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1 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Capítulo 10 – Sistema Respiratório Primórdio Respiratório *O Sistema Respiratório começa como um crescimento mediano, o sulco laringotraqueal, que aparece no assoalho da extremidade caudal do intestino anterior primitivo (faringe primitiva). Isso se desenvolve caudalmente ao 4º par de bolsas faríngeas. *O endoderma do revestimento do sulco laringotraqueal forma o epitélio pulmonar e as glândulas da laringe, da traqueia e dos brônquios. *O mesoderma esplâncnico ao redor do instestino anterior dá origem ao tec.conj., cartilagem e músc.liso dessas estruturas, citadas a cima. * Até o final da 4ªSemana, o sulco laringotraqueal se invagina para formar um divertículo laringotraqueal, ventralmente e caudalmente ao intestino anterior. Conforme o divertículo se alonga, ele é envolvido por mesênquima esplâncnico, e sua porção distal se dilata para formar um broto respiratório globular, que representa o broto que originará a árvore respiratória. *Septo Traqueoesofágico - divide a porção cranial do intestino anterior em uma parte ventral, o tubo laringotraqueal (primórdio da laringe, da traqueia, dos brônquios e dos pulmões) e uma parte dorsal (primórdio da orofaringe e do esôfago). 2 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se o canal laríngeo primitivo. Desenvolvimento da laringe O epitélio de revestimento da laringe se desenvolve a partir do endoderma da extremidade cranial do tubo laringotraqueal. As cartilagens da laringe surgem a partir dos pares 4º e 6º A.Faringeos. Ocorre uma proliferação das cels.mesenquimais da extremidade cranial do tubo laringotraqueal, produzindo um par de brotos aritenoides. Os brotos crescem em direção a língua, convertendo a abertura em forma de fenda, glote primitiva, em um canal laríngeo, em forma de T. 3 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 O epitélio da laringe se prolifera rapidamente, resultando em uma oclusão temporária da luz da laringe. A recanalização ocorre por volta da 10ªSemana. Durante o processo de recanalização, formam-se alguns recessos delimitadas por pregas. Essas pregas formaram as Pregas vocais e Pregas Vestibulares. A Epiglote se desenvolve da parte caudal da eminência hipofaríngea, Os músculos da laringe se desenvolvem a partir do 4º e 6º par de AF. Logo, serão inervados pelo Nervo Vago. A laringe é encontrada em uma posição alta no pescoço de neonatos, permitindo a epiglote entrar em contato com o palato mole. Isso proporciona uma separação quase completa dos tratos respiratórios e digestório, facilitando a amamentação, entretanto, significa tbm que neonatos respirem pelo nariz quase obrigatoriamente. A descida da laringe ocorre em torno dos 2 primeiros anos de vida. OBS: Atresia Laríngea: É uma rara anomalia congênita, resultante da falha de recanalização da laringe, que produz obstrução das vias aéreas superiores do 4 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 feto. Na região distal da atresia, as vias respiratórias se tornam dilatadas e os pulmões aumentados e preenchidos por liquídos. O diafragma se achata e há uma ascite fetal e/ou hidropsia. A atresia incompleta ou rede laríngea é um defeito no qual o tec.conj entre as cordas vocais é recoberto por uma membrana mucosa, causando uma obstrução das vias aéreas e um choro rouco em neonatos. Isso resulta de uma recanalização incompleta da laringe durante a 10ªSemana. Desenvolvimento da traqueia O Divertículo Laringotraqueal forma a traqueia e mais duas envaginações laterais, os brotos brônquicos primários. OBS: Fístula traqueoesofágica (FTE): A FTE resulta da divisão incompleta da parte cranial do intestino anterior nas partes esofágicas e traqueais, durante a 4ªSemana. O septo traqueoesofágico é defeituoso. Em mais de 85% dos casos, a fístula está associada com a atresia esofágica. Os sintomas geralmente são excessiva secreção mucosa de saliva na boca do bebê. Os bebês que possuem esse tipo frequente de FTE e atresia esofágica não conseguem deglutir. O conteúdo gástrico pode ir da fistula para os pulmões, através de um refluxo, podendo levar a uma pneumonite. 5 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Com a atresia esofágica, o liq.amniótico não consegue entrar ao estomago e intestino para a sua absorção e posterior transferência para o sangue materno. Dessa forma ele fica em excesso, gerando quadros de Polidrâmio. Desenvolvimento dos Brônquios e Pulmões. O broto respiratório (pulmonar) se desenvolve na extremidade caudal do Divertículo laringotraqueal, durante a 4ªSemana. O broto se divide em 2 evaginações, os brotos brônquicos primários. Esses brotos crescem lateralmente para dentro dos canais pericardioperitoneais, o primórdio das cav.pleurais. Depois, surgem os brotos brônquicos 2º e 3º. 6 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Junto com o mesênquima esplâncnico ao redor, os brotos brônquicos se diferenciam em brônquios e suas ramificações nos pulmões. No início da 5 semana, forma-se o brônquio principal. Os brônquios lobares começam a se formar na 7 semana. Por volta da 24 semana, os bronquíolos respiratórios se desenvolveram. O pulmão será envolto pela pleura visceral, derivada do mesênquima esplâncnico. A parede torácica torna-se revestida por uma camada de pleura parietal, derivada do mesoderma somático. Maturação dos Pulmões Estágio Pseudoglandular(5ª à 17 ª Semana) *Histologicamente, esse estágio possui aparência de glândulas exócrinas. Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. Portanto, fetos nascidos nesse período são incapazes de sobreviver. 7 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Estágio Canalicular (16ª à 26ªSemana) *Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar mais vascularizado. *A respiração é possível ao final do período canalicular (26ªSemanas), pois alguns sacos terminais (alvéolos primitivos) de parede delgada se desenvolvem no final dos bronquíolos e o tecido pulmonar está bem vascularizado. 8 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Estágio de Saco Terminal (24ª Semana ao final do Período Fetal) *Durante esse estágio, muitos sacos terminais se desenvolvem e seus epitélios tornam-se muito finos. Os capilares se desenvolvem nesses sacos tbm. O contato entre o epitélio e cels.endotelias estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária p/sobrevivência do feto, caso este nasça prematuro. * Na 26 semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por cels.epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre. *Os Pneumócitos tipo II, secretam o surfactante pulmonar. *Esse surfactante neutraliza as forças de tensão superficial ar-alvéolo, facilitando a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia. A produção de surfactante aumenta durante as 2 últimas semanas de gestação. *A produção de surfactante começa entre 20 e 22 semanas, mas em qtds muito baixas. Por volta da 26 à 28 semana, o feto já possui surfactantes suficientes para permitir a sobrevivência de bebês nascidos prematuramente. *Fetos nascidos entre a 24 e 26 semanas podem sobreviver se tiverem cuidados intensivos; entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório pela deficiência de surfactante. É utilizado corticosteroides nesses bebês, que induzem a produção de surfactantes. 9 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 Estágio Alveolar (Final do período fetal aos 8 anos) Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32ªSemana. A transição da dependência da placenta natroca gasosa para a troca gasosa autônoma requer as seguintes mudanças nos pulmões: - Produção de surfactante nos sacos alveolares - Transformação dos pulmões de órgãos secretores p/ capazes de realizar trocas gasosas - Estabelecimento das circulações sistêmica e pulmonar em paralelo. * Aproximadamente 95% dos alvéolos se desenvolvem no período pós-natal. *Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos e dos sacos alveolares. 10 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos pulmões. Mas o maior aumento no tamanho do pulmão é resultante do aumento no número de bronquíolos e alvéolos. * O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de idade, mas novos são acrescentados até os 8 anos. *Um recém-nascido a termo possui cerca de 150 milhões de alvéolos. Entre o 3º e 8º ano de vida, ele possui 300 milhões de alvéolos. *Os Movimentos respiratórios fetais (MRFs) ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões. São essenciais para o desenvolvimento normal dos pulmões e já vai condicionando os músculos respiratórios. Ao nascer, o feto já possui vários meses de exercício respiratório. * Ao nascimento os pulmões estão aproximadamente com metade de seu volume ocupado por líquido derivado da cav.amniótica, pulmões, e das glândulas traqueais. A aeração dos pulmões ocorre pela substituição do líquido pelo ar. A retirada desse líquido se dá por 3 formas: - Através da boca e do nariz por pressão no tórax durante o parto vaginal -Pelos capilares, artérias e veias pulmonares *Pelos vasos linfáticos (No feto próximo ao termo, os vãos linfáticos pulmonares são relativamente maiores e mais numerosos do que em adultos. OBS 1: Quando o Oligoidrâmio é severo e crônico, o desenvolvimento pulmonar é retardado e pode resultar em Hipoplasia pulmonar. Esse risco aumenta muito, como oligodrâmio antes da 26ªSemana. OBS 2: Síndrome da Angústia Respiratória (SAR): -Afeta aprox. 2 % dos recém-nascidos; sendo aqueles nascidos prematuramente os mais suscetíveis. Estima-se que 30% de todas as doenças em neonatos resultem da SAR ou de suas complicações. -A deficiência de surfactante é a principal causa de SAR. - O tratamento materno com glicocorticoides durante a gestação acelera o desenvolvimento pulmonar fetal e a produção de surfactante. Além disso a administração de surfactante exógeno reduz as severidades do SAR e as chances de mortalidade de neonatos. 11 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103
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