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Aula 06 - Relação Tributária

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Direito Aplicado II
6º Aula
Relação tributária
Bom dia caríssimos alunos, retomando a matéria de 
Legislação Tributária, nesta aula vamos abordar o tema 
Relação Tributária.
Esta aula tem por finalidade estudar alguns aspectos 
essenciais da relação tributária, tais como: a Obrigação 
Tributária (OT), Fato Gerador (FG), Sujeito Ativo 
(AS), Sujeito Passivo (SP), Crédito Tributário (CT) e 
Lançamentos.
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, o aluno será capaz de:
• compreender como se forma a relação tributária;
• identificar quais as espécies de relação tributária existentes;
• definir aspectos da relação tributária como fato gerador, lançamento, sujeitos entre outros. 
31
Explicando: a lei cria abstratamente uma obrigação, esta abstração 
ocorrendo na prática, ocorre a realização do fato gerador.
Seções de estudo
2 - Fato gerador da obrigação tributária 
– defi nição e conceito
1 - Obrigação tributária – OT
1 – Obrigação tributária – OT.
2 – Fato gerador da obrigação tributária – definição e 
conceito.
3 – Sujeitos, crédito tributário e lançamento. 
A relação tributária surge da ocorrência de um fato 
previsto em uma norma como capaz de produzir esse efeito; a 
lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação 
entre alguém e o Estado; ocorrido o fato, nasce a relação 
tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo) 
e o direito do Estado (sujeito ativo); suas fontes são a lei e o 
fato gerador. Este dever é chamado de Obrigação Tributária 
(OT).
Relação Tributária
LEI QUE DESCREVE 
FATO GERADOR
 ( Auferir Renda)
NASCE A OT ENTRE 
CONTRIBUINTE E O 
ESTADO
CONTRIBUINTE PRA-
TICA FATO (FG)
Há duas espécies de OT, vejamos:
• Obrigação tributária principal: tem por objeto, o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, tem sempre 
conteúdo patrimonial. (art. 113, § 1º CTN). É o que o sujeito 
passivo paga ao Estado.
Acessória: decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (art. 
113, § 2º CTN).
A obrigação tributária principal corresponde a uma 
obrigação de dar, seu objeto é o pagamento do tributo, ou da 
penalidade pecuniária; as obrigações acessórias correspondem 
a obrigações de fazer (emitir uma nota fiscal), de não fazer (não 
receber mercadoria sem a documentação legalmente exigida), 
de tolerar (admitir a fiscalização de livros e documentos).
A não ser que a lei específica do tributo estabeleça 
de modo diferente, as convenções particulares, relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser 
opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do 
sujeito passivo das obrigações tributárias respectivas; podendo 
ser estipulados entre elas, a quem cabe a condição de sujeito 
passivo.
Assim, se o Estado for exigir o cumprimento de uma OT, 
vai fazer daquele que é legalmente responsável, independente 
se houver um terceiro que queira assumir a obrigação.
Existem tributos cuja legislação específi ca exclui ou restringe a faculdade 
de escolha, pelo sujeito passivo, de seu domicílio tributário; nos demais 
tributos, vigora a liberdade de escolha.
A liberdade de escolha não pode ser usada para impedir ou difi cultar 
a arrecadação ou fi scalização do tributo, pois neste caso poderá 
ser recusado o domicílio escolhido; ocorrendo a recusa, o domicílio 
tributário será o do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos 
atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Fato Gerador - FG
Conceito
Para dar início ao estudo do Fato Gerador, necessário se 
faz tecer alguns comentários dos momentos que antecedem a 
ocorrência do Fato Gerador.
Assim, podemos inicialmente falar da obrigação tributária 
a qual nada mais é do que o poder jurídico por meio do qual 
uma pessoa o sujeito ativo, pode exigir de outra pessoa, sujeito 
passivo uma prestação positiva ou negativa em face de uma lei.
Seu nascimento então se firma em 3 momentos: 
Surge abstratamente com a lei, onde Geraldo Ataliba 
utilizou pela primeira vez a denominação Hipótese de 
Incidência, posteriormente se efetiva na realização do Fato 
gerador e numa última etapa, é individualizada e quantificada 
pelo lançamento.
Assim quando coincide a previsão legal, no caso a 
hipótese de incidência com a realização efetiva do fato gerador 
prescrito nesta hipótese, nasce a Obrigação tributária.
Fontes da Obrigação Tributária
Em consequência do princípio da legalidade tributária, 
somente a lei, é a fonte única do direito Tributário.
É a lei que descreve uma situação hipotética, que uma 
vez, ocorrida na realizada, faz nascer a obrigação tributária.
Não resta a menor dúvida que o Fato Gerador vem a 
ser a mais importante das figuras do Direito Tributário. Tal 
importância reside na constatação de que somente após a 
sua ocorrência na realidade fática é que nasce a obrigação 
tributária.
Para definir o que venha a ser o FG é necessário classificar 
segundo a divisão preceituada no nosso CTN, especificamente 
nos artigos 114 e 115.
Assim, tem que o Fato Gerador da obrigação principal 
“é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência”.
O Estado cria a lei, mas somente poderia cobrar o tributo 
nela previsto quando acontecer o FG na realidade vivencial.
 Ex: No I.I. o FG é a entrada do produto estrangeiro 
no território nacional. Assim, a partir do momento que a 
mercadoria entra no território nacional foi praticado o FG.
 No I.E. o FG é a Saída de produto nacional para o 
exterior. Assim, a partir do momento que a mercadoria sai do 
território nacional foi praticado o FG.
Fato gerador da Obrigação Acessória de acordo com o 
artigo 115 “é qualquer situação quem, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que não 
Direito Aplicado II 32
configure obrigação principal”.
A obrigação tributária principal tem por objeto um dever 
de entregar dinheiro ao fisco a título de tributo ou penalidade 
pecuniária.
 Na obrigação acessória seu objeto é um dever de fazer 
ou deixar de fazer algo que não seja entregar dinheiro, pagar. 
Trata-se de deveres instrumentais de manter livros fiscais, 
preencher guias, apresentar declarações, tudo, sempre no 
interesse da arrecadação e fiscalização do tributo.
Ocorrência
Em qual momento ocorre efetivamente o Fato Gerador?
Temos a resposta no Art. 116 do CTN.
Salvo disposição de lei em contrário considera-
se ocorrido o fato gerador e existente seus 
efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o 
momento que se verifi quem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produzam os 
efeitos que normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação Jurídica, desde 
o momento em que estejam defi nitivamente 
constituídos, nos termos de direito aplicável.
No caso do inciso I a sua literalidade satisfaz plenamente, 
não sendo necessários maiores esclarecimentos.
Com respeito ao inciso II devemos nos alertar que 
certos negócios jurídicos podem estar sujeitos a cláusulas 
condicionais.
Em direito civil chamamos tais condições de:
Suspensivas – quando o negócio ou ato jurídico fica sem 
qualquer efeito até que re realize um evento incerto. 
 Ex: formatura de alguém.
Resolutórias – Quando o ato ou negócio jurídico é 
válido desde o instante em que as partes contratam e terá 
eficácia até que a circunstância a que se vincula o contrato 
venha a se extinguir. 
 Ex: pagar a mensalidade escolar até a conclusão dos estudos.
Critérios – Aspectos
Aqui gostaria de fazer alusão ao mestre Carvalho (2000) 
o qual criou a regra matriz de incidência, ou seja, a hipótese de 
incidência e sua consequência como segue o exemplo:
- Norma de incidência tributária do IPTU
Hipóteses:
a) critério material – ser proprietário de bem imóvel
b) critério espacial – no perímetro urbano no município 
de Dourados
c) critério temporal – no dia 1º de janeiro do ano civil
Consequências:
a) critério pessoal: a) sujeito ativo – fazenda municipalb) sujeito passivo – proprietário do imóvel
b) critério quantitativo: a) base de cálculo o valor venal
 b) alíquota x% 
Espécies:
Instantâneas – simples
São os fatos geradores que ocorrem num momento 
dado de tempo e que, cada vez que surgem, dão lugar a uma 
relação obrigacional autônoma. 
 Ex. a saída de produtos nacionais para o exterior é fato 
gerador instantâneo do imposto de exportação.
Complexivas - periódicas
São os fatos geradores cujo ciclo de formação se completa 
dentro de um determinado período de tempo e consistem 
num conjunto de fatos, circunstâncias ou acontecimentos 
globalmente considerados.
 Ex. as diversas rendas e proventos auferidos por um 
contribuinte durante um ano base constituem FG complexivo 
do Imposto de Renda.
Continuados – Renovam-se a cada ano.
 Ex: IPTU.
3 - Sujeitos, crédito tributário e lançamento
Sujeitos Ativo e Passivo da Obrigação Tributária 
No pólo ativo da relação jurídica obrigacional tributária, 
principal ou acessória, figura o titular do direito de exigir o 
cumprimento da obrigação, que é o seu sujeito ativo. Enquanto 
no pólo passivo figura o sujeito responsável em cumprir a OT.
Sujeito Ativo (Estado) X Sujeito Passivo (Contribuinte)
ESTADO
CONTRIBUINTE
www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi
Como a relação jurídica tributária pode ter por objeto 
tanto o pagamento de uma quantia em dinheiro como alguma 
prestação outra, de diversa natureza (por exemplo, prestar 
informação, escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.), 
podemos ter, na condição de sujeito ativo, a pessoa titular do 
direito de cobrar aquele pagamento ou a pessoa legitimada para 
exigir o cumprimento do dever formal ou acessório. Teremos, 
desse modo, o sujeito ativo da obrigação principal e o sujeito 
ativo da obrigação acessória.
Sua determinação se faz mediante a identificação da 
pessoa que pode exigir o cumprimento da obrigação.
Dada a circunstância de que o sujeito ativo é, na maior 
das vezes, o Estado, é usual, mesmo na linguagem técnica, 
chamá-lo de Fisco, Tesouro, Erário, Fazenda Pública (Federal, 
Estadual, Municipal).
Crédito Tributário - CT
Conceito: é do direito subjetivo do Estado de exigir 
do contribuinte o pagamento do tributo devido, derivado da 
relação jurídica tributária, que nasce com a ocorrência do Fato 
Gerador, na data ou no prazo determinado em lei; decorre 
da obrigação tributária e tem a mesma natureza desta; resulta 
da conjugação da lei, do Fato Gerador e do lançamento; as 
circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão 
33
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao fi nal da aula 06. Espera-se que 
agora tenha fi cado mais claro o entendimento de vocês 
sobre a aula. Vamos, então, recordar: 
Leiam o artigo de Paulo de Barros Carvalho, Para Uma 
Teoria da Norma Jurídica: Da teoria da norma a regra-matriz 
de incidência tributária. 
Vale a pena
Vale a pena ler
ou efeitos, ou as garantias ou privilégios a ele atribuídos, ou que 
excluem sua exigibilidade, não afetam a obrigação tributária 
que lhe deu origem.
Crédito regularmente constituído: é aquele tornado 
líquido, certo e exigível, por meio do lançamento.
* o crédito tributário somente poderá ser modificado, 
extinto, ou ter sua exigibilidade suspensa ou excluída nos casos 
legalmente previstos.
Lançamento
É o ato administrativo vinculado que verifica a ocorrência 
do Fato Gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação 
tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante 
do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível; o 
lançamento é constitutivo do crédito tributário, mas é apenas 
declaratório da obrigação.
Efeito temporal do lançamento: o lançamento impõe 
obrigação tributária desde a data do Fato Gerador, retroagindo no 
tempo; seus efeitos são “ex tunc”; ele será regido pela lei vigente 
à época da ocorrência do fato gerador, não sofrendo qualquer 
alteração em virtude de modificação ou revogação dessa lei.
Consequência jurídica para a Administração se não proceder ao 
lançamento destinado a arrecadar tributo sob sua responsabilidade: por 
ser ato administrativo vinculado, isto é, não tem a Administração opção 
de não praticá-lo, como no caso de ato administrativo discricionário; 
sendo vinculado, tem caráter obrigatório, sujeitando os funcionários 
públicos a crime de responsabilidade funcional, em caso de deixarem 
de efetuá-lo.
Alteração do lançamento: somente poderá ser alterado: 
a) por iniciativa do sujeito passivo, mediante impugnação, 
por via administrativa ou judicial; 
b) por recurso de ofício, de iniciativa do fisco, impetrado 
contra decisão judicial de primeira instância; 
c) por iniciativa de ofício da autoridade administrativa, 
para obedecer à determinação legal, para suprir a falta de 
declaração do sujeito passivo, ou em casos de irregularidades 
previsto em lei.
Modalidades de lançamento: de ofício, quando é feito 
por iniciativa da autoridade administrativa, independentemente 
de qualquer colaboração do sujeito passivo; por declaração é 
o que deve ser feito em atuação conjunta da Administração e 
do sujeito passivo da obrigação tributária, é feito em face de 
declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiros; por 
homologação é o que corresponde a tributo cuja iniciativa de 
apuração e de pagamento compete ao sujeito passivo, devendo 
ser homologado por parte da autoridade administrativa.
Utilização do lançamento por arbitramento: o 
lançamento por arbitramento é técnica a ser empregada tanto 
no lançamento por declaração quanto no lançamento por 
homologação, quando os documentos apresentados pelo 
sujeito passivo, ou suas declarações sejam omissas, incompletas, 
controversas ou indignas de fé. 
Aqui, quando ocorre uma destas situações, a autoridade 
competente arbitra o valor que ela entende ser correto.
Revisão de declaração: pode ser iniciada enquanto 
ainda não extinto o direito da Fazenda Pública, que decai no 
prazo de 5 anos, contado a partir do primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; feita a revisão e efetuado novo lançamento, passa a 
fluir novo prazo.
Espero que todos tenham aprendido muito nesta aula! 
Caso alguém tenha ficado com alguma dúvida, tenha alguma 
pergunta, choro ou lamentação, poderá entrar em contato 
através da plataforma no quadro de aviso/mensagens ou 
através da ferramenta fórum.
Um grande abraço e até a próxima aula, lembrando 
que se não tiverem dúvidas terão dívidas, pois a matéria será 
cobrada na prova!
A relação tributária surge da ocorrência de um 
fato previsto em uma norma como capaz de produzir esse 
efeito; a lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar 
uma relação entre alguém e o Estado; ocorrido o fato, nasce à 
relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito 
passivo) e o direito do Estado (sujeito ativo); suas fontes são 
a lei e o fato gerador. Este dever é chamado de Obrigação 
Tributária (OT).
Há duas espécies de OT. Obrigação tributária 
principal: tem por objeto, o pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária, tem sempre conteúdo patrimonial. (art. 113, § 1º 
CTN). É o que o sujeito passivo paga ao Estado; e Acessória: 
decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação 
ou da fiscalização dos tributos (art. 113, § 2º CTN).
Também não podemos esquecer do Lançamento, 
que é o ato administrativo vinculado que verifica a ocorrência 
do Fato Gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação 
tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante 
do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível; o 
lançamento é constitutivo do crédito tributário, mas é apenas 
declaratório da obrigação.
http://www.barroscarvalho.com.br/art_nac/teoria_
norma.pdf 
Vale a pena acessar
Vinculado: é quando o ato administrativo é obrigatório, ou seja, o agente 
público não pode optar por fazer ou não. Uma vez chegando a seu 
conhecimento ele é obrigado a realizar.

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