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CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 1 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 2 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” SUMRIO HISTRIA DA ORATRIA.....................................................................................................3 Retrica.......................................................................................................................................4 A TRADIO RETRICA.......................................................................................................5 A retrica clssica.......................................................................................................................5 O vazio da retrica......................................................................................................................8 Retrica Moderna........................................................................................................................9 Alguns racioc nios.......................................................................................................................9 Algumas figuras..........................................................................................................................10 Metfora......................................................................................................................................10 Meton mia...................................................................................................................................11 A NATUREZA DO SIGNO LINGUISTICO.............................................................................12 DISCURSO DOMINANTE........................................................................................................13 DISCURSO AUTORIZADO ..................................................................................................14 Um esquema.................................................................................................................................15 TEXTOS PERSUASIVOS...........................................................................................................16 Na publicidade..............................................................................................................................16 COMO ELABORAR SEU DISCURSO E DISCURSAR...........................................................19 COMO ESCREVER UM DISCURSO MOTIVACIONAL ...............................................20 CONCLUINDO SEU DISCURSO..............................................................................................21 PORQUE VOC NO DEVE MEMORIZAR O CORPO DE SEU DISCURSO.....................22 Campos de estudo da comunicao no verbal............................................................................24 COMUNICAO PROXEMICA...............................................................................................25 COMUNICAO GESTUAL OU NO VERBAL...................................................................28 O QUE VESTIR NA SUA APRESENTAO ORAL..............................................................30 AS EXPRESSES FACIAIS FALAM.......................................................................................31 COMUNICAO E MARKETING PESSOAL........................................................................33 BUSCANDO MOTIVOS PARA COMUNICAR-SE BEM.......................................................36 Autoconhecimento/Autoconfiana/Liderana/Oportunidades Profissionais...............................36 Criatividade/Flexibilidade nas relaes interpessoais/Vitria sobre os desafios.........................37 QUEM TEM MEDO DE FALAR EM PBLICO......................................................................37 Plano de ao comportamental para administrar medos e inibies............................................39 A ARTE DE FALAR EM PBLICO: CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES.41 O recurso do “CHA”....................................................................................................................41 DESENVOLMENDO OS ASPECTOS MAIS RELEVANTES DO CH.................................42 ESQUEMA LGICO DA APRESENTAO...........................................................................45 Criando um esquema seguro para facilitar a apresentao...........................................................46 CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 3 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” HISTRIA DA ORATRIA Oratória é o termo que designa a arte de falar em público. Constitui uma das variantes do discurso argumentativo. Foi em Siracusa que nasceu a arte da oratória. Na antiguidade, Siracusa foi a maior e mais importante cidade da Sicília. Entre as ruínas arquitetônicas, contam-se um teatro grego, um anfiteatro romano, o altar-mor de Híeron II e a cidadela do século IV a.C O primeiro manual sobre a retórica surgiu nesta cidade no século V a.C.. Este manual foi escrito pelos siracusanos Córax e seu discípulo Tísias. Corax escreveu a obra para orientar os advogados que se propunham a defender causas de pessoas que desejavam reaver seus bens e suas propriedades tomados pelos tiranos. Existe uma anedota sobre o aprendizado de Tísias. A história conta que Tísias se recusou a pagar as aulas ministradas pelo seu mestre Corax alegando que, se fora bem instruído pelo mestre, estava apto a convencê-lo de não cobrar. Se este não ficasse convencido, era porque o discípulo ainda não estava devidamente preparado, fato que o desobrigava de qualquer pagamento. A civilização grega tinha alta consideração para com os homens que dominavam a arte da oratória. Aristóteles, discípulo de Platão, escreveu as bases da oratória em seu famoso tratado intitulado "A ARTE DA RETÓRICA". Aristóteles não fazia discursos, apenas escreveu sobre o assunto. DEMÓSTENES, este sim, ficou famoso tornando-se o mais eloqüente orador da Grécia. Superou suas dificuldades naturais, pois era gago. Conta-se que Demóstenes corria contra o vento recitando versos e colocava pedras na boca para aperfeiçoar sua dicção. Na antiga Grécia, mais concretamente em Atenas, a oratória - ou discurso público - decorria do próprio processo democrático, em que todos os cidadãos tinham possibilidade de integrar qualquer um dos organismos de organização e gestão do Estado, como, por exemplo, a Eclésia e a Bulé. Contudo, na prática, as pessoas que não moravam na cidade ou que trabalhavam durante todo o dia raramente podiam assistir às reuniões diárias onde se decidiam os assuntos relativos ao Estado. O estipêndio - denominado na altura misthos ecclesiastikós- que, durante a guerra do Peloponeso (431-404), era dado aos membros da Eclésia representava apenas o suficiente para que não ficassem prejudicados. Assim, eram principalmente os cidadãos abastados, de famílias antigas ou com escravos e propriedades arrendadas, que desempenhavam o papel político mais proeminente no governo do Estado, podendo dedicar-se a tempo inteiro aos assuntos mais importantes. Entre estes se destacaram Anito, Cléon e Cléofon (apesar de também terem ascendido a estes postos, em grande parte devido a suborno, homens de humildes origens). Dada à posição proeminente ocupada, iniciou-se o uso de lhes chamar oradores, uma vez que eram eles que se dirigiam a maior parte das vezes à grande assembleia da Eclésia para expor planos e programas a serem votados, o que exigia também o domínio do discurso persuasivo. De igual forma, uma assistência tão alargada propiciava a exaltação do orador, CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 4 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” que pretendia tocar o íntimo dos assistentes, convencendo-os dos seus propósitos. Simultaneamente,houve também quem abusasse deste poder sobre a multidão, com objetivos menos honestos e altruístas. Retrica É a técnica de uso da linguagem para se expressar bem e ser persuasivo. Foram os sofistas que fizeram o primeiro estudo que se tem registro sobre o poder da linguagem, considerando sua capacidade de persuasão. Em função disso, o nascimento da Retórica é datado do século V antes de Cristo, na Sicília. Essa arte de falar bem ganhou a atenção na região após a introdução da questão em Atenas pelo sofista Geórgia. Logo, os estudos ganharam repercussão nos meios políticos e judiciais. Inicialmente, a Retórica era utilizada como instrumento para persuadir em audiência de variados assuntos, porém, com o tempo, tornou-se uma espécie de sinônimo da arte de falar bem. A divergência entre a pressuposição original dos sofistas para Retórica e a significação que foi atribuída pelos gregos gerou oposição entre ambos. Os sofistas argumentavam baseando-se no sentido original do termo Retórica, enquanto Sócrates criou uma escola de pensadores suportados por novas concepções. Com o tempo, a formulação grega ganhou complexidade. Aristóteles escreveu um livro no qual sistematizava o estudo da Retórica e a definia como importante elemento para a Filosofia. Colocava a Retórica no mesmo patamar da lógica e da dialética. Séculos à frente, a Retórica ganhou uma significância importante para a Idade Média. Era considerada como uma das três artes liberais, as quais eram ministradas nas universidades, ao lado da lógica e da gramática. Desde seu surgimento, a Retórica sempre foi importante elemento para manifestação do homem, seja para persuadir, seja para expressar-se com um bom discurso. Permaneceu como um dos elementos fundamentais da boa educação ocidental até o século XIX. Ao longo dos séculos, a Retórica formou oradores e escritores capazes de fazer crer na mensagem que desejavam transmitir suportando-se através do logos, do pathos e do ethos. Logos, que inicialmente significava o Verbo, ganhou com os gregos a significação de razão. Pathos é uma palavra grega que denomina paixão. E Ethos tem origem na palavra ética e representa o caráter do interlocutor. Ou seja, a Retórica faz uso de várias ferramentas para validação da linguagem no que se refere a alcançar seus objetivos. Assim, a elaboração do discurso está envolta pela invenção, pela organização do conteúdo, pela expressão adequada, pela memorização e declamação. Deve haver uma consonância de voz e gestos com o conteúdo do discurso. Ao mesmo tempo que é uma arte, a Retórica é também uma ciência, pois fornece métodos para elaborar um discurso estruturado. Inicialmente, dedicava-se do discurso falado. Com o tempo, foi aplicada à linguagem escrita. É chamada, atualmente, de estilística aplicada aos textos literários. Mas a oralidade e a escrita não são as únicas vias de expressão da Retórica, ela também está presente na música, na pintura e na publicidade, por exemplo. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 5 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” A TRADIO RETRICA Falar em persuaso implica, de algum modo, retomar certa tradio do discurso clssico, na qual podem ser lidas muitas das formulaes que marcaram posteriormente os estudos de linguagem. Essa recuperao do espao cultural e ling stico do mundo clssico necessria, visto que a preocupao com o dom nio da expresso verbal nasceu entre os gregos. E no poderia ser diferente, pois, praticando um certo conceito de democracia, e tendo de exporem publicamente suas idias, ao homem grego cabia manejar com habilidade as formas de argumentao. Da toda larga tradio dos tribunos, dos sofistas, que iam s praas pblicas, aos tribunais, aos foros, intentando inflamar multides, alterar pontos de vista, mudar conceitos pr- formados. Demstenes, Ouintiliano, Grgias, foram alguns desses nomes que ficaram clebres pela habilidade com que encaminhavam suas lgicas argumentativas. No , pois, estranho que a Grcia clssica tivesse levado a graus de sutileza a preocupao com a estruturao do discurso. As escolas criaram, inclusive, disciplinas que melhor ensinassem as artes de dom nio da palavra: a eloqncia, a gramtica, a retrica, atestam algumas das evidncias do conjunto de preocupaes que marcaram a relao dos gregos com o discurso. Ademais, o problema no era apenas o de falar, mas faz-lo de modo convincente e elegante, unindo arte e esp rito, bem ao gosto da cultura clssica. A disciplina que cuidava especialmente de buscar tal harmonia era a retrica. Segundo Oswald Ducrot e Tzvetan Todorov: “O aparecimento da retrica como disciplina espec fica o primeiro testemunho, na tradio ocidental, duma reflexo sobre a linguagem. Comea-se a estudar a linguagem no enquanto ‘l ngua’, mas enquanto ‘discurso’,ou seja, cabe retrica mostrar o modo de constituir as palavras visando a convencer o receptor acerca de dada verdade. A retrica foi, porm, transformando-se em mero sinnimo de recursos embelezadores do discurso, ganhando at um certo tom pejorativo. Um pouco desta postura se deve a certas vises da retrica, como as desenvolvidas no sculo XVIII e XIX, para quem j no se tratava mais de uma questo de mtodo compositivo, mas sim de buscar o melhor enfeite, a palavra mais bela, a figura inusual, a expresso inusitada, moda do iderio esttico dos parnasianos. Em nossos dias os estudos retricos passaram a receber novas abordagens, em especial no que diz respeito s figuras de linguagem e suas funes, como se pode ler nas formulaes do grupo de Jean Dubois, da escola de Lige. A retrica clssica Corno vimos, pela prpria natureza do estado grego, era imperativo para certas camadas sociais dominar as regras e normas da boa argumentao. O exerc cio do poder via palavra, era ao mesmo tempo uma cincia e uma arte, louvado como instncia de extrema sabedoria; portanto no causa estranheza que surgissem a as primeiras sistematizaes e reflexes acerca da linguagem. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 6 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Os pensadores gregos de Scrates a Plato escreveram sobre o assunto, porm com Aristteles que o discurso ser dissecado em sua estrutura e funcionamento. O estagirita (384-322 a.C.) deu luz um livro que permanece at hoje como um dos manuais clssicos para quem deseja estudar certas questes vinculadas aos processos compositivos dos textos: Arte retrica. A obra pode ser considerada uma espcie de s ntese das vises que se acumulavam em torno dos estudos retricos, assim como um guia dos modos de se fazer o texto persuasivo. A Arte retrica composta dos livros I, II, III, onde se podem ler, trazido para a linguagem de hoje, elementos de gramtica, lgica, filosofia da linguagem e estil stica, para ficarmos em alguns dos temas que nos dizem respeito. A t tulo de nos aproximarmos um pouco mais da estrutura de Arte retrica, convm observar o roteiro fornecido por Jean Voilquin e Jean Capelle: “O livro I contm quinze cap tulos. Aps ter mostrado, nos cap tulos I e III, as relaes entre retrica e dialtica e definida a retrica, Aristteles, que censura seus predecessores por haverem estudado principalmente as provas alheias arte, consagra os cap tulos III a XIV, inclusive, ao estudo das provas tcnicas; s provas extratcnicas: leis, depoimentos das testemunhas, contratos, declaraes obtidas sob tortura, juramentos, atribuir apenas o cap tulo XV do livro I. O livro II compreende duas grandes partes: nos cap tulos I a XVII, estuda Aristteles as provas morais e subjetivas, para retomar, nos cap tulos XVII a XXVI, o exame das provas lgicas. O livro III dedicado ao estudo da forma”. Se fssemos resumirainda mais este roteiro, chegar amos concluso de que estamos diante de um corpo de normas e regras que visa, a saber, o que como se faz e qual o significado dos procedimentos persuasivos. preciso lembrar, porm, que Aristteles no deseja confundir, como faziam muitos de seus contemporneos, retrica e persuaso. A retrica tem, para Aristteles, algo de cincia, ou seja, um corpus com determinado objeto e um mtodo verificativo dos passos seguidos para se produzir persuaso. Assim sendo, caberia retrica no assumir uma atitude tica, dado que seu objetivo no o de saber se algo ou no verdadeiro, mas sim anal tica cabe a ela verificar quais os mecanismos utilizados para se fazer algo ganhar a dimenso de verdade. Ou, como afirma Aristteles: “Assentemos que a Retrica a faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso, pode ser capaz de gerar a persuaso”. Nenhuma outra arte possui esta funo, porque as demais artes tm, sobre objeto que lhes prprio, a possibilidade de instruir e de persuadir; por exemplo, a medicina, sobre o que interessa sade e doena; a geometria, sobre as variaes das grandezas; a aritmtica, sobre o nmero, e o mesmo acontece com as outras artes e cincias. Mas a Retrica parece ser capaz de, por assim dizer, no concernente a uma dada questo, descobrir o que prprio para persuadir. Por isso, dizemos que ela no aplica suas regras a um genro prprio e determinado’’. A citao nos autoriza a deduzir o seguinte: 1. A retrica no a persuaso; 2. A retrica pode revelar como se faz persuaso; 3. Os discursos institucionais da medicina, da matemtica, ou, da histria, do judicirio, da fam lia etc. 4. A retrica anal tica (descobrir o que prprio para persuadir); 5. A retrica uma espcie de cdigo dos cdigos, est acima do compromisso estritamente persuasivo (ela no aplica suas regras a um gnero prprio e determinado), pois abarca todas as formas discursivas. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 7 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Entende-se por que a retrica no poderia ser uma tica, pois ela no entra no mrito daquilo que est sendo dito, mas, sim, no como aquilo que est sendo dito o de modo eficiente. Eficcia implica, nesse caso, dom nio de processo, de formas, instncias, modos de argumentar. Ao longo da Arte retrica, vai-nos sendo revelados quais so essas regras gerais a serem aplicadas nos discursos persuasivos. Para tanto, um dos mecanismos mais bvios indicados por Aristteles aquele que fixa a estrutura do texto em quatro instncias seqenciais e integradas: o exrdio, a narrao, as provas e a perorao. Antes de detalhar um pouco mais essas fases do discurso, convm lembrar que, no fundo, a maneira como aprendemos a escrever, o modo como muitos livros didticos de redao ensinam criana os procedimentos a serem utilizados para a confeco de textos, ainda seguem muito de perto a estrutura sugerida por Aristteles na Arte da retrica. 1. Exrdio. o comeo do discurso. Pode ser uma indicao do assunto, um conselho, um elogio, uma censura, conforme o gnero do discurso em causa. Para o nosso efeito consideremos o exrdio como a introduo. Essa fase importante porque visa a assegurar a fidelidade dos ouvintes. Notem como age o padre num sermo. Normalmente ele diz: “Car ssimos irmos, hoje iremos falar sobre...”. 2. Narrao. propriamente o assunto, onde os fatos so arrolados, os eventos indicados. Segundo Aristteles: “O que fica bem aqui no nem a rapidez, nem a conciso, mas a justa medida. Ora, a justa medida consiste em dizer tudo quanto ilustra o assunto, ou prove que o fato se deu que constituiu um dano ou uma injustia, numa palavra, que ele teve a importncia que lhe atribu mos”. propriamente a argumentao. 3. Provas. Se o discurso haver que ser persuasivo, importante comprovar aquilo que se est dizendo. Sero os elementos sustentadores da argumentao. Esta fase particularmente significativa no discurso judicirio. 4. Perorao. o ep logo, a concluso. Pelo carter final stico, e em se tratando de um texto persuasivo, est aqui a ltima oportunidade para se assegurar a fidelidade do receptor, portanto, mais um importante momento no interior do texto. A ela se referia Aristteles: “A perorao compe-se de quatro partes: a primeira consiste em disp-lo [o receptor] mal para com o adversrio; a segunda tem fim amplificar ou atenuar o que se disse; a terceira, excitar as paixes no ouvinte; a quarta, proceder a uma recapitulao”. Como se pode ver, Aristteles estava moda de um cirurgio, ‘‘operando’’ o discurso no intuito de entender seu funcionamento. Em cada uma dessas fases h ainda uma srie de subdivises, propostas de encaminhamento dos argumentos, modos de tornar o discurso mais agradvel etc. V-se, portanto, que atribuir a Aristteles o papel de um dos primeiros sistematizadores da teoria do discurso mais do que justo. No entanto, cabe lembrar, a t tulo de concluso desta parte, que o autor de Arte retrica no foi como muitos insistem em dizer, o inventor da retrica. Ele apenas analisou os discursos de seu tempo, verificou a existncia de certos elementos CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 8 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” estruturais, comuns a todos eles, e a partir de ento indicou a funo e o espao a serem ocupados pelos estudos retricos. O vazio da retrica Com o passar dos sculos, a retrica foi tendo alteradas suas funes. Daquela preocupao com as tcnicas organizacionais do discurso e com a persuaso, o que se ir assistir, particularmente no final do sculo XIX, e a uma vinculao da retrica com a idia de embelezamento do texto. retrica caberia fornecer recursos visando a produzir mecanismos de expresso que tornassem o texto mais bonito. As figuras de linguagem e os torneios de estilo ganharam faixa prpria, encobrindo, muitas vezes, as insuficincias das idias. Por isso, ainda hoje, persiste um pouco a viso negativa da retrica como sinnimo de enfeite do estilo e vazio das idias. verdade que muitas organizaes discursivas confirmam tal viso. Note-se, por exemplo, certas peties de advogados, ou ainda, aqueles clebres discursos de formatura, com os seus eternos “jovens de hoje que iro construir o pa s de amanh”, “o sofrimento dos pais para ver o triunfo dos filhos”. As cerimnias de abertura dos bailes das debutantes no ficam muito atrs no desfile de clichs: “a beleza feita menina”, “a formosura que ofusca as luzes do salo”, “a rosa que desbrocha” etc. No Brasil, essa concepo “enfeitista” do discurso, na sua romaria de lugares comuns, esteretipos, figuras de gosto duvidoso, verdadeiro templo do Kitsch, difundiu-se com uma fora capaz de produzir lgrimas nas pasmas platias. Ao final do sculo XIX, a viso da retrica como verniz do estilo encontrou terreno frtil entre os parnasianos. Veja um exemplo: “ Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O nix prefiro. Por isso por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme. Corre o cinzel.Corre; desenha, enfeita a imagem, A idia veste Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. Torce, aprimora, alteia, lima A frase, e, enfim, No verso de ouro engasta a rima Como um rubim. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma Por te servir, Deusa Serena Serena Forma!” CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 9 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc”O excerto acima, o clebre poema de Olavo Bilac, nos indica um pouco da concepo segundo a qual o texto , antes de mais nada, um trabalho de artesanato verbal.A questo reside em encontrar o enfeite para a idia, a rima rara, a estrofe constru da com a pacincia do cinzelador. . Escrever passa ser, principalmente, um ato de exerc cio verbal, um ritmo ao qual no devem faltar os deuses a serem glorificados, nesse caso, a “Deusa Serena, Serena Forma”. Retrica moderna Nos ltimos anos ocorreu uma verdadeira renovao nos estudos de retrica, particularmente em sua ligao com a potica. Para tanto, os trabalhos desenvolvidos por Jean Dubois e o grupo da Universidade de Lige tem sido fundamental. As recentes pesquisas acerca da retrica tm procurado tirar um pouco da poeira acumulada pelo tempo, afastando-se daquela preocupao de a tudo dar nomes, buscando muito mais colocar questes como as provenientes da teoria das figuras. O inestimvel valor dos conceitos formulados por Aristteles reencontra espao para uma reflexo mais arejada e menos contaminada por certas tendncias que marcaram a histria da retrica. Ou, como consideram Dubois e seus companheiros: “Assim como a histria pol tica, a histria das idias tem seus decl nios e renascimentos, suas proscries e reabilitaes”. Quem afirmasse, dez anos atrs, que a Retrica iria tornar-se de novo uma disciplina maior, teria causado riso. “Dificilmente algum se lembrava da observao de Valry sobre ‘o papel de primeira importncia’ que desempenham em poesia ‘os fenmenos retricos”. Sem dvida este novo papel est vinculado a dois plos importantes: o do estudo das figuras de linguagem e o das tcnicas de argumentao. Ou seja, reaparece aquele tpico que deseja estudar a organizao discursiva a fim de apreender os procedimentos que permitem ligar a adeso de um ponto de vista quelas idias que lhes so apresentadas. A questo aqui possui uma natureza e uma dimenso que no nos poss vel trilhar neste livro, porm a t tulo de indicao convm adiantar que estamos nos referindo tanto aos mltiplos processos de articulao dos racioc nios textuais, como ainda enorme gama de possibilidades criadas pelo uso das figuras de linguagem. Mais adiante, faremos a exemplificao de alguns racioc nios e figuras com o intuito de apontar tais procedimentos. Para concluir, este tem convem lembrar uma afirmao de Umberto Eco, para quem a retrica, que era “quase entendida como fraude sutil, est sendo mais e mais vista como uma tcnica de racioc nio humano controlado pela dvida e submetido a todos os condicionamentos histricos, psicolgicos, biolgicos de qualquer ato humano”. Alguns raciocnios poss vel visualizar no mundo clssico a existncia de racioc nios discursivos — j codificados pela retrica — que possu am gradaes persuasivas. Vamos arrolar alguns desses racioc nios, procurando atualiz-los atravs de exemplos mais prximos do nosso cotidiano. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 10 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” O racioc nio apod tico (apodeiktks) possu a o tom da verdade inquestionvel. O que se pode verificar aqui o mais completo dirigismo das idias; a argumentao realizada com tal grau de fechamento que no resta ao receptor qualquer duvida quanto verdade do emissor. Exemplo: Zupavitin, a sopa que emagrece 1 quilo por dia. Racioc nio impl cito: Se voc quer emagrecer, deve tomar Zupavitin. O carter imperativo do verbo torna indiscut vel o enunciado. O receptor fica impedido de esboar qualquer questionamento. um racioc nio fechado em si mesmo que no d margem a discusso. J o racioc nio dialtico (no se deve confundir com a viso marxista do termo) busca quebrar a inflexibilidade do racioc nio apod tico. Agora, aponta-se para mais de uma concluso poss vel. No entanto, o modo de reformular as hipteses acaba por indicar a concluso mais aceitvel. um jogo de sutilezas que consiste em fazer parecer ao receptor existir uma abertura no interior do discurso. Exemplo: Voc poderia comprar vrias marcas de sabo em p. Mas h uma que lava mais branco. O verbo no condicional cria a idia de que se podem seguir mltiplos caminhos para a compra do sabo em p. H vrias marcas sua disposio, porm uma delas destacada na concluso. Ou seja, o enunciado j contm a verdade final desejada pelo emissor. A terceira grande categoria de racioc nio o retrico, que era, portanto, tambm o nome de um mecanismo de conduao das idias. H certa semelhana entre o dialtico e o retrico, apenas no ltimo caso no se busca um convencimento racional, mas igualmente emotivo. O racioc nio retrico capaz de atuar junto a mentes e coraes, num eficiente mecanismo de envolvimento do receptor. Exemplo: O candidato X deve merecer seu voto porque um democrata; realizar mais pelo bem comum, amigo dos humildes, defensor dos desfavorecidos. Agora, j no se quer apenas o assentimento lgico, deseja-se tambm trabalhar com os dados emocionais. o tipo de discurso que caracteriza o conselho paterno: “Olha, voc pode ir festa, porm, se ficasse em casa, ns poder amos...”. Algumas figuras As figuras de retrica so importantes recursos para prender a ateno do receptor naqueles argumentos arti culados pelo discurso. As figuras, ou translaes, como as definem certos autores, cumprem a funo de redefinir um determinado campo de informao, criando efeitos novos e que sejam de atrair a ateno do receptor. So expresses figurativas que conseguem quebrar a significao prpria e esperada daquele campo de palavras. Entre as figuras mais usadas esto metfora e a meton mia, consideradas pelo lingista Roman Jakobson como espcie de matrizes presentes, ora com dominncia de uma, ora com a da outra, na imensa maioria dos textos. Metfora Em uma figura que se caracteriza por denominar representaes para as quais no se encontra um designativo mais adequado. Alguns processos so prprios da metfora: CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 11 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 1. Transferncia ou transposio. uma operao de passagem do plano de base (a significao prpria da palavra, ou expresso) para o plano simblico (representativo figurativo). 2. Associao. Na transposio ocorre um processo de associao subjetiva entre a significao prpria e o efeito figurativo. Exemplo: O ltimo ouro do sol morre na cerrao (Olavo Bilac) Ouro do sol e morte na cerrao podem ser associados ao fim da tarde, ao crepsculo. Metonmia Indica a utilizao de um termo em lugar de outro, desde que entre eles haja uma relao de contigindade. A meton mia nasce, ao contrrio da metfora, de uma relao objetiva entre o plano de base e o plano simblico do termo. Por exemplo, em “O brasileiro no tem preconceito de cor”, “brasileiro” est em lugar do plural brasileiro. Ou seja, usou-se um termo em lugar de outro, visando obteno de um efeito retrico de aproximao entre cada um de ns (conjunto de eus). O plural brasileiro, aqui, daria um sentido de “distanciamento” maior entre o conjunto e eu. O sujeito singular (eu) cria uma idia mais prxima de que no carrego preconceito racial. Isso significa reconhecer a existncia de um jogo que no dispensa certo fator emocional. O plural dispersa, o singular concentra e intensifica a idia de que sou parte de um povo incapaz de exercitar o preconceito. Como se pode notar, as figuras so utilizadas, tambm, para criar efeitos ideolgicos. A meton mia, em particular, aparece constantemente no discurso pol tico. comum, por exemplo, um pol tico iniciar seu discurso, especialmente em vsperasde eleies, com o celebre “amigo eleitor”. Claro est que atravs da parte (voc/amigo) deseja-se buscar o todo (ns/conjunto de eleitores). H vrios tipos de meton mia. Vamos arrolar algumas s a t tulo de exemplificar a conceituao enunciada acima: CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 12 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” • O todo pela parte. O universo em que vivemos est irrespirvel (Universo=cidade de Cubato). • O continente pelo contedo. Hoje ele tomou todas (Hoje ele tomou algumas cervejas). • O autor pela obra. Ouvi o Milton Nascimento (Ouvi a msica de Milton Nascimento). A NATUREZA DO SIGNO LINGUISTICO Para se verificar a construo do discurso persuasivo, necessrio reconhecer a organizao e a natureza dos signos lingu sticos. Afinal, da inter-relao dos signos que se produz a frase, o per odo, o texto. H uma vasta bibliografia explicativa da estrutura e das funes do signo ling stico. Vamos fixar aqui algumas idias que ajudem na compreenso das articulaes entre o signo e a persuaso. comum afirmar-se, segundo a orientao dada por Ferdinand de Saussure, que todo signo possui dupla face: o significante e o significado. O significante o aspecto concreto do signo, a sua realidade material, ou imagem acstica. O que constitui o significante o conjunto sonoro, fnico, que torna o signo aud vel ou leg vel. O significado o aspecto imaterial, conceitual do signo e que nos remete a determinada representao mental evocada pelo significante. Veja o que acontece com a palavra cabea: Ocorre que o significante e o significado so aspectos constitutivos de uma mesma unidade. Quando enunciamos a palavra cabea, o fazemos relacionando conjunto sonoro e imagem mental. Dizemos, pois, que a palavra cabea possui uma significao. Significante (Ste) + Significado (Sdo) = Signifcao (So). Na frase “A cabea um rgo do corpo humano”, cabea j nos produz aqui uma significao um sentido; ou se quisermos nos representa mentalmente aquilo que a forma ling stica est evocando. A significao , portanto, uma espcie de produto final da relao existente entre o significado e o significante. Atentando para o que se disse acima, poss vel realizar duas dedues: 1) O signo sempre arbitrrio. Ou seja, no h relao direta entre o Ste e o Sdo. Isso significa que nada existe na combinao dos sons que formam a palavra cabea (C + A + B + E + + A) que una necessariamente tal palavra com o correspondente significado cabea. O que rege as relaes entre o Ste e o Sdo a convencionalidade, da ser poss vel afirmar que no existe conjuno de obrigatoriedade entre o grupo sonoro rosto e o seu correspondente f sico, ou entre a palavra caneta e o objeto caneta. 2) O signo representativo, simblico, ou seja, coisas no se confundem com palavras. As palavras no so as coisas que designam. Um estudioso do assunto, S. Ullmann assegura que os objetos s se relacionam com os nomes atravs do sentido. Veja o esquema abaixo: CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 13 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” DISCURSO DOMINANTE Pelo que se leu at aqui poss vel afirmar a seguinte idia acerca do discurso persuasivo: ele se dota de signos marcados pela superposio. So signos que, colocados como expresses de “uma verdade”, querem fazer-se passar por sinnimos de “toda a verdade”. Nessa medida, no dif cil depreender que o discurso persuasivo se dota de recursos retricos objetivando o fim ltimo de convencer ou alterar atitudes e comportamentos j estabelecidos. Isso nos leva a deduzir que o discurso persuasivo sempre expresso de um discurso institucional. As instituies falam atravs dos signos fechados, monossmicos, dos discursos de convencimento. Tanto as instituies maiores — o judicirio, a igreja, a escola, as foras militares, o executivo etc. — quanto microinstituies — a unidade familiar, a sala de aula, a sociedade amigos de bairro etc. Assim, por exemplo, se o Cdigo Civil determina que a monogamia o modo de organizar a fam lia no Brasil, no nos dado espao para questionar tal enunciado. As leis, a tica, so codificadas em signos to persuasivos que a monogamia passa a ser aceita como uma espcie de verdade absoluta. Caso tenhamos convices poligmicas, todo o esforo das instituies – representadas nas mais diversas falas, inclusive dos amigos, dos vizinhos, do padre etc. — ser no sentido de reverter esse comportamento. Nesse caso, a ao persuasiva ser no sentido de alterar uma atitude que afronta as instituies. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 14 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Mas, se ainda nos mantivermos firmes em nossa posio poligmica, afrontantando, portanto, a fala institucional, quebrando a normatividade da organizao familiar, ento podero ser esgotados os argumentos discursivos e adviro outras foriiias repressivas, inclusive a f sica. Os discursos que enunciamos em nosso cotidiano individual, conquanto possam estar dotados de recursos composicionais, estil sticos, at muito originais, no deixam de trazer a natureza sociabilizada do signo. Da que os signos enunciados por ns revelam as marcas das instituies de onde derivam. Ao absorvermos os signos, incorporamos preceitos institucionais que nem sempre se apresentam to claramente a ns. necessrio, ento, indagarmos um pouco mais sobre a natureza do discurso persuasivo enquanto ponte para as falas institucionais. O DISCURSO AUTORIZADO Em um artigo muito instigante, Marilena Chau desenvolveu o conceito de discurso competente. Vamos examin-lo mais de perto, visto sua utilidade no sentido de ajudar a clarear pontos que foram levantados at agora. Como sabido, vivemos em uma sociedade que premia as competncias, no campo profissional, intelectual, emocional, esportivo etc. Ao limbo so condenados aqueles que esto “do lado” da incompetncia, porque no conseguem subir na vida, ou so instveis emocionalmente, desgarrados da fam lia, maus alunos, repetentes nos exames vestibulares, inseguros nas tomadas de decises. Se olharmos a questo por esse ngulo, veremos que o leque dos fracassados enorme; os vitoriosos cabem nos pequenos c rculos gerenciais. O parmetro que ir atribuir medalhas honor ficas a uns e adjetivos pouco nobres a outros sempre o da eficincia. Mede-se o sujeito por aquilo que produzir, quer ao n vel material - os negcios realizados, os imveis adquiridos, at as peas que fabrica -, quer ao n vel espiritual - a agudeza com que emite opinies, os livros que escreve a harmonia emocional que consegue estabelecer, a capacidade com que convence auditrios inteiros. O mito da eficincia costuma desconsiderar as naturezas e finalidades dos bens produzidos. Deus e o diabo podem diferenciar-se na Terra do Sol, mas, no que dz respeito organizao produtiva, eles se misturam. No se pergunta para que, para onde, para quem os bens se voltam. Algum ganhou, algum perdeu, afirmaram-se individualidades, foram os seres brutalizados, so perguntas improcedentes para o caso. Assim sendo, se, por exemplo, no interior do sistema tecno-burocrtico-militar, um pesquisador de f sica atmica consegue descobrir uma part cula com maior poder de destruio do que as j existentes, ento a ele est assegurado o galhardo da competncia, pouco importando a natureza tica de tal descoberta: a glria do cientista vir, ainda que pela porta do inferno. Da mesma forma, o policial agraciado com uma nova patente na pol cia por haver desvendado um caso obscuro. E verdade que ele fez uso de vrias formas de violnciaf sica e psicolgica contra os suspeitos; mas o que est em causa aqui no CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 15 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” perguntar acerca da justeza de uma forma de ao e sim reconhecer a eficincia da pol cia, conquanto se tenha comprometido os resqu cios de humanidade de torturados e torturadores. poss vel objetar que o bilogo que ajudou a encontrar a cura para o cncer, contribuindo, portanto, para extirpar um mal que ataca a humanidade, revelou, felizmente, eficcia e competncia. O problema no est, obviamente, no fato da eficcia e da competncia, mas na sua natureza e no uso alienado que dela se faz. Ao diluir tudo num plano meramente concorrencial e triunfalista, as 41 instituies impedem que se faam perguntas, que se indague das naturezas das competncias. E a quem cabe o papel de uniformizar interesses contraditrios, escamoteando e mascarando as diferenas, impedindo que a sociedade reconhea o profundo antagonismo existente entre a competncia do f sico que pesquisou a nova particula atmica e a do bilogo que descobriu a cura do cncer? A ponte por onde transita a mistificao da competncia a palavra, o discurso burocrtico- institucional com seu aparente ar de neutralidade e sua validao assegurada pela cientificidade. Afinal, quem afirma o doutor, o padre, o professor, o economista, o cientista etc.! Isso ajuda a perpetuar as relaes de dominao entre os que falam a e pela instituio e os que so por ela falados. Os segundos, sem a devida competncia, ficam entregues a uma espcie de arginalidade discursiva: um reino do silncio, um mundo de vozes que no so ouvidas. O discurso autoritrio e persuasivamente desejoso de aplainar as diferenas, fazendo com que as verdades de uma instituio sejam expresso da verdade de todos, e assim colocado por Marilena Chau : “O discurso competente confunde-se, pois, com a linguagem institucionalmente permitida ou autorizada, isto , com um discurso no qual os interlocutores j foram previamente reconhecidos como tendo o direito de falar e ouvir...” E lembra a autora que o discurso burgus sofreu algumas transformaes. Antes o seu dom nio passava pelo aspecto legislador, tico e pedaggico. Ou seja, as idias enunciadas eram capazes de normatizar valores e ensinar. Dizia-se acerca do certo e do errado, do que era justo ou injusto normal e anormal. Existia, portanto, o desejo de se guiar e ensinar. Certas instituies como Ptria, Fam lia, Escola, serviam de referncia bsica s pessoas. O professor, o pai, o governante, eram figuras legitimadoras de situaes. Os textos, e no caso do Brasil se pode ler tal viso atravs dos escritos pedaggicos de Olavo Bilac, de Rui Barbosa, insistiam nas oraes aos moos, nos declogos do bom comportamento, na ritualizao da tradio e dos bons costumes. Conquanto o discurso burgus no tenha perdido as particularidades acima colocadas, ganhou nova cara: “Tornou-se discurso neutro da cientificidade e do conhecimento”. Se for neutro, ningum o produz; se cient fico, ningum o questiona. Quem fala o Ministrio da Fazenda, atravs do seu corpo tcnico; a Sociedade Mdica atravs de seus doutos membros; a grande corporao multinacional atravs de seus executivos etc. Autorizado pelas instituies, o discurso se impe aos homens determinando-lhes uma srie de condutas pessoais. Os recursos retricos se encarregam de dotar os discursos de mecanismos persuasivos: o eufemismo, a hiprbole, os racioc nios tautolgicos, a metfora cativante permite que projetos de dominao de que muitas vezes no suspeitamos, possam esconder-se por detrs dos inocentes signos verbais. A palavra, o discurso e o poder se contemplam de modo narcisista; cabe-nos tentar jogar uma pedra na lmina de gua. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 16 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Um esquema Colocados os diversos tipos discursivos e o grau de persuaso neles contidos, vejamos um esquema que ajuda na melhor compreenso do interior das unidades textuais. Segundo o que nos prope Courdesses, a anlise dos discursos deve ser considerada em funo de quatro elementos: distncia, modalizao, tenso, transparncia. Faamos agora a adequao desses elementos ao discurso autoritrio e persuasivo. 1. Distncia (atitude do sujeito falante face ao seu enunciado). — O sujeito falante exclusivo. O enunciado est marcado por uma espcie de “desaparecimento” dos referentes. A voz do enunciador mais forte do que os prprios elementos enunciados. 2.Modalizao (o modo como o sujeito constri o enunciado). O texto autoritrio, persuasivo, possui traos muito peculiares: o uso do imperativo, o carter parafrstico etc. 3. Tenso (relao que se estabelece entre o emissor e o receptor). O emissor domina a fala do receptor; no abre espao para a existncia de respostas. um eu impositivo, a voz de quem comanda. 4. Transparncia (maior ou menor grau de transparncia, ou opacidade, do enunciado). Tende a uma maior transparncia, visto tornar-se um enunciado mais facilmente compreens vel pelo receptor. A mensagem mais claramente afirmada. Com isso, o signo tem seu grau de polissemia diminu do. A metfora no convive muito bem com a violncia do convencimento autoritrio. TEXTOS PERSUASIVOS Situadas algumas das relaes existentes entre retrica, ideologia e persuaso, passaremos anlise (melhor seria dizer indicaes) de alguns textos que ajudem h concretizar um pouco mais as relaes apontadas anteriormente. Na publicidade Um texto publicitrio (e vamos aqui, na medida do poss vel, abstrair o aspecto fotogrfico que comumente acompanha as peas verbais) pode tender busca de uma originalidade instigante, como se verifica em certos anncios da Kalvin Klein, ou seguir uma direo oposta, repetindo esquemas estereotipados, feitos em menor grau de originalidade a exemplo das campanhas de sabo em p. Pode-se se produzir um anncio aparentemente rompedor de certas normas preestabelecidas, causando um forte impacto no receptor atravs de mecanismos de “estranhamento”, “situaes incmodas”, que levam, muitas vezes, indagao ou pura indignao. Particularmente em um momento em que se opera certa redemocratizao da sociedade CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 17 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” brasileira possivel publicidade mexer com tabus como o do homossexualismo, do complexo de dipo, temas esses que provocam incmodo em boa parte dos receptores. Talvez 69 por isso mesmo consigam se firmar persuasivamente. evidente que ao lado dos anncios mais ousados, at mesmo inovadores, em alguns casos, convive uma imensa mar de lugares-comuns, banalidades como a de colocar um atleta para vender vitamina, um aparente dentista para divulgar certa pasta dental, um bem-sucedido empresrio para recomendar determinada corretora de valores. No deixam de ter esses casos, igualmente, fora persuasiva. O texto publicitrio nasce na conjuno de vrios fatores, quer psico-sociais- econmicos, quer do uso daquele enorme conjunto de efeitos retricos aos quais no faltam as figuras de linguagem, as tcnicas argumentativas, os racioc nios. Por exemplo: “Nove entre dez estrelas do cinema usam Lux”. 1. O slogan est formado de sete palavras gramaticais (deixam-se de lado preposies ou conectivos). Um bom slogan tem entre quatro e sete palavras gramaticais; logo, o nosso exemplo seria, tecnicamente, de “bom tamanho”. 2. O racioc nio o mais formal poss vel. Trata-se de um silogismo (forma de racioc nio que passa por trs fases: premissa maior, premissamenor e concluso): Premissa maior: As mais belas mulheres (do cinema usam Lux). Premissa menor: Voc (ou quer ser) uma bela mulher. Concluso: Voc deve usar Lux (assim ser to bela como as formosas atrizes). 3. Uso de figuras de retrica. Existem duas figuras prioritrias: a comparao e a hiprbole. Atravs da primeira se relaciona a inating vel estrela mulher comum; com a segunda se comete um exagero respeitvel (nove entre dez, usam Lux!). 4. O slogan se abre para duas realidades de forte presso psicossocial: • Excluso. Ningum deseja ser socialmente exclu do. Estar em companhia da nica feia (a que no usa Lux) umasituao um tanto desagradvel. •S mbolo. Vivemos em um mundo que no gosta do feio. Ainda que no saibamos muito bem o que vem a ser tal categoria esttica, a simples palavra j nos atemoriza. Ser belo o mesmo que estar estigmatizado pelo sucesso e pelo triunfo. O convite beleza soa como obrigao. Passemos a outro exemplo. A Merril Moura Brasil fez o relanamento nacional do Cepacol. O produto que, originalmente, tinha licena para ser vendido como produto farmacutico, passou, posteriormente, a ser comercializado tambm nos supermercados. O sucesso da campanha foi enorme e as vendas do Cepacol aumentaram enormemente. Vale lembrar que a agncia responsvel pela elaborao da nova imagem do produto, a Caio Domingues & Associados, criou uma personagem, o Bond Boca, que passou ento a viverem intensas aventuras na televiso e ocupar espaos em outdoors e pginas de jornal e revistas de todo o Pa s. 1. Configurao do tipo. Queixo largo, boca grande, cara de mocinho recm- saido do banho, gil e sempre bem- sucedido com as mulhres. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 18 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 2. Situaes A deitivesca figura inspirada no clebre agente ingls criado Ian Fleming, James Bond. Como so ambos filhos de uma mesma idia, a de combater inimigos, pem-se a campo: James ataca o Dr. No, os agentes soviticos, viles de toda ordem, desejosos de destruir o imprio de sua majestade e a democracia ocidental; Boca age contra o Garganto, o Z Cariado, o Bafo, todos capazes de contaminar a estabilidade do sistema bucal. 3. Repertrio O universo vocabular muito simples, expresses fortes como combate e inimigo ajudam no sentido de uma rpida fixao por parte dos receptores. 4. Figuras As figuras de sons: aliterao (repetio de consoantes) e assonncia (repetio de vogais) so aquelas mais significativas na campanha do Cepacol. O jogo sonoro Bond/Boca cria um sentido eufnico que produz uma nova significao: “o bom de boca”. O movimento repetitivo BONdBOca acentua a “explosividade” do nome. 5. Contextualizaes Os elementos arrolados acima convergem para certas conotaes que se encontram no eixo combate/triunfo. Ou seja, Bond Boca descobre uma nova arma para vencer seus inimigos: Cepacol. O resultado da vitria o aumento do prest gio social do “agente bucal”, particularmente junto s mulheres. Como todo vencedor leva as batatas, cabe a Bond Boca a ritualizao dos que tm prest gio. No entanto, h que se notar onde o foco da campanha est situado. O que interessa no propriamente o super-agente Bond Boca, seno a sua arma, aquilo que o diferencia dos demais. Cepacol retira o nosso heri do lugar comum. O heri da estria passa do sujeito para o produto. Desnecessrio relembrar que a persuaso foi sendo constru da na encruzilhada entre os recursos ling stico e a explorao das representaes socialmente incorporadaspelos indiv duos. 6.Tipificaes O texto publicitrio do Cepacol persuasivo e autoritrio, podendo ser tipificado dentro daquelas categorias Formuladas por Courdesses: • Distncia. O sujeito falante exclusivo, ainda que, nesse caso, seja poss vel falar em dois sujeitos: aquele que fez o slogan e a prpria personagem que diz o texto. No cabe aqui delongar o assunto, consideremos para os nossos efeitos que o sujeito seja Bond Boca. Note, a partir disso, como criamos a impresso de que o sujeito parece sobrelevar-se ao produto. Afinal, quem nos simptico o Bond Boca. claro tambm que isso apenas outra estratgia para assegurar a fixao da marca do Cepacol. • Modalizao. Presena de imperativos (combate), da parfrase (a campanha decalcada no agente 007). • Tenso. um eu impositivo; o receptor no pode responder, est condenado a ser ouvinte. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 19 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” • Transparncia. O enunciado de fcil absoro, trata do tema de um modo agradvel a ponto de no provocar dvidas quanto ao que est sendo enunciado. COMO ELABORAR SEU DISCURSO E DISCURSAR Por falar em discurso, publico aqui no blog um artigo de Sullyvan Andrade, especialista em Marketing Pol tico e Propaganda Eleitoral pela USP. um amigo que estudamos juntos e hoje reside no seu estado Minas Gerais, onde dirige a empresa de assessoria Marketing Plis. comum observar que muitos candidatos eleitorais falem mal. Falar em pblico, em reunies, entrevistas na TV e rdio, em residncias e com cios no nada fcil. Em poca de eleio como o caso, com todo o respeito aos candidatos, mas o que acontece que eles se tornam produtos. Na medida em que eles aparecem com os seus materiais publicitrios, eles esto sendo avaliados constantemente, como se o eleitor os vissem dentro daquela vitrine (per odo eleitoral) como vrios produtos que esto venda. Mas, as duas nicas diferenas entre candidatos e produtos que na primeira: o candidato pensa e o objeto no pensa e na segunda; qualquer produto se paga com dinheiro para ser adquirido, mas quando o candidato eleitoral fica sendo o desejado, ele escolhido pelo voto. Trabalhar a embalagem destes dois produtos (candidatos e produtos) bem mais fcil, porm, convencer o consumidor de que a qualidade do produto boa, fica mais dif cil e no a toa que as empresas gastam milhes de reais para isso. E ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do discurso do candidato basicamente a mesma coisa, tem que investir no tempo, estudando os fatos e os acontecimentos do munic pio, do estado e at mesmo do pa s. O segredo de um bom discurso est no conhecimento das demandas dos eleitores. O candidato tem que conhecer os problemas que assolam o povo e at conviver com eles para entend-los mais e mais. Numa campanha eleitoral, muitos candidatos por no saberem que a emoo e a razo devem ser expressas no momento certo, que a estratgia primordial do marketing pol tico a pesquisa e s a partir dela se cria uma base argumentativa, desesperam-se pela insegurana e ignoram o que realmente estratgico. Trabalhar em cima dos desejos e das necessidades do seu eleitorado e sem seguida elaborar uma fala, um discurso (alma de sua campanha), o principal objetivo do discurso eleitoral. O discurso pol tico avaliado o tempo todo por eleitores e opositores que iro aceit-lo ou rejeit-lo, pois justamente ele quem faz as pessoas aderirem a sua campanha, a sua “bandeira” de luta. Um discurso pol tico se bem elaborado, consegue emocionar, d \"vida\" e \"alma\" a sua campanha eleitoral, pois deste modo, ele sensibiliza as pessoas, faz tocar no “corao”, mexe com o sentimento dos descamisados ou da prpria elite. Na primeira regra, a importncia de se fazer anlises de conjunturas sociais e pol ticas so essenciais para a construo de um discurso coerente e eficaz, como plataforma de uma campanha eleitoral. Dez dicas para uma boa oratria e um bom discurso: 1)Pesquisee analise tudo sobre o assunto e o escreva antes de falar, pois as informaes obtidas iro sustent-lo; CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 20 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 2)Faça exercícios para treinar sua voz e gestos; 3)Ao iniciar o discurso mantenha uma voz branda e depois aumente o tom de acordo com a reação da platéia; 4)Empunha um ritmo mais lento, fique atento ao compasso e veja se em um minuto você consegue dizer de 120 a 155 palavras; 5)Sua fisionomia deve ser confiante e leve, com uma postura nobre evitando ficar em silêncio; 6)Sua aparência deve ser a melhor possível, mantendo a sua naturalidade. Se você usa sempre roupas informais, apresente-se com roupas informais e não coloque nenhum outro vestuário formal. Se usar terno e gravata, evite gravata frouxa, barba por fazer em alguns casos. Descabelado, sapato que não combina com o terno, gerando um sentimento de rejeição como se fosse uma ofensa aos eleitores, não seria nada bom para a sua imagem. 7)A respiração deve ser bem feita, a fala muito bem pausada. Se a sua respiração estiver ofegante, descompassada, certamente se mostrará despreparado e inseguro. 8)A sua dicção e pronúncia devem ser treinadas minutos antes. É pelo jeito de falar que as pessoas avaliam o seu grau de conhecimento. Evite colocações tanto de consoantes como de vogais fora de hora e observe a acentuação e a conjugação dos plurais. O nosso português é traiçoeiro e por isso, treine conjugações verbais. 9)Para a elaboração do discurso existem 3 partes: a)O exórdio (a introdução); b)O desenvolvimento, as verdades com os problemas, as soluções, o resgate da auto-estima; c)A fé, a esperança, sentimento de nacionalidade e/ ou localidade, finalização com agradecimento, o nome do candidato, o slogan e o número três vezes repetido. 10)Procure um de nossos especialistas em marketing político e propaganda eleitoral na Marketing Pólis para que ele dê orientações sobre o discurso de sua campanha majoritária e/ ou proporcional. COMO ESCREVER UM DISCURSO MOTIVACIONAL Aprender a escrever um discurso motivacional leva tempo e foco. Mas qualquer um que acredita ter uma mensagem a passar deve ser capaz de fazer isto. Este passo-a-passo irá ajudá-lo no processo de fazer este discurso e levá-lo mais perto de se aproximar do público e fazer uma diferença na vida das pessoas. Nível de Dificuldade: Moderada Instrues - Fazendo de seu discurso motivacional um sucesso Assista várias palestras motivacionais. Compareça a vários eventos que tenham um palestrante motivacional. Isto não quer dizer que você deva imitar o que estiver vendo. Apenas escute como os palestrantes incorporam suas próprias histórias e contos em sua apresentação. Preste atenção ao fluido, o timing e o uso do humor. Também observe como a plateia reage a certas coisas. Você pode aprender bastante com tudo isto. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 21 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Faa um rascunho do seu jeito. Comece a escrever seu discurso usando um rascunho. Isto s para voc, ento faa do seu jeito. Liste algumas palavras-chave que voc deseja usar durante o discurso. Lembre-se que ele deve ter um in cio, um meio e um fim. Para a abertura, uma boa ideia se apresentar e dar uma ideia do assunto para estabelecer credibilidade. Ento pense sobre qual a mensagem que voc quer passar. Voc deseja motivar pessoas que querem mudar de carreira? Ajudar a manter a inspirao de uma dona de casa? Falar sobre como superar o estresse do dia-a-dia? Voc deve achar este foco enquanto voc estiver escrevendo seu rascunho antes de seguir com o discurso em si. Use palavras sbias e histrias que voc consegue se lembrar do passado para ajud-lo a seguir na direo certa. Pode levar alguns dias tomando notas, lendo e relendo-as vrias vezes e pensando em todas as partes. Voc pode citar terceiros, mas lembre-se de citar sua fonte. Foque-se no assunto que voc escolheu e use o rascunho para escrever o discurso. A parte da introduo fcil. Mantenha-a bem breve, mas forte. Deve vir do corao. Ento escreve o corpo do discurso usando histrias de sua prpria vida e histrias e citaes de outras pessoas. Se for citar terceiros, lembre-se de tambm citar sua fonte. Palestrantes bem-sucedidos fazem isto bastante, pois expande o campo do conhecimento e tambm mantm o discurso livre de parecer "s sobre si mesmo". Coloque um pouco de humor em seu discurso. D um jeito de colocar humor em seu discurso. Mesmo que seja algo bastante srio, todo discurso precisa de uns momentos mais leves para que as pessoas possam respirar e dar umas risadas. Isto abre o relacionamento entre voc e o pblico e deixa todos os presentes mais confortveis. Apenas certifique-se, claro, de que voc escolhe um humor apropriado, sem ofender ningum. Crie uma conexo com sua platia incorporando perguntas fazendo com que se identifiquem com o tema. Engaje a sua plateia. Incorpore perguntas em seu discurso. Perguntas como "Voc j quis fazer..." ou "Lembra quando voc se sentiu...", preenchendo as lacunas adequadamente. Voc quer fazer a plateia se sentir identificada, faz- los concordar e engatar suas mentes. Tambm deixe tempo no fim de sua palestra para perguntas ou comentrios, ou para que as pessoas venham at voc e apertem sua mo. CONCLUINDO SEU DISCURSO – 3 CHAVES PARA O ENCERRAMENTO O SEU DISCURSO COM IMPACTO Voc j viu uma apresentao em que o orador disse: “Bem, isso tudo”, ou filmes atravs de algumas notas e diz: “Sim, eu acho que isso tudo.” Um fim como esse no memorvel. Sinal de que voc est fechando. As pessoas, s vezes, deixe sua ateno vagar durante um discurso, mas quando voc sinal de que voc est fechando, as pessoas vo animar e prestar ateno. Eles querem ouvir o resumo de sua mensagem. Como voc sinal de que voc est fechando? Costuma-se usar frases como “Em resumo” ou “Em concluso”, mas pode ser mais criativo. Tente algo como: CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 22 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” “Como ns envolvemos acima” ou “Ento, o que aprendemos com isto?” ou “Como uma reviso dos argumentos a favor e contra esta proposta, eu quero que voc lembre-se disso…” ou “Eu quero terminar, lembrando-se de voc…” ou “Ento, como voc deixar aqui hoje, qual a mensagem que voc est tendo com voc?”. Resumir ou ligue de volta para seus pontos principais. Na minha interveno The Scam Leilo, eu poderia ter resumido dizendo: “Ento o que voc aprendeu? Voc viu como agentes de seduzi-lo a lista usando a mentira citao. Voc aprendeu como condio que a baixar a cotao de venda. E voc j viu evidncias de que na maioria dos casos leiles vai lhe dar um preo mais baixo”. Fechar com Impacto. H uma srie de maneiras que voc pode fazer isso. Voc pode fechar com uma histria, uma citao, uma pergunta retrica, ou voc pode terminar com um apelo aco. Ou voc pode usar uma combinao. Por exemplo, no esquema Leilo Eu estava tentando persuadir as pessoas a evitar os leiles para a venda de suas casas. Eu usei a seguinte chamada para a ao. “Se voc est vendendo sua casa, pedimos que voc evite, evite, evite os leiles, pois voc ir obter um preo mais baixo.” Nesse discurso, acabei com a histria sobre um advogado. Eu j expliquei como leiles de obter preos mais baixos, mas agora eu queria enfatizar que esse conhecimento deveria ser bvio para todos. “Eu quero terminar com uma histria sobre um homem que tem sugado pelo esquema de leilo Ele era um advogado e ele estava to irritado que ele processou o agente -.. E ele perdeu E o juiz disse-lhe:” Os leiles so uma farsa. Voc um advogado. Voc um homem educado.PORQUE VOC NO DEVE MEMORIZAR O CORPO DE SEU DISCURSO OU APRESENTAO Em uma oficina que eu estava segurando em Toronto, um dos participantes comeou a entregar parte de uma rotina, apresentao memorizada persuasivo. Este homem, que vou chamar o Bill, disse-nos que ele era um orador “profissional” e que as suas apresentaes, durou 90 minutos. Felizmente para ns, ele s foi autorizado a falar por 8-9 minutos, no entanto, levou apenas 5 minutos do seu script memorizado para a ateno do grupo para comear a desaparecer, como os seus olhos vidrados. O que era to interessante sobre a entrega de Bill foi que a certa altura, ele esqueceu uma palavra. Ele ento olhou para o teto, tentando capturar a palavra. Foi nesse momento, e naquele momento nico, para que ele soava e parecia natural. Se voc memorize sua apresentao ou seu discurso, voc obrigado pela palavra memorizada. Falar em pblico tem como um de seus dois termos fundamentais, a falar da palavra. A premissa que voc est a falar com seu pblico, no para eles. Se voc entregar um script memorizado, voc no est falando ou se comunicar com seus ouvintes, voc est executando. Nesse sentido, voc est agindo. A dificuldade de memorizao duplo: CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 23 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 1. Se você esquecer-se de onde você estiver, você terá muito mais dificuldade recapturar seus pensamentos. Com a memorização, há um processo de pensamento de diferentes atores envolvidos no discurso em torno de notas, uma apresentação do PowerPoint ou slides. No último caso, tem pontos de bala você apontar na direcção certa. Se você esquecer de onde você é quando a tocar piano, por exemplo, é bem possível que seus dedos vão continuar a jogar mesmo se sua mente fica em branco. Isso só acontece, no entanto, se você conhece a selecção musical dentro e por fora. Por que o mesmo não é verdadeiro para a memorização de falar, entretanto, é porque as palavras não saem de sua boca se você esqueceu o que vem depois. 2. O outro problema com a memorização é que você não soa natural. Sua entrega é muito parecida com a do povo de televendas que telefone você com seu script memorizado, tentando vender-lhe algo. O que é fascinante sobre a sua abordagem é que eles não têm desejo de se comunicar com você. Seu papel é cuspir um monte de palavras, tentando forçá-lo a ouvir e nunca uma vez mostrando um interesse em sua resposta. Tentando educadamente terminar a conversa é quase impossível e, por vezes a única forma de dizer-lhes que não estão interessados é para desligar. A mesma coisa está acontecendo com a entrega do discurso decorado ou apresentação. Ele não permite a sua consciência de reação da sua audiência para você. Há momentos em que a memorização é uma obrigação de falar em público. O corpo de seu discurso ou apresentação não é um deles. O que Comunicao No Verbal? A comunicação é um intenso processo de interação no qual compartilhamos mensagens, idéias, emoções e com o qual podemos influenciar, decisivamente, o comportamento das pessoas. A pesquisa científica atual tem mostrado que a comunicação não verbal pode ter um impacto tão grande ou até mesmo maior do que aquilo que se diz. De forma geral, quando pensamos em comunicação, emprestamos maior relevância à verbalização. Parece que as palavras expressas têm uma concretude que não nos escapa à consciência. No entanto, existem outras dimensões comunicativas que são importantes para a compreensão dos fenômenos da linguagem, dos processos psicológicos e da interação entre os seres humanos. Nesse contexto, a comunicação não verbal pode parecer abstrata, misteriosa e dependente de um complexo processo interpretativo. Entretanto, as pesquisas científicas atuais evidenciam que o seu uso competente é tão ou mais importante de que o domínio da linguagem verbal. Birdwhistell (1985), distinto antropólogo e um dos pioneiros no estudo da comunicação não verbal, considerava que apenas parte do significado social de qualquer interação correspondia ao campo da comunicação verbal. Sua observação se baseava no fato do ser humano utilizar diversos sentidos para perceber o mundo, ocasionalmente lançando mão das palavras verbalizadas para ser compreendido. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 24 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” A comunicao no verbal sempre exerceu um grande fasc nio sobre os seres humanos, pois existe uma aura de mistrio em torno das habilidades necessrias para a sua interpretao consciente. Alm disso, parece que, no imaginrio humano, quando se observa e corretamente interpreta a comunicao no verbal, a pessoa tem acesso verdade e s emoes efetivamente experimentadas. Os campos de estudo da comunicao no verbal so variados e envolvem todas as manifestaes de comportamento no expressas por palavras: os gestos; expresses faciais; orientaes do corpo; as posturas; a aparncia f sica; a relao de distncia entre os indiv duos; a modulao da voz e, at mesmo, a organizao dos objetos no espao. Presente, portanto, em nosso cotidiano, dif cil ter plena conscincia de sua expresso, uma vez que muitas de suas manifestaes esto ligadas ao nosso Sistema Nervoso Autnomo (Ekman e Friesen, 2003). Fato que sua presena foi retratada em nossas obras de arte ao longo dos milnios, o que mais um indicador de sua relevncia. Campos de estudo da comunicao no verbal Knapp (1972), em uma tentativa de sistematizar os campos da comunicao no verbal, props o seguinte: a) cinsica (movimento do corpo); b) proxmica (uso e organizao do espao f sico); c) paralinguagem (modificao das caracter sticas sonoras da voz); d) tacsica (linguagem do toque); e e) caracter sticas f sicas (forma e aparncia do corpo). Se considerarmos que a compreenso da fala apenas uma parte do processo comunicativo, torna-se poss vel entender que expresses e manifestaes corporais so elementos essenciais em um processo mais amplo. A avaliao da aparncia f sica constitui- se, portanto, numa camada na decodificao das mensagens recebidas durante as interaes que uma pessoa mantm que enfatiza as caracter sticas faciais e seus poss veis significados. necessrio alertar que, ao utilizarmos a palavra “camada”, no se deseja criar uma precedncia entre os campos ou dimenses da comunicao. Apenas destacar a influncia rec proca que mantm entre si. O prprio Birdwhistell (1967) acreditava que a comunicao consistia no conjunto de todas essas dimenses verbais e no verbais. A preponderncia de um sobre o outro depender das crenas e valores da pessoa que analisa as mensagens percebidas. Se essa pessoa acreditar que a comunicao no verbal revela a verdade, a estar firmado o seu critrio avaliativo. Caso contrrio, diminuir a relevncia da linguagem corporal e se ater, prioritariamente, ao que foi dito. A figura abaixo resume alguns aspectos de 4 dimenses da comunicao no verbal CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 25 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Comunicao PRXMICA "Recordo o cheiro entranhado das antigas salas de aula que me parecia provir sempre de aparas de lpis, de borrachas, de gizes, materiais que, em boa verdade, no cheiram a nada. ( … ) Em cima de um estrado, com um quadro de ardsia por detrs, inevitavelmente lascado, junto a uma pobre secretria, dezenas de homens e mulheres sofredores, tiveram, ano aps ano, a incumbncia de me ilustrar, a mim e a outros trinta gaiatos que sentiam como ponto de honra, s vezes ostensivo e grosseiro, o fingir que aquilo no era com eles. ( … ) Ainda tenho presentes aqueles arrobos entusiasmados, o cachecol sempre a descair, o livroaberto com um dedo apontado para as gravuras, o sorriso, raro e feliz, os gestos largos…" A comunicao proxmica constitui-se no jogo de distncias e proximidades que se entretecem entre as pessoas e o espao. Traduz as formas como nos colocamos e movemos ums em relao aos outros, como gerimos e ocupamos o nosso espao envolvente. A relao que os comunicantes estabelecem entre si, a distncia espacial entre eles, a orientao do corpo e do rosto, a forma como se tocam ou se evitam, o modo como dispem e se posicionam entre os objectos e os espaos, permite-nos capatar mensagens latentes. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 26 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Como era de esperar, tambémn na escola este tipo de comunicação tem importância. Na sua génese, a escola tinha por cenário espaços ao ar livre, ambientes naturais e soltos, nas praças movimentadas das grandes cidades da antiguidade ou em lugares recolhidos nos limites das cidades, sob as sombras dos arvoredos. Que caminhos trilhou a escola para se circunscrever ao espaço fechado da sala de aula, delimitado por quatro paredes, mesas, cadeiras? Têm sido amplamente estudados os efeitos da disposição e gestão dos espaços escolares. As conclusões apontam para a sua influência e contribuição na promoção ou impedimento de determinados tipos de clima, dinâmica de trabalho, relacionamento interpessoal entre professores e alunos. Por outras palavras, como toda a comunicação, a comunicação escolar ganha contornos peculiares conforme o modo como organizamos o espaço à nossa volta. Por exemplo, a disposição do mobiliário, dos objectos e adornos na sala de aula tem experimentado grandes modificações: a substituição das carteiras fixas por cadeiras, o aparecimento de quadros e mesas móveis proporcionaram o aparecimento de diversos tipos de plantas de sala de aula. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 27 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Esperana (1998) fala-nos de quatro categorias de distncias que guardamos entre o nosso corpo e o corpo do outro. A distncia pblica a que reservamos para os acontecimentos em que no nos envolvemos pessoalmente. Nas fronteiras de maior proximidade esta distncia pode ir dos 4 aos 9 m. (…) Qualquer entrada nesta rea feita apenas por convite. A distncia social pode ir do comprimento de um brao at cerca de 4 metros. Um metro a 1,50 m o que geralmente reservamos para contactos impessoais ou sociais. (…) de 1,5 m a 3,5 m ocorre o contacto ou a separao entre interlocutores: esta a distncia que poss vel utilizar como argumento, tanto para o contacto como para a separao: a distncia m nima de trabalho, actividade pessoal. A distncia pessoal, que pode ir dos 40 cm at aproximadamente 1,20 m, a distncia que se mantm dos amigos mais prximos, marido e mulher, etc. (…) A distncia ntima que se estende, para l do corpo, de 15 a 50 cm; a muito poucas pessoas permitimos que cheguem to prximo de ns. uma distncia que permite um contacto directo - corpo a corpo. Todos os rgos dos sentidos se inundam de informaes sobre o outro, que se encontram to prximo." (p. 22 e 23) Seguem-se algumas imagens que correspondem a diversas dinmicas relacionais e articulaes espaciais entre os professores e alunos. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 28 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” COMUNICAO GESTUAL OU NO VERBAL O recurso não verbal mais praticado pelo homem é o gesto. As mãos ganham força e vida aliado ao que falamos. Sejam os gestos produzidos conscientemente ou de forma involuntária, sem que percebamos, terá o poder de potencializar suas idéias e pensamentos de forma positiva ou negativa. Este tipo de recurso surge como forma de reforçar o que está sendo pronunciado através da linguagem oral, oferecendo a expressividade, compreensão e emoção. A comunicação envolve aspectos conscientes e inconscientes, os quais possuem o poder de significar sua imagem pessoal e profissional, bem como (re) significar as relações sociais. O que você pensa e sente ao ver uma pessoa discursando e gesticulando de forma rápida? Ou ainda, introduz as mãos aos bolsos, às vezes fica de braços e pernas cruzadas e anda com uma postura encurvada? Provavelmente esta mensagem que o orador transmite é de insegurança, medo, nervosismo e inabilidade. Diante destes aspectos o que chamará mais atenção no discurso, o tema, o conteúdo ou a forma como transparece e expressa seu pensamento? É interessante mencionar que existem algumas técnicas de comunicação, que devem ser empregadas de forma que auxiliem e potencializem seu desempenho lingüístico, entretanto, usá-las de forma artificial ocasionará um efeito contrário, levando o seu interlocutor a duvidar de suas intenções. Portanto, respeite seu estilo de comunicação e utilize as técnicas no seu dia a dia, tendo o mesmo cuidado que você tem ao se vestir para uma festa ou ao praticar exercícios físicos para não engordar. É através da comunicação eloqüente, clara, segura, cheia de energia e entusiasmo que conseguimos conquistar e envolver o interlocutor, bem como influenciar no processo de conquista de nossos interesses. CEPED (Centro Profissional de Educao a Distncia) 29 WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” importante que haja uma homeostase na comunicao como um todo. Pensando nisso o que voc pode fazer durante suas apresentaes? Antes das apresentaes procure evitar esforos f sicos intensos que podem levar a uma voz soprosa e ofegante. A respirao a responsvel pelos movimentos no ar que produzem a voz, assim alteraes nessa prejudicam sua apresentao. Articule as palavras atento as s labas. Pronuncie-as sem exageros, mas no omita nenhuma s laba da palavra, pois pode dificultar na compreenso do enunciado e transparecer nervosismo e tenso; Para facilitar a projeo da voz no ambiente e transparecer energia e clareza, possua um bom apoio respiratrio, realize uma adequada abertura de boca, use as inflexes, olhe para o ambiente a que se quer projetar a voz. Fale olhando sempre para o publico focalizando pontos na platia. Fixe seu olhar acima dos olhos ou no fundo da sala. Direcione sua voz ao ambiente sem precisar gritar e realizar esforo vocal, de modo que no final da apresentao esteja com a voz soprosa ou cansada; A entonao provoca efeito sobre o ouvinte. Sustente a entonao no agudo quando no quiser ser interrompido, ao finalizar o pensamento diminua mantenha um tom mais grave e quando quiser realizar uma pergunta, enfatize a ltima s laba da palavra As inflexes evitam interpretaes amb guas e torna o discurso envolvente; A nfase deve ser empregada sempre e oferecida palavra que seja considerada mais importante na mensagem, mas sem exageros; assim, poder chamar a ateno do ouvinte para a importncia deste discurso naquele exato momento e ainda, uma forma de pedir ateno platia, quando observar que est desatenta; Domine o assunto, se prepare teatralizando anteriormente. O dom nio do assunto fortalece a autoconfiana e evita hesitao, esquecimentos e nervosismo; Se apresentar seu discurso fazendo uso do microfone, importante saber que existe uma distancia e um posicionamento ideal para se falar ao microfone. Posicione-o na distancia de um palmo a frente do queixo e transmite a mensagem em intensidade habitual; • Se atente para a velocidade da elocuo, de modo que no vale vulcanicamente ou montono, despertando o desinteresse do ouvinte. • A voz tem que ser gostosa de ouvir, com uma qualidade sonora a escuta de todos, com altura e intensidade firme. • Articulando bem a boca, l ngua, lbios voc conseguir projetar bem esta voz no ambiente
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