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Alimentação infantil - P1

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Alimentação infantil 
OBJETIVOS: 
1. Caracterizar o aleitamento materno: 
• Produção (hormônios e ejeção) 
• Duração 
• Pega correta 
• Composição do leite 
• Diferença entre os tipos de leite 
• Importância 
• Fórmulas 
2. Relacionar a alimentação e as 
necessidades nutricionais por faixa 
etária: 
• Criança 
• Pré-escolar 
• Escolar 
• Adolescente 
3. Caracterizar a suplementação 
alimentar: 
• Vitamina D 
• Ferro (sintomas, diagnóstico e 
tratamento) 
ALEITAMENTO MATERNO: 
à Protege a mãe e a criança contra 
algumas doenças e promove o 
desenvolvimento cognitivo e emocional da 
criança e o bem-estar físico e psíquico da 
mãe e do bebê. 
Podem ser classificados: 
• Aleitamento exclusivo: quando a 
criança recebe somente leite 
materno (da mama, ordenhado ou 
humano de outra fonte), sem 
outros liquidos e sólidos. 
• Aleitamento materno 
predominante: quando a criança 
recebe além do leite materno, 
água, bebidas à base de água 
(chás, bebidas doces e sucos) 
• Aleitamento complementado: 
quando a criança recebe, além do 
leite materno, alimentos 
complementares, definidos como 
qualquer alimento solido ou 
semissólido. O termo 
‘’suplemento’’ tem sido utilizado 
para água, chá e ou leite de vaca, 
cabra. 
• Aleitamento misto ou parcial: 
quando a criança recebe além do 
leite da mãe, outros tipos de leite. 
àA OMS e o Ministério da Saúde e a 
Sociedade Brasileira de Pediatria, 
recomendam o aleitamento materno no 
mínimo ate os dois anos de idade, sendo de 
forma exclusiva até os 6 meses. 
à O desmame ocorre de forma natural. 
à O aleitamento por mais de dois anos é 
muito nutritivo e vantajoso pela proteção 
contra doenças infecciosas. 
O aleitamento materno exclusivo até os 6m 
é vantajoso, pois, os alimentos 
complementares podem ser prejudiciais à 
saúde de uma criança com menos de 6m, 
como por exemplo, grandes chances de 
infecção intestinal e doenças respiratórias. 
• A introdução precoce de 
alimentos, também diminui a 
duração do AM, interfere na 
absorção de nutrientes existentes 
no leite, como ferro e zinco, além 
de reduzir a eficácia da lactação 
na prevenção de novas gestações. 
à O aleitamento materno é vantajoso e 
superior as outras formas de alimentação, 
pois: 
• Reduz a mortalidade infantil em 
13% em crianças menores de 5 
anos, por causas ‘’básicas’’ 
• A amamentação na primeira hora 
de vida, reduz o risco de morte 
neonatal 
• Redução da incidência e 
gravidade da diarreia 
• Redução da morbidade por 
infecção respiratória: o leite tem 
proteção contra infecções 
respiratórias e otite media. 
• Reduz o risco de alergias e asma 
• Reduz o risco de doenças 
crônicas, chance de obesidade, 
diabetes tipo 2, pressão sistólica e 
diastólica mais baixas e níveis 
menores de colesterol total. 
• Melhor nutrição, pelo leite ser da 
própria espécie, o leite contém 
todos os nutrientes necessário 
para o crescimento e 
desenvolvimento da criança, 
além de ser mais bem digerido. 
• Melhor desenvolvimento 
cognitivo e inteligência 
• Melhor desenvolvimento da 
cavidade bucal: a retirada 
precoce do seio faz com que 
diminua o desenvolvimento 
motor-oral harmônico, 
prejudicando o alinhamento 
adequado dos dentes, mastigação, 
deglutição, respiração e fala. 
• Proteção na mãe que amamenta, 
diminui riscos de câncer de 
mama e ovário e o 
desenvolvimento de diabetes tipo 
2, além de ter efeito 
anticoncepcional. 
• Economia 
• Promoção do vinculo afetivo 
mãe-bebê, a amamentação traz 
benefícios psicológicos pata os 
dois, por ter intimidade e afeto, 
gerando segurança e proteção na 
criança e autoconfiança na 
mulher como mãe 
à O apoio paterno é muito importante na 
amamentação, por diminuir o risco da mãe 
largar o aleitamento. 
PRODUÇÃO DO LEITE: 
à O leite é secretado nos alvéolos por uma 
cadeia única de células epiteliais altamente 
diferencias e é conduzido ate o exterior por 
uma rede de ductos. 
à Durante as mamadas, quando o reflexo 
de ejeção do leite está ativo, os ductos sob 
a aréola se enchem de leite e dilatam. 
à A mama é preparada para a lactação sob 
a ação de diferentes hormônios. Os mais 
importantes são estrogênio, responsável 
pela ramificação dos ductos lactíferos e o 
progestogênio, pela formação dos lóbulos. 
à Outros hormônios estão envolvidos no 
crescimento mamário, como por ex o 
lactogênio placentário, prolactina e 
gonadotrofina coriônica. 
• A secreção de prolactina é muito 
alta na gestação, mas a mama não 
solta leite durante a gravidez, 
devido a inibição pelo lactogênio 
placentário 
• O inicio da secreção de leite, 
caracterizando a fase II da 
lactogênese, ocorre por conta da 
queda dos níveis sanguíneos 
maternos de progestogênio após 
o nascimento da criança e a 
expulsão da placenta, vai ter a 
liberação de prolactina pela 
pituitária anterior. 
• Com isso, a síntese do leite após 
o nascimento da criança, vai ser 
controlado pela ação hormonal, e 
o leite desce ate o 3º ou 4º dia 
pós-parto e vai ocorrer mesmo 
sem a sucção da criança no seio. 
• A fase III, é de controle autócrino 
e depende de sucção do bebe e o 
esvaziamento da mama (essa fase 
dura toda a lactação), qualquer 
fator materno ou da criança que 
limite o esvaziamento das 
mamas, pode causar diminuição 
na síntese do leite, por inibição 
mecânica e química. 
• O feedback inibidor de lactação 
(FIL) garante a reposição total do 
leite que foi removido, outro 
mecanismo local que vai regular 
a produção do leite, vai envolver 
os receptores de prolactina na 
membrana basal do alvéolo. A 
medida que o leite se acumula 
nos alvéolos, a forma dessas 
células alveolares, ficam 
distorcidas e a prolactina não 
consegue se ligar aos seus 
receptores, criando assim um 
efeito inibidor da síntese do leite. 
• Grande parte do leite de uma 
mamada é produzido enquanto a 
criança mama, sob o estimulo da 
prolactina, que é liberada com a 
inibição da liberação de 
dopamina, que é um fator 
inibidor da prolactina. 
• A liberação da ocitocina e da 
prolactina é regulada pelos 
reflexos da produção e ejeção do 
leite, ativados pela estimulação 
dos mamilos e pela sucção da 
criança. 
• A liberação de ocitocina também 
ocorre em resposta a estímulos 
condicionados, como visão, 
olfato e audição (ouvir o choro da 
criança) além de fatores 
emocionais, como motivação, 
autoconfiança e tranquilidade 
• E por outro lado, a dor, 
desconforto, estresse, medo 
ansiedade e a insegurança podem 
inibir o reflexo de ejeção do leite, 
prejudicando a lactação. 
• A secreção aumenta de menos de 
100ml/dia no inicio da lactação 
para 600ml no 4º dia da mamada 
• O volume de leite produzido já 
estabelecida vai variar de acordo 
com a demanda da criança. 
• Geralmente, a mãe produz mais 
leite do que a demanda do bebê. 
COMPOSIÇÃO E ASPECTO DO LEITE: 
à O leite materno é homogêneo quanto a 
sua composição. Apenas mulheres com 
desnutrição grave podem ter seu leite 
afetado tanto em quantidade como na 
qualidade. 
à O leite maduro é secretado por volta dos 
10º dia pós-parto. Até esse dia, a secreção 
láctea é chamada de colostro, pois contém 
mais proteínas e menos lipídios do que o 
leite materno maduro e é rico em 
imunoglobulinas, em especial de IgA. O 
leite de mães de recém-nascidos pré-termo 
difere do de mães de bebes a termo. 
à A água contribui 90% da composição 
do leite, o que garante o suprimento de 
uma criança com AMExclusiva em 
qualquer clima. 
àO principal carboidrato do leite materno 
é a lactose, e a principal proteína é a 
lactoalbumina. As gorduras são o com- 
ponente mais variável do leite materno e 
são responsáveis por suprir até 50% das 
necessidades energéticas da criança pe- 
quena. 
àOs ácidos graxos poli-insaturados de 
cadeia longa são essenciais no 
desenvolvimento cognitivo e visual, e na 
mielinização dos neurônios. 
• A concentração de gordura no 
leite aumenta no decorrer de uma 
mamada. Assim, o leite do final 
da mamada é rico em energia e 
sacia melhor a criança: é de suma 
importância que a mama esvaziebem. 
 
• O leite materno contém baixas 
concentrações de vit K, vit D e 
ferro. 
• É necessário fazer suplementação 
de vit K ao nascimento, vit.D 
diária até os 18m para crianças 
sem exposição regular ao sol e 
ferro até os 2 anos de idade, a 
partir da introdução alimentar 
complementar, de acordo com o 
dep. de nutrologia da SBP. 
• A cor e o aspecto do leite variam 
ao longo da mamada como 
decorrência das variações de 
composição e também de acordo 
com a dieta da mãe. 
• No inicio da mamada, o teor de 
água e a presença de constituintes 
hidrossolúveis, dá ao leite a cor 
de água de coco, no meio da 
mamada, com o aumento da 
caseína, o leite fica com uma 
coloração branca opaca e no final 
da mamada, por conta dos 
pigmentos lipossolúveis, o leite 
fica mais amarelado. 
• O leite possui vários fatores 
imunológicas específicos e 
inespecíficos, que conferem com 
proteção ativa e passiva. A IgA 
secretória é a principal 
imunoglobulina que atua conta 
microrganismos que invadem a 
mucosa. 
à A especificidade dos anticorpos IgA no 
leite é um reflexo dos antígenos entéricos e 
proporciona proteção à criança contra os 
agentes infecciosos prevalentes no meio 
em que ela vive. 
à A concentração de IgA diminui ao 
longo do primeiro mês e depois permanece 
constante. 
à Outros fatores de proteção que se 
encontram no leite são os leucócitos, 
lisozima, lactoferrina, oligossacarídeos. 
PEGA CORRETA: 
A pega correta é importante para a retirada 
efetiva do leite pelo bebê e para a proteção 
do mamilo. 
à Uma pega errada, vai dificultar a 
posição da boca do bebe em relação ao 
mamilo e a aréola. Ou seja, não vai ter uma 
boa sucção e saída do leite, e vai dificultar 
o esvaziamento da mama, ocorrendo 
diminuição da produção de leite e perda de 
peso do bebê 
à A pega errada pode causar traumas 
mamilares. 
Na pega correta é importante que a mãe e o 
bebe estejam em posição confortável. A 
mãe deve estar relaxada e segurar com 
firmeza o bebê completamente voltado 
para si e assim a mãe não vai sentir dor 
durante a amamentação. 
à Sinais de pega inadequada: bochecha do 
bebê encorvada a cada sucção, ruídos da 
língua, mama esticada ou deformada 
durante a mamada, mamilos com estrias 
vermelhas, áreas esbranquiçadas ou 
achatadas quando o bebê solta a mama e 
dor durante a amamentação. 
 
ORIENTAÇŌES BÁSICAS: 
à Deve ser iniciada na primeira hora de 
vida sempre que possível 
• A sucção precoce da mama, 
reduz o risco de hemorragia pós-
parto, por liberar ocitocina e de 
icterícia no bebê, por aumentar a 
motilidade gastrointestinal 
à Os primeiros dias pós-parto são cruciais 
para o sucesso da amamentação. 
FREQUÊNCIA DAS MAMADAS: 
à Um bebê com AME mama de 8 a 12 
vezes ao dia, muitas mães acham que o 
leite não sustenta o bebe e acabam tendo 
depressão e problemas de autoestima, 
sendo que isso é comum. 
à As mulheres com mamas maiores 
armazenam mais leite e por isso os bebes 
podem mamar menos ao dia. 
Já com as mulheres de seios pequenos, em 
menor quantidade, os bebês mamam com 
mais frequência que uma que tem seios 
grandes, justamente pelo armazenamento 
DIFERENÇA ENTRE OS LEITES: 
à O leite materno possui 3X menos 
proteínas que o leite de vaca, e isso 
sobrecarrega os rins do lactente, que ainda 
está em desenvolvimento. 
à Leite de cabra dificilmente causa 
alergias, como o leite de vaca, porém, as 
duas tem riscos de provocar anemia no 
bebê, por conta da VitB12 e Ac. Fólico. 
(anemia megaloblástica – leite de cabra) 
à As fórmulas infantis são feitas para 
nutrir bem as necessidades do recém 
nascido que não consegue ser 
amamentado, porém, há vários tipos pra 
cada trimestre e fase do bebê. 
à Fomúlas de iniciação tipo 1 entre 
outras. 
DURAÇÃO: 
à O tempo de mamada em cada mama 
não é preestabelecido, porque é relativo ao 
bebê e ao tamanho da mãe e o tempo de 
saciedade do bebê. (armazenamento) 
USO DE SUPLEMENTOS: 
Água, chás e sobretudo, outros leites 
devem ser evitados, pois tem relação com 
o desmame precoce e aumenta da 
morbimortalidade infantil. 
Evitar uso de mamadeira, pois o bebê se 
adapta ao bico e vai ter mais dificuldade 
pra pegar o seio. 
USO DE CHUPETAS: 
Desaconselhável, as crianças que usam 
chupetas mamam menos, o que pode 
prejudicar a produção do leite. Além de 
afetar a formação do palato. 
DESMAME: 
O desmame é considerado uma fase de 
desenvolvimento da criança, o ideal é que 
ele ocorra naturalmente. E esse desmame 
natural acontece com a introdução de 
alimentos mais amamentação até que a 
criança já esteja preparada pra largar a 
mama. (de 2 a 4 anos) 
à O derrame abruto deve ser evitado ao 
máximo, pois, pode dificultar a relação 
mãe-filho e gerar insegurança e rebeldia e 
na mãe mastite, além de tristeza e 
depressão. 
Esse desmame tem que acontecer de forma 
bem natural, para que não ocasione nem 
um trauma na criança. 
ALIMENTAÇÃO E NECESSIDADES 
NUTRICIONAIS: 
Para estudo dessas situações se usa um 
conjunto de técnicas e medidas para avaliar 
indicador que vão definir o estado 
nutricional do individuo e caracterizar 
algum distúrbio com vista de estabelecer 
riscos de morbidade e mortalidade. 
à Objetivo: é identificar alterações no 
perfil de cada paciente, pra ter 
possivelmente uma recuperação ou a 
manutenção do paciente. 
ANTROPOMETRIA: 
Para esse exame é necessário manter o 
treinamento dos observadores quanto as 
técnicas e ao uso dos equipamentos 
adequados, ajustar os equipamentos antes 
de cada medição. Também é importante 
verificar possíveis erros dos observadores e 
repetir as medidas até que a diferença seja 
a menor possível. 
• Utiliza-se indicadores, padrões de 
referência, níveis de corte e 
classificações adequadas. 
• As medidas que fazem parte da 
avaliação antropométrica, em 
geral são peso, estatura, 
circunferências corpóreas 
(crânio, braço, cintura, quadril, 
panturrilha), dobras cutâneas 
(tricipital, bicipital, supra ilíaca, 
subescapular, panturrilha, 
abdominal) 
à PESO: é a medida mais comum na 
avaliação e diagnostica mudanças recentes 
no estado nutricional. 
à Lactente (0 a 2 anos): para a medida do 
peso dos lactentes, se utiliza a balança 
pediátrica com graduação de 10g 
previamente calibrada. 
• Na técnica de pesagem, o lactente 
deve estar despido, posicionado 
de modo que o peso seja 
igualmente distribuído pela 
superfície da balança, a fim de 
proporcionar maior conforto e 
menos riscos de acidente. Os pés 
e as mãos não devem tocar 
nenhuma superfície. 
à Crianças + de 2 e adolescentes: Pré-
escolares, escolares e adolescentes devem 
utilizar a balança adulta com graduação de 
100g previamente conferida quanto à 
regulagem, voltando ao zero. 
• Na técnica a criança ou 
adolescentes devem se pesar de 
pé com os braços estendidos ao 
longo do corpo, descalças e 
vestindo o mínimo possível de 
roupas, centralizado e imóvel. 
• O peso habitual é utilizado como 
referência na avaliação de 
mudanças recentes de peso e em 
casos nos quais há impossi- 
bilidade de pesar o paciente. A 
perda de peso em qualquer 
porcentagem é sempre 
considerada significativa do 
ponto de vista clínico, 
principalmente em idosos ou 
crianças. 
à ESTATURA: na realização dessa 
medida, se usa a régua antropometria em 
crianças ate 24m para medir o 
comprimento e o antropômetro de madeira 
para mediar a altura. 
1. Comprimento: em pacientes 
hospitalizados que não deambulam, a 
medição pode ser feita quando estiverem 
deitados em superfície plana, seguindo o 
mesmo procedimento realizado em 
crianças até 2 anos de idade, com uma fita 
métrica posicionada em sua lateral. 
2. Altura: a pessoa deve ser medida em pé 
e sem sapatos. Deve estar ereta, com os 
dois pés unidos e todo o corpo encostado 
no antropômetro. A cabeça deve estar 
posicionada de modo que seja possível 
olhar horizontalmente – plano horizontal 
de Frankfort. O esquadro deve ficar acima 
da cabeça, fazendo pressão suficiente para 
comprimir o cabelo. 
Calculo da envergadura: serve paraaqueles 
pacientes que não conseguem ficar eretos. 
Estatura	estimada	=	[0,73	× (2	× envergadura	
do	braço	(m)]	+	0,4		
Para crianças com limitações físicas na 
faixa etária de 2 a 12 anos, as medidas de 
segmentos dos membros superiores e in- 
feriores permitem estimar a estatura com a 
utilização de equações propostas por 
Stevenson. As medidas de segmento 
utilizadas são: comprimento superior do 
braço (CSB, distância do acrômio até a 
cabeça do rádio, medida com o membro 
superior fletido a 90°); comprimento tibial 
(CT, distância da borda su- perior medial 
da tíbia até a borda do maléolo medial 
inferior, feita com fita inextensível); e 
comprimento do membro infe- rior a partir 
do joelho (CJ, distância do joelho ao 
tornozelo). 
 
à CIRCUNFERÊNCIAS CORPÓREAS: 
• A circunferência do crânio é 
utilizada para acompanhamento 
do crescimento em crianças ate a 
idade pré-escolar 
• A medida do punho pode ser útil 
para avaliar a compleição 
(biotipo) do individuo. 
• A da cintura é associada a 
gordura visceral e relacionado ao 
risco cardiovascular (existe 
varias formas de aferição) 
• A do abdome tem boa correlação 
com o desenvolvimento da 
dislipidemia, hipertensão arterial 
e resistência insulínica. 
 
• A circunferência do braço é dada 
pelo perímetro ocupado pelos 
tecidos ósseo e muscular 
acrescido do tecido adiposo. O 
instrumento a ser utilizado é a 
fita métrica inextensível. 
àTécnica: o paciente deve permanecer em 
pé com o braço direito estendido ao lado 
do corpo, flexionar até formar ângulo reto 
com o antebraço. Medir a distância entre o 
acrômio e o olécrano e determinar o ponto 
médio. Posicionar a fita métrica 
inextensível sobre esse ponto. A leitura é 
feita em milímetros. 
• A circunferência do braço (CB) 
avalia reservas corpóreas de 
tecido adiposo e estima a massa 
magra do indivíduo, enquanto a 
circunferência muscular do braço 
(CMB), obtida por meio de uma 
fórmula a partir das medidas de 
CB e da dobra cutânea tricipital 
(DCT), pode estimar o tecido 
muscular. 
• CMB (cm) = CB (cm) - [0,314 × 
DCT (mm)] 
à Dobras cutâneas: É usada com o 
objetivo de verificar a gordura existente no 
organismo. 
à Dobras medidas: tricipital, bicipital, 
subescapular e supra ilíaca. (vai variar de 
idade e sexo) 
Essas medidas devem ser coletadas por 
profissionais treinados, para reduzir o risco 
de erros. 
 
INQUÉRITOS ALIMENTARES: 
A investigação do consume e dos hábitos 
alimentares é muito importante para o 
diagnostico nutricional. 
Sempre se deve considerar situações como 
disponibilidade, fatores culturais e 
socioeconômicos, emocionais, grau de 
escolaridade e família. 
à Para avaliação do consumo se usa 
geralmente o método recordatório, e o 
registo alimentar (dos últimos 3 ou 4 dias) 
Nesse método da pra ver as inadequações 
nutricionais, se falta algum nutriente 
também por ex. 
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE ATÉ A 
ADOLESCÊNCIA: 
àNa faixa etária pediátrica, a alimentação 
saudável deve possibilitar crescimento e 
desenvolvimento adequados, otimizar o 
funcionamento de órgãos, sistemas e 
aparelhos e atuar na prevenção de doenças 
em curto e longo prazo (p.ex. anemia, 
obesidade e outras doenças crônicas não 
transmissíveis). Essa faixa representa uma 
janela de oportunidades importante para a 
implementação de hábitos alimentares e 
estilo de vida saudáveis até a fase adulta 
• Nos primeiros meses de vida, os 
sistemas digestório, nervoso, 
renal e imunológico são 
imaturos, o que requer ainda 
maior atenção nas orientações 
nutricionais fornecidas pelos 
profissionais de saúde. 
• Durante o crescimento e a 
definição da composição 
corporal, os componentes da 
dieta e dos alimentos são os 
principais fatores ambientais a 
afetar o genoma humano. 
• Nas ultimas décadas um aumento 
no consumo de alimentos 
industrializados ricos em 
carboidratos simples, gorduras 
trans e saturadas e sódio nas 
preparações caseiras, em todas as 
faixas etárias. 
à AS RECOMENDAÇÕES PARA ESSA 
FAIXA ETÁRIA: 
1. Dar somente leite materno até os 6 
meses, sem oferecer água, chás ou 
qualquer outro alimento. 
2. Ao completar 6 meses, introduzir de 
forma lenta e gradual outros 
alimentos, mantendo o aleitamento 
materno até 2 anos de idade ou mais. 
3. Ao completar 6 meses, dar alimentos 
complementares (cereais, tubérculos, 
carnes, leguminosas, frutas e 
legumes) três vezes ao dia, se a 
criança estiver em aleitamento 
materno. 
4. A alimentação complementar deve 
ser oferecida de acordo com os 
horários de refeição da família, em 
intervalos regulares e de forma a 
RESPEITAR O APETITE DA 
CRIANÇA. 
5. A alimentação complementar deve 
ser espessa desde o início e 
oferecida de colher; iniciar com a 
consistência pastosa (papas/purês) e, 
aumentar a consistência até chegar à 
alimentação da família. 
6. Oferecer à criança diferentes 
alimentos ao dia. Uma alimentação 
variada é uma alimentação colorida. 
7. Estimular o consumo diário de 
frutas, verduras e legumes nas 
refeições. 
8. Evitar açúcar, café, enlatados, 
frituras, refrigerantes, balas, 
salgadinhos e outras guloseimas nos 
primeiros anos de vida. Usar sal com 
moderação. 
9. Cuidar da higiene no preparo e 
manuseio dos alimentos; garantir o 
seu armazenamento e conservação 
adequados. 
10. Estimular a criança doente e 
convalescente a se alimentar, 
oferecendo sua alimentação habitual 
e seus alimentos preferidos, 
respeitando a sua aceitação. 
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE: 
Amamentação exclusiva, ela desempenha 
por si só, função nutritiva e protetiva. 
à O leite materno protege, nutre e previne 
de doenças degenerativas do adulto além 
de ter funções na imunomodulação do 
bebê. 
A duração media do aleitamento no brasil é 
de 10 meses e do AME, 23 dias. 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: 
A partir dos 6 meses é recomendado 
introduzir os alimentos complementares, 
até porque antes desse período o leite 
materno é capaz de suprir todas as 
necessidades do bebê. 
• A papa principal deve ser 
oferecida após os 6 meses de vida 
nos horários de almoço ou jantar. 
àEssa refeição tem que ter alimentos de 
todos os grupos: cereais ou tubérculos, 
leguminosas, carnes e hortaliças. Carnes 
(bovina, suína, frango ou peixe) e ovos 
cozidos devem fazer parte das refeições a 
partir do sexto mês de vida. O óleo ve- 
getal, de preferência de soja ou canola ou 
azeite de oliva, por conterem proporções 
adequadas de ômega 3 e ômega 6, deve ser 
usado em pequena quantidade e o sal não 
deve ser adicionado. No início, os 
alimentos devem ser amassados com o 
garfo (consistência de purê), nunca 
liquidificados ou peneirados. 
• É comum a criança rejeitar 
alimentos que não lhe são 
familiares e esse tipo de 
comportamento é precoce. 
Porém, com varias tentativas, os 
alimentos novos passam a ser 
aceitos. Em média são 
necessárias de oito a dez 
exposições para uma aceitação. 
• A deficiência de ferro aqui no 
brasil também é bem presente, e 
ele se apresenta em duas formas: 
heme e não heme. 
à O ferro heme, está nas carnes e 
nas vísceras, ou seja, de fácil acesso. 
à O ferro não heme, se encontra em 
alimentos de origem vegetal, e o ao 
contrario do ferro animal, é pouquíssimo 
absorvido no nosso organismo, mas pode 
ser facilitado com o ac. Ascórbico. 
É importante oferecer água mineral, 
a partir da introdução complementar. 
• Os procedimentos de higiene 
devem ser fundamentais, tanto 
das mãos quanto do alimentos, 
frutas, legumes e verduras. 
• Alimentos prontos não devem 
ficar mais que 2 horas em 
temperatura ambiente 
• E devem ser refrigerados por no 
máximo 4-5 dias 
à CRIANÇAS NÃO AMAMENTADAS: 
• O aleitamento é a melhor opção 
de alimentação nos primeiros 
dois anos de vida e exclusiva por 
seis meses, por ser fundamental 
no crescimento e 
desenvolvimento da criança. 
• Se houver impossibilidade de 
AM, se usa a formula infantil que 
vai ter os componentes que 
satisfaçam a necessidade do 
lactente. 
• Antes do sexto mês deve ser 
usada uma formula infantil,que 
garanta as necessidades desse 
bebê e tentar complementar com 
leite materno se possível. 
• O leite de vaca não pode ser 
utilizado por crianças menores de 
1 ano, por ser inadequado e 
nutricionalmente ruim, além de 
causar mais cólicas e desconforto 
no bebê. 
à ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES 
ENTRE 1 E 2 ANOS DE IDADE: 
• A amamentação deve prosseguir 
e as refeições começam a se 
assemelhar a de um adulto, 
evitando sal e açúcar e alimentos 
ultraprocessados. 
• Para crianças não amamentadas, 
vai se recomendar o uso do leite 
de vaca, associada a uma 
alimentação balanceada e 
equilibrada, ingerir menos que 
600ml/dia por conta do fator de 
risco do desenvolvimento da 
anemia carencial ferropriva. Os 
alimentos sólidos, podem ser 
oferecidos no prato, e é 
importante que a criança 
consuma e manuseie a colher e o 
alimento, os liquidos já podem 
ser ofertados em copos e xicaras, 
para que esse bebe estimule a 
coordenação motora e a destreza. 
à SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA: 
Administrar ferro profilático ao lactente a 
partir da interrupção do aleitamento 
materno exclusivo até os 24m de idade. 
 
• O recém nascido deve receber ao 
nascimento vit K1 por via oral, 
pata prevenir sangramentos 
resultantes da carência dos 
fatores de coagulação 
• Vit D da primeira semana de vida 
até os 12 meses (400UI/dia) e 
aumentado dos 12 a 24 m 
(600UI/dia) 
• Exposição do bebê ao sol da 
manhã para vitD3 ser sintetizada 
na pele do bebê 
 
ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR: 
De 2 a 6 anos – Esse é o período em que a 
criança começa a criar hábitos alimentares, 
uma vez que ela está passando por uma 
fase de transição de dependência da mama 
pra entra em uma fase de mais 
independência alimentar. 
• A criança já tem uma autonomia 
na marcha e tem uma vida mais 
ativa na vida familiar, na 
linguagem e habilidades sociais 
• Ela começa a criar gostos, 
desenvolver melhor os sentidos e 
diferenciar os sabores. 
A quantidade de alimentos ingeridos pode 
ser menor nessa fase, mais é comum. 
1. O esquema alimentar deve ser 
composto por cinco ou seis re- 
feições diárias (a cada 3 horas), 
procurando estabelecer uma rotina 
de horários que possam atender a 
demanda da família. 
2. É necessário que se estabeleça um 
tempo definido e suficiente para 
cada refeição. Se nesse período a 
criança não aceitar os alimentos, a 
refeição deve ser encerrada e 
oferecido algum alimento apenas na 
próxima. Não se deve oferecer leite 
ou outro alimento em substituição à 
refeição. 
3. O tamanho das porções dos 
alimentos nos pratos deve estar de 
acordo com as recomendações da 
criança. É muito frequente a mãe, 
por preocupação, servir uma 
quantidade de alimento maior do 
que o necessário. Evitar obrigar a 
criança a ingerir tudo que está no 
prato ou de transformar a refeição 
em um momento de estresse. 
4. Quando houver doce de sobremesa, 
oferecer como sobremesa dentro da 
refeição da família, evitando utilizar 
como recompensa ao consume 
desses alimentos. 
5. A oferta de líquidos nos horários das 
refeições deve ser controlada, 
porque o suco e a água podem 
reduzir o tempo de mastigação. O 
ideal é oferecer a água e o suco 
natural nos intervalos das refeições. 
Estimular o consumo de frutas como 
sobremesa. 
6. O consumo de guloseimas (p.ex., 
balas, pirulitos, salgadinhos), 
embutidos, alimentos 
industrializados em geral (ricos em 
carboidratos simples, sódio e 
gordura saturada e trans) e de 
bebidas açucaradas como 
refrigerantes e sucos industrializados 
deve ser desestimulado. 
7. Higiene bucal e reforço na retirada 
de mamadeiras e chupetas é muito 
importante. 
8. A criança deve ser confortavelmente 
acomodada à mesa com os outros 
membros da família. A aceitação dos 
alimentos se dá não só pela repetição 
mas também pelo condicionamento 
social, e a família é o modelo para o 
desenvolvimento de preferências e 
hábitos alimentares. A criança deve 
ser encorajada a comer sozinha, mas 
sempre sob supervisão. 
9. É importante deixá-la comer com as 
mãos e estimular o uso correto dos 
utensílios. 
10. Envolver a criança nas tarefas que 
incluam as compras e a preparação 
das refeições, como participar da 
escolha do alimento, da sua compra 
no mercado ou feira e da elaboração 
dos pratos que não apresentem 
riscos de acidentes ao manuseio. 
11. Cuidados com as preparações caseiras 
evitando o uso exagerado de óleo, 
consumo frequente de frituras, consumo de 
carnes com gordura e pele (no caso das 
aves, como o frango), uso de bacon em 
preparações nutritivas como o feijão e por 
fim o acréscimo de condimentos 
industrializados com quantidade excessiva 
de sal. 
12. Oferecer alimentos ricos em ferro, 
cálcio, vitamina A e D e zinco, pois são 
essenciais nessa fase da vida. A mãe deve 
dar a carne em pedaços pequenos e com 
consistência macia e estimular a criança a 
mastigar e engolir. O consumo médio de 
leite de vaca (em crianças não 
amamentadas) deve ser de 600 mL/dia. 
à Planejamento alimentar de crianças de 2 
a 3 anos (1300kcal) 
à Planejamento alimentar de 4 a 6 anos 
(1800kcal) 
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: 
à Fase de transição entre a infância e a 
adolescência, período de atividade físicas 
intensas (gasto calórico maior) 
• Ritmo de crescimento constante 
• Ganho de peso perto do estirão 
• Novos hábitos alimentares 
• Evitar sempre consumo de 
refrigerantes, salgados, 
industrializados 
• Inicio de consumo de alimentos 
ricos em gorduras 
• Geralmente, nessa fase, possuem 
deficiência de cálcio. 
1. Ingestão de nutrientes para prover 
energia e nutrientes em quantidade e 
qualidade adequadas ao crescimento, 
ao desenvolvimento e à prática de 
atividades físicas. 
2. Alimentação variada, que inclua todos 
os grupos alimentares, conforme, 
evitando o consumo de refrigerantes, 
balas e outras guloseimas. 
3. Priorizar o consumo de carboidratos 
complexos invés dos simples. Consumo 
diário e variado de frutas, verduras e 
legumes. Os sucos naturais, não devem 
ultrapassar a quantidade máxima de 240 
mL/dia, sendo que uma porção de fruta 
equivale a aproximadamente 180 mL de 
suco. 
4. Consumo restrito de gorduras 
saturadas. 
5. Estimular o consumo de peixes 
marinhos duas vezes por semana. 
6. Controle da ingestão de sal para 
prevenção de hipertensão arterial. 
7. Consumo apropriado de cálcio para 
formação adequada da massa óssea e 
prevenção da osteoporose na vida 
adulta. 
8. Orientar sobre a importância de ler e 
interpretar corretamente os rótulos de 
alimentos industrializados. 
9. Controlar o ganho excessivo de peso 
pela ingestão de alimentos ao gasto 
energético e pelo desenvolvimento de 
atividade física regular. 
10. Evitar a substituição de refeições por 
lanches. 
11. Estimular a prática de atividade física. 
12. Reduzir o tempo gasto com atividades 
sedentárias. Limitar o tempo de assistir 
TV em 2 horas/dia ou menos. 
13. Incentivar hábitos alimentares e estilo 
de vida adequados para toda a família. 
14. Estimular a “autonomia orientada”: que 
a criança sirva seu prato com a porção 
adequada. 
à Sugestão de 2000kcal 
 
ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE: 
Dos 10 aos 19 anos – É um período de 
muitas mudanças de hábitos, e é nessa fase 
que o futuro adulto decide seus hábitos 
alimentares. 
à Nesse período, ocorre aumento da 
densidade mineral óssea, alcançando pico 
no final da adolescência, correspondendo 
ao estágio 4 de Tanner, e evoluindo 
gradativamente até a idade de adulto 
jovem. 
à Especialmente nessa fase de 
desenvolvimento, a escolha dos alimentos 
será potencialmente determinada por 
fatores psicológicos, socioeconômicos e 
culturais que irão interferir diretamente na 
formação dos hábitos alimentares. 
à Os hábitos alimentares de adolescentes 
são caracterizados por: 
• tendência em pular refeições, 
como o café da manhã e jantar; 
• fazer refeições fora de casa; 
• maior frequência a lanchonetes; 
• consumo de alimentos e bebidas 
com alta densidade energética; 
• realizar “dietas” por contaprópria. 
A realização de dietas inadequadas pode 
influenciar diretamente no crescimento, 
maturação e desenvolvimento de doenças 
crônicas. 
à Proteínas: O aumento do consumo no 
período do estirão é recomendado. 
FERRO: 
As necessidades de ferro aumentam 
durante a adolescência por conta da massa 
magra e pelo aumento do volume de 
eritrócitos e para suprir as perdas 
menstruais nas meninas. 
à Após a menarca, a necessidade de ferro 
é três vezes maior do que a dos meninos. 
• A anemia ferropriva tem efeitos 
negativos no desenvolvimento 
físico-mental e desempenho 
escolar 
A suplementação mais fácil é a do ferro 
heme que se encontra nos alimentos de 
origem animal. 
VITAMINA D: 
A vitamina D está envolvida no 
metabolismo do cálcio, fósforo e na 
mineralização óssea sendo necessários até 
10 μg no período de maior velocidade do 
crescimento ósseo. O desenvolvimento 
ósseo tem papel importante na 
determinação do risco de osteoporose em 
idades mais avançadas.

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