Aula 06 - Especificidades do jornalismo político

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AULA 06: POLÍTICA – ESPECIFICIDADES DO JORNALISMO POLÍTICO 
Jornalismo especializado 
JORNALISMO ESPECIALIZADO 
Aula 06: Política – Especificidades do 
jornalismo político 
AULA 06: POLÍTICA – ESPECIFICIDADES DO JORNALISMO POLÍTICO 
Jornalismo especializado 
Objetivos 
1. Explicar a evolução do jornalismo político; 
2. Reconhecer os aspectos éticos do exercício desse tipo 
de jornalismo. 
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Jornalismo especializado 
Introdução 
As cartas dos leitores já são uma forma de jornalismo especializado. 
Aqui, vamos refletir sobre essas cartas como uma questão importante da opinião pública e, em seguida, 
como um ato político. 
Ampliando essa vocação interativa do jornalismo, hoje em dia, há mensagens enviadas para programas 
de televisão em tempo real. 
“A seção Cartas dos leitores é a tribuna do povo” (ERBOLATO, 1981, p. 88). 
Nesse sentido, o jornalismo cumpre sua vocação social, sua dívida para com o cidadão. Costuma-se 
dizer que “um jornal pode ser julgado pelo número e pela qualidade das cartas à redação, pois indicam 
a influência exercida sobre os leitores” (ERBOLATO, 1981, p. 88). 
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Jornalismo e política 
“Mas os jornalistas, que invocam as expectativas do público para 
justificar essa política de simplificação demagógica (em tudo oposta à 
intenção democrática de informar ou de educar divertindo), não fazem 
mais que projetar sobre ele suas próprias inclinações, sua própria visão – 
especialmente quando o medo de entediar os leva a dar prioridade ao 
combate sobre o debate, à polêmica sobre a dialética, e a empregar 
todos os meios para privilegiar o enfrentamento entre as pessoas (os 
políticos sobretudo) em detrimento do confronto entre seus argumentos 
*...+.” (BOURDIEU, 1997, p. 134-135) 
Pierre Bourdieu (1930-2002) 
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Breve histórico 
A relação entre mídia e política reside, mais atualmente, naquilo que Bourdieu (1997, p. 135) chamou 
de “intimidade dos contatos e das confidências”. 
No Brasil, antes do jornalismo profissional moderno, a imprensa, em geral, era partidária e ideológica. 
Já nos primórdios da imprensa, ela passou a ser controlada pelos governantes por meio de sistemas de 
concessão. 
Outra razão para o predomínio de uma imprensa politizada, partidária e, por isso mesmo, opinativa 
ainda no século XIX era a agitação política do período, com diversos movimentos político-ideológicos – 
tais como guerras, revoltas e revoluções. 
Lembre-se de que gazetas clandestinas e um jornalismo menos associado diretamente ao poder sempre 
existiram, e existirão mais e mais com os fenômenos da rede mundial de computadores. 
Mas, no cotidiano das redações das grandes corporações de mídia, as cartas ainda parecem dar tal 
intimidade com grande ênfase – em especial em nosso fazer jornalístico. 
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Breve histórico 
Há algumas décadas, a maioria dos jornais tinha um caráter partidário e dirigia-se, também, a um leitor 
razoavelmente partidarizado. A opinião era tão ou mais importante do que a notícia. 
O leitor comprava o jornal esperando encontrar uma cobertura afinada com seu viés político ou, pelo 
menos, não muito distante dele. Já o jornal buscava cativar o leitor, atendendo a essa expectativa. 
(MARTINS, 2005, p. 17) 
A política vai além das aparências e do que está aparente. 
De acordo com Martins (2005), para conseguir captar o sentido dos fatos, entender o que se passa e 
identificar tendências – a fim de traçar um quadro claro do jogo político e de apresentá-lo ao público 
com conhecimento e domínio –, o jornalista deve: 
• Acumular um nível de informação que ultrapassa o fato-notícia; 
• Conhecer as regras do jogo; 
• Conhecer a história política do Brasil. 
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Estruturas do poder 
O jornalismo político é um dos mais desafiadores para o repórter. Trata-se do território do poder, das 
influências e dos jogos de interesses, cujos prêmios são cargos, indicações, mandatos e mais poder em 
um círculo vicioso, e não virtuoso – como a atividade deveria ser. 
Para enfrentar esse quadro, o jornalista político precisa saber transitar nesse meio com independência, 
ética e responsabilidade, consciente de que seu compromisso é com a sociedade. 
Nesse caso, o jornalista deve: 
• Acompanhar de perto – mas com distanciamento – as questões relativas aos Poderes 
(Legislativo, Executivo e Judiciário); 
• Tomar cuidado para não considerar a imprensa um poder (um “Quarto Poder”, como Lord 
Macauly batizou a atividade), e sim uma potência – algo capaz de mudar, de informar com 
seriedade e imparcialidade. 
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Estruturas do poder 
A política se faz, principalmente, nos bastidores, e estes não estão 
acessíveis ao jornalista. 
Entretanto, ele pode vir a saber o que se passou em reuniões fechadas, 
em encontros reservados e em outras instâncias sigilosas por meio de 
fontes que participaram desses eventos. 
Mas o jornalista não pode confiar no relato de uma única fonte. 
É preciso ouvir outras pessoas, comparar suas versões e checar todas as 
informações para não correr o risco de endossar uma história que, na 
verdade, é a versão que interessa a um político ou a um grupo político. 
Em outras palavras, é necessário saber trabalhar além dos holofotes 
midiáticos. 
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Entendendo os poderes 
O poder público manifesta-se em três esferas: o Município, o 
Estado e a União – cada qual com determinadas competências 
previstas na Constituição Federal. 
No Brasil, os Estados e Municípios são autônomos. Por isso, têm 
constituições e leis próprias, de acordo com a cultura, a economia 
e as necessidades de sua população. 
Com base nessas leis, eles se organizam e administram seus 
serviços. 
O jornalista de política deve conhecer as funções específicas de 
cada um, bem como compreender que sua atividade também se 
relaciona com esses Poderes constitucionalmente (artigos 220 a 
224 da Constituição). 
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Texto e mercado 
O jornalismo político também enfrenta a questão de sua linguagem: o politiquês, ou seja, uma forma 
repleta de expressões e de termos que só fazem sentido para os iniciados nela. 
“O jornalista precisa saber traduzi-los para o entendimento geral, bem como entender que, na prática, 
não há um divisor exato e rigoroso entre o que possa ser incluído nesta ou naquela editoria.” 
(ERBOLATO, 1981, p. 11) 
Além disso, esse profissional deve-se lembrar de que escreve para um público que não está 
familiarizado com um vocabulário originário de regimentos legislativos e outros. 
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Texto e mercado 
O jornalista político encontra mercado profissional em: 
• Órgãos de imprensa tradicionais – jornais, revistas, televisão e rádio; 
• Novas mídias – sites e blogs; 
• Assessorias de comunicação de governos; 
• Casas legislativas e parlamentares; 
• Institutos de pesquisa; 
• Agremiações partidárias; 
• Entidades do Terceiro Setor. 
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Atividade proposta 
O professor repassa as seguintes informações aos alunos: 
 
 
 
 
 
Logo depois, solicita um texto sobre política para a aula seguinte ou por e-mail (até prazo determinado), 
no qual os estudantes devem utilizar pontos percentuais para mostrar a evolução do candidato, além de 
acrescentar informações fictícias – mas pertinentes – para justificar sua posição e evolução.Pesquisa Ibope encomendada pela TV Globo e divulgada 'hoje' para Presidência da República: 
 
Candidato Agosto Setembro 
César Silva 30% 35% 
Angela Soares 23% 26% 
Gean Barbosa 21% 19% 
Elson Rodrigues 1% 1% 
Gilmar Ventura 1% 0% 
Brancos 5% 4% 
Não sabe/não opinou 3% 3% 
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Saiba mais 
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos que: 
• Assista aos seguintes documentários... 
ENTREATOS – Lula a 30 dias do poder. Direção: João Moreira Salles. Brasil: 
Videofilmes, 2004. 117 min, son., color. 
JANGO – como, quando e por que se derruba um presidente. Direção: Silvio 
Tendler. Brasil: Caliban Produções Cinematográficas, 1984. 117 min, son., 
color. 
OS ANOS JK – uma trajetória política. Direção: Silvio Tendler. Brasil: Prefeitura 
do Rio, 1980. 110 min, son., color. 
PEÕES. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: Videolar, 2004. 85 min, son., color. 
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Saiba mais 
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos que: 
• Assista aos seguintes filmes de ficção... 
ALL THE president’s men = TODOS os homens do presidente. Direção: Alan J. 
Pakula. Estados Unidos: Warner Home Video, 1976. 138 min, son., color. 
MAD city = O QUARTO poder. Direção: Costa-Gavras. Estados Unidos: Warner 
Bros, 1997. 115 min, son., color. 
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Saiba mais 
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos que: 
• Leia os seguintes artigos... 
O jornalismo político exclui o grande público; 
O pai do “Quarto Poder”. 
• Leia o seguinte livro... 
SEABRA, R.; SOUSA, V. de. Jornalismo político – teoria, história e técnicas. Rio 
de Janeiro: Record, 2006. 
http://www.ricardosetti.com/o-jornalismo-politico-exclui-o-grande-publico/
http://portalimprensa.com.br/opiniao/opiniao/358/o+pai+do+quarto+poder
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Bibliografia 
BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 
1997. 
 
ERBOLATO, M. Jornalismo especializado. Rio de Janeiro: 
Atlas, 1981. 
 
MARTINS, F. Jornalismo político. São Paulo: Contexto, 2005. 
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Jornalismo especializado 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
Judiciário e imprensa; 
 
Especificidades do jornalismo judiciário. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.