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Cinomose Etii O vírus da cinomose é um membro do gênero Morbillivírus, da família Paramyxoviridae. Ele apresenta diâmetro variável, relativamente grande (150 a 250 nanômetros), com um filamento de RNA negativo envolto em um nucleocapsídeo de simetria helicoidal e circundado por envelope de lipoproteína derivada da membrana celular, que contém glicoproteínas virais H (proteína de inserção) e F (proteína de fusão). Figura: Estrutura do vírus da cinomose. (E, envelope de lipoproteína; F, proteína de fusão; H, hemaglutinina (neuraminidase); L, proteína grande; M, proteína da matriz; N, nucleocapsídio; P, polimerase proteica.) O VC é suscetível à luz ultravioleta, embora a proteína circundante ou os antioxidantes do ambiente ajudem a protegê-lo da inativação. Extremamente sensível ao calor e ao ressecamento, o VC é destruído por temperaturas de 50 a 60ºC em 30min. Em tecidos excisados ou secreções, ele sobrevive por pelo menos 1h a 37ºC e por 3h a 20ºC (temperatura ambiente). Em climas quentes o VC não persiste em canis após a retirada dos cães infectados. O tempo de conservação e sobrevida do VC é maior em temperaturas frias. O VC não é uma doença exclusiva do cão, ele também pode infectar carnívoros terrestres como panda-pequeno, coiote, furão, gambá, quati, ursos, leões, guepardos e diversos outros. Epiola A propagação viral ocorre 7 dias após a inoculação experimental (pós-inoculação). O VC, mais abundante nos exsudatos respiratórios, comumente dissemina-se por exposição a aerossóis ou gotículas respiratórias, mas não pode ser isolado da maioria dos outros tecidos e secreções corporais, inclusive a urina. O vírus pode ser excretado até 60 a 90 dias após a infecção, embora períodos mais curtos de propagação sejam mais típicos. Embora a imunidade à virulência do VC seja prolongada ou dure pelo resto da vida, não é absoluta após a vacinação. Cães que não recebem a imunização periódica podem perder a proteção e infectar-se após estresse, imunossupressão ou contato com indivíduos doentes. Embora a maioria dos cães recuperados elimine completamente o vírus, alguns cães podem continuar a abrigá-lo no SNC. Há relatos de que a prevalência, a mortalidade e as sequelas da doença em cães braquicefálicos são menores se comparadas às de cães de raças dolicocefálicas. Cine Acas Cíic Sin Sitês Os sinais sistêmicos de cinomose variam, dependendo da virulência da cepa viral, das condições ambientais, da idade e da imunidade do hospedeiro. Mais de 50% das infecções pelo VC são subclínicas. Formas brandas da doença clínica também são comuns, e os sinais incluem inquietação, queda do apetite, febre e infecção do trato respiratório superior. A secreção serosa oculonasal bilateral pode tornar-se mucopurulenta, com tosse e dispneia. A cinomose generalizada grave é a forma comumente reconhecida da doença e pode ocorrer em cães de qualquer idade. No entanto, é mais comum em cães não vacinados e em filhotes expostos de 12 a 16 semanas de idade que tenham perdido seus anticorpos maternos, ou mais jovens que tenham recebido concentrações inadequadas desses anticorpos. É provável que a resposta febril inicial em infecções naturais passe despercebida. O primeiro sinal de infecção é um conjuntivite discreta, serosa a mucopurulenta, seguida em poucos dias por tosse seca que rapidamente torna-se úmida e produtiva. O aumento dos sons respiratórios no tórax pode ser ouvido à auscultação. A depressão e anorexia são seguidas por vômitos, em geral sem relação com a alimentação. Em seguida ocorre diarreia, cuja consistência varia de líquida a francamente sanguinolenta e mucosa. Pode haver tenesmo e ocorrer intussuscepção. Desidratação grave e emaciação podem resultar de adipsia e perda de líquido. Os animais podem ter morte súbita em decorrência de doença sistêmica, mas o tratamento pode diminuir os riscos em muitos casos. Sin Nelóis Em geral os sinais neurológicos começam 1 a 3 semanas após a recuperação da doença sistêmica, mas não há como prever quais cães terão distúrbios neurológicos. Os sinais neurológicos também podem coincidir com doença multissistêmica ou, menos comumente, podem ocorrer semanas a meses mais tarde. Em geral, os sinais neurológicos desenvolvem-se sem sinais extraneurais ou com alguns muito leves. Cães adultos ou parcialmente imunes previamente vacinados e sem antecedentes da doença sistêmica podem desenvolver subitamente sinais neurológicos que, se agudos ou crônicos, são tipicamente progressivos. Figura: Vista microscópica da pele de um cão com cinomose. Há grande quantidade de antígeno viral nas células epidérmicas. Cine Figura: Hiperqueratose nasal em um cão com cinomose sistêmica. Figura: Hipoplasia do esmalte caracterizada por irregularidades na superfície dentária em um cão adulto que sobreviveu à cinomose neonatal. Ineçõs Nois Filhotes jovens infectados com o VC antes da erupção da dentição permanente podem sofrer dano grave do esmalte, da dentina ou das raízes dos dentes. Digóto Na prática, o diagnóstico de cinomose baseia-se primordialmente na suspeita clínica. Nem sempre estão disponíveis exames laboratoriais para confirmar a suspeita de infecções pelo VC; por isso, o veterinário precisa confiar em achados inespecíficos de procedimentos laboratoriais rotineiros. Trano Apesar dos grandes avanços na pesquisa da cinomose, foram feitas apenas alterações mínimas nas recomendações terapêuticas. Embora de suporte e inespecíficas, as metas do tratamento frequentemente são benéficas porque reduzem a mortalidade. Cães com infecções do trato respiratório superior devem ser mantidos em ambientes limpos, aquecidos e sem dejetos. As secreções oculonasais devem ser limpas da face. O fornecimento de alimentos, água e medicações ou líquidos por via oral ao animal deve ser interrompido se houver vômitos e diarreia. Preçã A prevalência da cinomose é baixa com os esquemas vacinais praticados. A imunidade à infecção natural pelo VC é considerada a longo prazo e a imunidade duradoura mais a homogeneidade imunológica do vírus possibilitaram a prevenção da doença com a vacinação. A imunidade após recuperação da infecção natural ou após a aplicação de um reforço da vacina pode persistir por anos. Tal proteção pode ser adequada, a menos que o cão seja exposto a uma cepa altamente virulenta do vírus ou a grandes quantidades dele, seja submetido a estresse ou fique imunocomprometido. Cine Após uma única vacinação contra a cinomose, filhotes caninos podem não desenvolver naturalmente imunidade permanente. Portanto, apesar da ausência de interferência dos anticorpos maternos, devem ser administradas pelo menos duas doses da vacina a intervalos de 2 a 4 semanas ao se vacinarem pela primeira vez neonatos privados do colostro e cães com mais de 16 semanas de idade. Conl o Abe O VC é um vírus estreitamente relacionado aos desinfetantes comuns. Animais infectados são a fonte primária do vírus; por isso, devem ser separados de outros cães sadios. Em geral, os cães eliminam o vírus nas suas secreções por 1 a 2 semanas após a doença sistêmica aguda. Os que se recuperam mais tarde ou desenvolvem sinais neurológicos (sem doença sistêmica) podem continuar eliminando o vírus.
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