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Osteoartrite: Causas e Sintomas

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Stephane D’arc 5° semestre - Medicina 
 
Introdução 
A osteoartrite (OA) é definida como um distúrbio 
musculoesquelético e das articulações sinoviais do 
nosso corpo, sendo caracterizada, clinicamente por dor 
e limitações funcionais, histologicamente por 
alterações da cartilagem e do osso subcondral e, 
radiologicamente pela presença de osteófitos e 
estreitamento dos espaços articulares. 
 Pode também ser chamada de osteoartrose ou 
artrose. 
Epidemiologia 
Presente em 10% dos indivíduos acima dos 60 anos e é 
a doença reumatológica mais comum, sendo a 3ª nas 
causas de incapacidade laborativa, perdendo apenas 
de doenças mentais e cardiovasculares. No Brasil, a OA 
acomete cerca de 16% da população. As regiões mais 
afetadas são o quadril, joelhos, mãos e pés. 
Fatores de risco 
Intrínsecos: São fatores próprios do paciente, podendo 
ser adquiridos ou não. 
1. Idade: Aumenta sua prevalência em a partir 
dos 45 anos. Devido a diminuição da atividade 
metabólica da cartilagem articular com o 
passar dos anos. 
2. Gênero: É mais predominante no sexo 
feminino, por conta, possivelmente, das 
alterações da secreção de hormônios sexuais 
após a menopausa. 
3. Genética 
4. Anatômicos 
5. Obesidade: Pacientes obesos tem maior 
disposição para desenvolver OA nos joelhos 
(sobrecarga mecânica direta por conta do 
aumento da massa), também aumenta o risco 
de OA nas mãos. 
Extrínseco: São fatores externos ao organismo que o 
acompanham ao longo de sua rotina. 
1. Esportes e/ou trabalhos extenuantes: 
Sobrecarregam as articulações pela alta 
demanda da proteção mecânica durante 
movimentos excessivos 
Fisiopatologia 
A fisiopatologia da osteoartrite ainda permanece 
desconhecida, mas sabe-se que os três principais 
tecidos atingidos pelos mecanismos patológicos dessa 
doença são: 
 Ósseo 
 Cartilaginoso 
 Sinovial 
 
Alterações ósseas: Ocorre principalmente no osso 
subcondral (o osso que fica localizado abaixo da 
cartilagem), podendo formar: 
 esclerose óssea, ou seja, aumento da 
densidade da matriz óssea por conta da ação 
de osteoblastos resultante da micro lesão 
óssea; 
 cistos subcondrais por conta da necrose 
formada quando os ossos absorvem a 
Stephane D’arc 5° semestre - Medicina 
 
sobrecarga mecânica da pressão dentro do 
espaço articular; 
 osteófitos formados pelo processo excessivo 
de regeneração nas áreas de maior pressão no 
espaço articular, ou seja, nas extremidades, 
formando essas projeções ósseas em formato 
de “bico de papagaio” 
 
 
 
 
 
 
Alterações cartilaginosas: Por conta da ação 
degenerativa, encontra-se uma irregularidade da 
superfície cartilaginosa por conta da redução de sua 
espessura, chamada de fibrilações. 
Alterações sinoviais: Ocorre um processo 
inflamatório crônico no tecido sinovial (sinovite) 
desencadeado pelos fragmentos de cartilagem e osso 
degradados no líquido sinovial, podendo, a longo 
prazo, formar cristais de fosfato e pirofosfato de cálcio. 
Dessa forma, há formação de enzimas e citocinas que 
iniciam essa inflamação, além da espessamento da 
cápsula. 
 
 
 
Etiologia 
Na OA primária, sua causa ou é desconhecida 
(idiopática) ou individuo manifesta essa patologia 
por conta de uma alteração genética que justifica 
o quadro, como, por exemplo, a alteração do gene 
para o Col-2A1 (da cadeia alfa-1 do colágeno tipo 
2). Tal mutação provoca um desbalanço no 
metabolismo do colágeno, manifestando o quadro 
de OA. 
 Já na OA secundária, ela envolve grupos de 
etiologias mecânicas e inflamatórias reunidas nas 
seguintes divisões: 
OA secundária a desorganização da estrutura 
cartilaginosa: Pode envolver alterações estruturais 
do colágeno (condrodisplasia); acúmulo de 
produtos bioquímicos ou sanguíneos 
(hemocromatose, doença de Wilson); distúrbios 
endócrinos (diabetes e acromegalia); ação 
enzimática pela presença de cristais (gota); invasão 
por sinovite hiperplásica (artrite reumatoide); ação 
mecânica aguda ou crônica (trauma agudo com ou 
sem fratura, trauma postural); 
OA secundária a desorganização da estrutura 
óssea ou desalinhamento articular: Como 
remodelagem acelerada ou aumento da densidade 
óssea subcondral (doença de Paget, osteoporose) 
e necrose óssea. 
Quadro Clínico 
As manifestações clínicas são predominantemente 
locais, envolvendo mais a articulação lesada do 
que ocasionando uma reação sistêmica no corpo, 
diferente de outras doenças reumatológicas que 
atinge as articulações, como a artrite reumatoide e 
o LES. Dessa forma, os sintomas e sinais da OA são 
de caráter articular, acometendo tipicamente as 
“juntas” periféricas do esqueleto, como dedo, 
joelho ou quadril. 
 Os locais mais incidentes são as articulações do 
 hálux (primeiro metatarsofalangeana), 
interapofisárias (na coluna vertebral), 
interfalangianas distais e proximais, 
carpometacarpianas do primeiro 
quirodáctilo (polegar), os joelhos e quadril. 
Stephane D’arc 5° semestre - Medicina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como os principais sintomas da osteoartrite, temos: 
 • Dor articular: É o sintoma responsável por levar o 
paciente a procurar ajuda médica. Ela costuma se 
originar de forma espontânea e gradual no local 
acometido. Ela é do tipo “aperto” referida como 
“profunda”, tendo pequena e média intensidade. Piora 
com o início do movimento e melhora com o repouso. 
Eventualmente é desencadeada pela própria 
sobrecarga do corpo, podendo repercutir, ao longo do 
tempo, com dor em repouso e/ou dor noturna, 
interferindo no sono. 
Rigidez articular: Ocorre quando o paciente se 
encontra em repouso, principalmente durante a 
manhã, após longo períodos de imobilidade. Ela difere 
da rigidez das demais inflamações articulares por 
persistir até 30 minutos; 
• Instabilidade articular: Marcada principalmente por 
uma sensação de apreensão e falta de 
confiança/segurança em suportar o peso sustentado 
pela articulação. No entanto, ocasionalmente essa 
instabilidade pode levar a quedas. 
• Limitação do movimento: Há redução da amplitude 
dos movimentos, tanto passivos (pode existir dor ao 
movimento passivo da articulação) como ativos. 
Ocorre, principalmente, por conta da presença de 
osteófitos e do espessamento da cápsula articular, 
embora a sinovite também contribua por conta da 
hiperplasia sinovial. 
Os principais sinais, encontrados, principalmente 
durante o exame físico: 
• Aumento da articulação: Encontrado em áreas onde 
há inchaço ósseo e/ou cartilaginoso. A consistência 
desse aumento volumétrico é firme, com pontos 
dolorosos; 
 
• Crepitações audíveis ou palpáveis: Produzidas pelo 
movimento de estruturas articulares danificadas, 
como, por exemplo, uma deformidade da cartilagem 
articular ou dos tendões; 
• Deformidade articular: É um sinal de lesão articular 
avançada; 
• Sinais de sinovite: Consiste no edema, aumento da 
temperatura e discreto derrame articular na região 
afetada. 
• Nódulos de Heberden e de Bouchard: Consiste nas 
expansões firmes de tecido ósseo e cartilaginoso nas 
proeminências articulares, respectivamente, 
interfalangeanas distais e proximais. Essas expansões 
consistem nos osteófitos palpáveis nos pacientes, 
sendo um sinal patognomônico da OA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico é feito através da história clínica do 
paciente, colhida durante a anamnese junto do exame 
físico osteoarticular e de exame complementares (de 
imagem e laboratoriais). 
Figura 1 nódulos de Bouchard são mais visíveis 
nas articulações médias dos dedos da mão 
direita e nas articulações médias dos dedos 
indicador e médio da mão esquerda 
Figura 2 nódulos de Heberden na articulação distal 
de um dos quirodáctilos 
Stephane D’arc 5° semestre - Medicina 
 
Exames de Imagem 
Temos como padrão-ouro a radiografia, onde 
encontraremos os achados relacionados as alterações 
ósseas da patologia da OA. Dessa forma,podemos 
encontra-los a partir das seguintes características 
radiológicas: 
• Osteófitos: Protuberância óssea radiopaca na borda 
da articulação; 
• Redução do espaço articular: Menor área 
radiotransparente no espaço articular; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 • Esclerose óssea: Aumento radiopaco na região 
acometida; 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Cistos subcondrais: formações arredondadas 
radiotransparente na região subcondral afetada. 
 
 
 
 
 
 
Outros exames, como TC e RM podem colaborar para 
a avaliação da osteoartrite, ajudando a identificar 
possíveis etiologias que colaborem para sua 
manifestação, como, por exemplo, rotura de ligamento 
cruzado, menisco, osteonecrose, etc., ou eliminando 
outros possíveis diagnósticos diferenciais, No entanto, 
em relação a RM, esse exame tem fraco poder 
discriminativo para seu diagnóstico em si. 
 
Exames laboratoriais 
Não existe um exame específico para OA. Na prática 
clínica, solicitamos: hemograma; testes imunológicos 
(ex.: exame FAN, fator reumatoide) para eliminar 
diagnósticos de outras causas de dor articular 
reumatológica); pesquisa marcadores inflamatórios 
(VHS e PCR); etc. Além disso, podemos pesquisar, 
através de uma artrocentese, se há ou não presença de 
leucocitose no líquido sinovial. 
O derrame articular na OA é de caráter não 
inflamatório, com menos de 2.000 leucócitos por 
mm3. Presença desses elementos pode indicar artrite 
reumatoide. Já de cristais, sugerem gota. 
Obs: joelho e articulação temporomandibular são os 
de retirada do liquido sinovial. 
Tratamento 
É dividido em tratamento não farmacológico e um 
farmacológico. 
O não farmacológico consiste na orientação da perda 
de peso, incentivo a prática de exercício físico de forma 
individualizada (a depender da demanda e do quadro 
dele, o exercício físico varia de forma adequada para 
cada paciente), além de lançar mão de órteses. 
 Órteses: são aparelhos de uso provisório que 
permitem alinhar, corrigir ou regular uma 
parte do corpo. 
Já o farmacológico, é necessário entrarmos com 3 tipos 
de medicamentos: 
1. anti-inflamatórios 
2. antidepressivos 
3. analgésico tópico 
Stephane D’arc 5° semestre - Medicina 
 
 
AINES 
São os principais medicamentos usados para OA, para 
paciente que tem dores de intensidade leve a 
moderada. 
AINES não seletivos: Usar o paracetamol (tem mais 
efeitos adverso que analgésicos na OA) associado a um 
protetor gástrico como omeprazol; 
AINES seletivos: Temos como exemplos a nimesulida e 
celocoxibe; ◊ Vantagem: Não provoca dependência 
química; ◊ Desvantagens: Aumenta o risco de 
complicações gastrointestinais, cardiovasculares e 
renais, sendo contraindicado para casos de 
insuficiência renal e sangramento gastrointestinal. 
Portanto, não é preferível usá-lo em pacientes 
hipertensos e diabéticos; 
◊ Em caso de osteoartrite em mão e joelho, pode 
lançar mão de um AINE tópico e, caso não surta efeito, 
oral. Além disso, em casos de inflamação acentuada, 
podemos entrar com infiltração intra-articular de 
corticoides; ◊ SEMPRE deve ser usado a menor dose 
necessária para o alcance da analgesia do paciente. 
Antidepressivos: Usado para pacientes com C.I. do uso 
de AINES, atuam na inibição da recaptação de 
noradrenalina e serotonina. Podem ser usados: 
◊ Duloxetina: Antidepressivo caro é indicado em 
pacientes com OA generalizada (em múltiplas 
articulações); ◊ Dose: 60 mg, 1x/dia; 
◊ Amitriptilina: É oferecido pelo SUS, mas tem mais 
efeitos adversos (aumento do risco cardiovascular, 
causa (xerostomia – boca seca), aumento da pressão 
arterial; ◊ Dose: 25 mg a 150 mg, 1x/dia. 
Analgésico tópico: É usado a capsaicina, que atua na 
dessensibilização dos axônios sensoriais, aliviando a 
dor, sendo utilizado quando há ineficácia ou C.I. de 
outras terapias. É utilizado na dose de 25 mg/g, 3-
4x/dia. Após o uso dessa “pomada”, o paciente deve 
lavar as mãos, para que não haja parestesia e sua mão 
fique “dormente”. 
Caso esses dois tratamentos não surtam o efeito 
esperado e o paciente continuem gravemente 
sintomático, podemos entrar com medidas 
intervencionistas. Temos como exemplos: 
 • Lavagem articular: Uso de soro fisiológico para 
remover os debris dentro da cápsula articular, 
aliviando o quadro clínico por meses; 
• Remoção de fragmentos por artroscopia: Retirar os 
fragmentos de cartilagem degenerada pode ajudar na 
melhora de sintomas por meses, ajudando no alívio da 
dor e diminuição de manifestações mecânicas, como 
rigidez; 
 • Artroplastia: Consiste no procedimento cirúrgico em 
que há a remoção da articulação lesionada, sendo 
substituída por uma prótese articular. Essa opção é 
recomendada para pacientes graves que, mesmo com 
o tratamento clínico ideal, não houve minimização da 
dor refratária e da incapacidade articular. 
 
Referências: 
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Consenso 
brasileiro para o tratamento da osteoartrite (artrose). 
Rev Bras Reumatol 2002;42(6):371-4. 
Rezende MU, Campos GC, Pailo AF. Conceitos atuais 
em osteoartrite. Acta Ortop Bras. [online]. 
2013;21(2):120-2 
Lopes, AC et al. Tratado de Clínica Médica. 3a ed. São 
Paulo: Roca, 2016 
 
 
 
 
 
 
Stephane D’arc 5° semestre - Medicina

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