Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 SISTEMA DIGESTÓRIO DIVISÕES DO TUBO INTESTINAL *Como resultado do processo de formação de dobraduras embrionárias cefalocaudal e lateral, uma porção do endoderma é incorporada ao embrião – o intestino primitivo. * Ele é dividido em anterior, posterior e médio. *O intestino faríngeo, ou faringe estende-se da membrana orofaríngea até o divertículo respiratório e é parte do intestino anterior. *O restante do intestino anterior tem uma posição caudal ao tubo faríngeo e se estende caudalmente até a evaginação hepática * O intestino médio começa caudalmente ao broto hepático e se estende até a junção dos 2/3 direitos como o 1/3 esquerdo do colo transverso no adulto. *O intestino posterior se estende do terço esquerdo do colo transverso até a membrana cloacal. * O endoderma forma o revestimento epitelial do sistema digestório e dá origem ao parênquima das glândulas, como os hepatócitos e as células exócrinas e endócrinas do pâncreas. 2 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 * O estroma das glândulas é derivado do mesoderma visceral. Os componentes musculares, do tecido conjuntivo e peritoneais da parede do intestino tbm são derivados do mesoderma visceral. MESENTÉRIOS *Porções do tubo intestinal e de seus derivados estão suspensas na parede corporal dorsal e ventral pelos mesentérios, camadas duplas de peritônio que cercam um órgão e o conectam à parede corporal. *Os ligamentos peritoneais são camadas duplas de peritônio que ligam ou órgão a outro ou à parede corporal. Os mesentérios e os ligamentos são vias de passagem para os vasos, nervos e vasos linfáticos que entram e saem das vísceras. *Inicialmente, os intestinos anterior, médio e posterior estão em amplo contato com o mesênquima da parede abdominal posterior. Entretanto, na quinta semana, a porção caudal do intestino anterior, o intestino médio, e a maior parte do intestino posterior tornam-se suspensas na parede abdominal pelo mesentério dorsal, que se estende da extremidade inferior do esôfago até a região cloacal do intestino posterior. *Na região do estômago, ele forma o mesogástrio dorsal ou grande omento; na região do duodeno, ele forma o mesoduodeno; no jejuno e íleo forma o mesentério propriamente dito; e na região do cólon, ele forma o mesocólon dorsal. * O mesentério ventral, que existe apenas na região da porção terminal do esôfago, no estômago e na porção superior do duodeno, é derivado do septo transverso. *O crescimento do fígado no mesênquima do septo divide o mesentério dorsal em omento menor e ligamento falciforme. 3 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 INTESTINO ANTERIOR ESÔFAGO *Quando o embrião tem cerca de 4 semanas, o divertículo respiratório aparece na parede ventral do intestino anterior. O septo traqueoesofágico separa gradualmente esse divertículo da porção dorsal do intestino anterior. A porção ventral é o primórdio respiratório e a porção dorsal, o esôfago. 4 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 * O revestimento muscular, que é formado pelo mesênquima esplâncnico circunjacente, é estriado em seus dois terços superiores e inervado pelo nervo vago; o revestimento muscular é liso em seu terço inferior e inervado pelo plexo esplâncnico. Estômago *Na quarta semana, o estômago aparece como uma dilatação fusiforme do intestino anterior. *Durante as semanas seguintes, sua aparência e sua posição variam bastante. *O estômago gira 90º no sentido horário ao redor de seu eixo longitudinal, fazendo com que seu lado esquerdo se volte para frente e o direito para trás. Assim, o nervo vago esquerdo, que inervava a parte esquerda, passa a suprir a parede anterior. E o nervo vago direito passa a suprir a parede posterior. *Durante essa rotação, a parede inicialmente posterior cresce de modo mais rápido q a porção anterior, formando as curvaturas maior e menor. *As extremidades cefálicas e caudal do estômago se encontram originalmente na linha média, mas, com a progressão do desenvolvimento, o estômago gira ao redor do eixo anteroposterior, de modo que a porção pilórica se move para a direita e a porção cardíaca se move para esquerda. O estômago adota, então, sua posição final. * A rotação ao redor do eixo longitudinal puxa o mesogástrio dorsal para a esquerda, criando a bolsa omental. Essa rotação também puxa o mesogástrio ventral para a direita. 5 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 6 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *Durante a 5ªSemana, surge um primórdio esplênico entre os dois folhetos do mesogástrio dorsal. *O baço, que permanece intraperitoneal, conecta-se à parede corporal na região do rim esquerdo pelo ligamento lienorrenal e ao estômago pelo ligamento gastrolienal. *Como resultado da rotação do estômago em torno de seu eixo anteroposterior, o mesogástrio dorsal se projeta para baixo. Ele continua a crescer para baixo e forma um saco de membrana dupla, o omento maior. Mais tarde, suas membranas se fusionam para formar uma lâmina única que pende da curvatura maior do estômago. A camada posterior do omento maior também se funde com o mesentério do cólon transverso. 7 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *O omento menor e o ligamento falciforme se formam a partir do mesogástrio ventral, que é derivado do mesoderma do septo transverso. *A margem livre do ligamento falciforme contém a veia umbilical, que é obliterada após o parto para formar o ligamento redondo do fígado. *A margem livre do omento menor que conecta o duodeno ao fígado (ligamento hepatoduodenal) contém o ducto biliar, a veia porta e artéria hepática (tríade portal). Essa margem livre também forma o teto do forame epiploico de Winslow, que é a abertura que conecta a bolsa omental ao restante da cavidade abdominal. 8 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 DUODENO *A porção terminal do intestino anterior e a porção cefálica do intestino médio formam o duodeno. *À medida que o estômago gira, o duodeno adota o formato de uma alça em “c” e gira para direita. Essa rotação, aliada ao rápido crescimento do pâncreas, coloca o duodeno para o lado direito da cavidade abdominal. *O duodeno e o pâncreas ficam fixados em uma posição retroperitoneal. O mesoduodeno dorsal desaparece completamente, exceto na região da ampola duodenal. *Uma vez que o intestino anterior é irrigado pelo tronco celíaco e o intestino médio pela AMS, o duodeno é irrigado por ramos de ambas as artérias. *Durante o 2ºMês, o lúmen do duodeno é obliterado, mas logo é recanalizado. FÍGADO E VESÍCULA BILIAR *O primórdio hepático aparece na metade da terceira semana como uma protuberância do epitélio endodérmico na extremidade distal do intestino anterior. *Essa protuberância, o divertículo hepático, consiste em células que proliferam rapidamente e penetram o septo transverso, ou seja, a placa mesodérmica entre a cavidade pericárdica e o pedículo vitelínico. *A conexão entre o divertículo hepático e o intestino anterior (duodeno) se estreita, formando o ducto biliar (ducto colédoco). *Uma pequena protuberância ventral é formada pelo ducto biliar e dá origem à vesícula biliar e ao ducto cístico. *Com a progressão do desenvolvimento, os cordões hepáticos epiteliais se mesclam com as veias vitelinas e umbilical, que formam os sinusoides hepáticos. *Os cordões hepáticos se diferenciam no parênquima (hepatócitos). As células hematopéticas, de Kupffer e do tecido conjuntivo são derivadas do mesoderma do septo trasnverso. *Quando os hepatócitos invadem o septo transverso, o mesoderma desse septo torna-se membranoso, formando o omento menor e o ligamento falciforme. Juntos eles formam o mesentério ventral. 9 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *O mesoderma na superfície dofígado, originará o peritônio visceral, exceto em sua superfície cranial. Nessa região, o fígado permanece em contato com o restante do septo transverso original, que originará o tendão central do diafragma. A superfície do fígado em contato com o diafragma, é a área nua do fígado. *Na 10ªSemana, o peso do fígado é de 10% do peso corporal. Nos dois últimos meses o peso é de apenas 5%. PÂNCREAS *O pâncreas é formado por dois brotos, dorsal e ventral, que se originam do revestimento endotelial do duodeno. O broto pancreático dorsal está no mesentério dorsal, o broto pancreático ventral se encontra próxima ao ducto biliar. 10 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *Finalmente, o broto ventral acaba se posicionando imediatamente abaixo e atrás do broto dorsal. * O broto ventral forma o processo uncinado e a porção inferior da cabeça do pâncreas. A porção restante do pâncreas é derivada do broto dorsal. * O ducto pancreático principal é formado pela porção distal do ducto pancreático dorsal e por todo o ducto pancreático ventral. *A porção proximal do ducto pancreático dorsal é obliterada ou persiste como um pequeno canal, o ducto pancreático acessório. *O ducto principal, junto com o ducto colédoco, entra no local da papila maior, a abertura do ducto acessório se encontra na papila menor. Em 10% dos casos, o sistema de ductos não se funde e persiste o sistema duplo original. * No terceiro mês de vida, as ilhotas pancreáticas (de Langerhans) se desenvolvem a partir do tecido pancreático parenquimatoso. O mesoderma visceral que circunda os brotos pancreáticos forma o tecido conjuntivo pancreático. INTESTINO MÉDIO *No embrião de 5 semanas, o intestino médio está suspenso na parede abdominal dorsal por um mesentério curto e se comunica com a vesícula umbilical pelo ducto vitelino. *No adulto, ele começa a partir da papila maior no duodeno e vai até junção do cólon transverso com o descendente. Ele é abastecido pela AMS. * Ocorre um crescimento e alongamento do intestino médio, resultando na formação da alça intestinal primária. Em seu ápice, ela permanece em contato com o estreito ducto vitelino. *A parte cefálica da alça vai da porção distal do duodeno, jejuno e em parte do íleo. A parte caudal da alça se torna a porção inferior do íleo, o ceco, o apêndice, o cólon ascendente e os 2/3 proximais do cólon transverso. HERNIAÇÃO FISIOLÓGICA *O desenvolvimento da alça intestinal primária é caracterizado pelo alongamento rápido, particularmente do ramo encefálico. Como resultado desse crescimento rápido e expansão do fígado, temporariamente a cavidade abdominal fica muito pequena para conter todas as alças intestinas. As mesmas acabam entrando na cavidade extraembrionária, no cordão umbilical, durante a 6ª Semana. ROTAÇÃO DO INTESTINO MÉDIO 11 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 *A alça intestinal primária gira ao redor de um eixo formado pela artéria mesentérica superior. Essa rotação acontece no sentido anti-horário e chega a aproximadamente 270º, quando se completa e ocorrer concomitante com o alongamento do intestino. *O intestino grosso se alonga, mas não participa do fenômeno de formação de espirais. *A rotação ocorrer durante a herniação (90°) e durante a o retorno (180º) RETRAÇÃO DAS ALÇAS HERNIADAS *Durante a décima semana, as alças intestinais herniadas começam a retornar à cavidade abdominal. *A porção proximal do jejuno é a primeira a retornar e encontra-se no lado esquerdo. As alças que retornam mais tarde se alojam gradualmente cada vez mais à direita. *O broto cecal, que aparece por volta da 6 semana, é a última parte do intestino a retornar para cavidade abdominal. Temporariamente, ele fica no QSD, depois ele desce para a fossa ilíaca direita, colocando o cólon ascendente e a flexura hepática no lado direito da cavidade abdominal. Nesse período, que surge o apêndice. MESENTÉRIOS DAS ALÇAS INTESTINAIS *Quando a parte caudal da alça se move para o lado direito, o mensentério dorsal gira ao redor da origem da AMS. *Mais tarde, quando as regiões ascendente e descendente do cólon obtêm suas posições definitivas, seus mesentérios se fusionam contra o peritônio da parede abdominal posterio. Isso faz com que os cólons ascendentes e descendente sejam retroperitoneais. *O ceco, cólon sigmoide conservam seus mesentérios livres. *O mesocólon transverso se funde com a parede posterior do omento maior. E sua linha de ligação se estende da flexura direita até a flexura esquerda do cólon descendente. O INTESTINO POSTERIOR *O intestino posterior dá origem ao terço distal do colo transverso, ao colo descendente, ao sigmoide, ao reto e à porção superior do canal anal. * O endoderma do intestino anterior também forma o revestimento da bexiga e da uretra. * A porção terminal do intestino posterior penetra na região posterior da cloaca, o canal anorretal primitivo. O alantoide penetra na região anterior, o seio urogenital primitivo. 12 Emanuel A. Lopes Domingos – Turma 103 * A cloaca é revestida por endoderma e recoberta em seus limites ventrais pelo ectoderma superficial. Esse limite entre o endoderma e o ectoderma forma a membrana cloacal. *Uma camada de mesoderma, o septo urorretal, separa a região entre o alantoide e o intestino posterior. *A ponta do septo urorretal se aproxima da membrana cloacal. No final da 7ª Semana, a membrana cloacal se rompe, criando a abertura anal para o intestino médio e uma abertura ventral para o seio urogenital. *A ponta do septo urorretal forma o corpo perineal. *A porção superior do canal anal é derivada do ectoderma do proctodeu. Esse ectoderma prolifera e invagina, criando a fosseta anal. *Uma vez que a porção caudal do canal anal é originário do ectoderma, é irrigado pelas artérias retais inferiores, ramos das artérias pudendas internas. Entretanto, a porção cranial do canal anal se origina do endoderma, e portanto, é irrigada pela artéria retal superior, ramo da AMI. A junção entre as regiões endodérmicas e ectodérmicas do canal anal é delineada pela linha pectínea
Compartilhar