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11 Emanuel Domingos - 103 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA UROGENITAL É divido funcionalmente em urinário e genital. Se desenvolve a parir do mesênquima intermediário, derivado da parede corporal dorsal. Durante o dobramento do embrião no plano horizontal, o mesênquima é movido ventralmente e perde sua conexão com os somitos. Uma elevação deste mesoderma forma-se em cada lado da aorta dorsal, a crista urogenital. Cordão nefrogênico é a parte da crista que dá origem ao sistema urinário. Crista gonadal é a parte da crista que dá origem ao sistema genital. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL A chave para o dimorfismo sexual se encontra no cromossomo Y, que contém o gene SRY (“Região determinante do sexo no Y). A proteína SRY é o fator determinante no desenvolvimento do testículo; sob sua influência, ocorre o desenvolvimento masculino, em sua ausência, se estabelece o feminino. GÔNADAS As gônadas não adquirem características masculinas ou femininas até a 7ª Semana de desenvolvimento. As gônadas aparecem incialmente como um par de cristas, as cristas genitais ou gonadais, elas são formadas pela proliferação do epitélio celomático e condensação do mesênquima subjacente. As células germinativas primordiais se originam no epiblasto, e vão migrando até chegarem nas cristas genitais. Na 3ªSemana, elas se encontram entre as células 12 Emanuel Domingos - 103 endodérmicas na parede da vesícula vitelínica, próximo ao alantoide. Na 4ªSemana, elas vão migrando pelo mesentério dorsal do intestino posterior, chegando as gônadas primitivas no início da 5ª semana e invadindo as cristas genitais na 6ªSemana. Se essa migração falha, as gônadas não se desenvolvem. Um pouco antes e durante a chegada das células germinativas primordiais, o epitélio do sulco genital prolifera e as células epiteliais penetram o mesênquima subjacente. Ali, elas formam vários cordões de formato irregular, os cordões sexuais primitivos. TESTÍCULOS Sob a influência do gene SRY no cromossomo Y, os cordões sexuais primitivos continuam a proliferar e a penetrar fundo na medula, formando os testículos ou cordões medulares. Na direção do hilo, os cordões darão origem aos túbulos da rede testicular. A túnica albugínea se desenvolve e separa os cordões testiculares do epitélio superficial. 13 Emanuel Domingos - 103 No 4º mês, os cordões testiculares adquirem um formato de ferradura, e suas extremidades são contínuas com aquelas da rede testicular. Neste momento, os cordões testiculares são compostos por células germinativas primitivas e por células de sustentação denominadas células de Sertoli. As células de Leydig são derivadas do mesênquima original do sulco gonadal, e encontram-se entre os cordões testiculares. Eles começam a surgir pouco depois da diferenciação desses cordões. Na 8ªSemana, elas começam a produção de testosterona. Os cordões testiculares permanecem sólidos até a puberdade, quando adquirem um lúmen, formando, assim, os túbulos seminíferos. Uma vez canalizados, eles entram em contato com os dúctulos eferentes. Esses dúctulos são as porções remanescentes do túbulos excretórios do sistema mesonéfrico. Ovário Em embriões femininos, sem cromossomo Y, os cordões sexuais primitivos se dissociam em conjuntos celulares irregulares. Mais tarde, essas células desaparecem e são substituídos por um estroma vascular eu forma a medula ovariana. 14 Emanuel Domingos - 103 O epitélio superficial continua a proliferar, e na 7ª Semana, dará origem à 2ª Geração de cordões, os cordões corticais. No 3º Mês, esses cordões começam a se proliferar e cercam cada oogônia, formando uma camada de células epiteliais ao redor, chamadas células foliculares. Juntas, a oogônia e as células foliculares constituem o folículo primordial. EM RESUMO: XX = Os cordões medulares das gônadas regridem e se desenvolve uma segunda geração de cordões corticais. XY= Os cordões medulares se desenvolvem em cordões testiculares e não se formam cordões corticais secundários. DUCTOS GENITAIS ESTÁGIO INDIFERENCIADO: Incialmente, ambos os sexos possuem dois pares de ductos genitais: os ductos mesonéfricos (wolffianos) e os ductos paramesonéfricos (müllerianos). O ducto paramesonéfrico surge como uma invaginação do epitélio na superfície anterolateral do sulco urogenital. DUCTOS GENITAIS NO HOMEM São estimulados a se desenvolverem pela testosterona e são derivados dos ductos wolffianos. Próximo aos ductulos eferentes, os ductos wolffianos se alongam e se “enrolam”, formando o epidídimo. Lembrando que ducto eferente, epidídimo e ducto deferente surgem a partir do ducto wolffiano ou ducto mesonéfrico. Já os túbulos seminíferos surgem a partir dos cordões sexuais. Pela ação do hormônio antimulleriano, AMH, produzido pelas células de Sertoli, os ductos de muller no homem se degeneram. 15 Emanuel Domingos - 103 DUCTOS GENITAIS NA MULHER Na presença de estrogênio e na ausência de testosterona e AMH, os ductos mullerianos desenvolvem-se nos ductos genitais principais na mulher. Esse ducto dará origem à tuba uterina e ao canal uterino. No caso do canal uterino, ocorrerá uma fusão dos dois ductos. Após a fusão dos ductos na linha média, se estabelece uma prega pélvica transversal larga. Essa prega irá formar o ligamento largo do útero 16 Emanuel Domingos - 103 O útero e o ligamento largo dividem a cavidade pélvica em cavidade retouterina e cavidade vesicouterina. Os ductos de muller fusionados dão origem ao corpo e ao colo do útero e a porção superior da vagina. O miométrio e o perimétrio se formam a partir do mesênquima. Os ductos de wolff na mulher irão se degenerar, devido à baixa quantidade de testosterona. O estrógeno irá estimular os ductos mullerianos a formar as tubas uterinas, útero, colo do útero e a porção superior da vagina. VAGINA Logo após a extremidade sólida dos ductos paramesonéfricos (muller) entrar em contato com o seio urogenital, duas evaginações, bulbos sinovaginais, sólidas crescem para fora da porção pélvica do seio. Essas evaginações formam a placa vaginal sólida. Essa placa irá proliferar, e no quinto mês a vagina estará completamente formada. A vagina possui duas origens, a porção superior provém do canal uterino e a inferior do seio urogenital. 17 Emanuel Domingos - 103 Epoóforo e paraóforo são remanescentes dos ductos mesonéfricos ou wolff encontrados nos mesovários e perto do útero, respectivamente, das mulheres. Eles podem formar o cisto de Gartner. GENITÁLIA EXTERNA ESTÁGIO INDIFERENCIADO Na terceira semana do desenvolvimento, as células mesenquimais que se originam na região da linha primitiva migram ao redor da membrana cloacal, formando um par de pregas cloacais. Cranialmente à membrana cloacal, as pregas formarão o tubérculo genital. Caudalmente, as pregas são subdivididas em pregas uretrais e posteriormente em pregas anais. Do lado das pregas uretrais, surgem os tubérculos genitais. Esses tubérculos formarão as saliências labioescrotais nos homens e os grandes lábios nas mulheres. GENITÁLIA EXTERNA DO HOMEM O desenvolvimento dela está sob a influência de andrógenos secretados pelos testículos fetais e é caracterizado o pelo alongamento rápido do tubérculo genital, agora chamado de falo. Durante este alongamento, o falo puxa as pregas uretrais para frente, fazendo com que elas formem as paredes laterais do sulco uretral. Este sulco se estende ao longo do aspecto caudal do falo alongado, mas não à sua a parte mais distal, a glande. O revestimento epitelial do sulco é feito pela placa uretral, originada do endoderma. Ao final do 3º Mês, as duas pregas uretrais se fecham ao redor da placa uretral, formando a uretrapeniana. Porém, esse canal não estende até a ponta do falo. A poção mais distal da uretra é formada por células ectodérmicas da glande, que 18 Emanuel Domingos - 103 proliferam internamente e formam um pequeno cordão epitelial, o qual irá adquirir um lúmen, formando o meato uretral externo. As saliências lábio escrotais irão se fundir, e cada uma forma metade do escroto, elas são separadas pelo septo escrotal. 19 Emanuel Domingos - 103 GENITÁLIA EXTERNA NA MULHER Os estrógenos estimulam o desenvolvimento da genitália externa feminina. O tubérculo genital forma o clitóris As pregas uretrais não se fusionam e formam os pequenos lábios As saliências labioescrotais formam os grandes lábios. O sulco urogenital é aberto e forma o vestíbulo 20 Emanuel Domingos - 103 OBS 1: Síndrome de insensibilidade ao androgênio: ocorre em 1 a cada 20000 nascimentos. São mulheres de aparência normal, apesar de apresentarem testículos e cromossomos 46, XY. Os genitais externos são femininos; entretanto o útero e tubas uterinos são ausentes ou rudimentares. OBS 2: HIPOSPÁDIA: é o defeito mais comum do pênis. Há 4 tipos: 1) Hipospádia na glande: Ocorre 1 a cada 125 recém-nascidos masculinos, o orifício uretral externo é na superfície ventral da glande. 2) Hipospádia peniana: na superfície ventral do corpo do pênis. Esses dois casos constituem aproximadamente 80% dos casos. 21 Emanuel Domingos - 103 3) Hipospádia penoescrotal, o orifício é na junção do pênis e do escroto. 4) Hipospádia perineal, as pregas labioescrotais deixam de se fundir e o orifício uretral externo é localizado entre as metades não fundidas do escroto. - Hipospádia resulta da produção inadequada de androgênios pelos testículos fetais e/ou receptores inadequados para os hormônios. OBS 3: Epispádia: 1 a cada 30000 bebês masculinos, a uretra se abre na superfície dorsal do pênis. Geralmente é associada com extrofia da bexiga. DESCIDA DOS TESTÍCULOS Os testículos desenvolvem-se no retroperitônio, na região abdominal, e precisam se deslocar caudalmente e atravessar a parede abdominal até chegarem ao escroto. A passagem pela parede abdominal ocorre através do canal inguinal, com 4 cm de comprimento. O mesentério urogenital liga os testículos e os mesonefros à parede abdominal posterior. Ele irá se tornar o ligamento genital caudal. A partir do polo testicular caudal, deste ligamento, projeta-se uma condensação mesenquimal rica em matriz extracelular, o gubernáculo. O gubernáculo se localiza entre os músculos OI e OE do abdome. A protusão extra-abdomnial do gubernáculo induz a migração intra-abdominal dos testículos. Normalmente, eles atingem a região inguinal por volta 12ªSemana, e chegam ao escroto na 33ª Semana. A evaginação do peritônio da cavidade abdominal, o processo vaginal, acompanha o trajeto do gubernáculo o escroto. O processo vaginal recobrirá os testículos, formando a camada visceral da túnica vaginal e a camada parietal da túnica vaginal. 22 Emanuel Domingos - 103 A fáscia transversal forma a fáscia espermática interna; O músculo oblíquo interno do abdome forma à fáscia cremastérica e ao músculo cremastérico. O músculo oblíquo externo forma a fáscia espermática externa. O músculo transverso do abdome não formará nothing. DESCIDA DOS OVÁRIOS O ligamento genital cranial forma o ligamento suspensor do ovário. O ligamento genital caudal forma o ligamento próprio do ovário e o ligamento redondo do útero. OBS 1: Criptorquidismo: é o defeito mais comum em recém-nascidos. Ocorre em 30 % dos meninos prematuros e 3 a 5 % dos meninos nascidos a termo. Geralmente os testículos que não desceram se encontram no canal inguinal. Hérnia inguinal congênita: ocorre se a comunicação entre a túnica vaginal e a cavidade peritoneal não se fechar. 23 Emanuel Domingos - 103 OBS 3: Hidrocele: a extremidade abdominal do processo vaginal permanece aberta, porém, ela é pequena demais para permitir a herniação do intestino. O líquido peritoneal passa dentro do processo vaginal patente e forma uma hidrocele escrotal. Se apenas a parte média do processo vaginal for abertar, pode originar uma hidrocele do cordão espermático.
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