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Alimentação infantil OBJETIVOS: 1. Caracterizar o aleitamento materno: • Produção (hormônios e ejeção) • Duração • Pega correta • Composição do leite • Diferença entre os tipos de leite • Importância • Fórmulas 2. Relacionar a alimentação e as necessidades nutricionais por faixa etária: • Criança • Pré-escolar • Escolar • Adolescente 3. Caracterizar a suplementação alimentar: • Vitamina D • Ferro (sintomas, diagnóstico e tratamento) ALEITAMENTO MATERNO: à Protege a mãe e a criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da mãe e do bebê. Podem ser classificados: • Aleitamento exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno (da mama, ordenhado ou humano de outra fonte), sem outros liquidos e sólidos. • Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe além do leite materno, água, bebidas à base de água (chás, bebidas doces e sucos) • Aleitamento complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, alimentos complementares, definidos como qualquer alimento solido ou semissólido. O termo ‘’suplemento’’ tem sido utilizado para água, chá e ou leite de vaca, cabra. • Aleitamento misto ou parcial: quando a criança recebe além do leite da mãe, outros tipos de leite. àA OMS e o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam o aleitamento materno no mínimo ate os dois anos de idade, sendo de forma exclusiva até os 6 meses. à O desmame ocorre de forma natural. à O aleitamento por mais de dois anos é muito nutritivo e vantajoso pela proteção contra doenças infecciosas. O aleitamento materno exclusivo até os 6m é vantajoso, pois, os alimentos complementares podem ser prejudiciais à saúde de uma criança com menos de 6m, como por exemplo, grandes chances de infecção intestinal e doenças respiratórias. • A introdução precoce de alimentos, também diminui a duração do AM, interfere na absorção de nutrientes existentes no leite, como ferro e zinco, além de reduzir a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. à O aleitamento materno é vantajoso e superior as outras formas de alimentação, pois: • Reduz a mortalidade infantil em 13% em crianças menores de 5 anos, por causas ‘’básicas’’ • A amamentação na primeira hora de vida, reduz o risco de morte neonatal • Redução da incidência e gravidade da diarreia • Redução da morbidade por infecção respiratória: o leite tem proteção contra infecções respiratórias e otite media. • Reduz o risco de alergias e asma • Reduz o risco de doenças crônicas, chance de obesidade, diabetes tipo 2, pressão sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de colesterol total. • Melhor nutrição, pelo leite ser da própria espécie, o leite contém todos os nutrientes necessário para o crescimento e desenvolvimento da criança, além de ser mais bem digerido. • Melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a retirada precoce do seio faz com que diminua o desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes, mastigação, deglutição, respiração e fala. • Proteção na mãe que amamenta, diminui riscos de câncer de mama e ovário e o desenvolvimento de diabetes tipo 2, além de ter efeito anticoncepcional. • Economia • Promoção do vinculo afetivo mãe-bebê, a amamentação traz benefícios psicológicos pata os dois, por ter intimidade e afeto, gerando segurança e proteção na criança e autoconfiança na mulher como mãe à O apoio paterno é muito importante na amamentação, por diminuir o risco da mãe largar o aleitamento. PRODUÇÃO DO LEITE: à O leite é secretado nos alvéolos por uma cadeia única de células epiteliais altamente diferencias e é conduzido ate o exterior por uma rede de ductos. à Durante as mamadas, quando o reflexo de ejeção do leite está ativo, os ductos sob a aréola se enchem de leite e dilatam. à A mama é preparada para a lactação sob a ação de diferentes hormônios. Os mais importantes são estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos lactíferos e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. à Outros hormônios estão envolvidos no crescimento mamário, como por ex o lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. • A secreção de prolactina é muito alta na gestação, mas a mama não solta leite durante a gravidez, devido a inibição pelo lactogênio placentário • O inicio da secreção de leite, caracterizando a fase II da lactogênese, ocorre por conta da queda dos níveis sanguíneos maternos de progestogênio após o nascimento da criança e a expulsão da placenta, vai ter a liberação de prolactina pela pituitária anterior. • Com isso, a síntese do leite após o nascimento da criança, vai ser controlado pela ação hormonal, e o leite desce ate o 3º ou 4º dia pós-parto e vai ocorrer mesmo sem a sucção da criança no seio. • A fase III, é de controle autócrino e depende de sucção do bebe e o esvaziamento da mama (essa fase dura toda a lactação), qualquer fator materno ou da criança que limite o esvaziamento das mamas, pode causar diminuição na síntese do leite, por inibição mecânica e química. • O feedback inibidor de lactação (FIL) garante a reposição total do leite que foi removido, outro mecanismo local que vai regular a produção do leite, vai envolver os receptores de prolactina na membrana basal do alvéolo. A medida que o leite se acumula nos alvéolos, a forma dessas células alveolares, ficam distorcidas e a prolactina não consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito inibidor da síntese do leite. • Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estimulo da prolactina, que é liberada com a inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da prolactina. • A liberação da ocitocina e da prolactina é regulada pelos reflexos da produção e ejeção do leite, ativados pela estimulação dos mamilos e pela sucção da criança. • A liberação de ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados, como visão, olfato e audição (ouvir o choro da criança) além de fatores emocionais, como motivação, autoconfiança e tranquilidade • E por outro lado, a dor, desconforto, estresse, medo ansiedade e a insegurança podem inibir o reflexo de ejeção do leite, prejudicando a lactação. • A secreção aumenta de menos de 100ml/dia no inicio da lactação para 600ml no 4º dia da mamada • O volume de leite produzido já estabelecida vai variar de acordo com a demanda da criança. • Geralmente, a mãe produz mais leite do que a demanda do bebê. COMPOSIÇÃO E ASPECTO DO LEITE: à O leite materno é homogêneo quanto a sua composição. Apenas mulheres com desnutrição grave podem ter seu leite afetado tanto em quantidade como na qualidade. à O leite maduro é secretado por volta dos 10º dia pós-parto. Até esse dia, a secreção láctea é chamada de colostro, pois contém mais proteínas e menos lipídios do que o leite materno maduro e é rico em imunoglobulinas, em especial de IgA. O leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere do de mães de bebes a termo. à A água contribui 90% da composição do leite, o que garante o suprimento de uma criança com AMExclusiva em qualquer clima. àO principal carboidrato do leite materno é a lactose, e a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o com- ponente mais variável do leite materno e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pe- quena. àOs ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos neurônios. • A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada é rico em energia e sacia melhor a criança: é de suma importância que a mama esvaziebem. • O leite materno contém baixas concentrações de vit K, vit D e ferro. • É necessário fazer suplementação de vit K ao nascimento, vit.D diária até os 18m para crianças sem exposição regular ao sol e ferro até os 2 anos de idade, a partir da introdução alimentar complementar, de acordo com o dep. de nutrologia da SBP. • A cor e o aspecto do leite variam ao longo da mamada como decorrência das variações de composição e também de acordo com a dieta da mãe. • No inicio da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis, dá ao leite a cor de água de coco, no meio da mamada, com o aumento da caseína, o leite fica com uma coloração branca opaca e no final da mamada, por conta dos pigmentos lipossolúveis, o leite fica mais amarelado. • O leite possui vários fatores imunológicas específicos e inespecíficos, que conferem com proteção ativa e passiva. A IgA secretória é a principal imunoglobulina que atua conta microrganismos que invadem a mucosa. à A especificidade dos anticorpos IgA no leite é um reflexo dos antígenos entéricos e proporciona proteção à criança contra os agentes infecciosos prevalentes no meio em que ela vive. à A concentração de IgA diminui ao longo do primeiro mês e depois permanece constante. à Outros fatores de proteção que se encontram no leite são os leucócitos, lisozima, lactoferrina, oligossacarídeos. PEGA CORRETA: A pega correta é importante para a retirada efetiva do leite pelo bebê e para a proteção do mamilo. à Uma pega errada, vai dificultar a posição da boca do bebe em relação ao mamilo e a aréola. Ou seja, não vai ter uma boa sucção e saída do leite, e vai dificultar o esvaziamento da mama, ocorrendo diminuição da produção de leite e perda de peso do bebê à A pega errada pode causar traumas mamilares. Na pega correta é importante que a mãe e o bebe estejam em posição confortável. A mãe deve estar relaxada e segurar com firmeza o bebê completamente voltado para si e assim a mãe não vai sentir dor durante a amamentação. à Sinais de pega inadequada: bochecha do bebê encorvada a cada sucção, ruídos da língua, mama esticada ou deformada durante a mamada, mamilos com estrias vermelhas, áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama e dor durante a amamentação. ORIENTAÇŌES BÁSICAS: à Deve ser iniciada na primeira hora de vida sempre que possível • A sucção precoce da mama, reduz o risco de hemorragia pós- parto, por liberar ocitocina e de icterícia no bebê, por aumentar a motilidade gastrointestinal à Os primeiros dias pós-parto são cruciais para o sucesso da amamentação. FREQUÊNCIA DAS MAMADAS: à Um bebê com AME mama de 8 a 12 vezes ao dia, muitas mães acham que o leite não sustenta o bebe e acabam tendo depressão e problemas de autoestima, sendo que isso é comum. à As mulheres com mamas maiores armazenam mais leite e por isso os bebes podem mamar menos ao dia. Já com as mulheres de seios pequenos, em menor quantidade, os bebês mamam com mais frequência que uma que tem seios grandes, justamente pelo armazenamento DIFERENÇA ENTRE OS LEITES: à O leite materno possui 3X menos proteínas que o leite de vaca, e isso sobrecarrega os rins do lactente, que ainda está em desenvolvimento. à Leite de cabra dificilmente causa alergias, como o leite de vaca, porém, as duas tem riscos de provocar anemia no bebê, por conta da VitB12 e Ac. Fólico. (anemia megaloblástica – leite de cabra) à As fórmulas infantis são feitas para nutrir bem as necessidades do recém nascido que não consegue ser amamentado, porém, há vários tipos pra cada trimestre e fase do bebê. à Fomúlas de iniciação tipo 1 entre outras. DURAÇÃO: à O tempo de mamada em cada mama não é preestabelecido, porque é relativo ao bebê e ao tamanho da mãe e o tempo de saciedade do bebê. (armazenamento) USO DE SUPLEMENTOS: Água, chás e sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois tem relação com o desmame precoce e aumenta da morbimortalidade infantil. Evitar uso de mamadeira, pois o bebê se adapta ao bico e vai ter mais dificuldade pra pegar o seio. USO DE CHUPETAS: Desaconselhável, as crianças que usam chupetas mamam menos, o que pode prejudicar a produção do leite. Além de afetar a formação do palato. DESMAME: O desmame é considerado uma fase de desenvolvimento da criança, o ideal é que ele ocorra naturalmente. E esse desmame natural acontece com a introdução de alimentos mais amamentação até que a criança já esteja preparada pra largar a mama. (de 2 a 4 anos) à O derrame abruto deve ser evitado ao máximo, pois, pode dificultar a relação mãe-filho e gerar insegurança e rebeldia e na mãe mastite, além de tristeza e depressão. Esse desmame tem que acontecer de forma bem natural, para que não ocasione nem um trauma na criança. ALIMENTAÇÃO E NECESSIDADES NUTRICIONAIS: Para estudo dessas situações se usa um conjunto de técnicas e medidas para avaliar indicador que vão definir o estado nutricional do individuo e caracterizar algum distúrbio com vista de estabelecer riscos de morbidade e mortalidade. à Objetivo: é identificar alterações no perfil de cada paciente, pra ter possivelmente uma recuperação ou a manutenção do paciente. ANTROPOMETRIA: Para esse exame é necessário manter o treinamento dos observadores quanto as técnicas e ao uso dos equipamentos adequados, ajustar os equipamentos antes de cada medição. Também é importante verificar possíveis erros dos observadores e repetir as medidas até que a diferença seja a menor possível. • Utiliza-se indicadores, padrões de referência, níveis de corte e classificações adequadas. • As medidas que fazem parte da avaliação antropométrica, em geral são peso, estatura, circunferências corpóreas (crânio, braço, cintura, quadril, panturrilha), dobras cutâneas (tricipital, bicipital, supra ilíaca, subescapular, panturrilha, abdominal) à PESO: é a medida mais comum na avaliação e diagnostica mudanças recentes no estado nutricional. à Lactente (0 a 2 anos): para a medida do peso dos lactentes, se utiliza a balança pediátrica com graduação de 10g previamente calibrada. • Na técnica de pesagem, o lactente deve estar despido, posicionado de modo que o peso seja igualmente distribuído pela superfície da balança, a fim de proporcionar maior conforto e menos riscos de acidente. Os pés e as mãos não devem tocar nenhuma superfície. à Crianças + de 2 e adolescentes: Pré- escolares, escolares e adolescentes devem utilizar a balança adulta com graduação de 100g previamente conferida quanto à regulagem, voltando ao zero. • Na técnica a criança ou adolescentes devem se pesar de pé com os braços estendidos ao longo do corpo, descalças e vestindo o mínimo possível de roupas, centralizado e imóvel. • O peso habitual é utilizado como referência na avaliação de mudanças recentes de peso e em casos nos quais há impossi- bilidade de pesar o paciente. A perda de peso em qualquer porcentagem é sempre considerada significativa do ponto de vista clínico, principalmente em idosos ou crianças. à ESTATURA: na realização dessa medida, se usa a régua antropometria em crianças ate 24m para medir o comprimento e o antropômetro de madeira para mediar a altura. 1. Comprimento: em pacientes hospitalizados que não deambulam, a medição pode ser feita quando estiverem deitados em superfície plana, seguindo o mesmo procedimento realizado em crianças até 2 anos de idade, com uma fita métrica posicionada em sua lateral. 2. Altura: a pessoa deve ser medida em pé e sem sapatos. Deve estar ereta, com os dois pés unidos e todo o corpo encostado no antropômetro. A cabeça deve estar posicionada de modo que seja possível olhar horizontalmente – plano horizontal de Frankfort. O esquadro deve ficar acima da cabeça, fazendo pressão suficiente para comprimir o cabelo. Calculo da envergadura: serve paraaqueles pacientes que não conseguem ficar eretos. Estatura estimada = [0,73 × (2 × envergadura do braço (m)] + 0,4 Para crianças com limitações físicas na faixa etária de 2 a 12 anos, as medidas de segmentos dos membros superiores e in- feriores permitem estimar a estatura com a utilização de equações propostas por Stevenson. As medidas de segmento utilizadas são: comprimento superior do braço (CSB, distância do acrômio até a cabeça do rádio, medida com o membro superior fletido a 90°); comprimento tibial (CT, distância da borda su- perior medial da tíbia até a borda do maléolo medial inferior, feita com fita inextensível); e comprimento do membro infe- rior a partir do joelho (CJ, distância do joelho ao tornozelo). à CIRCUNFERÊNCIAS CORPÓREAS: • A circunferência do crânio é utilizada para acompanhamento do crescimento em crianças ate a idade pré-escolar • A medida do punho pode ser útil para avaliar a compleição (biotipo) do individuo. • A da cintura é associada a gordura visceral e relacionado ao risco cardiovascular (existe varias formas de aferição) • A do abdome tem boa correlação com o desenvolvimento da dislipidemia, hipertensão arterial e resistência insulínica. • A circunferência do braço é dada pelo perímetro ocupado pelos tecidos ósseo e muscular acrescido do tecido adiposo. O instrumento a ser utilizado é a fita métrica inextensível. àTécnica: o paciente deve permanecer em pé com o braço direito estendido ao lado do corpo, flexionar até formar ângulo reto com o antebraço. Medir a distância entre o acrômio e o olécrano e determinar o ponto médio. Posicionar a fita métrica inextensível sobre esse ponto. A leitura é feita em milímetros. • A circunferência do braço (CB) avalia reservas corpóreas de tecido adiposo e estima a massa magra do indivíduo, enquanto a circunferência muscular do braço (CMB), obtida por meio de uma fórmula a partir das medidas de CB e da dobra cutânea tricipital (DCT), pode estimar o tecido muscular. • CMB (cm) = CB (cm) - [0,314 × DCT (mm)] à Dobras cutâneas: É usada com o objetivo de verificar a gordura existente no organismo. à Dobras medidas: tricipital, bicipital, subescapular e supra ilíaca. (vai variar de idade e sexo) Essas medidas devem ser coletadas por profissionais treinados, para reduzir o risco de erros. INQUÉRITOS ALIMENTARES: A investigação do consume e dos hábitos alimentares é muito importante para o diagnostico nutricional. Sempre se deve considerar situações como disponibilidade, fatores culturais e socioeconômicos, emocionais, grau de escolaridade e família. à Para avaliação do consumo se usa geralmente o método recordatório, e o registo alimentar (dos últimos 3 ou 4 dias) Nesse método da pra ver as inadequações nutricionais, se falta algum nutriente também por ex. ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE ATÉ A ADOLESCÊNCIA: àNa faixa etária pediátrica, a alimentação saudável deve possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados, otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo (p.ex. anemia, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis). Essa faixa representa uma janela de oportunidades importante para a implementação de hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis até a fase adulta • Nos primeiros meses de vida, os sistemas digestório, nervoso, renal e imunológico são imaturos, o que requer ainda maior atenção nas orientações nutricionais fornecidas pelos profissionais de saúde. • Durante o crescimento e a definição da composição corporal, os componentes da dieta e dos alimentos são os principais fatores ambientais a afetar o genoma humano. • Nas ultimas décadas um aumento no consumo de alimentos industrializados ricos em carboidratos simples, gorduras trans e saturadas e sódio nas preparações caseiras, em todas as faixas etárias. à AS RECOMENDAÇÕES PARA ESSA FAIXA ETÁRIA: 1. Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. 2. Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o aleitamento materno até 2 anos de idade ou mais. 3. Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno. 4. A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a RESPEITAR O APETITE DA CRIANÇA. 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. 6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. 7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados. 10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE: Amamentação exclusiva, ela desempenha por si só, função nutritiva e protetiva. à O leite materno protege, nutre e previne de doenças degenerativas do adulto além de ter funções na imunomodulação do bebê. A duração media do aleitamento no brasil é de 10 meses e do AME, 23 dias. ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: A partir dos 6 meses é recomendado introduzir os alimentos complementares, até porque antes desse período o leite materno é capaz de suprir todas as necessidades do bebê. • A papa principal deve ser oferecida após os 6 meses de vida nos horários de almoço ou jantar. àEssa refeição tem que ter alimentos de todos os grupos: cereais ou tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças. Carnes (bovina, suína, frango ou peixe) e ovos cozidos devem fazer parte das refeições a partir do sexto mês de vida. O óleo ve- getal, de preferência de soja ou canola ou azeite de oliva, por conterem proporções adequadas de ômega 3 e ômega 6, deve ser usado em pequena quantidade e o sal não deve ser adicionado. No início, os alimentos devem ser amassados com o garfo (consistência de purê), nunca liquidificados ou peneirados. • É comum a criança rejeitar alimentos que não lhe são familiares e esse tipo de comportamento é precoce. Porém, com varias tentativas, os alimentos novos passam a ser aceitos. Em média são necessárias de oito a dez exposições para uma aceitação. • A deficiência de ferro aqui no brasil também é bem presente, e ele se apresenta em duas formas: heme e não heme. à O ferro heme, está nas carnes e nas vísceras, ou seja, de fácil acesso. à O ferro não heme, se encontra em alimentos de origem vegetal, e o ao contrario do ferro animal, é pouquíssimo absorvido no nosso organismo, mas pode ser facilitado com o ac. Ascórbico. É importante oferecer água mineral, a partir da introdução complementar. • Os procedimentos de higiene devem ser fundamentais, tanto das mãos quanto do alimentos, frutas, legumes e verduras. • Alimentos prontos não devem ficar mais que 2 horas em temperatura ambiente • E devem ser refrigerados por no máximo 4-5 dias à CRIANÇAS NÃO AMAMENTADAS: • O aleitamento é a melhor opção de alimentação nos primeiros dois anos de vida e exclusiva por seis meses, por ser fundamental no crescimento e desenvolvimento da criança. • Se houver impossibilidade de AM, se usa a formula infantil que vai ter os componentes que satisfaçam a necessidade do lactente. • Antes do sexto mês deve ser usada uma formula infantil,que garanta as necessidades desse bebê e tentar complementar com leite materno se possível. • O leite de vaca não pode ser utilizado por crianças menores de 1 ano, por ser inadequado e nutricionalmente ruim, além de causar mais cólicas e desconforto no bebê. à ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES ENTRE 1 E 2 ANOS DE IDADE: • A amamentação deve prosseguir e as refeições começam a se assemelhar a de um adulto, evitando sal e açúcar e alimentos ultraprocessados. • Para crianças não amamentadas, vai se recomendar o uso do leite de vaca, associada a uma alimentação balanceada e equilibrada, ingerir menos que 600ml/dia por conta do fator de risco do desenvolvimento da anemia carencial ferropriva. Os alimentos sólidos, podem ser oferecidos no prato, e é importante que a criança consuma e manuseie a colher e o alimento, os liquidos já podem ser ofertados em copos e xicaras, para que esse bebe estimule a coordenação motora e a destreza. à SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA: Administrar ferro profilático ao lactente a partir da interrupção do aleitamento materno exclusivo até os 24m de idade. • O recém nascido deve receber ao nascimento vit K1 por via oral, pata prevenir sangramentos resultantes da carência dos fatores de coagulação • Vit D da primeira semana de vida até os 12 meses (400UI/dia) e aumentado dos 12 a 24 m (600UI/dia) • Exposição do bebê ao sol da manhã para vitD3 ser sintetizada na pele do bebê ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR: De 2 a 6 anos – Esse é o período em que a criança começa a criar hábitos alimentares, uma vez que ela está passando por uma fase de transição de dependência da mama pra entra em uma fase de mais independência alimentar. • A criança já tem uma autonomia na marcha e tem uma vida mais ativa na vida familiar, na linguagem e habilidades sociais • Ela começa a criar gostos, desenvolver melhor os sentidos e diferenciar os sabores. A quantidade de alimentos ingeridos pode ser menor nessa fase, mais é comum. 1. O esquema alimentar deve ser composto por cinco ou seis re- feições diárias (a cada 3 horas), procurando estabelecer uma rotina de horários que possam atender a demanda da família. 2. É necessário que se estabeleça um tempo definido e suficiente para cada refeição. Se nesse período a criança não aceitar os alimentos, a refeição deve ser encerrada e oferecido algum alimento apenas na próxima. Não se deve oferecer leite ou outro alimento em substituição à refeição. 3. O tamanho das porções dos alimentos nos pratos deve estar de acordo com as recomendações da criança. É muito frequente a mãe, por preocupação, servir uma quantidade de alimento maior do que o necessário. Evitar obrigar a criança a ingerir tudo que está no prato ou de transformar a refeição em um momento de estresse. 4. Quando houver doce de sobremesa, oferecer como sobremesa dentro da refeição da família, evitando utilizar como recompensa ao consume desses alimentos. 5. A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada, porque o suco e a água podem reduzir o tempo de mastigação. O ideal é oferecer a água e o suco natural nos intervalos das refeições. Estimular o consumo de frutas como sobremesa. 6. O consumo de guloseimas (p.ex., balas, pirulitos, salgadinhos), embutidos, alimentos industrializados em geral (ricos em carboidratos simples, sódio e gordura saturada e trans) e de bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos industrializados deve ser desestimulado. 7. Higiene bucal e reforço na retirada de mamadeiras e chupetas é muito importante. 8. A criança deve ser confortavelmente acomodada à mesa com os outros membros da família. A aceitação dos alimentos se dá não só pela repetição mas também pelo condicionamento social, e a família é o modelo para o desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares. A criança deve ser encorajada a comer sozinha, mas sempre sob supervisão. 9. É importante deixá-la comer com as mãos e estimular o uso correto dos utensílios. 10. Envolver a criança nas tarefas que incluam as compras e a preparação das refeições, como participar da escolha do alimento, da sua compra no mercado ou feira e da elaboração dos pratos que não apresentem riscos de acidentes ao manuseio. 11. Cuidados com as preparações caseiras evitando o uso exagerado de óleo, consumo frequente de frituras, consumo de carnes com gordura e pele (no caso das aves, como o frango), uso de bacon em preparações nutritivas como o feijão e por fim o acréscimo de condimentos industrializados com quantidade excessiva de sal. 12. Oferecer alimentos ricos em ferro, cálcio, vitamina A e D e zinco, pois são essenciais nessa fase da vida. A mãe deve dar a carne em pedaços pequenos e com consistência macia e estimular a criança a mastigar e engolir. O consumo médio de leite de vaca (em crianças não amamentadas) deve ser de 600 mL/dia. à Planejamento alimentar de crianças de 2 a 3 anos (1300kcal) à Planejamento alimentar de 4 a 6 anos (1800kcal) ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: à Fase de transição entre a infância e a adolescência, período de atividade físicas intensas (gasto calórico maior) • Ritmo de crescimento constante • Ganho de peso perto do estirão • Novos hábitos alimentares • Evitar sempre consumo de refrigerantes, salgados, industrializados • Inicio de consumo de alimentos ricos em gorduras • Geralmente, nessa fase, possuem deficiência de cálcio. 1. Ingestão de nutrientes para prover energia e nutrientes em quantidade e qualidade adequadas ao crescimento, ao desenvolvimento e à prática de atividades físicas. 2. Alimentação variada, que inclua todos os grupos alimentares, conforme, evitando o consumo de refrigerantes, balas e outras guloseimas. 3. Priorizar o consumo de carboidratos complexos invés dos simples. Consumo diário e variado de frutas, verduras e legumes. Os sucos naturais, não devem ultrapassar a quantidade máxima de 240 mL/dia, sendo que uma porção de fruta equivale a aproximadamente 180 mL de suco. 4. Consumo restrito de gorduras saturadas. 5. Estimular o consumo de peixes marinhos duas vezes por semana. 6. Controle da ingestão de sal para prevenção de hipertensão arterial. 7. Consumo apropriado de cálcio para formação adequada da massa óssea e prevenção da osteoporose na vida adulta. 8. Orientar sobre a importância de ler e interpretar corretamente os rótulos de alimentos industrializados. 9. Controlar o ganho excessivo de peso pela ingestão de alimentos ao gasto energético e pelo desenvolvimento de atividade física regular. 10. Evitar a substituição de refeições por lanches. 11. Estimular a prática de atividade física. 12. Reduzir o tempo gasto com atividades sedentárias. Limitar o tempo de assistir TV em 2 horas/dia ou menos. 13. Incentivar hábitos alimentares e estilo de vida adequados para toda a família. 14. Estimular a “autonomia orientada”: que a criança sirva seu prato com a porção adequada. à Sugestão de 2000kcal ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE: Dos 10 aos 19 anos – É um período de muitas mudanças de hábitos, e é nessa fase que o futuro adulto decide seus hábitos alimentares. à Nesse período, ocorre aumento da densidade mineral óssea, alcançando pico no final da adolescência, correspondendo ao estágio 4 de Tanner, e evoluindo gradativamente até a idade de adulto jovem. à Especialmente nessa fase de desenvolvimento, a escolha dos alimentos será potencialmente determinada por fatores psicológicos, socioeconômicos e culturais que irão interferir diretamente na formação dos hábitos alimentares. à Os hábitos alimentares de adolescentes são caracterizados por: • tendência em pular refeições, como o café da manhã e jantar; • fazer refeições fora de casa; • maior frequência a lanchonetes; • consumo de alimentos e bebidas com alta densidade energética; • realizar “dietas” por contaprópria. A realização de dietas inadequadas pode influenciar diretamente no crescimento, maturação e desenvolvimento de doenças crônicas. à Proteínas: O aumento do consumo no período do estirão é recomendado. FERRO: As necessidades de ferro aumentam durante a adolescência por conta da massa magra e pelo aumento do volume de eritrócitos e para suprir as perdas menstruais nas meninas. à Após a menarca, a necessidade de ferro é três vezes maior do que a dos meninos. • A anemia ferropriva tem efeitos negativos no desenvolvimento físico-mental e desempenho escolar A suplementação mais fácil é a do ferro heme que se encontra nos alimentos de origem animal. VITAMINA D: A vitamina D está envolvida no metabolismo do cálcio, fósforo e na mineralização óssea sendo necessários até 10 μg no período de maior velocidade do crescimento ósseo. O desenvolvimento ósseo tem papel importante na determinação do risco de osteoporose em idades mais avançadas.
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