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Queimaduras

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Queimaduras:
Definição: Determinar o grau da queimadura significa determinar a profundidade do trauma térmico na pele. As queimaduras são lesões decorrentes de agentes (tais como a energia térmica, química ou elétrica) capazes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular.
a. Classificação (graus).
Queimadura de primeiro grau 
· Atinge a epiderme e é restrita a ela.
As queimaduras de primeiro grau estão restritas à epiderme. São lesões que apresentam hiperemia intensa, com hipersensibilidade e desconforto local. Evoluem com melhora espontânea dos sintomas em dois ou três dias, podendo apresentar descamação após esse período. Há regeneração integral da epiderme após uma semana. 
 Queimadura de segundo grau SUPERFICIAL
· Atinge a epiderme + derme papilar (bolhas sempre)
A queimadura de segundo grau superficial afeta a epiderme e a derme papilar (superficial). A destruição da junção dermo-epidérmica provoca o desprendimento da epiderme e a formação de bolha, típica da queimadura de segundo grau. Há hiperemia intensa, edema, dor e hipersensibilidade que indica estímulo e preservação das terminações nervosas presentes na derme. Como grande parte dos capilares presentes na derme não são lesados, há intensa exsudação da ferida, levando à formação de bolhas que se rompem facilmente, o que dá à ferida um aspecto úmido, vermelho e brilhante. Também ocorre a regeneração espontânea, a epiderme recupera-se em até duas semanas mesmo que um quadro inflamatório esteja associado. 
Queimadura de segundo grau PROFUNDA
· Atinge a epiderme + derme papilar + um pouco da derme reticular (pode ou não formar bolhas)
A queimadura de segundo grau profunda afeta a epiderme, a derme papilar e a profundidade variável da derme reticular (profunda). A lesão pode apresentar bolhas, mas a hiperemia e a exsudação são menores porque parte do plexo vascular da derme foi destruído ou trombosado pelo calor. O leito da ferida é rosa-esbranquiçado, seco e opaco. A sensibilidade superficial é diminuída e provoca menos dor do que a queimadura de segundo grau superficial. A regeneração espontânea está significativamente diminuída e se ocorrer será acompanhada de cicatrizes. A possibilidade de infecção é maior e algumas dessas lesões podem evoluir para lesões de espessura total (terceiro grau). 
Queimadura de terceiro grau
· Atinge a epiderme + derme papilar + derme reticular (aspecto de couro)
Toda a espessura da pele é destruída, a epiderme, derme papilar e derme reticular. Como a rede vascular da derme é destruída, não há circulação, portanto, não há exsudação. A característica é de uma lesão seca, com aspecto de couro. A pele desvitalizada forma uma escara dura e inelástica. Dependendo da intensidade do calor, a cor da escara pode variar do branco ao marrom ou até mesmo ao preto, devido à carbonização do tecido. Há pouca ou nenhuma dor e sensibilidade na superfície da lesão, todas as terminações nervosas são destruídas. As lesões de espessura total não apresentam possibilidade de regeneração e a possibilidade de infecção é alta se a escara não for removida em curto período de tempo.
a. Tratamento. 
Regra dos nove: Ainda, outro método citado por Mélega (2002) é o da regra dos nove ou de Wallace onde o corpo é dividido em segmentos valendo 9% de sua superfície ou múltiplos deste. Este método foi proposto para adultos, no qual o esquema propõe o valor de 9% para a cabeça e 9% para cada membro superior; 18% para o tronco posterior, 18% para o tronco anterior e 18% para cada membro inferior; 1% para o pescoço. 
Queimaduras superficiais
As primeiras providências após uma queimadura são esfriá-la e limpá-la. Comece com água corrente fria na lesão por até 15 minutos. Atenção: a água deve ser fria, não gelada. Nunca coloque gelo nas lesões, pois o mesmo também pode queimar a pele e agravar o quadro.
Inicialmente não é preciso nenhum produto de limpeza específico, basta água e sabão simples. Não aplique nenhuma substância sobre a lesão, principalmente manteiga, óleos, pasta de dente, café, etc. Essas receitas caseiras para tratar queimaduras não funcionam, podem agravar a lesão e ainda aumentam o risco de infecção da ferida.
Se a pele não estiver intacta, não aplique nenhuma substância que não tenha sido indicada por um médico. A imensa maioria das receitas caseiras contra queimadura fazem mais mal do que bem.
Se a queimadura for simples, pequena e superficial, pode não ser necessário atendimento médico e, após o devido resfriamento e limpeza da ferida, pode-se aplicar um hidratante a base de Aloe Vera (babosa ou aloés) ou vaselina.
Na maioria dos casos, as queimaduras de 1º grau saram espontaneamente após 3 a 6 dias.
Queimaduras mais profundas
Se a pele estiver danificada, envolva a lesão com compressas ou gazes úmidas (estéreis de preferência). Não use materiais que possam ficar aderidos à pele, como algodão, por exemplo. Se precisar usar ataduras, tome cuidado para que ela não faça compressão sobre a queimadura. Sempre procure proteger a pele sem pressioná-la.
Retire qualquer tipo de roupa ou objeto que esteja sobre a lesão. Se os mesmos estiverem aderidos, não force para não lesionar ainda mais a pele; deixe que um médico resolva o problema.
Se houver bolhas, nunca as estoure; se houver pele pendurada, não a arranque. Se houver sinais de pele carbonizada ou morta, deixe o médico decidir como proceder. Tenha cuidado na hora de limpar a ferida.
Se não houver contra-indicações, o paciente pode tomar um analgésico, como paracetamol ou dipirona para o controle da dor. Queimaduras de 1º grau ou 2º grau superficiais são muito dolorosas. Se a queimadura for grande, muitas vezes é necessário um analgésico opioide para alívio da dor, como tramadol, por exemplo.
Mais uma vez, se a lesão for extensa ou houver dano da camada superficial da pele, procure atendimento médico. 
Cálculo da hidratação: Fórmula de Parkland = 2 a 4ml/kg x % SCQ :
• 2 a 4ml/kg/% SCQ para crianças e adultos.
• Idosos, portadores de insuficiência renal e de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) devem ter seu tratamento iniciado com 2 a 3ml/kg/%SCQ e necessitam de observação mais criteriosa quanto ao resultado da diurese.
• Use preferencialmente soluções cristaloides (ringer com lactato).
• Faça a infusão de 50% do volume calculado nas primeiras 8 horas e 50% nas 16 horas seguintes.
• Considere as horas a partir da hora da queimadura.
• Mantenha a diurese entre 0,5 a 1ml/kg/h.
• No trauma elétrico, mantenha a diurese em torno de 1,5ml/kg/hora ou até o clareamento da urina.
• Observe a glicemia nas crianças, nos diabéticos e sempre que necessário.
• Na fase de hidratação (nas 24h iniciais), evite o uso de coloide, diurético e drogas vasoativas.
Fórmula de Brooke modificada: 2ml/kg por % SCQ

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