Buscar

ANTISSEPSIA pré-operatoria cirurgia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
ANTISSEPSIA PRÉ-OPERATÓRIA 
 
Anti = contra / ssepsia = putrefação (infecção) 
 
Antissepsia é um conjunto de medidas ou técnicas capazes de prevenir a proliferação 
de microrganismos como bactérias, vírus e fungos. 
 
• Possíveis fontes de contaminação ou infecção da ferida cirúrgica: 
1- Falta de antissepsia do operador e outros membros da equipe 
2- Falta de esterilização dos instrumentais 
3- Falta de antissepsia do campo cirúrgico 
4- Fio de sutura 
 
Falta de antissepsia do operador e outros membros da equipe 
A falta de conhecimento e o descuido profissional aos métodos de antissepsia e 
esterilização, podem conduzir o paciente a um maior desconforto e até mesmo ao 
insucesso da cirurgia realizada. 
 
Dados históricos: 
“Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la” (Edmund Burke) 
• 1846 – Semmelwis → Descobriu a importância das lavagens das mãos 
• 1865 – Lister → antissepsia cirúrgica e pré-operatória 
• 1870 – Pasteur → pasteurização, diminuição das bactérias a partir da 
temperatura 
• 1882 – Neuber → instituiu o uso do avental cirúrgico 
• 1889 – Hasteld → instituiu o uso da luva de borracha 
• 1891 – Schimmelbusch → padronização da antissepsia das mãos 
• 1896 – Radecki → uso de máscara 
Destaque para: 
- Ignaz Philipp Semmelwis: 
➔ 1818 – Nasceu em Buda, império Austro-Húngaro; quando jovem foi para 
Viena para estudar advocacia, entretanto como era desejo familiar resolveu 
estudar medicina 
➔ 1844 – Terminou a graduação e assumiu o cargo de assistente no hospital geral 
de Viena 
➔ 1849 – Foi demitido do hospital geral de Viena 
➔ 1865 – Faleceu devido a uma septicemia 
➔ Febre puerperal: ocorria logo após o parto (puerpério) e geralmente levava a 
morte (1/10). Coincidentemente, os índices aumentaram quando os médicos 
começaram a se dedicar aos cuidados do parto. Atualmente, sabe-se que a 
doença é uma forma de infecção generalizada, que começa no útero e se 
espalha por todo o corpo. 
Em duas clínicas do hospital, foi verificado que na clínica em que as pacientes 
eram atendidas pelos médicos o menor índice de mortalidade, no período 
avaliado, era próximo ao maior indice de mortalidade da clinica em que as 
mulheres eram atendidas por parteiras, ou seja, havia uma menor mortalidade 
no atendimento por parteiras. 
DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
 
 
➔ Obeservou que seu amigo Jakob Kolletschka, após se ferir durante uma 
autopsia, veio a falecer de forma semelhante a aquelas mulheres com febre 
puerperal. 
➔ Observou, também, que os professores e estudantes atendiam as pacientes da 
First Clinic logo após participarem de autopsias e não lavavam as mãos. 
➔ Determinou não só que todos da First Clinic deveriam lavar as mãos com água 
clorada antes dos atendimentos clínico, mas que a própria First Clinic deveria 
ser limpa com cloreto de cálcio, com isso os índices de mortes cairam 
abruptamente. 
 
Protocolo – FORP/USP 
➔ Antissepsia intrabucal 
➔ Mãos e antebraços 
➔ Paramentação do avental 
➔ Colocação das luvas 
➔ Antissepsia extrabucal 
 
Antissepsia intrabucal: 
A boca é habitada por uma microbiota mista, ou seja, a cavidade oral é naturalmente 
contaminada, mas nem por isso gera patologia. 
Desse modo, praticamente impossível a obtenção e a manutenção de um meio bucal 
asséptico. 
A antissepsia intrabucal reduz o número de estreptococos do sulco gengival e da 
cavidade bucal. 
Objetivo é reduzir a um mínimo irredutível o número de microrganismos na cavidade 
bucal, em especial o de estreptococos do sulco gengival. Isso para: 
1- Evitar contaminação ou infecção pós-operatória 
➔ A não realização da antissepsia intrabucal favorece a contaminação de tecidos 
bucais a cada injeção submucosa 
➔ A redução da microbiota bucal dificulta a contaminação da ferida cirúrgica e do 
fio de sutura, impedindo ou dificultando a instalação de processos infecciosos 
➔ A antissepsia intrabucal, reduzindo o número de estreptococos do sulco 
gengival e da cavidade bucal, dificulta a fibrinólise do coágulo, um dos fatores 
relacionados à ocorrência de alveolite seca 
➔ De 1916 exodontias de terceiros molares realizadas sem antibioticoterapia 
profilática, ocorreram complicações infecciosas em 1,1% (26 casos) 
➔ A antissepsia pré-operatória empregada bem como o respeito aos princípios de 
técnica cirúrgica, contribuíram para a ocorrência baixa de infecção pós-
operatória 
2- Redução da bacteremia transitória 
➔ Ocorrência transitória de bactérias viáveis no sangue 
➔ Admite-se que ocorra em 100% dos casos de procedimentos cirúrgicos 
invasivos, realizados na cavidade bucal 
➔ Hemocultura de pacientes submetidos a exodontias múltiplas: 
• Imediatamente após: +84,9% 
DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
• 10 minutos depois: +44% 
➔ Diretamente proporcional 
• Processo inflamatório presente, maior a bacteremia transitória presente 
• Idade do paciente 
• Número de dentes extraídos 
• Duração da cirurgia 
• Quantidade de sangue perdido 
➔ Em indivíduos sadios essa bacteremia transitória não tem significado clínico 
importante, é assintomático, de curta duração, o inóculo é pequeno e a 
virulência é baixa 
➔ Entretanto, em pacientes com a história médica positiva para febre reumática 
com dano cardíaco (doença cardíaca reumática), valvalopatias, próteses 
cardíaca, essa bacteremia pode causar danos graves, pois pode levar a 
endocardite infecciosa (o INCOR registrou de 10 a 12 pacientes com 
endocardite infecciosa por mês, desses, 40% dos casos teve origem bucal e 
foram desencadeados por: infecções periodontais, dentes em mau estado, 
manipulação de área infectada, estreptococos viridans 
➔ A incidência de bacteremia após procedimentos odontológicos pode ser 
reduzida duas a quatro vezes, mediante o emprego de antissepsia 
 
Etapas: 
1. O gorro e a máscara já vestidos 
2. Sem adereços (anéis, piercings, pulseiras, brincos etc.) 
3. Paciente posicionado sentado 
4. Forneça 10ml de clorexidina 0,12% em um copo descartável de café, 
juntamente com um guardanapo de papel 
5. Peça para o paciente bochechar vigorosamente durante 1 minuto 
6. Depois o paciente deve cuspir na cuspideira e limpar os lábios com guardanapo 
de papel 
7. Posicione o paciente na cadeira 
 
Antissepsia de mãos e antebraços: 
Desde 1846, uma medida simples, a higienização apropriada das mãos, é considerada a 
mais importante para reduzir a transmissão de infecções nos serviços de saúde. 
A antissepsia pré-operatória das mãos e antebraços é um dos mais importantes fatores 
que afetam os índices de infecção do sítio cirúrgico, que pode resultar em considerável 
redução da morbidade, mortalidade e dos custos hospitalares. 
A antissepsia pré-operatória das mãos e antebraços é um dos fatores mais críticos 
quem influenciam: 
➔ Infecção do sítio cirúrgico 
➔ Segurança da equipe cirúrgica 
Escovas podem danificar a pele, removendo excessivamente as camadas superficiais e 
causando cortes microscópicos. 
Uma pele danificada pode abrigar microrganismos e causar disseminação de infecções. 
- Seleção de método de antissepsia: 
1-Ação antimicrobiana 
2-Facilidade de utilizar 
DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
3-Aceitação do uso pela equipe cirúrgica 
4-Custo 
5-Supervisão (a cor do iodo permite ver se está fazendo de maneira correta) 
Obs.: 
➢ Ambos CHX e PVPI causaram imediata redução na UFC entretanto, a redução 
da CHX foi mais abrupta 
➢ A CHX mostrou maior atividade residual 
➢ Não há a recomendação dos grandes centros de estudos para a substituição do 
PVPI pela CHX 
➢ A solução de PVPI logo após a escovação foi a menos efetiva das três 
➢ A substituição da solução de PVPI pode ser comprometida pelo aumento do 
custo 
➢ Não foi avaliado: outros microrganismos como fungos e vírus, infecção no sítio 
cirúrgico, irritação ou alergia 
➢ Conclusões: os três métodos foram eficientes em reduzir UFC e esta redução foi 
mantida até o final da cirurgia; o equilíbrio entre custo e benefícios deve serconsiderado na escolha do método de antissepsia 
Iodo presente na solução de PVPI pode gerar problemas? 
1. Dose diária necessária – 150ug 
2. Adultos nos EUA – 500ug 
➔ Por que o excesso? 
1. Conservantes de alimentos à base de iodo 
2. Suplementos alimentares e vitamínicos com iodo 
3. Medicações com iodo na formulação 
4. Desinfetantes tópicos de largo espectro 
➔ Conclusões: o staff de centro cirúrgico que utiliza escovas com soluções de PVPI 
está significamente mais exposto a maiores níveis de absorção de iodo. Futuros 
estudos devem analisar o efeito desta elevação na função da tireóide e nos 
anticorpos anti-tireoideanos 
OMS recomenda UCI: 100 – 300ug/L. 
Prática na cirurgia: 
1- Pegar kit cirúrgico contendo os aventais descartáveis e toalhas de pano 
2- Colocar o kit na mesa especifica e abri-lo corretamente 
3- Pegar a escova com antisséptico adequado 
4- Remova a parte superior da embalagem e jogue-a no lixo 
5- Deixe a embalagem com a escova em lugar de fácil acesso e próximo a torneira 
6- Primeiro use a parte de esponja para ensaboar o antebraço e mãos, com o 
auxílio da mãos e depois comece escovando pela parte mais contaminada das 
mãos, as unhas, sempre escovando 5 vezes de um lado para o outro, depois a 
unha do polegar. Depois vai para as palmas das mãos e polegar, indo para 
todos os sentidos. Depois lateral dos dedos, indo primeiro polegar, indicador e 
assim por diante, depois volta da outra face do dedo, do mínimo ao polegar. 
Por último escova as costas da mão. Repete na outra mão. Depois escovar do 
punho ao cotovelo de modo unidirecional, sendo faixa por faixa de todo 
antebraço, depois faz no outro antebraço. Descarta a escova no lixo. Abria a 
torneira em fluxo leve e remova o PVPI das mãos, de modo que as mãos fiquem 
em posição mais alta que os cotovelos, a água deve percorrer dos dedos, mãos, 
DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
pulsos e cotovelo. Primeiro enxugue os dedos, mãos, pulsos e antebraços. 
Descartar as toalhas no lugar apropriado. 
 
Paramentação do avental: 
Pegar o avental pela gola, primeiro com uma mão e depois pela outra, abrir de forma 
que a parte de trás esteja pra você e sem que ele toque em nada, vista primeiro um 
braço e depois o outro, então seu auxiliar, ou alguém que ainda não está paramentado 
deve ajudar puxando o avental de modo a adaptar de maneira correta no braço, vai 
amarrar a gola e se na cintura estiver atrás a pessoa amarra, se estiver na frente você 
separa a fita e da a ponta para a pessoa e ela que vai amarrar pra você. Atenção para 
não amarrar muito apertado a parte da cintura, para ficar confortado na hora de 
sentar e o avental não subir, não deixando nada exposto. 
 
Colocação das luvas: 
O auxiliar abre a embalagem pela extremidade, mostrando a embalagem interna que 
já é esterilizada para o operador. O operador pega essa embalagem e coloca na parte 
interna do kit que pegou do kit, abre a embalagem sem tocar na mesa, no avental ou 
na tolha do lado. Começa a vestir a luva pegando na parte do punho que está dobrado, 
importante os dedos já estarem direcionados puxa o puxo para encaixar os dedos. Na 
outra luva, com a mão já com luva, você entra na dobra do puxo e a suspende, então 
você direciona os dedos e vai calçar a luva, então você ajeita a luva cobrindo o punho 
do avental com o punho da luva, fazendo depois na primeira mão. Por fim, pode ajeitar 
os dedos. 
 
Antissepsia extrabucal: 
Iodo presente na solução de PVPI pode gerar problemas? 
1. Dose diária necessária – 150ug 
2. Adultos nos EUA – 500ug 
➔ Por que o excesso? 
1. Conservantes de alimentos à base de iodo 
2. Suplementos alimentares e vitamínicos com iodo 
3. Medicações com iodo na formulação 
4. Desinfetantes tópicos de largo espectro 
Desinfetantes tópicos de largo espectro: 
• Absorção mais acentuada: 
➔ Em queimaduras e escaras 
➔ Em neonatos e crianças 
➔ Antissepsia ou limpeza vaginal ou mucosa em geral 
➔ Bochechos ou gargarejos 
No grupo com antissepsia feita por PVPI, os níveis de iodo no 1° dia pós-operatório 
foram 7 vezes maior que o pré-operatório. A quantidade de iodo incorporada pela pele 
não deve ser negligenciada. Se a quantidade de iodo sérico deve ser limitada, deveria 
se evitar soluções antissépticas à base de iodo. 
Prática da antissepsia extrabucal: 
1- Pegar outro kit cirúrgico (auxiliar sem a paramentação) que contém: campos de 
mesa, campo do paciente, mangueira de sucção, hastes flexíveis, gazes e folhas 
de alumínio 
DAIRA SOUSA – TURMA 93 – FORP / USP 
2- Colocar o kit na mesa cirúrgica e abri-lo corretamente 
3- Montar a mesa cirúrgica de acordo com o procedimento cirúrgico planejado 
4- Utilizar a pinça Allis e 2 gazes para aplicar o PVPI, sempre da linha média até 
próximo a orelha, do nível médio do nariz até pescoço. A pinça deve ser 
pinçada ao lado do campo, pois não pode voltar a mesa por já estar 
contaminada. O campo do paciente é aberto, com cuidado pra não ser tocado 
em nada, então é posto no paciente, importante deixar a face toda de fora. 
 
Observações: 
➢ A antissepsia pré-operatória faz parte do seu procedimento cirúrgico 
➢ Descuido na antissepsia pré-operatória eleva os índices de complicações pós-
operatórias 
➢ Selecione adequadamente a substância e o método a serem utilizados 
➢ Siga passo por passo e não pule etapas

Outros materiais