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Lúpus Eritematoso Sistêmico: Definição, Epidemiologia, Etiologia, Fisiopatologia e Quadro Clínico

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Anne Caroline Maltez 
 
Febre, Inflamação, 
Infecção 
 
LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
DEFINIÇÃO 
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma colagenose, grupo de doenças que tem como base o 
comprometimento do tecido conjuntivo. Nesse contexto, o LES caracteriza-se por um padrão 
inflamatório crônico, multissistêmico e marcado pela produção de autoanticorpos os quais 
levam ao dano tecidual. 
EPIDEMIOLOGIA 
A doença manifesta-se em qualquer idade, porém apresenta maior frequência no período dos 
15 aos 45 anos. Somado a isso, costuma ser menos comum nos extremos de faixa etária, além 
de ser predominante no sexo feminino neste recorte etário. 
A prevalência da doença no que diz respeito à etnia é mais evidenciada na população negra 
equiparando as demais. Além disso, a gravidade da doença parece ser maior na população 
hispânica quando comparada a brancos, mas são poucas as evidências. Somado a isso, pesquisas 
recentes mostram a contribuição do fator socioeconômico no que diz respeito à gravidade e 
prevalência da doença. 
ETIOLOGIA 
Pesquisadores acreditam na possibilidade do LES ser herdado, contudo, a constatação da 
doença nos pais ou avós não quer dizer que a pessoa terá a doença; entretanto, há uma maior 
propensão em manifestá-la. Sua etiologia aponta, assim, para a combinação de fatores 
genéticos, hormonais e ambientais, já que a industrialização e alterações nos hábitos de vida 
parecem contribuir para elevar os índices do LES. A junção desses fatores em pessoas 
geneticamente predispostas pode gerar um desequilíbrio no sistema imunológico, favorecendo 
o surgimento do lúpus. 
FISIOPATOLOGIA 
O LES é uma doença multifatorial, com o seu ponto principal um desequilíbrio do sistema 
imunológico, causada principalmente por uma inter-relação de fatores. Entre eles genéticos, 
Anne Caroline Maltez 
 
hormonais e ambientais. Embora exista tal influência, o ponto principal é a produção anormal 
de autoanticorpos pelas células B. Alguns anticorpos são bem específicos pra LES, como anti-
DNA, o anti-smith e o anti-P. 
Em relação aos fatores genéticos, no LES, os indivíduos possuem uma deficiência dos 
componentes da cascata de complemento (C1q, C2 e C4), e tem-se que o C1q é o fator mais 
associado mesmo que a alteração genética este seja menos frequente. 
Outro fator muito associado é a questão hormonal, onde o estrogênio é responsável pela 
diminuição da apoptose do linfócito B e pela sua atividade. Consequentemente, sem a morte de 
linfócitos B, eles passam a produzir continuamente os autoanticorpos. Isso comprova o risco 
aumentado para as mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais orais combinados e 
suplementação de TSH. 
Além disso os fatores ambientais que estão ligados a essa patologia são relacionados a exposição 
solar, pela apoptose dos queratinócitos causador de uma resposta macrofitica gerando um 
processo inflamatório, aumentando a liberação de interleucinas e fator de necrose tumoral, 
favorecendo assim a produção de anticorpos por linfócitos B autorreativos. 
Outro fator ambiental seria voltado para medicamentos que podem gerar um Lupus 
Farmacoinduzido, entre eles Hidralazina, Isoniazida, Procainamida entre outros. 
Desta forma, essa relação de fatores vai ocasionar a perda da auto tolerância, ou seja, o não 
reconhecimento dos próprios anticorpos. Assim, com a não apoptose dos linfócitos B e a 
continua produção de autoanticorpos, vai ocorrer um aumento de BAFF/Blys, relacionados a 
sobrevida dos Linfócitos B, e a diminuição dos linfócitos T reguladores que são responsáveis pela 
apoptose do linfócito B. 
Esses autoanticorpos produzidos em excesso, ativam o imuno complexo, que por sua vez 
estimula a resposta imune inata, pelas IL1 /TNF gerando um processo inflamatório. 
O imuno complexo ativa o sistema complemento, levando o maior consumo dos complementos, 
dando início a um processo de quimiotaxia e inflamação tecidual, causando uma diminuição no 
Clarence do imuno complexo e dos restos apoptóticos 
QUADRO CLÍNICO 
Caracteriza-se por um padrão pleomórfico e tal quadro clínico é a base para o diagnóstico. Nesse 
seguimento, a doença pode apresentar sintomas constitucionais como cefaleia, mal-estar, 
artralgia generalizada, febre, mialgia, linfadenopatia e perda ponderal. No entanto, tais achados 
são inespecíficos quando analisados isoladamente. 
Equiparado a outras doenças autoimunes o LES pode apresentar-se de forma isolada, o que 
dificulta o diagnóstico, bem como pode iniciar comprometendo diversos órgãos. Logo, cabe 
destacar que o LES é uma alteração crônica, remitente e recidivante e, portanto, é comum 
observar episódios de intensificação intercalados por melhora. 
Referente ao comprometimento cutâneo 
Anne Caroline Maltez 
 
Podemos classificá-lo em específico e não específico, distinguindo-as pela presença ou ausência 
de dermatite de interface na junção epiderme-derme. Seguindo o raciocínio, ainda é possível 
subdividir as específicas em agudas, subagudas e crônicas. 
Alterações agudas 
A mais comum é o rash malar ou erupção malar que se caracteriza por ser simétrica e 
fotossensível, vale destacar que o comprometimento preserva os sulcos nasolabiais o que auxilia 
no diagnóstico. Por outro lado, 
Alterações crônicas 
Têm no lúpus discoide sua principal alteração, sendo manifestado inicialmente por placas 
eritematosas, hiperpigmentadas que se tornam despigmentadas e atróficas. 
Alterações subagudo 
Que está aparte do LES e é evidenciado, principalmente, por lesões eritematosas 
papuloescamosas ou anulares localizadas em regiões de exposição solar. 
Lesões não específicas 
Vale destacar a vasculite cutânea, a alopecia não discoide e o livedo reticular. A vasculite 
cutânea varia de lesões urticariformes até úlceras necróticas e depende da intensidade do dano 
inflamatório; já a alopecia não discoide é uma lesão que costuma surgir no início do quadro 
clínico, sendo comum, além de ser reversível após a remissão do surto inflamatório, e o livedo 
reticular é determinado por vasoespasmos em arteríolas da derme o que dá característica de 
mármore para lesão. 
 Musculoesqueléticas a artralgia e a artrite 
São as queixas mais comuns. Dentre os sítios que são mais acometidos pela artrite temos as 
articulações de punhos, joelhos e mãos, ainda podendo ser manifestado em outras regiões. 
Distinguindo da artrite reumatoide o LES não costuma caracterizar por erosões articulares, mas 
ocorrem deformações que é conhecido como artropatia de Jaccoud. Outro quadro articular 
importante é a necrose avascular que costuma acometer principalmente a cabeça do fêmur. 
Alterações neurológicas 
Costumam surgir quando um quadro sistêmico já se instalou e são identificados entre 25 a 75% 
dos pacientes. As manifestações neurológicas foram agrupadas em 19 síndromes que foram 
então divididas entre aquelas que afetam o sistema nervoso central e o periférico, sendo este 
segundo menos comum. O sintoma mais frequente neurológico é a cefaleia, podendo ainda se 
observar acidente vascular encefálico (AVE) e a meningite asséptica. 
Comprometimento cardiovascular 
Pericardite é a complicação mais comum, no entanto, outras alterações podem ser vistas como 
a miocardite, a endocardite de Libman-Sacks e a coronariopatia. Nesse quadro, a pericardite, 
normalmente, se manifesta com dor torácica subesternal que apresenta melhora com a 
inclinação do paciente para frente e piorar com inspiração ou tosse. Já a miocardite caracteriza-
Anne Caroline Maltez 
 
se pela apresentação de taquicardia sinusal ou taquipneia aos esforços e sinais clínicos de 
insuficiência cardíaca de apresentação aguda. Por último, a endocardite de Libman-Sacks é uma 
forma de anormalidade estrutural das valvas cardíacas pela presença de nódulos que se 
localizam próximo às bordas valvares, principalmente a mitral, e que pode levar a insuficiência 
valvar o que pode levar ao aparecimento de sopros. 
Aparelho renal 
É frequente, sendo caracterizado por lesõesvasculares além de acometimento túbulo-
intersticial. Nesse seguimento, o portador de LES pode terminar desenvolvendo alguma 
nefropatia, sendo esse um indicador de mau prognóstico e tal alteração costuma ser a 
responsável pela maior parte de óbitos associadas ao LES. O quadro complexo de nefrite lúpica 
reflete a região de depósito de imunoglobulinas e imunocomplexos, sendo os glomérulos os 
principais alvos. Clinicamente, é possível o estabelecimento de qualquer uma das síndromes 
glomerulares e como as manifestações renais são critérios diagnósticos do LES é importante à 
atenção para análise de proteinúria, presença de cilindros celulares, hematúria e aumento de 
creatinina no exame de urina. Vale ressaltar o quadro clínico da nefrite lúpica só ocorrem em 
avançado grau de comprometimento renal 
Comprometimento pulmonar 
A manifestação mais comum é a pleurite, derrame de pequeno a moderado volume, geralmente 
bilateral, derrame pleural e pneumonite. A pleurite acomete cerca de 30% dos pacientes com 
LES, sendo caracterizada por derrames exsudativos e dor à respiração. Já o derrame pleural 
lúpico, assim com a pleurite costuma ter comprometimento bilateral apresentando níveis de 
glicose normais e níveis de FAN que normalmente não são solicitados para diagnóstico. 
Concluindo, a pneumonite lúpica apresenta falta de ar, hemoptise, tosse e infiltrado alveolar. 
TGI 
Nos pacientes com LES os sinais mais frequentes são a dor abdominal difusa, com ou sem 
compressão dolorosa e nesses casos pode-se suspeitar de peritonite, vasculite mesentérica e 
pancreatite. Nesse contexto, a peritonite pode manifestar-se com derrame peritoneal e dores 
abdominais, assim como a vasculite mesentérica que pode vim somado de necrose intestinal. 
Para além disso, é comum a hepatomegalia o que pode levar a alteração das enzimas hepáticas, 
principalmente as aminotransferases. 
Alterações Hematológicas 
A mais comum é a anemia, seguido da leucopenia elinfopenia, e menos comumente, a 
trombocitopenia e esplenomegalia. Tais modificações ocorrem em cerca de 70% dos casos e 
podem anteceder as manifestações clínicas, por esse motivo podem ser utilizadas para o 
diagnóstico. Neste cenário, é possível entender tais variações, pois, além dos autoanticorpos 
específicos de LES existem outros que se ligam, especificamente, com os elementos do sangue. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Faz-se uso da classificação criada pela American Rheumatism Association (ACR) ou de uma mais 
recente, a Systemic Lupus International Collaborating Clinics (SLICC). A classificação da ACR para 
o LES determina que um paciente com 4 ou mais dos seus 11 critérios, deve ser diagnosticado 
com a doença. Porém, nem todos os pacientes com esses critérios tinham lúpus e alguns 
Anne Caroline Maltez 
 
indivíduos eram diagnosticados apenas por conta da presença de autoanticorpos e de distúrbios 
hematológicos. 
Assim, surge o SLICC, a qual alega que para diagnosticar um paciente com LES é necessário que 
ele tenha pelo menos 4 dos 17 critérios, sendo um deles imunológico, um clínico e dois outros 
dos demais. Também, essa nova classificação estabeleceu que na presença de autoanticorpos 
ANA ou anti-dsDNA, o paciente imediatamente recebe o diagnóstico de LES, sem precisar de 
outro critério. A SLICC incluiu a hipocomplementenemia (baixo C4, C3 e CH50) como critério, o 
que não havia na classificação da ACR. 
Abaixo seguem as duas classificações mencionadas anteriormente. 
Classificação da ACR 
• Erupção malar, Erupção discoide, Fotossensibilidade, Úlceras orais Artrite, Serosite 
(pleurite ou pericardite), Distúrbio renal (proteinúria, presença de células ou seus 
componentes na urina), Distúrbio neurológico (psicose, convulsões), Distúrbio 
hematológico (anemia hemolítica com reticulose, leucopenia, linfopenia, 
trombocitopenia), Distúrbio imunológico (anti-DNA, anti-Sm), Presença anticorpo 
antinuclear (ANA) 
Classificação SLICC 
• Critérios Clínicos: lúpus cutâneo agudo ou crônico, úlceras orais, alopecia, sinovite, 
distúrbio renal (proteinúria), neurológico (convulsões, psicoses, mielite, neuropatia 
central ou periférica, estado de confusão aguda), anemia hemolítica, leucopenia ou 
linfopenia somada á trombocitopenia. 
• Critérios Imunológicos: presença de ANA, anti-dsDNA, anti-Sm, anticorpo 
antifosfolipidico, hipocomplementenemia, Coombs Direto positivo. 
O SLICC tem sido mais aceito por ser mais sensível e intuitivo do que a classificação da ACR. 
DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO 
DEFINIÇÃO 
A doença mista do tecido conectivo (DMTC) foi descrita com base em estudos com soro de 
pacientes que continham altas taxas de anticorpo anti-ribonucleoproteína (anti-RNP) dirigidos a 
um antígeno extraível do núcleo, a ribonucleoproteína. O conceito original a caracteriza como 
uma entidade clínica com manifestações de lúpus eritematoso sistêmico (LES), esclerose 
sistêmica (ES), dermatopolimiosite (DPM) e pela presença do anti-RNP. Os principais achados 
dessa doença difusa costumam ser edema de mãos, artrite, fenômeno de Raynaud, miosite 
inflamatória e esclerodactilia. 
Segundo os conceitos atuais, a doença engloba manifestações de cinco outras, principalmente 
LES, esclerodermia, polimiosite, dermatomiosite e artrite reumatóide. 
EPIDEMIOLOGIA 
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/doenca_mista_do_tecido_conectivo.htm
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/esclerose_sistemica.htm
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/esclerose_sistemica.htm
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/dermatopolimiosite.htm
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/fenomeno_de_raynaud.htm
Anne Caroline Maltez 
 
A prevalência da DMTC não é conhecida, mas estima-se que seja por volta de 10/100.000, sendo 
mais comum que ES e DM/PM e menos comum que LES. Os estudos acerca da DMTC mostram 
que a idade de início varia de 4 a 56 anos, com maior prevalência na terceira e quartas décadas 
de vida. A doença parece ser mais grave nas crianças. A predileção pelo sexo feminino é evidente 
em uma relação que varia de 9:1 até 24:1 em correlação ao sexo masculino. 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
A etiologia da DMTC é desconhecida e pouco se sabe sobre sua fisiopatologia. Conhecem-se ou 
especulam-se suas causas devido a semelhanças com ES, LES e DPM, assim como pelas 
manifestações articulares semelhantes a doença reumatóide (DRe) em grande parte dos 
pacientes 
Com estudos necroscópicos e pesquisas isoladas órgão-específicas, obtiveram-se até agora 
informações sobre moléculas e células envolvidas na doença, porém nenhuma evidência 
concreta em relação à fisiopatologia. Os estudos anatomopatológicos dos diferentes tecidos 
revelam tanto fibrose tecidual como processo inflamatório. 
QUADRO CLÍNICO 
Os sintomas típicos da doença mista do tecido conjuntivo são o síndrome de Raynaud (em que 
os dedos repentinamente tornam-se muito pálidos e ficam dormentes ou apresentam 
formigamento e coloração azulada em resposta ao frio ou estresse emocional), inflamação 
articular (artrite), inchaço das mãos, fraqueza muscular, dificuldade para engolir, azia e falta 
de ar. Essa síndrome pode preceder outros sintomas em muitos anos. Independentemente de 
como a doença mista do tecido conjuntivo comece, ela tende a piorar e seus sintomas se 
espalham por várias partes do corpo. 
Erupções cutâneas 
Semelhantes ao lúpus podem se desenvolver. Alterações cutâneas semelhantes às da 
esclerose sistêmica também podem ocorrer, como endurecimento da pele do dedo. Cabelos 
e pelos podem afinar. 
Dores nas articulações 
Quase todos com doença mista do tecido conjuntivo têm dores nas articulações. Cerca de 
75% das pessoas desenvolvem inchaço e dor típicos de artrite. A doença mista do tecido 
conjuntivo danifica as fibras musculares, de modo que os músculos podem ficar fracos e 
doloridos, especialmente nos ombros e quadris. Tarefas como levantar os braços acima da 
linha dos ombros, subir escadas e levantar-se de uma cadeira podem se tornar muito difíceis. 
Pulmõessão afetados 
em até 75% das pessoas com a doença mista do tecido conjuntivo. Líquido pode se acumular 
nos pulmões ou ao seu redor. Em algumas pessoas, a função pulmonar anormal é o problema 
mais grave, causando falta de ar durante o esforço. Doenças pulmonares intersticiais, que 
afetam o tecido ao redor dos sacos de ar no pulmão (alvéolos), são os problemas pulmonares 
http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/doenca_reumatoide.htm
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/doen%C3%A7a-arterial-perif%C3%A9rica/s%C3%ADndrome-de-raynaud
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7as-pulmonares-intersticiais/vis%C3%A3o-geral-sobre-doen%C3%A7as-pulmonares-intersticiais
Anne Caroline Maltez 
 
mais comuns. A hipertensão pulmonar, um quadro clínico em que a pressão nas artérias dos 
pulmões (artérias pulmonares) é anormalmente alta, é uma causa importante de morte. 
Cardiovascular 
Ocasionalmente, o coração fica enfraquecido, levando à insuficiência cardíaca. Os sintomas 
de insuficiência cardíaca podem incluir retenção de líquidos, falta de ar e fadiga. 
 
Rins 
 são afetados em cerca de 25% das pessoas e a lesão geralmente é leve em comparação com 
a causada pelo lúpus. 
 
Outros sintomas podem incluir febre, linfonodos inchados e dor abdominal. Pode haver o 
desenvolvimento da síndrome de Sjögren. Com o passar do tempo, muitas pessoas 
desenvolvem sintomas que são mais típicos de lúpus ou de esclerose sistêmica. 
DIAGNÓSTICO 
-Exames de sangue 
-Algumas vezes outros testes 
 Os médicos suspeitam de doença mista do tecido conjuntivo quando os sintomas de lúpus, 
esclerose sistêmica e polimiosite se sobrepõem. 
Exames de sangue são feitos para detectar anticorpos antinucleares (ANA) e um anticorpo 
contra a ribonucleoproteína (RNP), que estão presentes na maioria das pessoas com doença 
mista do tecido conjuntivo. É mais provável que pessoas com níveis elevados desses 
anticorpos, mas sem outros anticorpos presentes em distúrbios semelhantes, tenham a 
doença. Embora os resultados dos exames de sangue possam ajudar no diagnóstico da 
doença, isoladamente eles não são suficientes para confirmar um diagnóstico definitivo de 
doença mista do tecido conjuntivo, porque, às vezes, as anormalidades que eles detectam 
estão presentes em pessoas saudáveis ou em pessoas com outros distúrbios. O diagnóstico de 
doença mista do tecido conjuntivo se baseia em todas as informações reunidas pelo médico, 
incluindo sintomas, resultados do exame físico e resultados de todos os exames. 
Para determinar se as pessoas têm hipertensão pulmonar, os médicos fazem um teste de 
função pulmonar para avaliar os pulmões e um ecocardiograma para avaliar o coração. Se os 
médicos suspeitam de que outros órgãos foram afetados, eles podem fazer outros exames, 
como ressonância magnética (RM) ou uma biópsia muscular (remoção de uma parte do tecido 
muscular para análise e testes), para detectar problemas. 
GOTA 
DEFINIÇÃO 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/hipertens%C3%A3o-pulmonar/hipertens%C3%A3o-pulmonar
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/s%C3%ADndrome-de-sj%C3%B6gren
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les#v730406_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/esclerose-sist%C3%AAmica#v730532_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/testes-de-fun%C3%A7%C3%A3o-pulmonar-tfp
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/testes-de-fun%C3%A7%C3%A3o-pulmonar-tfp
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/ecocardiograma-e-outros-procedimentos-de-ultrassom
Anne Caroline Maltez 
 
A gota é uma artrite inflamatória de origem metabólica que é causada por cristalização dos 
cristais de urato monossódico mono-hidratado (UMS) nas articulações. Também considerado na 
definição de gota está o espectro das condições clínicas resultantes da deposição dos cristais de 
UMS nos tecidos subcutâneos e rins, manifestando-se como depósitos de tofos, celulite 
inflamatória, nefropatia do urato e cálculos renais. 
EPIDEMIOLOGIA 
É a doença articular inflamatória mais comum nos homens e em mulheres idosas. Sua incidência 
e prevalência estão aumentando a nível mundial. A gota afeta na sua maioria homens (2-7:1), 
ocorrendo com maior frequência a partir dos 40 anos. Importante salientar que embora a 
hiperuricemia seja um pré-requisito necessário para o desenvolvimento de gota, apenas 20% de 
todos os indivíduos hiperuricêmicos desenvolverão gota. 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
O desequilíbrio metabólico responsável pela gota é a supersaturação do sangue e dos fluidos 
orgânicos com o íon urato até o ponto em que a formação de cristais é viável. Em um pH 
fisiológico e temperatura corporal normal, o urato é considerado supersaturado em 
concentrações de 6,8 mg/dL ou mais. Assim, de uma perspectiva biológica, a hiperuricemia é 
caracterizada por nível sérico de urato superior a 6,8 mg/dL nos homens e nas mulheres. 
Ao contrário da maioria dos mamíferos, o urato é o produto final da degradação oxidativa do 
metabolismo da purina em humanos e espécies primatas superiores, porque o gene que codifica 
a enzima uricase (oxidase do urato) tem sido silenciado por mutações. 
➔ Metabolismo das Purinas 
As purinas são compostos que possuem um núcleo de purina de nove membros constituído de 
anéis de pirimidina e imidazol fundidos. As purinas preenchem as funções essenciais em todas 
as células vivas, sendo a maior parte dessas funções realizada por derivados de nucleotídeo e 
nucleosídeo das bases de purina adenina, hipoxantina e guanina. 
A degradação dos nucleotídeos e nucleosídeos de purina a bases de purina culmina nos 
precursores-chave de urato: hipoxantina e guanina. Eles são principalmente reusados nas 
reações de salvamento com PRPP, catalisados pela enzima hipoxantina-guanina 
fosforibosiltransferase (HPRT). O restante da guanina é deaminado a xantina. A hipoxantina não 
salva é oxidada a xantina, que se submete a oxidação adicional a urato. A enzima xantina 
oxidoredutase (XOR) catalisa a conversão tanto da hipoxantina em xantina quanto da xantina 
em urato. 
➔ Fisiologia do Urato 
O urato existe nos sistemas biológicos em duas formas com solubilidade limitada: 
Anne Caroline Maltez 
 
 
Em pH fisiológico (7,4), o urato predomina em cerca de 50:1 sobre o ácido úrico não ionizado. A 
solubilidade do íon de urato é 
funcionalmente reduzida na alta 
concentração de sódio dos líquidos 
extracelulares, de modo que o urato 
monossódico e o ácido úrico têm 
solubilidade relativamente baixa nos 
líquidos biológicos. 
A carga de urato em geral deriva da síntese 
endógena, que ocorre principalmente no 
fígado, com contribuição menor do 
intestino delgado. O urato liberado das 
células circula relativamente livre (4%) do 
ligante de proteína sérica, de modo que todo ou quase todo o urato circulante é filtrado no 
glomérulo. 
 
➔ Hiperuricemia 
A hiperuricemia ocorre quando a produção de urato não é balanceada pela excreção renal. Em 
90% de todos os pacientes com gota, a causa desse desequilíbrio é a subexcreçãorenal. Os 10% 
restantes dos casos de gota são causados por superprodução de purina ou uma combinação da 
superprodução e subexcreção. As causas não genéticas de hiperuricemia incluem outras 
condições médicas, componentes da dieta e medicações. 
Esses fatores podem resultar na superprodução ou na diminuição do clearance renal do ácido 
úrico. De forma semelhante, as causas genéticas da hiperuricemia podem afetar tanto a 
produção como a eliminação de ácido úrico. 
 
 
Anne Caroline Maltez 
 
QUADRO CLÍNICO 
A gota é com frequência manifestada por articulação ou pé agudamente doloroso e 
intumescido. Isso, entretanto, é apenas um estágio único na progressão da doença de deposição 
de urato nos tecidos moles e articulações. A gota típica evolui de um período inicial geralmente 
prolongado de acúmulo assintomático de cristais de urato monossódico nas articulações e em 
torno delas para uma fase de episódios agudamente dolorosos, mas autolimitados de 
monoartrite ou oligoartrite e daí para uma fase final de poliartrite cronicamente dolorosa, 
deformante e debilitante associada à presença visível de depósitos de cristal de urato 
monossódico de tecido mole, conhecidos como tofos. 
A duração de cada estágio da gota varia de uma pessoa para outra dependendo de vários fatores 
endógenos e exógenos. Desses fatores, o mais importante é o grau de hiperuricemia. 
DIAGNÓSTICO 
O padrão-ouro no diagnóstico de gota é a observação de cristais de urato monossódico na 
microscopia ótica de luz polarizada compensada, em que esses cristais apresentam 
birrefringência negativa. A amostra deve ser, de preferência, coletada de articulações afetadas 
recentemente, bem como de articulações anteriormente afetadas. Entretanto, frente a uma 
apresentação clínica típica, o diagnóstico clínico é razoavelmente preciso e aceitável na ausência 
de microscopia disponível ou de reumatologistas. Esse diagnóstico, porém, não é definitivo. 
Após a comprovação da presença de cristais de UM no ambiente articular, é preciso quantificar 
essa deposição, bem como sua extensão e o dano estrutural induzido. Além da anamnese e do 
exame físico, recursos de imagem, como radiografias, ultrassonografia e tomografia 
computadorizada de dupla emissão, podem ser úteis para avaliar a fase crônica da doença e os 
danos acarretados. 
Diagnósticos diferenciais devem ser considerados, em especial na gota de apresentação 
oligoarticular e poliarticular, que podem mimetizar diversas doenças, tais como artrite 
reumatoide e espondiloartropatias. Na forma monoarticular, a artrite séptica sempre deve ser 
descartada.

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