUE O corpúsculo renal é formado pelo glomérulo (conjunto de capilares fenestrados) – envolvido pela cápsula de Browman Cápsula possui 2 folhetos: 1. Interno/visceral – junto aos capilares glomerulares – modifica- se no período embrionário e adquire características próprias – células podócitas 2. Externo/parietal – forma os limites do corpúsculo renal – morfologia epitelial – epitélio simples pavimentoso • Entre os 2 folhetos fica o – espaço capsular – recebe líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto externo Podócitos – partem prolongamentos primários que dão origem aos secundários • Possuem actina = mobilidade • Localizados sobre a membrana basal, presas pela proteína integrina Fendas de filtração – espaço entre os prolongamentos secundários dos podócitos • Fechados pela nefrina Cada corpúsculo tem 2 polos: 1. Polo vascular – penetra a arteríola aferente e sai a eferente 2. Polo urinário – início no túbulo contorcido proximal Sangue arterial – circula nos capilares glomerulares • Pressão regulada pela artéria eferente Capilares do tipo fenestrado Barreira de filtração glomerular – membranas basais dos podócitos e do endotélio 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX 3 camadas na membrana glomerular humana: 1. Lâmina rara interna – clara, próxima às células endoteliais 2. Lâmina densa - + elétron-densa 3. Lâmina rara externa – clara, + externa ao lúmen capilar, em contato com os podócitos Filtrado glomerular – forma-se pela pressão hidrostática do sangue, que se opõe a pressão osmótica dos coloides do plasma e a pressão do líquido contido na cápsula de Bowman • Tem concentrações de cloreto, glicose, ureia e fosfato semelhantes à do plasma sanguíneo • Quase não contém proteínas (não atravessam a barreira) CÉLULAS MESENGIAIS Localizadas principalmente entre os espaços dos capilares São células contráteis – filamentos de miosina Possuem receptores de angiotensina II • Quando ativado reduz a fluxo sanguíneo glomerular Possuem receptores para o hormônio/fator natriurético do coração • Vasodilatação • Relaxamento das células mesengiais • Aumento do volume de sangue Funções das células mesengiais: • Garantem suporte estrutural ao glomérulo • Sintetizam a matriz extracelular • Fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas retidas na barreira de filtração • Produzem moléculas biologicamente ativas – prostaglandinas e endotelinas (contração da musculatura lisa das arteríolas eferentes e eferentes do glomérulo) TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL É maior que o túbulo distal Corpúsculo renal → folheto parietal da cápsula de Bowman → epitélio colunar do túbulo contorcido proximal Células com citoplasma acidófilo Numerosas mitocôndrias alongadas – principalmente na parte basal Citoplasma apical com microvilos que formam – orla em escova Em casa corte transversal desse túbulo aparecem de 3 a 4 núcleos esféricos Limites de difícil identificação – prolongamentos laterais que se interdigitam com os das adjacentes Túbulos de lúmens amplos Circundados por muitos capilares sanguíneos Citoplasma apical – presença de canalículos que partem da base dos microvilos • Aumentam a capacidade de absorção do túbulo proximal 4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Vesículas de pinocitose – formadas a partir dos canalículos • Introduzem macromoléculas que atravessaram a barreira de filtração glomerular dentro na célula • Fundem-se com os lisossomos – digestão das macromoléculas O túbulo proximal começa o processo de absorção e excreção do filtrado glomerular que passa por ele • Absorção total da glicose e dos aminoácidos – transporte ativo • Absorção de cerca de 70% da água, bicarbonato e do cloreto de sódio – transporte passivo • Absorve íons cálcio e fosfato – transporte ativo Secreta creatinina, ácidos úrico e para- amino-hipúrico e penicilina • Velocidade da secreção de creatinina = avaliação funcional dos rins ALÇA DE HENLE Estrutura em forma de U – segmento delgado (AHF) interposto e 2 segmentos espessos (AHE) • Segmento espesso – estrutura parecida ao túbulo contorcido distal Parede da alça – epitélio simples pavimentoso Néfrons justamedulares e corticais – ambos participam do processo de filtração, absorção e secreção • Apenas os justamedulares estabelecem um gradiente de hipertonicidade no interstício da medula renal – base funcional da produção da urina hipertônica • Justamedulares com alças de Henle muito longas – profundidade da medula renal Alça de Henle participa da retenção de água Segmento descendente – completamente permeável à água Segmento ascendente – impermeável à água TÚBULO CONTORCIDO DISTAL Revestido por epitélio simples pavimentoso Diferenças entre o túbulo distal e o proximal: • Distal com células menores que o proximal – maior número de núcleos em cada corte transversal • Distal não possui orla em escova • Distal menos acidófilas – menor quantidade de mitocôndrias 5 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Células desse túbulo possuem invaginações da membrana basolateral – mitocôndrias – transporte de íons Túbulo contorcido distal encosta no corpúsculo renal do mesmo néfron – modificação da parede • Células cilíndricas, altas, núcleos alongados e próximos uns dos outros • É a mácula densa – sensível ao conteúdo iônico e ao volume de água do filtrado tubular, produzindo moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina na circulação TÚBULOS E DUCTOS COLETORES Urina dos túbulos contorcidos distais para os túbuloscoletores e depois para os ductos coletores (+ calibrosos), que se dirigem as papilas Túbulos coletores revestidos por epitélio cúbico • Quando se aproximam as papilas as células ficam mais altas até cilíndricas e aumenta o diâmetro do tubo As células dos túbulos coletores são claras no microscópio e pobre em organelas Ductos coletores – participam dos mecanismos de concentração da urina – retenção de água APARELHO JUSTAGLOMERULAR Importante papel de balanço hídrico equilíbrio iônico do meio interno Células musculares lisas modificadas da arteríola aferente Células com núcleos esféricos e citoplasma carregado de grânulos de secreção • Secreção que participa da regulação da pressão sanguínea TD – Túbulo contorcido distal Seta – célula justagomerular (JG) Mácula densa do túbulo distal se encontra próxima • Formam um conjunto com JG – o aparelho justaglomerular No microscópio, as JG são semelhantes as células produtoras de proteínas • Retículo endoplasmático rugoso abundante • Complexo de Golgi desenvolvido São células produtoras de renina • Aumenta a pressão arterial e a secreção de aldosterona (inibe excreção de sódio pelos rins) • Libera-se a angiotensina I que é convertida em angiotensina II CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 6 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Cada rim recebe sangue por uma artéria renal, que se divide em anterior e posterior • Esses ramos, ainda no hilo, são origem às artérias interlobares, que seguem entre as pirâmides renais • Interlobares formam as arciformes, na junção corticomedular • Das arciformes partem as interlobulares – levam sangue aos capilares glomerulares • No capilar o sangue vai para as artérias eferente, que se ramificam para formar a rede capilar peritubular – região cortical • Vasos retos – região medular Veias estreladas se unem as interlobulares = veias arciformes → veias interlobares → veia renal → sangue sai do rim INTERSTÍCIO RENAL Espaço entre néfron e os vasos sanguíneos e linfáticos Muito escasso na cortical Aumenta na medular Contém pequena quantidade de tecido conjuntivo, fibroblastos, fibras colágenas e substância fundamental muito hidratada e rica e em proteoglicanos (principalmente na medula) Existem células secretoras – produção de prostaglandinas e postaciclinas Produção de 85% da eritropoetina – Lesão renal pode levar a anemia BEXIGA E VIAS URINÁRIAS Armazém a urina e conduzem para o exterior A parede vai se tornando gradualmente mais espessa no sentido da bexiga Mucosa – com epitélio de transição (urotélio) + lâmina própria Barreira osmótica entre a urina e os fluidos teciduais – células mais superficiais do epitélio de transição Presença de músculo liso • Longitudinal interna e circular externa na bexiga • Longitudinal interna, circular média e longitudinal externa no ureter Quando a bexiga se esvazia a membrana se dobra nas regiões delgadas, invaginando e enrolando as regiões espessas = vesículas fusiformes • Membrana especializada sintetizada pelo complexo de Golgi • Composta por cerebrosídeos As vias urinárias são envolvidas por membrana adventícia, exceto a parte superior da bexiga (peritônio) URETRA Sexo masculino – passagem de esperma durante ejaculação 7 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Sexo feminino – exclusivo do aparelho urinário Uretra masculina com 3 porções: 1. Prostática – epitélio de transição 2. Membranosa – epitélio pseudoestratificado colunar + esfíncter externo (músculo estriado) 3. Cavernosa/peniana – epitélio pseudoestratificado colunar com áreas de estratificado pacimentoso • Muito próxima a bexiga e no interior da próstata Glândulas de Littré – mucosas, por toda extensão da uretra, mas, tem predomínio na peniana nos homens e em toda a uretra feminina Uretra feminina – epitélio plano estratificado, com áreas de pseudoestratificado colunar + esfíncter externo (músculo estriado) AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL Creatinina, ureia, pH urinário, densidade/osmolaridade, proteinúria, glicosúria e sedimento urinário Ureia – produto do catabolismo das proteínas • Filtrada nos glomérulos • 40% reabsorvida nos túbulos Creatinina – proporcional à massa muscular, à dieta e ao ritmo de filtração glomerular Edema de origem renal – presença de líquido no interstício • Sinal do cacifo
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