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PROCESSO DE CONHECIMENTO E PROCESSO DE EXECUÇÃO Embora o novo Código aluda O processo de conhecimento e O processo de execução, é preciso perceber que rigorosamente o processo não pode ser qualificado como de conhecimento ou como de execução. Isso porque conhecer e executar são atividades desempenhadas pelo juiz ao longo do processo. Conhecimento e execução são técnicas processuais de que o juiz se vale para satisfazer ou acautelar os direitos valendo-se do processo. Portanto, apenas elipticamente é que se pode falar em processo de conhecimento ou processo de execução. Na verdade, a referência ao processo de conhecimento e ao processo de execução como eixos para a organização do novo Código atende mais à tradição encarnada em determinada linhagem doutrinária, que entre nós foi inclusive positivada no Código Buzaid, do que a uma necessidade teórica ou prática supostamente inerente à estruturação o processo civil. A propósito, mesmo do ponto de vista da atividade judicial nele desempenhada, o processo de conhecimento delineado pelo Novo Código sequer poderia ser chamado de conhecimento, na medida em que admite antecipação da tutela (arts. 294 e ss.) e cumprimento de sentença (arts. 513 e ss.) em seu bojo, porque é inerente à antecipação da tutela e ao cumprimento de sentença e prática de atos concretos que interfiram de modo efetivo na vida das pessoas. Isso quer dizer que o processo de conhecimento admite dentro de si atividade executiva - o que, do ponto de vista teórico, constitui evidente contradição. É interessante perceber, contudo, como e sob quais influências ambas as categorias ingressaram na nossa tradição processual civil.
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