Buscar

Mecanismos Comportamentais no Equilibrio do Sal e da Agua

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

Mecanismos Comportamentais no Equilíbrio do Sal e da Água
Vanessa Silva | Fisiologia Renal| 
3
Embora os reflexos neurais, neuroendócrinos e endócrinos desempenhem um papel-chave na homeostasia do sal e da água, as respostas comportamentais são críticas no restabelecimento do estado normal, principalmente quando o volume do LEC diminui ou a osmolalidade aumenta. 
Beber água é a única forma de repor a água perdida, ao passo que ingerir sal é a única forma de aumentar o conteúdo corporal de Na+. Ambos os comportamentos são essenciais para o equilíbrio normal do sal e da água.
A ingestão hídrica repõe a perda de líquidos
Estimulo interno: Osmorreceptores hipotalâmicos que iniciam o ato de beber quando a osmolalidade aumenta para mais de 280 mOsM.
É interessante observar que, embora o aumento da osmolalidade estimule a sede, o ato de beber é suficiente para aliviar a sede. 
A água ingerida não precisa ser absorvida para que a sede seja extinta. 
Receptores ainda não identificados na boca e na faringe (receptores orofaríngeos) respondem à água fria, diminuindo a sede e a liberação de vasopressina, mesmo que a osmolalidade do plasma permaneça alta. Esse reflexo orofaríngeo é a razão pela qual se permite que pacientes cirúrgicos chupem pedras de gelo: o gelo alivia a sua sede sem introduzir quantidades significativas de líquido no tubo digestório.
Os receptores orofaríngeos aparentemente atuam como um sistema de antecipação que ajuda a evitar amplas oscilações na osmolalidade, ajustando a ingestão de água à necessidade de água.
Baixa concentração de Na+ estimula o apetite por sal
O apetite por sal é um desejo por alimentos salgados que ocorre quando a concentração plasmática de Na+ cai.
Em seres humanos, o apetite por sal está relacionado à aldosterona e à angiotensina, hormônios que regulam o equilíbrio do Na+.
Os centros do apetite por sal estão no hipotálamo, próximos ao centro da sede.
Comportamentos de evitação ajudam a prevenir a desidratação
O repouso após o meio-dia, ou sesta, é uma adaptação cultural em países tropicais para manter as pessoas em casa durante as horas mais quentes do dia, ajudando, assim, a prevenir a desidratação e o superaquecimento. 
Nos Estados Unidos, esse costume civilizado foi abandonado e as pessoas permanecem ativas continuamente durante as horas do dia, mesmo quando a temperatura aumenta durante o verão. 
Felizmente, nossos mecanismos homeostáticos geralmente nos mantêm fora de perigo.
CONTROLE INTEGRADO DO VOLUME E DA OSMOLALIDADE
O corpo usa respostas integradas para corrigir alterações no equilíbrio do sal e da água. 
O sistema circulatório responde a mudanças no volume sanguíneo, e os rins respondem a mudanças no volume ou na osmolalidade do sangue.
A osmolalidade e o volume podem mudar independentemente
 Em geral, o volume e a osmolalidade são mantidos em uma faixa aceitável através de vias de controle homeostáticas. Todavia, em algumas circunstâncias, a perda de líquido excede o seu ganho, ou vice-versa, e o corpo sai do equilíbrio.
Rotas comuns para a perda de líquido incluem sudorese excessiva, vômito, diarreia e hemorragia.
O volume e a osmolalidade do LEC podem apresentar três estados possíveis: normal, aumentado ou diminuído.
Em todos os casos, a resposta homeostática apropriada para a alteração atua de acordo com o princípio do balanço de massa: todo líquido ou solutos adicionados ao corpo precisam ser removidos, assim como tudo que é perdido necessita ser reposto. Contudo, a compensação perfeita nem sempre é possível.
1. Volume aumentado, osmolalidade aumentada- A resposta homeostática apropriada é a excreção de urina hipertônica. Para que a homeostasia seja mantida, a osmolalidade e o volume do débito urinário devem se igualar à entrada de sal e de água.
2. Volume aumentado, sem mudança na osmolalidade - A resposta apropriada é a excreção de urina isotônica, cujo volume se iguala ao volume de líquido ingerido.
3. Volume aumentado, osmolalidade diminuída - O objetivo aqui seria excretar urina bastante diluída para maximizar a perda de água enquanto se conserva o sal. Contudo, devido ao fato de nossos rins não poderem excretar água pura, sempre há uma perda de soluto na urina. Nessa situação, o débito urinário não pode se equiparar exatamente à entrada de líquido, e a compensação é imperfeita.
4. Nenhuma mudança no volume, osmolalidade aumentada - A resposta homeostática é a sede intensa, a qual estimula a ingestão de água para diluir o soluto adicionado. Os rins ajudam, produzindo urina extremamente concentrada e com volume mínimo, conservando a água enquanto removem o excesso de NaCl. Quando a água é ingerida, o desequilíbrio torna-se o descrito na situação 1 ou na situação 2.
5. Nenhuma mudança no volume, osmolalidade diminuída - Pode ocorrer quando uma pessoa que está desidratada repõe a perda de líquido com água pura, como o golfista descrito anteriormente. A diminuição de volume resultante da desidratação é corrigida, porém a reposição de líquido não possui solutos para repor os solutos perdidos. Como resultado, um novo desequilíbrio é criado.
6. Volume diminuído, osmolalidade aumentada - A desidratação é uma causa comum deste distúrbio. Como o líquido secretado pelas glândulas sudoríparas é hiposmótico, o líquido deixado no corpo torna-se hiperosmótico.
7. Volume diminuído, sem mudança na osmolalidade - Ocorre na hemorragia. A perda de sangue representa a perda de líquido isosmótico do compartimento extracelular, semelhante a tirar uma xícara de água do mar do conteúdo de um balde grande. Se uma transfusão de sangue não está imediatamente disponível, a melhor solução para reposição é uma que seja isosmótica e permaneça no LEC, como uma solução isotônica de NaCl.
8. Volume diminuído, osmolalidade diminuída - Esta situação também pode resultar de uma compensação incompleta da desidratação, mas é incomum.
A desidratação desencadeia respostas homeostáticas
O corpo possui múltiplos mecanismos para lidar com o volume sanguíneo diminuído, mas a alta osmolalidade do LEC faz a célula encolher e representar uma ameaça mais imediata ao bem-estar.
Assim, frente a um volume diminuído e a um aumento da osmolalidade, o córtex da glândula suprarrenal não secreta aldosterona (se secretada, a aldosterona estimularia a reabsorção de Na+, o que poderia piorar a já elevada osmolalidade associada à desidratação).
Na desidratação grave, mecanismos compensatórios ajudam a restaurar a pressão normal do sangue, o volume do LEC e a osmolalidade por:
1. Conserva o líquido para evitar perdas adicionais
2. Desencadeia reflexos cardiovasculares para aumentar a pressão arterial
3. Estimula a sede para que o volume normal de líquido e a osmolalidade possam ser restaurados
O resultado final de todos esses quatro mecanismos é:
1. Restauração do volume pela conservação de água e ingestão de líquido
2. Manutenção da pressão arterial pelo aumento do volume sanguíneo, aumento do débito cardíaco e vasoconstrição
3. Restauração da osmolalidade normal pela diminuição da reabsorção de Na+ 
4. Aumento da reabsorção e ingestão de água.
REFERENCIAS
Fisiologia Humana – Uma Abordagem Integrada. Silverthorn – 7ª ed., 2017.