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QOAA-AFN/2021 TURMA REGULAR CONHECIMENTOS GERAIS MÓDULO – I JANEIRO - FEVEREIRO 2021 PORTUGUÊS E REDAÇÃO Prof. Rafael Dias MATEMÁTICA Prof. César Loyola GEOGRAFIA ECÔNOMICA Prof. Odilon Lugão HISTÓRIA MILITAR NAVAL Prof. Vagner Souza = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = == = = = = = = = = = = = = = = = = MATERIAL INTERNO DE USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS Proibida a reprodução total ou parcial = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = CURSO www.cursoadsumus.com.br – adsumus@cursoadsumus.com.br - ESTUDE COM QUEM APROVA! http://www.cursoadsumus.com.br/ mailto:adsumus@cursoadsumus.com.br 1 P O R T U G U Ê S 2 1 REDAÇÃO CAPÍTULO 1: O TEXTO DISSERTATIVO I. Assunto, tema e título Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, é necessário reconhecer a diferença que existe entre o assunto, o tema e o título. Assunto: é a definição da área sobre a qual versará o texto. É uma macroideia. Ex: A violência (há diversos tipos) Tema: é uma ideia menor, específica. É um recorte do assunto. Ex: A violência urbana Título: é uma referência ao tema que será abordado. Recomenda-se que seja curto e, se possível, demonstre criatividade. Ex: Dias de incerteza Observação Há concursos que não exigem colocação de título. Ainda assim, recomenda-se que sempre seja colocado devido ao seu caráter funcional de delimitação do tema. Na MB, o título é o próprio tema. Não se deve pular linha entre o título e a introdução. II. A dissertação é um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista. Ou, então, pelo questionamento acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, utilizados por ele para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. Para se obter uma exposição clara e ordenada, a dissertação é geralmente organizada em três partes: 1. Introdução – constituída geralmente de um parágrafo, deve conter a ideia principal a ser desenvolvida, ou seja, denotar os objetivos do texto, o ângulo da análise e hipótese ou a tese a ser defendida. Há diversas e flexíveis maneiras de se começar uma dissertação. O importante é que o parágrafo da introdução seja sucinto e conciso e que deixe claras as diretrizes do texto. 2. Desenvolvimento ou argumentação – exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, de causa e de consequência, definições, dados estatísticos, ordenação cronológica etc. 3. Conclusão – é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. A dissertação objetiva A dissertação objetiva caracteriza-se pelo texto escrito em terceira pessoa. Embora o autor esteja transmitindo ao leitor sua visão pessoal a respeito do tema, ele jamais aparece para o leitor como uma pessoa definida. Nas dissertações objetivas, o autor expõe os argumentos de forma impessoal e objetiva, não se incluindo na exploração, o que confere ao texto um caráter imparcial, facilitando a aceitação, por parte do leitor, das ideias expostas (prova da MB). A dissertação subjetiva A dissertação subjetiva caracteriza-se pelo texto escrito em primeira ou segunda pessoa. Consequentemente, o texto perde seu caráter impessoal e assume, de forma explícita, um caráter pessoal. III. Critérios básicos de avaliação 1. Abordagem do tema 2. Tipo textual 3. Coerência 4. Coesão 5. Modalidade escrita 2 IV. Modelos dissertativos 1) Expositivo: panorama imparcial de ideias, informações. 2) Argumentativo: defesa de um ponto de vista. OBS: texto argumentativo ≠ texto opinativo → Sustentar opinião ≠ parafrasear opinião V. Qualidades de um bom texto dissertativo-argumentativo 1. Objetividade * Análises objetivas, mesmo nos temas abstratos. * Análises científicas, sem uso de argumentos religiosos. * Análise racional, sem tom emotivo. * Análise universal, sem uso de experiências pessoais. * Tom ponderado / seguro: evitar radicalismos. Obs.: Evitar pontuação expressiva (exclamações, reticências) e expressões radicais (“é um absurdo” / “é ridículo”). VI. Linguagem impessoal Usar a terceira pessoa do singular (Sabe-se que...; Reconhece-se que..., É evidente que...) VII. Uso de fatos e não de opiniões Pessoal Impessoal Fato x A Marinha é uma instituição secular Opinião Eu acho a Marinha uma ótima instituição secular. A Marinha é uma ótima instituição secular. Logo, escrever de forma impessoal é uma forma de expressar opiniões como se elas fossem fatos (impessoalidade ≠ imparcialidade) * Imparcialidade ≠ impessoalidade * Objetivo: evitar redundâncias + aumentar credibilidade. VIII. Exigências da modalidade escrita * Padrão culto, com simplicidade e clareza * Ausência de traços de oralidade - gírias (“desde que o mundo é mundo”) - contrações (“pra”, “né”) - “internetês” - vocabulário impreciso (“coisa”) - abreviatura - períodos longos ou curtos demais IX. Estrutura na prova da MB * Mínimo: quatro parágrafos * Máximo: cinco parágrafos Cada parágrafo deverá conter o mínimo de 2(introdução e conclusão) 3 períodos (desenvolvimento). Um bom parágrafo deverá ter de cinco a dez linhas. EXEMPLO DE UMA DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA Redação nota 1000 no ENEM Tema: Os avanços tecnológicos tendem a nos afastar mais uns dos outros ou a nos unir ainda que superficialmente? O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, ao formular a sua tese “Modernidade Líquida”, na qual expõe a superficialidade das relações sociais no contexto da Terceira Revolução Industrial, estabeleceu forte conexão com cenário vigente. A julgar pelo panorama atual, é possível perceber que, infelizmente, os avanços tecnológicos proporcionaram a fragilidade dos contatos qualitativos. Nesse contexto, tal defasagem revela o caráter social da Modernidade bem como a perda gradual da argumentação favorecida pela internet. Assim, compreender tais fatores é essencial para combater a perpetuação desse problema. Em primeira análise, é fundamental constatar que o advento de novos meios de comunicação está inexoravelmente associado à fragmentação dos vínculos afáveis. Sob essa ótica, a dinâmica comunicativa estimulada pelos incrementos tecnológicos relaciona-se intimamente com o postulado do sociólogo Bauman. Tal ligação ocorre, pois o meio virtual, ao oferecer uma rápida interação entre os indivíduos por meio dos aplicativos de 3 comunicação, promove contatos quantitativos em detrimento dos qualitativos, o que motiva a ascensão do individualismo na sociedade e dialoga diretamente com o enunciado do pensador Bauman, uma vez que a liquidez dos laços interpessoais ̶̶̶̶̶ responsáveis pela valorização dos espaços de atuação e convivência pública ̶̶̶̶̶ impossibilita a consolidação de relações amistosas. Por consequência desse fato, o ser humano regride ao seu estado primitivo, no qual predomina o egoísmo, haja vista essa polarização de relacionamentos viabilizar uma visão dessemelhante pelo próximo, o que é incompatível com a vida coletiva, pois se caracteriza como uma instituição orgânica baseada na cooperação. Dessa forma, fica claro que os avanços tecnológicos estão associados ao afastamento interativo da comunidade. Além disso, é valido observar que a internet está indubitavelmente conexa com redução da capacidade argumentativa dos seus usuários. Nesse sentido, pode-se concretizar um paralelo entre a atualidade e o surgimento da Filosofia, porquanto, no passado, o florescimento do pensamento crítico esteve ligado aos conflitos de ideias antagônicas dos povos gregos em um contexto de expansão comercial e intelectual denominado Helenismo. Já na Contemporaneidade, a seletividade de contatos e informações, favorecidas pelas redes sociais, possibilita a formação de grupos com as mesmas virtudes, o que é prejudicial para a oratória do indivíduo, porque o senso crítico é mediado pela discussão sadia de opiniões opostas. Dessa maneira, o dialogo cibernético diverge do método retórico e filosófico da Antiguidade Grega. Torna-se evidente, portanto, que o avanço tecnológico está inquestionavelmente atrelado à desintegração das relações interpessoais, que, por sua vez, é maléfico para a sociedade. Para resolver esse problema, é necessário que o Ministério da Educação invista em informática educativa, por meio da promoção de palestras abertas para a população, realizadas nas escolas públicas durante os finais de semana e ministradas por profissionais graduados por Antropologia, que discutam a moderação no uso de aparatos modernos e a importância dos vínculos afetivos na esfera coletiva. Consequentemente, tal medida tem a finalidade de promover aos cidadãos um olhar mais crítico acerca da tecnologia e estimular a cooperação no social. Assim, a comunidade será mais integrada em suas interações. FICHA DOCUMENTADA DA LEITURA ARGUMENTATIVA 1. Qual é o assunto apresentado no texto? ___________________________________________________________________________________________ ____ 2. Identifique a tese (ponto de vista principal) apresentada pelo autor no texto? ___________________________________________________________________________________________ ____ 3. Identifique os argumentos apresentados sobre o tema. ___________________________________________________________________________________________ ____ 4. Marque, no texto, os elementos que servem de ligação (conectivos). 5. Qual é a sua posição sobre o tema do texto? Concorda com o autor? Por quê? Escreva um parágrafo de 7 a 10 linhas, com 3 frases, no mínimo, na folha separada de redação do curso. CAPÍTULO 2: TEXTOS PARA ANÁLISE E EXERCÍCIOS PRELIMIRARES Texto 1: Guerra contra o novo coronavírus Marinha atua desde o início da pandemia em todo o País para mitigar os efeitos causados pela Covid-19 Por: Primeiro-Tenente Ana Carolina Freitas de Oliveira Em meados de fevereiro de 2020, anunciava-se a chegada do novo coronavírus ao País. Seguindo protocolos já experimentados em outros países, o Brasil abriu diversas frentes de trabalho, envolvendo todas as pastas do Executivo, com o objetivo de diminuir as consequências da doença. O Ministério da Defesa então deflagrou a Operação “Covid-19”, que uniu as três Forças Armadas para proteger os brasileiros da devastação causada pelo vírus. Concomitante, a Marinha do Brasil deu início à Operação “Grande Muralha”: Força-Tarefa comandada pelo Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, que utiliza todos os recursos disponíveis para o enfrentamento dos efeitos da doença. Desde o início da operação, a Marinha emprega mulheres, homens, meios navais e de fuzileiros navais para enfrentar a pandemia, realizando ações assertivas, pautada em dois princípios basilares: serenidade e firmeza. A determinação do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, é que se trabalhe com tenacidade e coragem. “É oportuno reiterar os merecidos cumprimentos aos setores de abastecimento, de saúde, material, desenvolvimento tecnológico, Corpo de Fuzileiros Navais, militares que permanecem, diuturnamente, mantendo nossa plena capacidade operativa”, disse. 4 A OPERAÇÃO “COVID-19” Foram criados, para a operação, dez comandos conjuntos, compostos por militares das três Forças, que planejam o emprego coordenado e integrado dos meios de logística, inteligência e comunicações, em apoio aos órgãos de saúde e de segurança pública. A Marinha é responsável por dois deles: Comando Conjunto da Bahia e do Rio Grande do Norte e Paraíba. TECNOLOGIA Militares e pesquisadores unem forças para buscar soluções para o enfrentamento da pandemia. A Marinha desenvolveu diversos projetos para mitigar os efeitos do novo coronavírus. Respiradores Em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP), foi iniciada, em junho, a produção em escala do ventilador pulmonar emergencial, batizado de “inspire”. De baixo custo e desenvolvido pela Escola Politécnica da universidade, o aparelho pode ser produzido em até duas horas, com tecnologia nacional e baixo custo. Sob a supervisão da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, a fabricação das estruturas mecânicas conta com a participação do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Tanto a concepção técnica quanto a produção estão a cargo de engenheiros integrantes do Projeto de Desenvolvimento da Planta Nuclear Embarcada, do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. 5 Protetor Biólogico A Equipe de Resposta Nuclear, Biológica, Química e Radiológica do 2° Batalhão de Operações Ribeirinhas (2°BtlOpRib), de Belém (PA), desenvolveu um protetor biológico tóraco-facial para evitar o contágio de equipes de saúde que lidam com pacientes contaminados. De baixo custo, foi projetado com especialistas do Hospital Naval de Belém (HNBe). O protótipo, que diminui drasticamente o risco de contágio da doença, foi criado pelo Tenente Fuzileiro Naval Hélio Augusto Corrêa da Silva Junior. Ele conta que a ideia do protetor surgiu durante um estágio em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica. “Pensei em algo que pudesse isolar o paciente e proteger os profissionais durante os procedimentos nas ambulâncias e nas UTIs, evitando a contaminação e a disseminação do vírus”. Máscaras de Proteção O Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) criou protótipos de máscaras faciais rígidas do tipo face shield. Em campanha desenvolvida junto ao SOS 3D Covid-19, profissionais civis cederam o projeto inicial da máscara, que foi aprimorado pelo CTecCFN. Também há a produção de máscaras faciais descartáveis, feitas em TNT. Até junho, já haviam sido confeccionadas quase 120 mil unidades, com produção diária de cerca de 4,5 mil. Em fase de desenvolvimento pelo CTecCFN, estão produtos como dois capacetes de pressão positiva – um para ser usado por profissionais de saúde em ambientes contaminados e outro por pacientes diagnosticados com Covid-19 e que não necessitam de entubação. Para a tropa, está em desenvolvimento um modelo de máscara operativa, tipo balaclava (“touca ninja”). A produção será terceirizada, com estimativa de confecção de 10 mil unidades. O CTecCFN também realizou pesquisa sobre o uso de lâmpadas UV para a descontaminação de ambientes. 6 AÇÕES INTERNAS No âmbito da Operação “Grande Muralha”, o Sistema de Abastecimento da Marinha trabalha para manter a Força operando a serviço da Pátria em meio à pandemia. São empregados esforços para que sejam fornecidos combustíveis a viaturas e demais meios operativos. Além disso, estão sendo distribuídos equipamentos de proteção individual, como máscaras e álcool em gel, às organizações militares. O Comandante da Marinha também emitiu o Plano de Atividades da Força, que tem o objetivo de orientar a progressão das ações a serem adotadas para manter a capacidade operacional e garantir a segurança orgânica. “Trabalhamos a partir de balizas como flexibilidade, transparência e unidade de comando. Superaremos e venceremos a guerra contra o coronavírus”, declarou o Almirante Ilques. (Fonte: Marinha em Revista - Ano 10 - Número 14 - setembro 2020 Exercício 1: Escreva um texto com 2 parágrafos, de 5 a 7 linhas cada um, em que você defenda o trabalho da Marinha do Brasil no combate à COVID-19. Crie uma linha de raciocínio sobre o tema. Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo. Texto 2: Primeiro submarino nuclear brasileiro será usado em 2023 Entenda a importância disso para a segurança e a ciência nacionais Guilherme Rosa O Brasil possui duas amazônias. A primeira todo mundo conhece: 3,2 milhões de km² de floresta e biodiversidade. A outra, apesar de ocupar toda a porção leste do país, ainda é quase secreta. É a Amazônia Azul, como a Marinha convencionou chamar o território submerso na costa brasileira. A área tem 4,4 milhões de km² de água salgada, e importância econômica incrível — dali é retirado 90% de nosso petróleo e por ali passa 95% de nosso comércio exterior. Escondidos sob as ondas, somente 5 submarinos patrulham essa imensidão — é como patrulhar as fronteiras da floresta amazônica e deixar o miolo desprotegido. Com a descoberta do pré-sal, cuidar dessa área se fez mais urgente ainda. Para isso, a Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo: até 2047, o país terá 26 submarinos patrulhando sua costa. O primeiro passo foi no final de 2008, quando o governo brasileiro firmou um convênio com a França para a transferência da tecnologia do submarino Scorpène. O segundo foi em julho de 2011, com o início da fabricação das novas embarcações no estaleiro de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A próxima geração de submarinos brasileiros deve chegar aos mares em 2017. Mais importante que isso, no entanto, são as mudanças que os engenheiros brasileiros planejam fazer no projeto francês. A ideia é realizar um transplante: sai o motor a diesel, entra um reator nuclear. Começando agora, a Marinha espera concluir a construção do primeiro submarino movido a propulsão nuclear em 2023. 7 Com isso, o Brasil entraria para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia — China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Para se ter uma noção da importância estratégica desse veículo, esses 5 são justamente os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Corpo de aço, coração nuclear Segundo o almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, atual comandante da Marinha do Brasil, o submarino é o veículo com o melhor custo/benefício na guerra naval. “Sua vantagem determinante é a capacidade de se ocultar e surpreender”, diz. Na guerra das Malvinas, por exemplo, foi o elemento surpresa que permitiu a um submarino britânico realizar o maior ataque do conflito, quando destruiu um navio argentino e matou 368 homens. No entanto, os submarinos convencionais têm um grande inconveniente: após alguns dias submersos eles precisam voltar à superfície para literalmente pegar ar e recarregar as baterias — e lá se vai o elemento surpresa. Já o submarino nuclear, graças à capacidade quase inesgotável do seu reator, pode ficar debaixo d’água por meses e atingir altas velocidades por tempo ilimitado. “Ele pode chegar a qualquer lugar rapidamente. Para o inimigo, significa estar em todos os lugares ao mesmo tempo”, diz Moura Neto. Mas homens têm limites: quando o submarino nuclear sobe, é para repor alimentos e desestressar a tripulação. Engenheiros brasileiros já estão na França para receber treinamento na montagem do submarino. As peças mais caras, como o casco de aço, periscópio e sonar, terão de ser importadas de lá. Já a tecnologia nuclear será totalmente desenvolvida no Brasil, e a Marinha vai usar a técnica nacional de fissão nuclear (para saber o que é fissão, leia a matéria Não faça você mesmo, nesta edição; para saber como ela move as turbinas, ver infográfico ao lado). Além disso, os submarinos virão armados com torpedos e mísseis Exocet franceses. Cada embarcação vai custar cerca de US$ 1,5 bilhão. Tecnologia profunda Desde os anos 70 os militares brasileiros planejam a construção de um submarino nuclear, mas sofriam com barreiras impostas pelas potências estrangeiras. A tecnologia teve de ser desenvolvida aqui dentro — em 1982, o país dominou o ciclo de combustível nuclear. A partir dos anos 90, os recursos minguaram, até a ressurreição recente do projeto. O próximo passo deve ser a construção de um reator nuclear em solo, para testar o equipamento. Ele está sendo desenvolvido no Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), e deve ser concluído em 2014. Uma preocupação que envolve o projeto é a falta de profissionais para lidar com a tecnologia. A Comissão Nacional de Energia Nuclear, que em 1991 tinha 3.750 servidores, hoje tem somente 2.550 — com idade média de 56 anos. “Há uma necessidade urgente de reposição e de formação de novos profissionais”, diz José Roberto Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica da USP. Pensando nisso, a USP irá abrir em 2013 um curso de graduação em Engenharia Nuclear, ao lado do centro da Marinha em Iperó. Parcerias entre as duas instituições já estão nos planos. Submarinos e engenheiros nucleares: é o Brasil buscando novos voos — ou melhor, mergulhos. 8 Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT275468-17773,00.html Exercício 2: Escreva um texto com 2 parágrafos, de 5 a 7 linhas cada um, em que você defenda a construção e o uso do submarino nuclear pelo Brasil. Crie uma linha de raciocínio sobre o tema. Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo. Texto 3: Navios da Marinha chegam a Suape para reforçar o combate ao óleo que atinge o litoral Fuzileiros integram a operação 'Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida', que monta base em Pernambuco a partir desse domingo (10). Embarcações são as duas maiores da Marinha. Por G1 PE e TV Globo 10/11/2019 11h21 9 Navios da Marinha trazem fuzileiros e equipamentos para reforçar combate ao óleo no NE Os dois maiores navios da Marinha do Brasil chegaram, nesse domingo (10), ao Porto de Suape, no Grande Recife, para reforçar o combate ao vazamento de óleo no Nordeste. Uma das bases da operação "Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida" fica em Suape. A partir do estado, as tropas, veículos e helicópteros que chegaram com as embarcações serão distribuídos pela costa nordestina. "Uma das bases vai ficar aqui [em Suape], mas vamos levar não só os navios, como tropas e veículos, para outros locais como Fortaleza, Salvador, Ilhéus, que fica perto do Parque de Abrolhos, ou seja, vamos espalhar ao longo da costa do Norte e Nordeste", afirmou o almirante José Cunha. Além de Suape, o almirante afirmou que uma base será montada em Tamandaré, no Litoral Sul, de ondem devem sair equipes para atuar no estado vizinho, Alagoas. Cerca de 700 fuzileiros navais vieram com os dois navios. As duas embarcações, o navio-doca multipropósito (NDM) Bahia e o porta-helicópteros multipropósito (PHM) Atlântico, deixaram o Rio de Janeiro no dia 4 de novembro. O óleo já atingiu 427 localidades, segundo o mais recente balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), divulgado na sexta-feira (8). Fuzileiros navais chegaram ao Porto de Suape, neste domingo (10), em operação para combater o vazamento de óleo no litoral nordestino — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo O objetivo é monitorar principalmente manguezais, estuários e o lado externo dos arrecifes, sempre em conjunto com as equipes que já atuam no combate ao desastre ambiental. Os militares foram treinados para fazer a limpeza desses locais. "Ontem [sábado, 9], nós recebemos um engenheiro da Petrobras que nos deu palestras sobre como despoluir mangues, arrecifes e praias, e também como são as precauções de segurança para essa despoluição", detalhou o almirante Cunha. Os navios e helicópteros seguem sendo utilizados ao longo da costa em busca de manchas de óleo em alto-mar ."Não só quando eles [equipes da Marinha] detectarem, mas quando também formos acionados, nós vamos ao local e retiramos a mancha e os pontos de poluição", afirmou Cunha. 10 Navios da Marinha do Brasil chegaram ao Porto de Suape, neste domingo (10), com helicópteros e outros veículos para atuar na costa do Nordeste — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo Além de fuzileiros, os dois navios trouxeram equipes médicas para atuar na questão da saúde. Somente em Pernambuco, foram notificados 66 casos suspeitos de intoxicação de pessoas que tiveram contato com o óleo nas praias. "Um dos nossos trabalhos aqui é fazer uma investigação a respeito das pessoas que tiveram contato com o óleo e apresentaram algum sintoma. Nós colocaremos em solo diversas equipes móveis de saúde que passarão nas principais localidades afetadas", adiantou o vice-almirante Paulo Martino Zuccaro, comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra. Navios que chegaram a Pernambuco neste domingo (10) trouxeram caminhões que podem fazer auxílio na operação contra óleo nas praias — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo Um protocolo foi montado, com um questionário que deve ser aplicado às pessoas que tiveram contato com a substância. As equipes vão percorrer as localidades atingidas pelo óleo, entrando em contato com a população. "Nós construiremos um banco de dados, que será passado para as agências, órgãos de saúde tanto no nível federal, quanto no nível estadual e municipal, para que eles possam dar acompanhar a evolução do quadro de saúde dessas pessoas que apresentaram algum tipo de anormalidade", apontou o vice-almirante. Foram trazidos também cerca de 30 caminhões, 25 viaturas leves, um trator, seis equipamentos de engenharia e 18 embarcações menores pelas equipes que chegaram neste domingo. Segundo os militares da Marinha, não tem data prevista para a operação terminar. 11 Navio da Marinha do Brasil atracou no Porto de Suape neste domingo (10); fuzileiros vão atuar no combate ao óleo que atinge o Nordeste — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo Óleo em Pernambuco Neste domingo (10), as equipes da Prefeitura de Ipojuca encontraram pequenos fragmentos de óleo preso a sargaço Praia de Serrambi. O município informou que era ainda resquício da substância, que ainda é "expulsa" pelo mar. "Toda orla passa por um pente fino da prefeitura diariamente e os rescaldos que aparecerem serão limpos", disse a assessoria de comunicação municipal. Um relatório, divulgado na sexta (8) pelo governo estadual, apontou que 16 praias do litoral pernambucano que foram atingidas pelas manchas de óleo, em outubro deste ano, estão liberadas para o banho. De acordo com o documento, foram feitos testes para detectar a presença de hidrocarbonetos, componentes do petróleo, e de substâncias como benzeno, tolueno, etilobenzeno e xileno. O relatório indicou que não foram constatados compostos orgânicos encontrados no petróleo e que, em grandes concentrações, podem causar danos à saúde. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco, desde 2 setembro, 48 praias e oito rios tiveram registro de manchas. O boletim da Marinha do sábado (9) apontou que as praias pernambucanas estavam limpas, sem sinais de novos casos de petróleo. Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/11/10/navios-da-marinha-chegam-a-suape-para-atuar-no- combate-ao-vazamento-de-oleo-no-nordeste.ghtml Exercício 3: Escreva um texto com 4 parágrafos de 5 a 7 linhas cada, sendo 1º parágrafo: apresentação do problema do vazamento de óleo + TESE; 2º parágrafo: explicação do problema do vazamento de óleo; 3º parágrafo: explicação da importância da MB para a preservação ambiental; 4º parágrafo: REAFIRMAÇÃO DA TESE + explicação de soluções da pirataria marítima. Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo. 12 CAPÍTULO 3: COMO MELHORAR A ESCRITA? 1. USO DO GERÚNDIO NO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO 1. O gerúndio é uma forma nominal que apresenta o processo verbal em curso. Daí decorrem as seguintes características (uso correto): a) valor de modo (Ele saiu chorando. = Ele saiu choroso.) b) valor de tempo ( Encontramos Pedro estudando.= Encontramos Pedro que estudava.) c) valor de duração (Permaneceu atendendo. = Permaneceu no atendimento.) d) valor de causa/explicação (Enfrentando João, Pedro fez sucesso com as meninas. = Por enfrentar João, Pedro fez sucesso com as meninas. Ou Pedro fez sucesso com as meninas, porque enfrentou João.) (Percebendo que o ladrão se aproximava, sentiu medo. =Por perceber que o ladrão se aproximava, sentiu medo. Ou Sentiu medo, pois percebeu que o ladrão se aproximava.) e) valor de condição ( Sendo decidido assim, cumpra o acordado.= Se for decidido assim, cumpra o acordado.) f) ação imediatamente anterior à do verbo principal (Recebendo os documentos, encaminhou-os logo à chefia. = Quando recebeu os documentos, encaminhou-os logo à chefia.) 1.2. Desvios mais comuns no emprego do gerúndio: a) Quando a ação descrita pela forma no gerúndio e o verbo da oração principal não puderem ser simultâneas. Exemplo de erro: Chegando, saiu. Correto: Ele chegou e, logo após, saiu. b) Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo da oração principal. Exemplo de erro: Pela manhã, a menina não tomou o remédio, passando muito mal durante à tarde. Correto: Pela manhã, a menina não tomou o remédio, consequentemente passou muito mal durante à tarde. Pela manhã, a menina não tomou o remédio e passou muito mal durante à tarde. c) Quando o gerúndio tem valor de adjetivo. Exemplo de erro: Encontrou uma nota no jornal comemorando o fato. Correto: Encontrou uma nota comemorativa do fato no jornal. d) Quando o gerúndio é empregado para generalizações ou conclusões não fundamentadas. Exemplo de erro: O garoto chorava muito causando medo aos que ali passavam. Correto: O garoto chorava muito, o que pode ter causado medo aos que ali passavam. d) Quando o gerúndio é empregado para futuro Exemplo de erro: Eu vou estar providenciando seu contrato. Correto: Eu vou providenciar. Eu providenciarei. EXERCÍCIOS 1. Verifique se ambas as construções correspondem ao considerado como bom uso do gerúndio. Escolha a que considera mais aceitável ou mais correta. Justifique sua posição com base nas observações acima. a) O policial viu o bandido correndo pela praia. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ b) O aluno apareceu, sendo recebido pela direção da escola duas semanas depois. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ c) A Marinha do Brasil criou um militar vencendo a competição. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ d) O aluno vai estar fazendo a prova dia 5 de novembro. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ 13 2. As generalizações e as conclusões “precipitadas” devem ser evitadas durante a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo porque constituem uma espécie de vício na escrita. O mau uso do gerúndio pode gerar tais situações. Analise as situações abaixo e reescreva-as adequadamente: A) O Brasil passa por um bom momento na economia gerando um futuro de prosperidade e avanço tecnológico. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ b) As autoridades têm investido em novos projetos na área da Educação trazendo a tão esperada arrancada social. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 3. Assinale os períodos em que há uso inadequado de gerúndio e corrija-os: a) A comunidade internacional vem esforçando-se no sentido de acompanhar, da melhor maneira possível, a crise no mundo árabe. Observando diariamente o que lá ocorre. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ b) Os pais devem acompanhar a vida escolar de seus filhos. Demonstrando amor e dedicação. Só assim as crianças terão bom aproveitamento como estudantes. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ c) Isso ocorre para fazer barulho e chamar atenção dos demais, tornando o trânsito mais barulhento, aumentando o estresse e prejudicando a audição de muitos. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ d) O país precisa solucionar o problema do menor abandonado alcançando o desenvolvimento social tão esperado. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 2. USO DE COLOQUIALISMOS OU EXPRESSÕES DE REGISTRO INFORMAL: O texto dissertativo-argumentativo deve revelar certa capacidade de expressão formal, elegante, isenta e sem marcas da linguagem oral. Devem ser evitados os seguintes tipos de construção: Sem falar que... (É importante mencionar ainda ...); Não tem nada a ver ... (Não há relação clara entre ...); Não vale a pena ... (Não é válido ...); Bom que se diga... (É preciso que se mencione/evidencie/aponte ...). 3. USO DE VOCABULÁRIO INADEQUADO: A escolha do vocabulário revela a formação e a experiência de vida daquele que escreve ou fala. Usar as palavras adequadas ao contexto indica preparo e qualificação do autor de um texto. Ter claro o significado de palavras como etnia, raça, cidadania, sociedade, nação, estado é realmente importante. Exemplos de uso indevido: Esse modelo tem desenvolvido diversos campos de trabalho para a sociedade ( população ). Um bom governo deve priorizar questões básicas para a sobrevivência de sua população (para a qualidade de vida da população ). Através dos erros, chegaremos aos acertos ( Por meio dos ...). É preciso que a humanidade se conscientize da necessidade de ... (que os indivíduos se conscientizem...) É preciso que a sociedade daquele lugar ... (comunidade) No caso em tela ... ( Em casos como esses...) OBS.: a locução usada para qualificar um nome deve manter-se no singular (meios de transporte, meios de comunicação, pais de família, casos de mortalidade); OBS.: deve ser evitada a locução expletiva é que ( Na verdade, a política é que fará a mudança . / a política fará ) /Devido à má distribuição de alimentos, é que a fome vem.... ( ...alimentos, a fome vem ...) 14 4. FALTA DE CONCISÃO: A redundância retórica é uma das formas mais comuns da prolixidade. Observe-se o exemplo (GARCIA,1986): “Conforme a última deliberação unânime de toda a Diretoria, a entrada, a frequência e a permanência nas dependências deste Clube, tanto quanto a participação nas suas atividades esportivas, recreativas, sociais e culturais, são exclusivamente privativas dos seus sócios, sendo terminantemente proibida, seja qual for o pretexto, a entrada de estranhos nas referidas dependências do mesmo.” Tal aviso poderia ser simplesmente: “É proibida a entrada (ou frequência, ou a permanência) de estranhos” ou “Só é permitida a entrada de sócios.” Ao redigir, o autor de um texto deve buscar o equilíbrio entre enfatizar seu ponto de vista e manter a clareza e a objetividade daquilo que diz. 5. OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES: É preciso revisar o próprio texto com atenção para evitar a) ausência de oração principal no período: Isso porque a política ... / Claro que a saúde é importante ... / Interessante destacar que ... ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ b) ausência de preposição antes do pronome relativo: Essa é a crise que a imprensa se refere todo dia. / O local onde vai o migrante torna-se sua nova casa. / É comum a mídia valorizar as falas das celebridades que faz alusão. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ 6. PROBLEMAS DE ESTRUTURAÇÃO SINTÁTICA 6.1. USO DE FRASES TRUNCADAS Frase TRUNCADA é um erro de construção que consiste em pontuar uma oração subordinada (ou uma locução) como se fosse uma frase completa. Ex.: O Brasil precisa encarar seus problemas. Com determinação e seriedade. (locução pertencente à frase anterior). Trouxe sugestões. Que são muitas. (oração subordinada à anterior). ATENÇÃO: todo enunciado deve ter sujeito e verbo; não deve ser introduzido por conjunção subordinativa, pronome relativo ou forma nominal (infinitivo, gerúndio e particípio) sem que haja oração principal a que se refira. Marque com (X) as frases fragmentadas e reescreva-as de forma adequada: a) ( ) Como o governo quer fazer reformas. O Legislativo parece disposto a ouvi-lo. _______________________________________________________________________________________ b) ( ) O governo quer fazer reformas. Que visam beneficiar a todos. _______________________________________________________________________________________ c) ( ) O governo quer fazer reformas. Em curto espaço de tempo. _______________________________________________________________________________________ d) ( ) Uma vez que o governo quer fazer reformas, o Legislativo parece disposto a começar a colaborar. _______________________________________________________________________________________ e) ( ) O governo quer fazer reformas. Sob condições específicas e de seu interesse. _______________________________________________________________________________________ f) ( ) Todos gostariam de acreditar no governo. Cientes da importância das reformas. _______________________________________________________________________________________ g) ( ) Acreditar no governo e importante. Para ele poder efetuar as reformas pretendidas. _______________________________________________________________________________________ 15 6.2. USO DE FRASES SIAMESAS Frase siamesa é um erro de construção que consiste em unir duas frases completas como se fosse uma só. Ex.: Nosso País precisa resolver o problema da fome, a fome revela um grande desequilíbrio social. Nosso País precisa resolver o problema da fome, pois ela revela um grande desequilíbrio social. ATENÇÃO: - para corrigir esse erro, pode-se empregar ponto, ponto e vírgula, conjunção coordenativa ou transformar uma das frases em oração subordinada. Reescreva as seguintes frases de modo adequado: a) Havia muitos interessados na queda do Presidente Collor, lembro-me de ter visto isso nos jornais. _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ b) As farmácias de manipulação representam um setor em ascensão na economia brasileira, os números das estatísticas comprovam essa afirmação. _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ c) No alto da montanha, há minérios, depois de explorados, renderão muito a nós. _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ d) A onça é um animal em extinção, essa é alvo constante de caçadores. _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ e) A testemunha negava-se a depor, ela estava com medo do réu. _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 4: ESQUEMA BÁSICO TEXTO ARGUMENTATIVO COMO COMEÇAR Imagine que você possua um determinado tema sobre o qual deve redigir um texto argumentativo. A sua primeira providência é reescrever o tema e perguntar POR QUÊ? Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma noção de qualquer tema que lhe vier apresentado. O ideal, para que seu texto explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três “respostas” para a questão formulada; estas respostas chamam-se argumentos. Veremos um exemplo. TEMA: Ao chegar ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos. Existem populações imersas em completa miséria POR QUÊ? A paz é interrompida por conflitos internacionais O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico Repare que essas respostas são exaustivamente noticiadas pelos meios de comunicação, evidentemente você encontrará mais respostas para sua pergunta, isso significa mais argumentos para seu texto, mas atente-se para o tamanho do texto, dependendo do objetivo da redação, o texto não pode ser MUITO longo. Lembre-se também de que cada argumento será desenvolvido e argumentos demais podem deixar seu texto complexo e extenso. Uma vez que você estabeleceu o número de argumentos (baseado no número de respostas), você já dispõe do necessário para iniciar seu texto. Um texto argumentativo (dissertação) deve constar de três partes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Com os dados acima, você já é capaz de escrever o primeiro parágrafo de seu texto. Esse parágrafo traz uma visão geral do seu texto, apresenta o tema e os argumentos. Esse parágrafo é a INTRODUÇÃO. Ao chegar ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos. Nesse contexto, essa situação ocorre, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida por conflitos internacionais, além de o meio ambiente encontrar-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 16 Note que o TEMA foi acrescido dos TRÊS argumentos com a utilização de CONECTIVOS. Esses conectivos (geralmente conjunções) tornam o texto COESO. Aprender a utilizar conectivos é importante para a construção de textos, já que o texto começou com frases isoladas que foram CONECTADAS de forma COESA. Após a Introdução, você fará a argumentação propriamente dita, ou seja, você irá desenvolver seu texto, de modo a expandir os argumentos apresentados na Introdução. Essa fase do seu texto é chamada de DESENVOLVIMENTO. Logo o próximo parágrafo tratará sobre o seu primeiro argumento. Veja o exemplo: Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis, existem legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países chamados subdesenvolvidos, sobretudo em certas regiões da África, há um numeroso contingente de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. No Brasil, tal questão é visível em diversas regiões, tanto em zonas rurais do Nordeste quanto nas zonas urbanas em morros e favelas de grandes cidades. É preciso, por isso, que os líderes mundiais busquem soluções para retroceder esse mal. Depois disso, você deverá entrar com o segundo argumento. Lembre-se de que, como começará um novo ARGUMENTO, você deve iniciar um novo parágrafo, mas não se esqueça da CONTINUIDADE do texto, então use um conectivo para manter a COERÊNCIA do texto. A coerência é a relação lógica das ideias do texto, sem ela, os argumentos pareceriam fragmentos soltos e sem sentido. Vejamos como ficaria a continuação do texto com a entrada de um novo argumento. Além disso, nas últimas décadas, têm sido frequentes os conflitos internacionais. Dois exemplos de tal situação foram os atentados terroristas contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 e, mais recentemente, a crise sociopolítica da Líbia e de outros países da África. Há também a crescente violência urbana que tem gerado sentimentos de pânico e insegurança nos brasileiros, os quais são facilmente notados na ocupação das favelas ocorridas no Rio de Janeiro. Note que as ideias apresentadas são bastante atuais, ao utilizar dados da contemporaneidade, você mostra que é uma pessoa bem informada e preocupada com as questões de seu tempo. Ademais, falar de fatos passados só vale a pena se forem essenciais a sua argumentação. Repare também que o novo argumento foi iniciado com ALÉM DISSO, que é uma expressão que dá uma ideia de adição e continuidade. Você deverá apresentar seu último argumento para manter a continuidade, por isso utilize mais um parágrafo, mas não repita o ALÉM DISSO. Ademais, outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela utilização desenfreada dos recursos não renováveis. Essa questão acontece, porquanto há o desmatamento de florestas e a poluição de rios e mananciais. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente se desgaste mais rápido e diminua seu poder de autorrenovação. Consequentemente, a natureza tem entrado em estado de desequilíbrio, o que afeta a qualidade de vida das pessoas e dos animais e plantas. Você incluiu mais um argumento e note que a expressão que inicia o parágrafo dá essa ideia. Após essa argumentação, você escreverá a CONCLUSÃO, com base no que foi dito no DESENVOLVIMENTO. Percebe-se, portanto, que, embora o terceiro milênio seja caracterizado como a época de avanços tecnológicos, o homem está longe de solucionar os graves problemas que afligem grande parcela da humanidade. Novas tecnologias são criadas para solucionar problemas novos, entretanto velhas questões como fome, guerras e devastação ambiental continuam insolúveis. O ideal seria utilizar os avanços de hoje como ferramentas para salvar o planeta de seu declínio para que as gerações futuras usufruam, pelo menos, de um local suficientemente habitável. Na conclusão, você reafirmou o tema e deu sua opinião com base nos argumentos. Na maioria das vezes, é importante construir perguntas e sugerir soluções para os problemas, pelo menos, de forma abrangente. É bom mostrar preocupação com a persistência do problema e enfatizar que você é capaz de compreender a problemática e propor soluções. A conclusão deve iniciar com palavras que deem ideia de que você está finalizando o texto como o “portanto”. 17 GRAMÁTICA CAPÍTULO 1: ACENTUAÇÃO GRÁFICA Regras Gerais (não houve mudanças pelo novo Acordo Ortográfico): Terminados em: Leva acento? EXEMPLOS Monossílabos tônicos -a(s), -e(s), -o(s) Sim Oxítonas -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens Sim Paroxítonas -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens, -am Não * Proparoxítonas Qualquer letra Sim * Essas terminações não fazem parte de ditongos nem são nasais. 18 Regras Especiais (Só houve mudanças na posição paroxítona): Ditongos Levam acento os ditongos abertos quando oxítonos. (-éi, -éu, -ói) Hiatos 1ª vogal (em ditongo, acento só nas oxítonas / nas paroxítonas: 1- com ditongo decrescente, acento proibido; 2- com ditongo crescente, acento obrigatório) + í(s), ú(s) [sem nh] Acentos diferenciais a) de timbre: pôde [e fôrma(s), opcionalmente] b) de tonicidade: pôr c) de número: ele tem/eles têm, ele vem/eles vêm (e derivados) Latinismos álibi, fórum, harmônium, memorândum, múndi, superávit e tônus. Exercícios 01. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de monossílabos tônicos. (a) crás, lá, vá, más; (b) fé, pés, és, Sé; (c) quê, vê-lo, mês, três; (d) pó, nós, só, cós; (e) pô-lo, pô-la, pôs, côr. 02. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas. (a) dândi, beribéri, íbis, Cáli; (b) ônus, cáctus, lótus, retrovírus; (c) factótum, parabélum, álbuns, fóruns; (d) hífens, plâncton, elétrons; (e) bíceps, tríceps, quadríceps. 03. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas. (a) âmbar, éter, fêmur, sênior; (b) cóccix, tórax, ônix, Fênix; (c) dólmen, pólen, próton, nêutron; (d) incrível, imóvel, míssil, afável; (e) ímã, Cristovão, sótão, órfã. 04. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas terminadas em ditongo. (a) escritório, etérea, série; (b) suspensório, calendário, abstêmios; (c) ingênuo, anágua, mágoa; (d) bilíngue, anáguas, contíguo; (e) distíngues, extínguem, conséguem. 05. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras proparoxítonas. (a) insólito, tétrico, nostálgico; (b) rúbrica, cosmonáutico, letárgico; (c) antropofágico, hiperbólico, ótico; (d) dramático, econômico, hermenêutico; (e) fétido, hálito, metalúrgico. 06. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras com ditongo. (a) andróide, epopéia, tipóia; (b) pastéis, arranha-céus, corrói; (c) europeus, colmeia, centopeia; (d) boi, urubu-rei, apogeu; (e) Gláuber, Áurea, Cleide. 07. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras com hiato. (a) voo, enjoo; (b) magôa, corôa; (c) creem, leem; (d) perdoa-o, abençoa-a; (e) deem-me, reveem-nos. 08. Assinale a opção que contém erro de acentuação no i da série de palavras com hiato. (a) Icaraí, Jacareí; (b) saídas, caístes; (c) atraindo, contribuiu; (d) ladainha, coroinha; (e) gratuíto, fluído (subst.). 09. Assinale a opção que contém erro de acentuação no u da série de palavras com hiato. (a) Grajaú, tuiuiú; (b) reúnem, mundaú; (c) baiúca, feiúra; (d) conteúdo, transeunte; (e) Raul, extrauterino. 10. Assinale a opção que contém apenas acentos diferenciais (aqueles que não podem ser explicados por nenhuma regra ortográfica) de timbre ou de tonicidade. (a) pôr (verbo), pôde (pret. Perf.) e fôrma (=modelo oco); (b) dê (verbo), é (verbo), réis (moeda antiga); (c) fábrica (subst.), sábia (adjetivo), sabiá (subst.); (d) bobó (subst.), lã(subst.) camelô (comerciante de calçada); (e) convidássemos, envolvêssemos, retornássemos. 11. Assinale a opção que contém um par de formas verbais que caracteriza o segundo componente como caso de acento diferencial de número (3ª pessoa do plural). (a) (ele) intervém & (eles) intervêm; (b) (ele) relê & (eles) relêem; (c) (ele) entretêm & (eles) entretém; (d) (ele) prevê & (eles) prevêem; (e) (ele) tém & (eles) têm. 19 12. Assinale a opção cuja série de palavras recebe acento em virtude da mesma regra ortográfica. (a) contratá-la, vendê-la, atraí-la, propô-lo; (b) táxi, pálido, maracujá, hábito; (c) escarcéu, carretéis, caracóis; (d) cânion, ômicron, sêmen; (e) atraísse, faraó, Anhangabaú. 13. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em virtude da mesma regra ortográfica de LUNÁTICA. (a) anômalo; (b) dígrafo; (c) metáfora; (d) antítese; (e) clímax. 14. Assinale a opção que contém palavra acentuada tanto no singular como no plural. (a) (o) inglês; (b) (o) álcool; (c) (o) convés; (d) (o) cós; (e) (ele) antevê. 15. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no singular. (a) júnior; (b) trenó; (c) pôster; (d) fôrma; (e) sustém. 16. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no plural. (a) pera (b) urubu; (c) vez; (d) juiz; (e) item. 17. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras oxítonas. (a) sofá, atrás, maracujá, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-lo-á; (b) banzé, pontapés, você, buquê, japonês, obtê-lo, recebê-la-emos; (c) jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, indispô-lo; (d) além, alguém, também, ele intervém; (e) armazéns, parabéns, vinténs, hiféns. 18. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em virtude da mesma regra ortográfica de FREGUÊS. (a) carijó; (b) matinês; (c) vatapá; (d) açaí; (e) ioiô 19. Assinale a opção cuja série de palavras recebe acento em virtude da mesma regra ortográfica de ÍNDIO. (a) estapafúrdia, espécie; (b) acessível, caráter; (c) chimpanzé, tarumã; (d) Estêvão, Asdrúbal; (e) intrínseco, rígido; CAPÍTULO 2: USO DO HÍFEN Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico macro-história Exceção: Não se emprega hífen com os prefixos des- e in- quando o 2º elemento perde o h inicial: desumano (nesse caso, a palavra humano perde o h), desumidificar, inábil, inumano etc. 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. Atenção: o encontro de vogais diferentes tem facilitado o fenômeno da elisão de vogal do 1º e do 2º elemento: eletracústico, ao lado de eletroacústico, por exemplo. Mais uma vez se recomenda que se evitem essas elisões, ressalvados os casos já correntes na tradição lexicográfica. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção 20 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial cosseno infrassom minissaia 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico anti-imperialista auto-observação contra-almirante contra-atacar contra-ataque micro-ondas 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante Exemplos: hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário Atenção: • Nos demais casos, não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. • Quando o 1º elemento está representado pela forma mal e o 2º elemento começa por vogal, h ou l, usa-se hífen: mal-afortunado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo etc.; porém, malcriado, malditoso, malgrado, malnascido, malvisto etc. Exceção: Mal com o significado de “doença” grafa-se com hífen: mal-caduco (epilepsia), mal-francês (sífilis) etc. • Com o prefixo não, só se usa hífen nas seguintes palavras: não-me-deixes, não-me-esqueças, não-me- toquense, não-me-toques, não-te-esqueças, não-te-esqueças-de-mim. • Com o prefixo bem-, só não se usa hífen com as seguintes palavras: bem de alma, bem de fala, bem te vi (simpatizante de partido político). 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez interestadual interestelar interindustrial superamigo superaquecimento 8. Com os prefixos tônicos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice, vizo, sota, sota, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra vice-diretor sota-almirante soto-capitão vizo-rei 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani (normalmente quando a palavra for oxítona): -açu, - guaçu e -mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 21 11. Emprega-se o hífen nos compostos por justaposição sem termo de ligação quando p 1º elemento, por extenso ou reduzido, está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. Exemplos: Afro-asiático Afro-luso-brasileiro Amor-perfeito Ano-luz Arcebispo-bispo Arco-íris Conta-gotas Decreto-lei Guarda-chuva Guarda-noturno João-ninguém Luso-brasileiro Má-fé Mesa-redonda Porta-aviões Porta-retrato Primeiro-ministro Sócio-democracia Sul-africano Tio-avô Vaga-lume Observação: Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol madressilva mandachuva paraquedas paraquedista pontapé Atenção: • As formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, sino- e assemelhadas continuarão a ser grafadas sem hífen: afrodescendente, afrogenia, afrofilia; eurocêntrico, francofone, lusofonia etc. • Os outros compostos com a forma verbal para- e manda- seguirão sendo separados por hífen conforme a tradição lexicográfica: para-brisa(s), para-choque(s), para-lama(s), etc.; manda-lua, manda-tudo. • O acordo não trata nem exemplifica compostos formados com elementos repetidos, com ou sem alternância vocálica ou consonântica, do tipo blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum, zás-trás, zigue-zague, pingue- pongue, tico-tico, tique-taque, xique-xique etc. O espírito do Acordo sugere que tais compostos entrem na regra geral, ou seja, são de natureza nominal, não contêm elemento de ligação, constituem unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio. Assim também os possíveis derivados: lenga-lengar, zum-zunar. • Serão escritos com hífen os compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo: cobra-d’água, mestre- d’armas, mãe-d’água, olho-d’água etc. • Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver. Exemplo: hei de, hás de, hão de, etc. 12 . Emprega-se o hífen nos topônimos compostos pelas formas grã, grão, ou por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por artigo. Exemplos: Grã-Bretanha Grão-Pará Abre-Campo Passa-Quatro Quebra-Costas Albergaria-a-Velha Baía de Todos-os-Santos Entre-os-Rios Atenção: serão hifenizados os adjetivos gentílicos derivados de topônimos compostos que contenham ou não elementos de ligação. Exemplos: alto-rio-docense, belo-horizontino, cruzeirense-do-sul, mato-grossense, mato- grossense-do-sul, juiz-forano etc. 13. Emprega-se o hífen nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e áreas afins, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento. Exemplos: Abóbora-menina Coco-da-baía Erva-doce Couve-flor Erva-do-chá Vassoura-de-bruxa Feijão-verde Bem-me-quer (mas malmequer) Bem-te-vi Formiga-branca 14. Não se emprega o hífen nas locuções, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. Exemplos: Cão de guarda Fim de semana Cor de café com leite Ele próprio Quem quer que seja À parte À vontade Abaixo de À parte de A fim de que À toa (adj.) Dia a dia(subs.) Deus nos acuda Um maria vai com as outras 22 15. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Resumo Emprega-se o hífen quando: 1º elemento HÍFEN 2º elemento Prefixo que termina por vogal HÍFEN Iniciado por vogal igual à vogal final do 1º elemento ou iniciado por h Prefixo quer termina com r (hiper, inter, super) HÍFEN Iniciado por h ou r Prefixo que termina com b (ab, ob, sob, sub) HÍFEN Iniciado por b, h ou r Prefixo que termina com d (ad) HÍFEN Iniciado por d, h ou r Mal HÍFEN Iniciado por vogal, h ou l Circum, pan HÍFEN Iniciado por vogal, h, m, ou n co HÍFEN Iniciado por h Ex, pós, pré, pró, sota, soto, vice, vizo, além, aquém, recém, sem, bem HÍFEN Qualquer elemento Elemento normalmente oxítono. HÍFEN -açu, -guaçu, -mirim Exercícios 1. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras compostas. (a) recém-inaugurada, granfino; (b) grão-rabino, tambor-mor; (c) és-nordeste, acácia-negra; (d) bico-de-lacre, girassol; (e) quarta-feira, rio-grandense-do-sul. 2. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras compostas. (a) bota-fora, come-e-dorme; (b) limpa-vidros, vai e vem; (c) canário-da-terra, gato de botas; (d) passa-tempense, pega-varetas; (e) cata-vento, Iaiá me sacode. 3. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras compostas. (a) são-paulino, santo-amarense; (b) santa-cruzense, donquixotismo; (c) pica-pau, vaivém; (d) ato-show, novo-horizontino; (e) queda de braço, pé de moleque. 4. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras compostas. (a) belo-horizontino, bom-bocado, peixe-boi; (b) novaiguaçuense, tampouco, peixe-espada; (c) beladona, prima-dona, peixe-de-briga; (d) primo-irmão, tão somente, peixe-japonês; (e) misto-quente, sanguessuga, peixe-prego. 5. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras compostas. (a) peça-chave, guarda-civil, salário-hora; (b) bode-expiatório, roupa-de-baixo, camisa-social; (c) camisa de força, guarda-noturno, redator chefe; (d) salário-família, baba de moça, meio-tempo; (e) à queima-roupa, pão de ló, rosa-cruz 6. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Comprei cheiro-verde, amor-perfeito e laranja- -seleta. (b) Plantei batata-inglesa, bem-me-quer e capim- -gordura. (c) Encomendei a erva-cidreira, o inhame-roxo e a maria-sem-vergonha. (d) Fotografei a salsa-do-campo, a sempre-viva e a rosa dos ventos. (e) Pedi a vitamina-de-frutas, a gaiola-torácica e um saco-de-gatos. 7. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Falarei amanhã na convenção luso- -hispanobrasileira. (b) Trataremos de questões técnico-industriais. (c) O acordo sino-tibetano vai acontecer. (d) Houve uma perigosa celebração fanático- -religiosa. (e) Faremos estudos sintático-semântico- -estilísticos. Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor recebeu os ex- -alunos. 23 8. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Fiquei habituado ouvindo apenas cantigas de maldizer (b) Desengonçado e mal-acabado, o negócio ia de mal a pior. (c) Houve aquele mal estar porque ele é um mal agradecido. (d) Apresentaram-me um menino mal-educado e malcriado. (e) Meus olhos malferidos revelam que estou mal- -humorado. 9. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Bem-aventurado aquele que é bem-ordenado por seus pais. (b) Essas bem-feitorias são atribuídas a criaturas bem- ditas. (c) Fiquei bem-visto no rádio quando perceberam que sou bem-falante. (d) Meu terno ficou bem-acabado e o preço foi bem barato. (e) Um profissional bem-vestido é sempre bem- -vindo. 10. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Seu sangue azul é uma questão de ponto de vista. (b) O carro forte bateu num gelo baiano. (c) Consta do livro de bordo que ele é um bom-copo. (d) A pedra de toque da economia foram as medidas preventivas do Governo. (e) Mandaram para o olho da rua aquele menino de ouro. 11. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras derivadas. (a) caeté-açu, araçá-guaçu, igarapé-miriense; (b) curumim-açu, jataí-guaçu, araçá-mirim; (c) jataí-açu, maracanã-guaçu, tucu-mirim; (d) tangará-açu, caroba-guaçu, abelha-mirim; (e) tucumã-açu, mirim-guaçu, araçá-guaçu. 12. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras derivadas. (a) extra-atmosférico, extra-ordinário; (b) metacelulose, meta-histórico; (c) paraolimpíadas, parapsicologia; (d) pré-adolescência, pré-nupcial; (e) ultraoceânico, ultrassonografia; 13. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras derivadas. (a) anteconjugal, anteontem; (b) antielitista, antiimperialista; (c) sobre-exposição, sobressair; (d) sublunar, subalpino; (e) super-realidade, supersafra. 14. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras derivadas. (a) circum-adjacente, circum-navegação, circunlabial; (b) ex-atleta, ex-corrupto, ex-patrão; (c) não-conformista, não cumprimento, não- -violência; (d) pós-colonial, pós-pago, pós-socrático; (e) vice-almirante, vice-liderança, vice-reitor. 15. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras derivadas. (a) adjunto, ad-rogação; (b) arqui-inimigo, arqui-hiperbólico; (c) co-herdeiro, copiloto; (d) contra-reforma, contra-senha; (e) pericárdio, perissístole. 16. Identifique a opção que contém apenas palavras com erro quanto ao uso de hífen. (a) antiácido, antiaéreo, anti-hemorrágico, anti- -herói, anti-inflacionário; (b) contracheque, contra-ataque, contradança, contraespião, contraindicação; (c) extra-conjugal, extra-curricular, extra-escolar, extra- gramatical, extra-judicial; (d) sobrecapa, sobrecoxa, sobre-erguer, sobre- -humano, sobrevoo. (e) ultra-apressado, ultrafecundo, ultra-humano, ultramarino, ultrarradical. 17. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Para interagir comigo, vai ser preciso interconectar máquinas. (b) Nosso interrelacionamento é apenas intersocial. (c) O ônibus interescolar faz transporte interbairros. (d) Li um estudo inter-helênico com abordagem interdisciplinar. (e) Ela fez um exame interocular e intermaxilar. 18. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) A justaposição não é o mesmo que a contraposição. (b) O pós-comunismo talvez se assemelhe com o pré- apocalipse. (c) A desumanização das pessoas gera o que se chama inumanidade. (d) O trans-atlântico naufragou por falta de retropropulsores. (e) O exemplo supracitado não é igual ao infraescrito. 19. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (a) Vi um sem-terra conversando com um sem- -teto. (b) Entreouviram meu depoimento porque deixaram a porta entreaberta. (c) Ela tem hipo-sensibilidade e hiper-atividade. (d) Faço palestras intramuros e uso meu próprio retroprojetor. (e) As regiões supra-hepática e suprarrenal estão normais. 20. “Um acordo entre os dois países facilitará a coprodução de filmes”. Caso o prefixo não fosse CO, mas SUPER, como seria grafada a palavra? (a) super-produção; (b) superprodução; (c) super produção; (d) súper-produção; (e) súper produção; 24 21. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra formada por recomposição. (a) aeroespacial; (b) agroindustrial; (c) cardiorrespiratório; (d) eletrossiderurgia; (e) lipoigiene. 22. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra formada por recomposição. (a) macrorregião; (b) mega-operação; (c) micro-hino; (d) mididesvalorização; (e) minimercado. 23. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra formada por recomposição. (a) maxissaia; (b) mesofauna; (c) mono-espécie; (d) multi-imperialismo; (e) unissexuado. 24. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra formada por recomposição. (a) neoexpressionismo; (b) paleomagnético; (c) pluriocular; (d) poliinsaturado; (e) pseudossufixo. 25. As combinações tetra + campeonato, penta + sílabo, hexa + valência, hepta + cloro e octo + secular, formadas por composição, devem ser escritas com ou sem hífen? (a) Todas elas devem ser escritas com hífen; (b) Nenhuma delas deve ser escrita com hífen; (c) O hífen é opcional nas cinco palavras; (d) Apenas penta-sílabo e octo-secular recebem hífen; (e) Apenas tetra-campeonato recebe hífen; Exercícios Complementares 1. Mantida a norma-padrão da língua portuguesa, a frase que preenche corretamente o segundo balão é: a) Todos os dragões o tem. b) Todos os dragões têm isso. c) Os dragões todos lhe tem. d) Sempre se encontra dragões com isso. e) Sofre disso todos os dragões. 2. Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser acentuadas graficamente? a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem ingressos gratis para o cinema. b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande problema de saude publica. d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. e) O padrão economico do juiz é elevado. 3. Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a alternativa CORRETA. a) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentão-se e fazem silencio para houvir o diretor. b) Mesmo que sofresse-mos uma repreenção por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta parecia-nos irrecusável. c) Marta nunca deicha o filho sózinho na cosinha, temerosa de que ele venha a puchar uma panela sobre sí. d) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes. e) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória. 4. Assinale a alternativa em que as palavras estão acentuadas graficamente pelas mesmas regras por que estão acentuadas, respectivamente, em: "chalé", "céu", "existência". a) atrás, dói, próprio. b) três, caráter, evidência. c) Jaú, caráter, máscara. d) pré-requisitos, ruína, vários. e) fé, mídia, competência. 5. As palavras que são acentuadas graficamente pelas mesmas regras de "fácil", "científica" e "Moisés", respectivamente, são: a) negócio, saída, já. b) espírito, atribuída, herói. c) cárter, lógica, atrás. d) incluído, século, dólar. e) benefício, saúde, cafés. 25 6. Assinale a alternativa em que todas as palavras mudariam de sentido, caso estivessem sem acento. a) sóbrio, história, está b) vários, vítimas, matá-los c) é, já, país d) é, está, país e) têm, matá-los, sóbrio 7. Assinale a alternativa que o texto está acentuado corretamente. a) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgilia era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modêlo. b) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. c) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades solidas e finas, amorável, elegante, austera, um modêlo. d) A principio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgilia era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. e) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas e finas, amoravel, elegante, austera, um modelo. 8. Assinalar a alternativa em que todos os hiatos não precisam ser acentuados: a) balaústre - saúde - viúvo - baú b) juízes - jesuíta - ateísmo - taínha c) paúl - atraír - raínha - raíz - juíz d) baía - contribuír - saída - juízo e) faísca - baínha - caída - ataúde 9. Marque a alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas: a) parabens - tambem - idem - porem b) ninguem - holandes - atras - cipo c) Parana - nuvem - vezes - fuba d) armazen - talvez - atraves - ingles e) japonesa - marques - ole - apos 10. Em cada série de palavras a seguir, apenas uma deve ser acentuada. Assinale-a: a) cedo - biologia - velozes - bau b) campainha - toda - bolo - companhia c) dicionario - dificil - editora - tenis d) anel - trovão - rua - poço 11. Devem ser acentuados todos os vocábulos de: a) bau, rainha, restituiste b) construimos, distraido, substituia c) faisca, gaucho, viuvez d) saisse, saiu, uisque Gabarito: Resposta da questão 1: [B] As alternativas [A], [C], [D] e [E] apresentam desvios à norma culta da língua portuguesa. Para que isso não acontecesse, deviam ser substituídas por: [A] Todos os dragões o têm. [C] Os dragões todos o têm. [D] Sempre se encontram dragões com isso. [E] Sofrem disso todos os dragões. Assim, é correta apenas a alternativa [B]. Resposta da questão 2: [A] “Através” é oxítona terminada em “es”, “várias” é paroxítona terminada em ditongo (acompanhado de “s”) e “grátis” é paroxítona terminada em “is”. Assim, as três palavras devem ser acentuadas. Resposta da questão 3: [E] Apenas a opção [E] está correta. As demais deveriam ser substituídas por: [A] – após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentam-se e fazem silêncio para ouvir o diretor; [B] – mesmo que sofrêssemos uma repreensão por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oferta parecia-nos irrecusável; [C] – Marta nunca deixa o filho sozinho na cozinha, temerosa de que ele venha a puxar uma panela sobre si; [D] – à exceção de meu primo, que se mostrava um tanto pretensioso, todos os garotos eram bastante humildes. Resposta da questão 4: [A] Resposta da questão 5: [C] Resposta da questão 6: [D] Resposta da questão 7: [B] Resposta da questão 8: [C] Resposta da questão 9: [B] Resposta da questão 10: [A] Resposta da questão 11: [B] 26 MORFOLOGIA CAPÍTULO 3: SUBSTANTIVO INFORMAÇÕES ESSENCIAIS - Substantivo é a palavra que dá nome aos seres em geral (pessoas, lugares, animais, coisas, ações ou qualidades). É variável em gênero, número e grau. O substantivo pode ser classificado sob vários critérios: Comum (generaliza um nome) - Ex.: países, nome, carro. Próprio (particulariza um nome) – Ex.: Brasil, João, Fusca. Coletivo (noção de grupo) – Ex.: enxame, matilha, pinacoteca. Concreto (o nome apresenta existência própria) – Ex.: mesa, ventilador, Saci-Pererê. Abstrato (o nome depende de algo ou de alguém para existir) – Ex.: amor, beijo, pontapé. Primitivo (nome que não provém de nenhuma outra palavra) – Ex.: árvore, flor, carta. Derivado (nome formado a partir de outro) – Ex.: arvoredo, florista, carteiro. Simples (apresenta um radical) – Ex.: chuva, palma, tempo. Composto (apresenta dois ou mais radicais) – Ex.: guarda-chuva, palma-de-santa-rita, passatempo. Obs.: 1. Se for levado em consideração apenas o aspecto semântico, em algumas situações, a identificação contextual de um substantivo pode ficar mais complexa. Sugere-se antepor à palavra um artigo (definido ou indefinido) ou pronome (possessivo, demonstrativo ou indefinido). Aceitando a palavra uma dessas determinações, será interpretada como substantivo. Assim, tem-se: artigo + substantivo: o dia, os dias, um dia, uns dias. pronome + substantivo: meu dia, este dia, algum dia. 2. As palavras podem passar a substantivos se receberem a anteposição de um artigo. Exemplo: O amar ainda é importante. O feio bonito lhe parece. O doce perguntou ao doce qual era o doce mais doce: o doce respondeu ao doce que o doce mais doce era o doce de batata-doce. Flexão de Gênero Os substantivos em português podem pertencer ao gênero masculino ou ao gênero feminino. São masculinos os substantivos a que se pode antepor o artigo o: o homem, o gato, o mar, o dia, o pôr do sol. São femininos os substantivos a que se pode antepor o artigo a: a mulher, a menina, a gata, a terra, a semana, a mesa. Importante: O uso das palavras masculino e feminino costuma provocar confusão entre a categoria gramatical de gênero e a característica biológica dos sexos. Para evitá-la, observe que se define gênero como um fato relacionado com a concordância das palavras em seu relacionamento linguístico: pó, por exemplo, é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o artigo o, e não porque se possa pensar num possível comportamento sexual das partículas de poeira. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Formação do feminino: 1 – Substantivos biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. a) a maior parte dos substantivos terminados em –o átono forma o feminino com –a. Ex.: menino / menina, gato / gata b) a maior parte dos substantivos terminados em consoante forma o feminino pelo acréscimo de –a. Ex.: camponês / camponesa, juiz / juíza, professor / professora. Obs.: ator/atriz, imperador / imperatriz, embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador) ou embaixadora (mulher que ocupa o cargo), senador / senadora. c) a maior parte dos substantivos terminados em –ão forma o feminino por –ã ou –ao. Ex.: anfitrião / anfitriã, cidadão/ cidadã, leão / leoa, leitão / leitoa. Obs.: nos aumentativos, a substituição é por –ona: sabichão / sabichona, valentão / valentona. Destaquem-se os pares: sultão/sultana, cão/cadela, ladrão / ladra, perdigão / perdiz, barão/baronesa. d) alguns substantivos ligados a título de nobreza, ocupações ou dignidades formam feminino em -esa, -essa, -isa. Ex.: Abade / abadessa, duque / duquesa, poeta/poetisa. e) alguns substantivos terminados em –e formam o feminino com a substituição desse –e por –a. Ex.: infante / infanta, monge / monja, governante/governanta, hóspede/hóspeda, parente/parenta, presidente/presidenta, alfaiate/alfaiata. (OBS.: Também aparecem como uniformes) 27 f) alguns substantivos apresentam formações irregulares para o feminino. Ex.: herói / heroína, marajá / marani, rei / rainha. g) Alguns apresentam radicais diferentes. Ex.: cavaleiro / amazona, cavalheiro / dama, genro / nora, pai / mãe, bode / cabra, cavalo / égua. h) os terminados em vogal tônica, -s, -l, -z têm a forma feminina em -a: guri/guria, peru/perua, freguês/freguesa, oficial/oficiala, zagal/zagala, juiz/juíza 2 – Substantivos Uniformes a) Comuns de dois gêneros: apresentam uma única forma para os dois gêneros. Nesse caso, a distinção entre a forma masculina e feminina é feita pela concordância com um artigo ou outro determinante. Ex.: o/a artista, o/a cliente, o/a colega, o/a gerente. b) Sobrecomuns: designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero. Ex.: o algoz, o cônjuge, a criança, o indivíduo, a vítima, a criatura, a testemunha. c) Epicenos: designam animais (e algumas plantas) e são sempre do mesmo gênero. Ex.: a águia, o jacaré, o besouro, o mamoeiro, a palmeira, a baleia. Observações sobre gênero: 1. Mudança de gênero e de significado: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito) o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo) o cisma (separação
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