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FARMACOGNOSIA Seção 2.1 - Citologia e histologia vegetal Prof. Suzane Meriely Citologia e histologia vegetal As drogas vegetais devem ser extraídas das partes da planta que possuírem a maior concentração de princípios ativos de interesse para a produção dos medicamentos fitoterápicos ou para o uso clínico das plantas medicinais. Nesse processo são utilizadas informações de anatomia, histologia e citologia vegetal. Citologia e histologia vegetal Para entender a estrutura das plantas e conhecer melhor a sua constituição é importante analisar três tipos de tecidos: 1. Parênquima 2. Colênquima 3. Esclerênquima 1. Parênquima Suas células são caracterizadas por possuírem grandes vacúolos. Ele está presente em quase todos os órgãos da planta e está envolvido em processos fundamentais, como a fotossíntese; reserva; transporte; secreção e excreção. Tipos de Parênquimas • Parênquima fundamental: ou de preenchimento, pode ser encontrado no córtex e na medula do caule, ou ainda no córtex da raiz das plantas; ele pode ser caracterizado por apresentar células aproximadamente isodiamétricas, com grandes vacúolos e pequenos espaços intercelulares. • Parênquima clorofiliano: é encontrado principalmente nas folhas, apresentando células de paredes primárias delgadas, intensamente vacuoladas e com um elevado número de cloroplastos, o que possibilita que esse tecido participe do processo de fotossíntese: Tipos de parênquimas clofofilianos Existem dois tipos de parênquimas clorofilianos: parênquima clorofiliano paliçádico (células cilíndricas, dispostas perpendicularmente à epiderme); parênquima clorofiliano esponjoso (células, de formato irregular, dispostas com numerosos espaços intercelulares). Corte de folha com seus parênquimas Importância do Parênquima O parênquima, quando atua como um tecido de reserva, pode armazenar diferentes substâncias, entre elas: amido, proteínas, óleos etc., entre outras substâncias resultantes do metabolismo celular, daí a sua importância para a farmacognosia, já que muitos compostos, contendo ativos de interesse podem ser reservados nesse tipo de tecido. 2. Colênquima Tecido vegetal constituído de células vivas, mais facilmente encontrado em caules jovens e finos. Atua na sustentação de regiões em que o crescimento da planta é primário ou de áreas que estão sujeitas a movimentos constantes. É geralmente classificado de acordo com o tipo de espessamento da parede celular, em: angular; lamelar, lacunar e anelar. 3. Esclerênquima Tecido de sustentação, normalmente formado por células mortas, com paredes. Em que as paredes celulares secundárias possuem um depósito de aproximadamente 35% de lignina, caracterizando a rigidez desse tecido e sua função em sustentação e revestimento. Parênquima, colênquima e esclerênquima Os tecidos vegetais parênquima, colênquima e esclerênquima podem ser diferenciados por suas características celulares. As células de parênquima, vivas, com seus grandes vacúolos e paredes finas, possibilitam a reserva de diferentes substâncias enquanto as células de colênquima (vivas) e de esclerênquima (mortas), com suas paredes rígidas, possibilitam que esses tecidos participem da estrutura e da proteção dos órgãos vegetais. Súber Tecido de revestimento encontrado tanto em raízes quanto em troncos de plantas adultas. O súber se caracteriza por sua espessura, resultante das diversas camadas de células mortas que o compõem, ocas com paredes impregnadas de suberina. Esses espaços intracelulares armazenam ar e auxiliam na proteção da planta. Epiderme Tecido vegetal de revestimento, geralmente formado por uma única camada de células vivas e achatadas. Reveste órgãos jovens, como raiz, caule e folhas. Anexos, estruturas secretoras Os tricomas geralmente fazem parte da epiderme e são projeções de uma ou mais células epiteliais em direção à superfície. Sistema vascular vegetal A formação do sistema vascular, que possibilita o transporte eficiente de água da raiz às folhas e de seiva elaborada das folhas à raiz, caracteriza uma importante conquista evolutiva do reino vegetal. O sistema vascular vegetal é formado por dois tipos de tecidos principais: xilema floema XILEMA E FLOEMA Xilema: se caracteriza por possibilitar o transporte de água e solutos (seiva bruta), além de propiciar suporte mecânico à planta. Floema: também conhecido como liber, é responsável pela condução de seiva elaborada da sua origem (folhas e tecidos epiteliais) até os demais órgãos da planta, incluindo a raiz. XILEMA E FLOEMA Principais métodos de extração de ativos vegetais EXTRAÇÃO A FRIO Alguns dos métodos de extração a frio mais conhecidos e utilizados são: Maceração Percolação Turbolização 1A-Maceração Processo que envolve a extração da matéria-prima vegetal moída ou rasurada, utilizando recipiente fechado, deixando a matéria-prima vegetal em contato com o líquido extrator por um período específico de tempo (horas ou dias), sem troca do líquido e submetendo o recipiente à agitação ocasional. 2A-Percolação Operação dinâmica, mais utilizada para a extração de substâncias sensíveis a altas temperaturas, que possuem ação farmacológica e estão presentes em baixas concentrações na matéria prima vegetal. Ela consiste na passagem contínua do líquido extrator no interior de um percolador, arrastando com ele os ativos de interesse presentes na matéria-prima vegetal. 3A-Turbo-extração ou turbolização Processo que utiliza um dispersor (tipo ultraturrax) e consiste na redução do tamanho das partículas da matéria-prima e consequente extração do ativo de interesse. Essa operação causa o rompimento das células vegetais, favorecendo a liberação e a dissolução do ativo de interesse no líquido extrator. É um processo simples e que pode ser utilizado com eficiência quando se objetiva a obtenção de uma droga vegetal em que os resíduos da matéria-prima vegetal não causem interferência, já que a utilização dessa técnica dificulta a posterior separação de resíduos. EXTRAÇÃO A QUENTE DOMÉSTICO Quando os ativos de interesse possuem estabilidade em temperaturas elevadas, métodos de extração a quente podem ser utilizados, sendo os mais conhecidos, entre os que podem ser realizados em sistemas abertos, inclusive em ambiente doméstico: Infusão Decocção. 1B-Infusão Na infusão o processo de extração é feito pelo contato de água fervente com a matéria-prima vegetal, sendo necessária a cobertura do recipiente imediatamente após o acréscimo da água fervente sobre o material vegetal. Ela é bastante útil para a extração de ativos presentes em estruturas vegetais menos resistentes, geralmente encontradas em folhas, flores e frutos moles. Esta técnica é bastante popular no preparo de chás à base de ervas,, entre outras preparações terapêuticas utilizando plantas medicinais. 2B-Decocção Na decocção, diferente da infusão, a matéria- prima vegetal fica em contato com o líquido extrator em um processo de ebulição que pode durar intervalos de tempo variáveis, de acordo com o tipo de material utilizado e do ativo que se deseja obter. É mais eficiente na extração de compostos que se encontram em tecidos vegetais mais rígidos, como raízes, cascas e caules. Esta é também uma técnica simples, largamente utilizada em preparações domésticas em que o líquido extrator é a água. A decocção não deve ser utilizada com solventes voláteis e tóxicos, já que a evaporação dessas substâncias para o ambiente pode causar intoxicações e contaminações. EXTRAÇÃO A QUENTE LABORATORIAL Além dos métodos de extração a quente utilizando sistemas abertos, em laboratórios são utilizados os sistemas fechados, que possibilitam a extração sob refluxo e em aparelho de Soxhlet. 1C-Extração sob refluxo Neste tipo de processo, tanto o líquido extrator quanto a matéria-prima vegetal ocupam o mesmo recipiente, acoplado a condensadores, e são submetidos ao aquecimento. 2C-Extração em aparelho de SoxhletA extração por soxhlet é bastante semelhante à extração por refluxo, sendo a principal diferença a de que a matéria-prima vegetal e o líquido extrator fica em compartimentos diferentes2C-Extração em aparelho de Soxhlet: a extração por soxhlet é bastante semelhante à extração por refluxo, sendo a principal diferença a de que a matéria-prima vegetal e o líquido extrator fica em compartimentos diferentes. 2C-Extração em aparelho de Soxhlet FARMACOGNOSIA - ATIVIDADE 4 Nesta sessão iremos trabalhar as bases da fisiologia vegetal, em especial os processos de fotossíntese, respiração, transpiração, transporte de água e nutrientes, além da relação dos hormônios vegetais com o desenvolvimento das plantas. 1. Sendo assim, descreva um texto de duas laudas percorrendo os assuntos abordados nesta aula! (DIGITADO 2 LAUDAS) 1. Elabore um manual com os principais passos que devem ser seguidos para identificação e avaliação de princípios ativos vegetais. (DIGITADO 4 LAUDAS) Referências Rodrigues, Aline Teotonio. Farmacognosia. Editora e Distribuidora Educacional S.A., Londrina: 2018. 208 p. https://www.youtube.com/watch?v=Og1Njfy53eE Google Imagens https://www.youtube.com/watch?v=Og1Njfy53eE
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