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Aula 8 O pensamento econômico e a globalização

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Disciplina: Economia Empresarial
Aula 8: O pensamento econômico e a globalização
Apresentação
Nesta aula, estudaremos três principais vertentes do pensamento econômico — os
liberais, os marxistas e os keynesianos — e destacar seus representantes como
pensadores das referidas teorias.
Apresentaremos as características de cada escola, estabelecendo um comparativo
entre elas, situando-as nos períodos temporais nas quais foram concebidas.
Em seguida, analisaremos a importância do comércio internacional para o
crescimento econômico dos países e as principais teorias do comércio internacional e
seus formuladores. Estudaremos o conceito de globalização e a importância das
organizações internacionais na sua constituição.
Objetivos
Comparar o pensamento das escolas liberal, marxista e keynesiana;
Avaliar o que é a globalização e analisar a importância do comércio exterior para
as economias nacionais;
Identificar as principais organizações que formam o sistema internacional de
comércio contemporâneo.
Principais vertentes do
pensamento econômico
Podemos definir as seguintes correntes, como as mais representativas do
pensamento econômico, elencadas de acordo com seus idealizadores:
Segunda metade do século XVIII e primeira metade do
século XIX
Adam Smith e seus seguidores
Segunda metade do século XIX e século XX
Karl Marx
Século XX
John Maynard Keynes
Essas três escolas têm desempenhado papéis
marcantes na elaboração da teoria
macroeconômica, apresentando
posicionamentos diferenciados quanto ao papel
do Estado.
Adam Smith — a Escola Liberal
Clássica
A Escola Clássica considera que a explicação da Economia está centrada no
mercado. Um conjunto de novas ideias fundamentadas em novos princípios
coincidiu com a Revolução Industrial, com a guerra de Independência dos
Estados Unidos e com a Revolução Francesa.
Passou-se a não aceitar que os governos regulassem todos os aspectos da
vida econômica e social. Começou a circular a ideia de que era natural e
conveniente não houver qualquer intervenção do Estado. A riqueza das nações
(1776), trabalho escrito por Adam Smith, constituiu uma crítica aos controles
exercidos pelos governos mercantilistas.
Na obra, encontram-se as bases para a compreensão de como funcionam as
economias de mercado. Ele construiu os alicerces da teoria econômica clássica
e descreveu os fundamentos dos sistemas de livre empreendimento, nos quais
a propriedade dos meios de produção é privada e o mercado atua como centro
de coordenação do processo econômico.
De início, as doutrinas centravam-se sobre a ideia de individualismo, segundo
a qual o indivíduo era o objeto principal do interesse social e não o governo.
Surgiu o laissez-faire, expressão que implica a não
interferência do governo na vida econômica da sociedade.
Apareceu também o conceito de mão invisível do mercado,
preconizando que o automatismo das forças de mercado
substituiria as ordens emanadas pelo governo.
Princípios interdependentes da
escola Liberal Clássica
Em síntese, as proposições da corrente liberal e, consequentemente, da
economia de mercado, fundamentam-se em quatro princípios
interdependentes:
O individualismo
A racionalidade do homem econômico
O automatismo da força de mercado
Os ajustamentos pela concorrência
Em consequência, o pensamento liberal propôs o fim das práticas
intervencionistas e estabeleceu como traços dominantes da ordem econômica:
Interferência mínima do governo nos mecanismos de livre mercado
Propriedade privada dos meios de produção
Livre iniciativa industrial
O mercado como centro da coordenação da economia
Em consequência, o pensamento liberal propôs o fim das práticas
intervencionistas e estabeleceu como traços dominantes da ordem econômica:
Proteger a sociedade da agressão e invasão de outras sociedades
independentes
Proteger cada membro da sociedade da injustiça e opressão, praticando a
justiça
Edificar e manter obras públicas que não fossem do interesse de outros
agentes econômicos
Para os clássicos, a riqueza de uma nação era representada pela quantidade
de bens e serviços à disposição da comunidade (quanto maior o volume,
maior a riqueza). Eles consideravam todas as atividades produtivas
importantes para a promoção da riqueza nacional.
Herdando dos fisiocratas a ideia do laissez-faire, laissez-passer, os clássicos
acreditavam na eficiência do mercado regido pelo sistema de preços.
Consideravam a economia autoajustável, tendendo para o equilíbrio sem a
intervenção governamental.
A Escola Marxista – Marx e a
crítica ao capitalismo
Na segunda metade do século XIX, começaram a surgir críticas, identificando
o fracasso do liberalismo em corresponder às suas expectativas otimistas de
atingir o bem-estar econômico geral.
Segundo os liberais, a eliminação de restrições governamentais às atividades
econômicas levaria a um progresso imediato e universal das condições
materiais de vida. Embora a riqueza, nessa época, tivesse aumentado num
ritmo sem precedentes, bem como o aumento do consumo, mostrou-se que
alguns dos benefícios da Revolução Industrial foram mal distribuídos.
Grandes desigualdades econômicas foram geradas nesse processo,
evidenciando que o progresso econômico não estava sendo compartilhado por
todos. O socialismo surgiu como resposta a esta constatação.

Saiba mais
Karl Marx redigiu O Capital, partindo de pressupostos clássicos. Definiu a
parcela do produto nacional resultante do trabalho e que seria
“indevidamente apropriada por empresários capitalistas”. Construiu um
novo modelo teórico cujas principais variáveis eram: o trabalho
socialmente necessário, o capital constante, o capital variável, a
composição orgânica do capital e a taxa de lucros, a qual denominou de
mais valia .1
Acreditava no trabalho como determinante do valor, como Adam Smith,
mas era hostil ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois
considerava que o trabalhador era explorado pelos capitalistas.
Mais valia
O conceito de mais valia refere-se à diferença entre o valor das mercadorias
que os trabalhadores produzem em certo período de tempo e o valor da força
de trabalho vendida aos capitalistas que a contratam. A apropriação do
excedente produtivo (a mais valia) pode explicar o processo de acumulação e
a evolução das relações entre as classes sociais (burguesia e proletariado).
O modelo marxista salientou os fundamentos das condições antagônicas da
repartição da riqueza e as razões das perturbações da economia liberal.
Procurou evidenciar, por uma linha determinista de raciocínio, que a economia
de mercado caminharia para um colapso inevitável.
Os socialistas postulavam que as instituições básicas do liberalismo, tais como
a liberdade de empreender, a livre concorrência e a propriedade privada dos
meios de produção, eram responsáveis pelas desigualdades na repartição da
renda social e pelas crises econômicas. Eliminar estas instituições e substituí-
las por outras sintetizava o objetivo da escola marxista. Os meios de produção
deveriam pertencer à sociedade.
Nessa teoria, o governo teria ação direta e intervencionista, promovendo a
justa remuneração dos fatores de produção e eliminando as desigualdades
sociais. As metas que seriam atingidas seriam compatíveis com as reais
necessidades coletivas. As características predominantes das economias ditas
de comando central eram:
1
Propriedade coletiva dos meios de produção.
2
Restrições à liberdade de empreender.
3
1
Justaposição dos poderes político e econômico, assumindo, o governo, o papel
de agente econômico central, ou seja, toda iniciativa econômica é centralizada
e o mercado é substituído por centrais de planificação.
4
Soberania do planejador que define as prioridades sociais e mobiliza o sistema
econômico para realizá-las, substituindo a do consumidor, tendo por
motivaçãoa eficácia alocativa e a justiça distributiva.

Saiba mais
No século XX, após a Primeira Guerra Mundial, em 1922, foi criada a
URSS — União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Nos anos 1990, as economias ditas de comando central assumiram
formas mais flexíveis de condução do processo econômico para
instituições menos radicais. Em praticamente todas essas
economias, embora em graus variados, restabeleceram-se
mecanismos descentralizados de coordenação econômica. Ocorreu
um processo de desburocratização. A liberdade de iniciativa e a
propriedade dos meios de produção passaram a ser readmitidos.
A Teoria Keynesiana
Segundo os clássicos, a economia de mercado era autorregulável e tendia
quase que automaticamente para o pleno emprego. O desemprego era
sempre de caráter transitório e explicável pelas flutuações naturais do ciclo de
negócios que caracteriza a economia capitalista.
Em um cenário de crise, recessão e desemprego, nos países desenvolvidos,
após o crack da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, Keynes buscou
respostas e explicações alternativas para enfrentar esses problemas. Keynes
procurou mostrar que o equilíbrio em uma situação de pleno emprego era
apenas uma das situações possíveis e que, provavelmente, o equilíbrio dar-se-
ia em uma situação na qual houvesse desemprego no mercado de trabalho.
2
O trabalho de Keynes foi um marco e permitiu um grande desenvolvimento da
teoria macroeconômica. A Macroeconomia atualmente ensinada inspirou-se
em Keynes, mas tem um enfoque diferente, baseando-se em modelos nos
quais os economistas tentam representar a realidade por meio do
estabelecimento de funções matemáticas entre as diversas variáveis
econômicas.
Keynes
John Maynard Keynes (1883-1946) revolucionou a forma de pensar dos
economistas sobre Macroeconomia ao publicar, em 1936, a Teoria geral do
emprego, do juro e do dinheiro.

Atenção
Tanto a teoria keynesiana quanto a marxista representam rupturas com a
teoria liberal, mas de modo diferente.
A teoria marxista removia as bases político-institucionais do sistema
econômico, e o Estado assumia a propriedade dos meios de produção.
Já a keynesiana estabelecia novas funções para o governo sem, contudo,
colocá-lo como agente econômico, preservando o setor privado na
economia. O papel do governo seria o de estabelecer políticas monetárias
e fiscais corretivas para os problemas encontrados.
Princípios da Teoria Keynesiana
1
A economia de mercado em situação de equilíbrio pode não estar realizando
as condições definidas do pleno emprego. Nada garante que o pleno emprego
se realiza sempre e autonomamente, dada a multiplicidade e heterogeneidade
de fatores que determinam a procura efetiva;
2
2
A legitimação da ação do governo como agente regulador da procura efetiva,
notadamente quando há insuficiência de gastos, recessão e desemprego;
3
A moeda não é considerada neutra. A procura por moeda não se limita às
necessidades de transação dos agentes econômicos, assumindo a moeda o
papel de ativo desejado como reserva de valor, podendo ser guardada para
fins especulativos de ganhos de capital;
3
A elucidação dos fatores determinantes da procura e oferta agregada com
ênfase nas funções de consumo e investimento.
3
A inflexibilidade dos preços e salários. Keynes considerava que as
imperfeições da concorrência, o poder de monopólio em alguns setores da
economia, as leis trabalhistas e o poder de negociação dos sindicatos de
trabalhadores contrariavam a hipótese dos clássicos de flexibilidade dos
preços e salários.
Um importante postulado do modelo keynesiano diz que as firmas produzirão
a quantidade de bens e serviços que os homens de negócio acreditam que
consumidores, investidores, governos e o setor estrangeiro (exportações
menos importações) planejam comprar. Assim, ocorrerá o equilíbrio quando a
despesa total for igual ao produto. O equilíbrio keynesiano não precisa ocorrer
necessariamente no nível de produção do pleno emprego.
Os formuladores de política econômica podem aumentar a demanda agregada
e estabilizar a economia por meio da política monetária (o aumento na oferta
de moeda reduz a taxa de juros para qualquer nível de preços dado). Outro
recurso a ser utilizado é o uso da política fiscal (aumento das compras de
governo ou redução de impostos).

Saiba mais
Keynes argumentava que, em uma economia em depressão, era pouco
provável que os empresários elevassem os seus investimentos.
A proposta de Keynes para que a economia alcançasse o pleno emprego,
era a de que o governo aumentasse os seus gastos. O aumento dos
gastos governamentais aumentaria a demanda agregada, que
aumentaria a produção, que, por sua vez, faria com que o pleno emprego
da mão de obra pudesse ser atingido.
Esse é o pano de fundo para entendermos as principais discussões sobre
Economia que acontecem na mídia. Elas se tornam mais acirradas à medida
que se amplia o espaço econômico, agora definido pela globalização. Assim,
para completarmos o quadro que contextualiza as interpretações teóricas e a
própria atuação dos governos, devemos examinar mais detalhadamente o
ambiente econômico internacional.
Atividade
1. Associe a teoria e o papel do governo na economia selecionando o
número correspondente ao pensador econômico.
a) Papel intervencionista corretivo do governo
b) Papel regulador do governo
c) Papel interventor do governo e propriedade coletiva dos meios de
produção
A importância do comércio exterior
para os países
O comércio internacional pode ser definido como o conjunto de operações
entre países onde há intercâmbio de bens e serviços ou movimento de
capitais.
Ele é regido por normas e regras resultantes de acordos
negociados em instituições internacionais, como a
Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Câmara de
Comércio Internacional (CCI).
Razões pelas quais os países comercializam
entre si:
Os países possuem diferentes dotações de recursos
naturais
Alguns países dispõem de recursos naturais que os outros não têm,
como, por exemplo, o petróleo.
O fator terra influencia na produção, pois alguns países
possuem extensão territorial maior que outros
Alguns países são extensos, o que facilita o cultivo de maiores áreas
agrícolas e a obtenção de maior diversidade de produtos. Outros têm
dimensões territoriais pequenas e têm mais dificuldade de produzir vários
artigos diferentes.
As condições climáticas favorecem ou dificultam a
produção nos diferentes países
Existem produtos favorecidos por climas mais frios e outros que
necessitam de temperaturas mais quentes.
A assimetria entre os países influencia na produção,
pois os atributos construídos são diferentes em cada
país
São os chamados “atributos construídos”. A combinação dos fatores de
produção, a invenção tecnológica e o espírito empreendedor também
diferenciam os países. Nações mais industrializados têm produção mais
diversificada do que os menos industrializados.
Somam-se às dotações de recursos naturais e
aos atributos construídos os seguintes
benefícios do aumento das trocas
internacionais e do aumento da
interdependência entre os países:
Especialização no processo produtivo
Permite aos países produtores obter ganhos de escala e menores custos
de produção. Quando um país fabrica grandes quantidades de um
produto, ele se beneficia de custos menores de produção, já que utiliza
enormes plantas para elaborar determinado produto.
Ganhos de eficiência
Resultam dos maiores graus de abertura e de concorrência entre os
países.
Mudanças qualitativas nos padrões vigentes da
tecnologia de produção e a aceleração do ritmo das
inovações
Trazidas pela maior exposição dos países à concorrência internacional.
Maior diversificação de produtos
Trazida pelo comércio internacional, acarretando mudanças positivas nos
padrões de vida das populações dos países.Globalização
Envolve o acirramento da concorrência entre grandes grupos multinacionais
gerados, por exemplo, pelo crescimento significativo das tecnologias da
informação (telecomunicações e microeletrônica) e a difusão de novas
tecnologias.
Para que a globalização seja efetivada, existem alguns pré-requisitos e,
juntamente com esse processo, surgem algumas consequências ao comércio
internacional. Vamos observá-los.
São pré-requisitos da globalização:
1
A consolidação dos processos de integração econômica e política entre as
nações. Um exemplo é a formação de blocos econômicos para facilitar e
tornar mais atrativas as relações comerciais entre os países do bloco, tais
como: União Europeia, Mercosul, NAFTA, entre outros.
2
O crescimento das transações mundiais, exercidas por empresas de grande
porte, que ultrapassam as fronteiras dos países.
3
O avanço tecnológico em áreas chaves para a atuação global: Transporte,
Informática e Telecomunicação.
3
A desregulamentação e liberalização: os governos dos países têm buscado
melhorar a competitividade retirando, por exemplo, barreiras protecionistas
para facilitar o comércio internacional. O protecionismo é um conjunto de
políticas econômicas destinadas a estimular e proteger a produção interna de
mercadorias e serviços contra a concorrência externa.
Podemos citar como consequências da globalização para o comércio
internacional, mencionadas pelos seus entusiastas, por um lado, e pelos seus
críticos, por outro:
1
A melhoria do padrão de vida em escala mundial, como ocorreu com os países
chamados de Tigres Asiáticos, que se beneficiaram do processo de
globalização, passando de países exportadores de produtos agrícolas para
exportadores de produtos manufaturados de alta tecnologia (automóveis,
computadores e eletrônicos, em geral).
2
O aumento do desemprego estrutural em muitos países, já que o avanço
tecnológico decorrente da globalização requer mão de obra qualificada,
marginalizando uma parcela significativa de trabalhadores.
3
A desnacionalização do setor produtivo, principalmente dos países
emergentes, decorrente da concentração da produção e do comércio em
grandes empresas multinacionais.
3
A necessidade do Estado de regulamentar e fiscalizar o mercado (grandes
grupos), de forma a proteger os consumidores e as empresas com menor
poder de barganha.
Organizações internacionais
Diante dos processos de globalização e de desenvolvimento do comércio
internacional, houve a necessidade de se criar Organizações Internacionais
para regular as relações estabelecidas entre os países. No período pós-guerra
e até os anos recentes, foram criadas três instituições econômicas de
destaque no cenário mundial. São elas:
Fundo Monetário Internacional (FMI)
Fundado em 1944, tendo como meta promover a cooperação monetária
entre as nações e ajudar a resolver seus problemas conjunturais de
balanço de pagamentos, mediante financiamento. Ele estimula a
expansão e o desenvolvimento do comércio internacional, a estabilidade
cambial e permite aos países membros a utilização de recursos do FMI —
os Direitos Especiais de Saque.
Banco Mundial
Também conhecido como Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), foi criado em 1944. Ele é um organismo
fornecedor e captador de crédito para investimentos produtivos em
países subdesenvolvidos a ele filiados, sem visar lucros. O país
interessado em receber recursos deve fazer um projeto avalizado pelo
governo ou pelo Banco Central do país. A execução do projeto é
fiscalizada pelo Banco Mundial.
Organização Mundial de Comércio
Substituiu, em 1995, o Acordo Geral de Tarifas de Comércio (GATT), que
tratava da redução das restrições ao comércio internacional e da
liberação do comércio multilateral.
A OMC é responsável pela estruturação de um conjunto de regras e
instituições que regulam o comércio internacional e encaminham a
resolução de conflitos entre os países. Tem como objetivos:
a redução de barreiras comerciais;
a não discriminação comercial entre os países;
a compensação aos países prejudicados por aumentos nas tarifas
alfandegárias;
a arbitragem dos conflitos comerciais.
Práticas desleais de comércio
exterior e defesa comercial
Algumas práticas são consideradas desleais no comércio internacional, quando
têm por finalidade desestimular ou eliminar a indústria local dos países. Em
geral, essas práticas não são integradas em um sistema normal de
concorrência, e podem levar à extinção de determinados setores da indústria
atingida.
Essas práticas se manifestam, normalmente,
por meio do dumping e do subsídio.
Dumping
Consiste em exportar uma mercadoria para outro país por um preço abaixo do
“valor normal”, ou seja, inferior ao seu custo de produção ou àquele praticado
internamente no país exportador.
Subsídios
É a concessão de um benefício na hipótese de sustentação de renda ou de
preços que contribua para aumentar exportações ou reduzir importações. Ou,
ainda, quando há contribuição do governo do país no país exportador. Leia
mais .3
Leia mais
Dentre as formas mais usuais de medidas de subsídio às exportações,
podemos citar:
tarifas de transporte interno e fretes para exportação mais favoráveis;
concessão de financiamentos governamentais;
fornecimento pelo governo de produtos importados para uso, na
produção de mercadorias exportadas;
isenção ou redução de impostos e encargos sociais;
concessão de prêmios às exportações.
As medidas de dumping e subsídios fazem com que os custos dos produtos
exportados sejam reduzidos, favorecendo sua entrada nos países
importadores, a preços mais competitivos que os dos produtores locais.

Saiba mais
Os países importadores normalmente tentam se defender das práticas
desleais de comércio, sobretaxando os produtos importados (“medidas
antidumping”) ou restringindo temporariamente sua entrada no país
(“salvaguarda”).
Principais teorias do comércio
internacional
Tudo o que vimos sobre o comércio internacional foi construído baseado em
teorias sobre as trocas internacionais. As principais teorias, são:
Teoria mercantilista ou das vantagens unilaterais
3
Segundo os mercantilistas, a quantidade de metais preciosos possuída
por uma nação reflete sua riqueza. A atividade econômica comercial pode
ser definida como um jogo de soma zero: um país ganha e o outro
perde. A balança comercial deve ser sempre positiva, ou seja, quando as
exportações aumentam, os países acumulam mais ouro. Por isso,
existiria a necessidade de regulamentação da atividade econômica pelos
governos.
Teorias clássicas ou dos benefícios recíprocos
Teve início com a teoria das vantagens absolutas de Adam Smith. Este
considerava que a especialização da produção, impulsionada pela divisão
do trabalho na área internacional e pelas trocas efetuadas no mercado
internacional, contribuía para o aumento do bem-estar das populações.
Para Adam Smith, a referência é o local com características mais
favoráveis à produção de determinada mercadoria, ou seja, cada país
deveria se concentrar na produção somente das mercadorias para as
quais tivesse mais aptidão.
Já para David Ricardo (teoria das vantagens comparativas), a referência
utilizada, além do local com características mais favoráveis à produção
de determinada mercadoria, deveria levar em conta a garantia de uma
balança comercial equilibrada entre os países, denotando uma
preocupação com a continuidade da relação comercial.
Dessa forma, cada país deveria se concentrar em mercadorias que
apresentassem mais vantagem absoluta e menos desvantagem
comparativa entre si.
A corrente estruturalista
Criticou as teorias clássicas com base no pressuposto de que os países
usufruíam de vantagens bilaterais simétricas, diante de evidências de
que os ganhos de comércio exterior não se dividiam igualmente entre os
países industriaisde alta renda (do centro) e os de baixa renda,
exportadores de matérias-primas (da periferia).
Ocorria uma deterioração das relações de troca evidenciadas em ganhos
assimétricos de comércio exterior, ampliando as distâncias entre os
países mais ricos (do centro) e os mais pobres (da periferia). Essas
teorias foram desenvolvidas por Raúl Prebisch, Paul Singer e Celso
Furtado. Esta corrente não se limitou à revisão teórica e propôs
estratégias para os países afetados pela deterioração das relações de
troca: os modelos de substituição de importações de forte conteúdo
nacionalista, ancorado em medidas de forte conteúdo protecionista.
Competitividade internacional entre países
Mais recentemente, as abordagens teóricas centraram-se na
competitividade internacional entre países. Michael Porter (1985) iniciou
uma nova etapa no estudo teórico do comércio internacional, ao
introduzir o conceito de vantagem competitiva em substituição ao
conceito de vantagem comparativa.
Segundo Porter, o único conceito que explica a competitividade das
nações é o da produtividade nacional, que corresponde ao rendimento
produzido por unidade de trabalho ou de capital. Nenhum país é
competitivo em todos os setores, mas apenas em alguns que designa
como clusters, no interior dos quais as empresas concorrem de forma
global.
Teorias baseadas em recursos e vantagens de recursos
As mais novas teorias preconizam que a integração dos mercados não se
coaduna com as hipóteses de concorrência perfeita que amparavam as
teorias mais antigas. S. D. Hunt (2002) desenvolveu as teorias baseadas
em recursos e vantagens de recursos. Esta teoria postula que as firmas
se diferenciam mais pela exclusividade de seus recursos que pelas
características de sua estrutura.
Atividades
2. Analise as opções abaixo e assinale a que apresenta a instituição
internacional que arbitra conflitos internacionais de natureza comercial:
 a) Fundo Monetário Internacional
 b) Banco Mundial
 c) Câmara de Comércio Internacional
 d) Organização Mundial de Comércio
 e) UNCTAD
3. Analise as opções abaixo e assinale a que apresenta as práticas
desleais do comércio internacional:
 a) Dumping e medidas compensatórias
 b) Dumping e subsídios
 c) Salvaguardas e medidas compensatórias
 d) Dumping e salvaguardas
 e) Financiamento do governo
4. Analise as alternativas abaixo e marque a que associa de forma
incorreta o autor e a teoria elaborada por ele sobre o comércio
internacional:
 a) Adam Smith e teoria das vantagens absolutas.
 b) Ricardo e teoria das vantagens comparativas.
 c) Stuart Mill e substituições de importações.
 d) Celso Furtado e deterioração das relações de troca.
 e) Porter e competitividade.
Notas
INSERIR TÍTULO AQUI
INSERIR TEXTO AQUI
Referências
1
MANKIW, N Gregory. Princípios da macroeconomia. São Paulo: Cengage Learning,
2009, cap. 21.
ROSSETTI, João Paschoal. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 1997, cap. 6.
SOUSA, José Meireles de. Fundamentos do comércio internacional. v. 2. São
Paulo: Saraiva, 2009.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval. Economia micro e macro. São Paulo:
Atlas, 2002, cap. 8.
Próximos Passos
O mercado monetário e as funções da moeda;
A determinação da taxa de juros;
O balanço de pagamentos e o mercado de câmbio.
Explore mais
Na página do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
<http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/negociacoes-
internacionais> você encontrará muitas informações interessantes sobre
organismos e acordos internacionais, na área de comércio, de que o Brasil faz parte.

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