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Resumo: latifúndio na Roma Antiga

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Com origem na Roma Antiga, o termo latifúndio vem se mostrando bastante forte nos dias atuais. Exemplo disso é o nosso país, o Brasil. Com sua enorme extensão territorial (8.516.000 km²), o país tem um dos maiores índices de concentração de terra do mundo, cerca de 45,1% de todo território cultivável, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, pertencentes a grandes proprietários e, principalmente, políticos. A famosa bancada ruralista.
Segundo a Constituição Brasileira de 1988, toda terra cultivável deve gerar emprego e não estática. Porém, sabemos que não é isso que ocorre de forma absoluta. Não há distribuição da terra, gera-se uma concentração na mão de poucos. E com essa concentração das terras geram-se diversos conflitos entre proprietários/políticos e trabalhadores rurais sem terra. Com isso, em 1979, formou-se o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para defender essa reorganização das terras e, para defender os direitos dos grandes proprietários, surgiu, em 1985, a União Democrática Ruralista (UDR). Durante os conflitos, foram registradas diversas mortes de trabalhadores rurais. Tornando o Latifúndio uma forma de instabilidade social.
Já em Roma, com o crescimento do Império, ''a nobreza patrícia muito cedo se empenhara em concentrar a propriedade de terras em suas mãos, reduzindo o campesinato livre mais pobre à escravidão por débito (como na Grécia), e se apropriando do ager publicus, ou terras comuns, que eles usavam para pastagem e cultivo'' (ANDERSON, 1974, pg. 53). Houve tentativas de distribuição de terras, porém, não ocorreu nenhuma reforma agrária durável. A dominação da nobreza, bloqueou toda tentativa de polarização social da propriedade de terra.
Com os avanços territoriais, por meio de guerras, como as Guerras Púnicas, Macedônica, e contra Jugurta, Mitrídates e a Gália, destaque para as da região do Mediterrâneo, deu às classes dominantes romanas inúmeras porções de terra. A guerra, ou militarismo, da República Romana, tornou-se a principal alavanca para a acumulação econômica. ''A guerra trazia terras, tributos e escravos; os escravos, os tributos e as terras forneciam o aparato para a guerra''. (ANDERSON, 1974, pg. 60).
Ocorreu também a introdução da escravidão não por meio de débito, – como ocorria com os que não tinham condições de manter suas terras – mas por meio de dominação, modo de produção. ''Foi a República Romana que primeiro uniu a grande propriedade agrícola com a escravidão em grupos no interior em maior escala. O advento da escravidão, como um modo de produção organizado inaugurou - como na Grécia - a fase clássica que distinguia a civilização romana, o apogeu de poder e de sua cultura'' (ANDERSON, 1974, pg. 58). E, com as intensas guerras, os cidadãos que eram convocados e sobreviviam, quando voltavam, não conseguiam manter suas terras, acabando sendo entregues aos domínios das classes dominantes. Algumas propriedades, como as de Plínio, o Jovem, obtinham tamanhos imensos, algo de aproximadamente 1200 hectares ou mais. ''O aparecimento dos latifúndios italianos levou a um grande aumento na pecuária e da cultura intercalada de uva, oliveiras e cereais''. (ANDERSON, 1974, pg. 59). Essa afirmação conclui o sucesso que estava sendo todos esses avanços territoriais de Roma. Contudo, vemos que desde a época do império romano, o latifúndio causava desequilíbrio na sociedade, favorecendo sempre as classes mais altas da sociedade.

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