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. Lídia M Negrão – med 3 1 DIARRÉIA AGUDA / IVAS OBJETIVOS: 1. Caracterizar as principais infecções das vias aéreas superiores na infância. • Tipos • Agentes causadores • Sintomatologia • Diagnóstico • Diagnóstico diferencial 2. Caracterizar a diarréia aguda na infância. • Tipos • Agentes causadores • Tratamento • Sintomatologia • Diagnóstico • Fisiopatologia IVAS PRINCIPAIS: à OTITE MÉDIA: A otite média é uma inflamação, infecciosa ou não que ocupa a fenda auditiva de forma focal ou generalizada. O osso temporal apresenta espaços pneumatizados contíguos e com isso, a orelha média pode envolver também a mastoide, o ápice petroso e as células perilabirínticas. • É maior nos meses de inverno • A otite média acompanha de infecção das vias aéreas superiores. Os fatores de risco são: baixo nível socioeconômico, disfunções da tuba auditiva, doença do refluxogastroesofágico. Os sintomas: Inicia-se com edema, engurgitamento capilar, e infiltrado polimorfonuclear na lâmina própria da mucosa da orelha média, produzindo um exsudato purulento. Pode ocorrer ulceração epitelial. Geralmente a otite média evolui para aguda e se não tratada, crônica. à OTITE MÉDIA AGUDA: É definida pela a presença de liquido preenchendo a cavidade da orelha media sob pressão, com inicio abrupto dos sinais e sintomas causados por essa inflamação. Etiologia: Estreptococos pneumoniae, Haemophilus influenza, Moraxella catarrhalis, entre outros. Os fatores de risco variam de hospedeiro para hospedeiro e dos fatores ambientais. . Lídia M Negrão – med 3 2 • Relacionados ao hospedeiro: é um fator de risco com relação a idade, caso seja antes dos 6 meses e o risco é aumentado caso a criança possua fenda palatina, síndrome de down, má formação craniofacial, imunodeficiência e discinética ciliar primária. • Relacionados ao ambiente: Costuma ocorre de IVAS, nos meses mais frios, contaminação em creches e escolas pela alta prevalência de IVAS, outro fator de risco é o tabagismo passivo. A OMA, é mais prevalente nos lactentes e em crianças pequenas por fatores anatômicos e imunológicos, característicos dessa faixa de idade. Sintomas: Otalgia, choro excessivo, febre, alterações do comportamento e do sono, irritabilidade, diminuição do apetite e até diarreia. Diagnostico diferencial da OMA é a hiperemia, opacidade, abaulamento e otorreia aguda (ela define, pois tem efusão – liquido-) à RINOSSINUSITES: Sinusite é todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal. Atualmente, o termo rinossinusite tem sido mais aceito, pois rinite e sinusite são doenças em continuidade. • A rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem rinite é de ocorrência rara. A rinossinusite ocorre geralmente após uma infecção das vias aéreas superiores (IVAS) viral ou após uma inflamação alérgica rinossinusites bacterianas. Etiologia: • envolve o mecanismo de defesa do hospedeiro e o organismo infectante. • A obstrução do óstio do seio na rinossinusite aguda é mais frequente devido ao edema de mucosa, na rinossinusite crônica alguma normalidade anatômica que interfere na drenagem através do óstio está frequentemente presente. • Obstrução do óstio sinusal, parcial ou completa, resulta em estagnação de secreções, queda do pH e da tensão de oxigênio dentro do seio. • Estas alterações favorecem o crescimento bacteriano. A tensão de oxigênio dentro do seio pode chegar a zero, promovendo crescimento anaeróbio e de bactérias facultativas, que têm importante implicação na rinossinusite crônica. Os fatores de risco são: acometimento da função ciliar pela inspiração de ar frio ou seco, ou pelo uso de drogas e medicamentos (descongestionantes tópicos) ou pela exposição a fumaça de cigarro, Atresia coanal que interfere na drenagem nasal, infecção dentária, edema de mucosa (rinite alérgica, barotrauma), desvio de septo, pólipos, tampão nasal, entre outros. à RINOSSINUSITE CRÔNICA: Anaeróbios tem um papel significante na rinossinusite crônica. Vão predominar . Lídia M Negrão – med 3 3 prevotella, peptostreptococus e fusobacterium ssp O diagnostico diferencial é geralmente clínico e auxiliado pelos exames subsidiários selecionados. à RINOSSINUSITE AGUDA: Os sintomas mais freqüentes são: • Dor: Pode ser nasal, facial ou cefaléia. Em geral, a intensidade é pior pela manhã, diminuindo ao longo do dia, aparecendo geralmente na região do seio acometido. A rinossinusite do seio etmoidal apresenta-se com dor na parte medial do nariz e na área retrorbitária. A rinossinusite esfenoidal pode se manifestar por dor no vértex, bitemporal, retrorbitária e pode ser irradiada para pescoço e ombros. Na rinossinusite maxilar aguda pode haver queixa de odontalgia. • Febre: Está presente em 50% dos adultos com rinossinusite aguda. • Obstrução nasal e rinorréia: A secreção é geralmente verde-amarelada, podendo ser uni ou bilateral. O significado da cor e aspecto da secreção é controverso, pois secreção amarelada ou esverdeada não necessariamente implica infecção bacteriana. • Outros: halitose, anosmia e rinorréia posterior com tosse. Havendo história prévia de IVAS, o quadro é mais comumente bilateral e associado a sintomas sistêmicos (febre, astenia, letargia). OS ACHADOS DO EXAME FÍSICO INCLUEM: • Secreção purulenta: Na região do meato médio, que pode ser secundária a rinossinusite maxilar, etmoidal ou frontal. Pus na região do meato superior implica rinossinusite etmoidal posterior ou esfenoidal. Além disso, a mucosa está congesta. • Dor à palpação: Os seios paranasais podem ser sensíveis à palpação. Em caso de infecção dentária envolvendo secundariamente o seio maxilar, os dentes acometidos são usualmente sensíveis à percussão. à AMIGDALITES AGUDAS: • Amigdalite aguda: dor de garganta, febre, disfagia e adenomegalia cervical ao exame: hiperemia de amigdalas com ou sem exsudatos purulentos. • Amigdalite crônica: dor de garganta crônica, halitose, eliminação de caseum, edema periamigdaliano e adenopatia cervical persistente. • Hiperplasia amigdalina: roncos, apneia obstrutiva do sono, disfagia e voz hipernasal. Na presença de quadro agudo associado, pode evoluir com insuficiência respiratória aguda. . Lídia M Negrão – med 3 4 Agentes etiológicos virais: rinovírus, corona vírus, adenovírus, herpes simples, influenza, coxsackie e outros. Agentes etiológicos bacterianos: As faringoamigdalites bacterianas – estreptococo beta hemolítico é o ais comum, cujo causas complicações como febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda. Afeta crianças a partir de 3 anos com pico de incidência entre 5 e 10 anos, mas podendo acontecer em qualquer idade. Sintomas: dor de garganta, disfagia, mialgia, febre baixa, tosse, coriza hialina e espirros. No exame físico é possível identificar hiperemia e edema da mucosa faríngea e das amigdalas algumas vezes com exsudato. Diagnóstico: é basicamente clínico, porem é possível fazer outros testes para a identificação do estreptococo, como a cultura de orofaringe. à LARINGITE: É o processo inflamatório da faringe. • A queixa mais comum é a disfonia, independente da causa que pode ser de duração e severidades variáveis • Odinofagia • Tosse • Afonia • Dispneia Pode se instalar de forma água ou crônica. • Nas crianças, devido ao tamanho reduzido da via aérea e da cartilagemaritenóide, o grau de edema de mucosa e exsudato formado, a evolução da doença costuma ser bem mais rápida. Na avaliação de pacientes com afecção laríngea, é obrigatório um exame detalhado das estruturas da cabeça e pescoço, incluindo visualização da laringe e ausculta pulmonar. • Laringoscopia indireta e se possível fibroscopia devem ser realizadas para melhor avaliação da patência da via aérea, mobilidade das cordas vocais, presença de edema e eritema laríngeos, granulomas e estenose laríngea. • A tomografia computadorizada permite avaliação de edema de tecidos moles, destruição cartilaginosa e adenopatia cervical. A ressonância magnética pode acrescentar informações de partes moles não possíveis de serem visualizadas pela CT. DIARRÉIA AGUDA: à Diarréia aguda é a eliminação anormal de fezes amolecidas/ liquidas com uma frequência igual ou maior a 3x ao dia e duração de até 14 dias. (lactentes e neonatais apresentam esse padrão, mas é comum) à Disenteria é a diarréia com presença de sangue e/ou leucócitos nas fezes. Etiologia: A diarreia pode ter causas infecciosas e não infecciosas, porem as infecciosas são mais presentes, principalmente nas crianças menores de 5 anos. . Lídia M Negrão – med 3 5 As causas não infecciosas mais frequentes de diarreia são, alergias, intolerâncias e erros alimentares e alguns medicamentos. As infecciosas são, vírus, bactérias e protozoários. • Os vírus são os principais causadores de diarreia no mundo • Rotavirus • Norovirus – gastroenterite, água alimentos contaminados. • Adenovírus – infecção do aparelho respiratório e gastroenterite • Astrovirus – transmissão de pessoa para pessoas + comum nos lactentes. Bactérias e parasitas: • As diarreias desse tipo são mais presentes em países em desenvolvimento e tem pico de incidência em estacoes chuvosas e quentes • Chrystosporidium parvum + em crianças • Giardia intestinalis • Entamoeba histolytica • Cyclospora cayetanensis + em crianças Fisiopatologia e quadro clínico: • O pH ácido gástrico, a flora bacteriana normal, o peristaltismo intestinal, as mucinas presentes na camada de muco que reveste a superfície luminal dos enterócitos, fatores antimicrobianos como lisozimas e lactoferrina e o sistema imune entérico compõem a barreira de defesa do sistema digestório potencializado em crianças que usam leite materno exclusivo. • Para que ocorra diarreia aguda infecciosa, os microrganismos precisam romper essa barreira e aderir à superfície mucosa, mecanismo este comum a todos os patógenos. • Depois da aderência à superfície celular, os microrganismos exercem seus fatores de virulência por meio da produção de enterotoxina, citotoxina e lesão da mucosa intestinal de intensidade variada, podendo até determinar em alguns casos infecção generalizada. • Dependendo do fator de virulência do microrganismo, podem ocorrer quatro mecanismos fisiopatológicos de diarreia aguda: • Mecanismo osmótico • Secretor • Inflamatório • Alteração da motilidade • Em algumas situações, há sobreposição desses mecanismos, podendo a diarreia, nesses casos, apresentar mais de uma forma clínica. à DIARRÉIA OSMÓTICA: • Predomina nos quadros virais. O rotavírus causa lesões focais, com infecção das células vilositárias apicais, que concentram as dissacaridases, principalmente a enzima lactase. • Com a destruição desses enterócitos e a reposição por células imaturas, há diminuição da atividade enzimática, reduzindo a absorção dos carboidratos, com ênfase na lactose. . Lídia M Negrão – med 3 6 • Os açúcares não absorvidos aumentam a pressão osmótica na luz intestinal, o que determina a maior passagem de água e eletrólitos para o espaço intraluminal para manter o equilíbrio osmótico. Características: • Esse tipo de diarreia caracteriza-se pela eliminação de fezes líquidas e volumosas, amareladas, com caráter explosivo e com grande perda hidreletrolítica. Os vômitos são frequentes e precoces, 90% dos casos, precedendo a diarreia e causando a desidratação, principalmente nos lactentes, faixa etária em que se concentram os quadros mais graves. A febre, geralmente alta, ocorre em aproximadamente metade dos casos. àFisiopatologia do ROTAVÍRUS: A fisiopatologia das infecções por rotavírus ainda existem múltiplas controvérsias. • O jejuno representa o principal sítio de replicação viral, mais especificamente as células epiteliais maduras que revestem as microvilosidades intestinais. • O proposto mecanismo clássico sustenta que, face à extensa lesão epitelial, desencadeia fenômenos de má-absorção que se exacerbam a partir do declínio no nível das dissacaridases. • O acúmulo de dissacarídeos no lúmen intestinal, por conseguinte, precipitaria quadro diarreico de natureza essencialmente osmótica. àDIARREIA SECRETORA: É dada pela perda de grande volume de água e de eletrólitos, por ação de enterotoxinas que estimulam os mediadores da secreção, a adenosina monofosfato cíclico (AMPc), guanosina monofosfato cíclico (GMPc) e o cálcio (Ca2+), levando à diminuição da absorção de água e íons e à secreção ativa pelas criptas. • São exemplos típicos desse tipo de diarreia a ETEC e o VIBRIO CHOLERAE. • Nesse tipo de diarreia, há poucos sintomas sistêmicos, a febre está ausente ou é baixa e os vômitos surgem com a desidratação, que é a principal complicação pela perda rápida e volumosa de água e eletrólitos pelas fezes. à DIARRÉIA INFLAMATÓRIA: É causada por patógenos que invadem a mucosa do intestino delgado ou grosso, ocorrendo resposta inflamatória local ou sistêmica, dependendo da extensão da injúria. • O quadro clínico caracteriza-se por febre, mal-estar, vômitos, dor abdominal do tipo cólica e diarreia disentérica, com fezes contendo sangue, muco e leucócitos. • Os sintomas sistêmicos serão tão mais intensos quanto maior for o potencial invasivo do patógeno. • Em algumas situações, os microrganismos podem atingir a circulação sistêmica, afetando órgãos a distância como articulações, fígado, baço e sistema nervoso central. A principal complicação da diarreia aguda é a desidratação, que nos casos de maior . Lídia M Negrão – med 3 7 gravidade pode levar a distúrbio hidreletrolítico e acido básico, choque hipovolêmico e até morte. • As crianças menores de 1 ano são as mais vulneráveis. Nas populações mais carentes, a diarreia aguda pode ser um fator determinante ou agravante da desnutrição, que por sua vez aumenta a predisposição à infecção, além de uso prévio recente de antibióticos. Diagnóstico: O diagnóstico da diarreia aguda é eminentemente clínico. Por meio de uma história e um exame físico detalhados, é possível levantar hipóteses quanto a determinados agentes etiológicos e orientar as medidas terapêuticas necessárias. DEVE CONSTAR NA ANAMNESE: 1. Duração da diarreia, 2. Características das fezes, 3. Número de evacuações diarreicas por dia, 4. Vômitos (número de episódios/dia), 5. Febre, 6. Diurese (volume, cor e tempo decorrido da última micção), 7. Uso de medicamentos, 8. Sede e apetite 9. Tipo e quantidade de líquidos e alimentos oferecidos após o início da diarreia, 10. Doenças prévias, 11. Estado geral, 12. Presença de queixas relacionadas a outros sistemas, 13. Viagem recente, contato com pessoas com diarreia 14. Ingestão de alimentos suspeitos, além do uso prévio recente de antibióticos. O exame físico deverá ser completo, incluindoavaliação nutricional, pois a desnutrição é fator de risco para quadros mais graves e evolução para diarreia persistente. • É importante lembrar também que a diarreia, principalmente no lactente, pode acompanhar quadros de pneumonia, otite média, infecção do trato urinário, meningite e septicemia bacteriana. • Deve-se classificar o estado de hidratação do paciente. • A solicitação de exames laboratoriais não é necessária rotineiramente para o tratamento da diarreia aguda, habitualmente autolimitada, para os casos de evolução atípica, grave ou arrastada, presença de sangue nas fezes, lactentes menores de 4 meses e para os pacientes imunodeprimidos. (necessário) O hemograma completo deve ser solicitado para avaliar anemia e padrão leucocitário; ionograma, ureia e creatinina, nos casos com distúrbio hidreletrolítico grave e impacto na função renal. • Nas fezes, pH fecal, substâncias redutoras, leucócitos, hemácias, sangue oculto e coprocultura, ELISA para vírus e pesquisa de toxina para Clostridium são os exames mais frequentemente solicitados. à O pH fecal igual ou menor de 5,5 e a presença de substâncias redutoras nas fezes indicam intolerância aos carboidratos, normalmente de natureza transitória. . Lídia M Negrão – med 3 8 • A ausência de leucócitos fecais não exclui a presença de bactéria invasiva, mas a sua presença indica inflamação e organismos que invadem a mucosa intestinal. O exame de coprocultura geralmente tem uma positividade baixa. O material fecal deve ser transportado em meio especial ou cultivado até 2 horas após a coleta, com as fezes mantidas em refrigeração a 4°C. USO DE MEDICAMENTOS EM PACIENTES COM DIARREIA • Antibióticos: devem ser usados somente para casos de diarreia com sangue (disenteria) e comprometimento do estado geral ou em casos de cólera grave. Em outras condições, os antibióticos são inefi cazes e não devem ser prescritos. • Antiparasitários: devem ser usados somente para: • Amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp fracassar, ou em casos em que se identifi cam nas fezes trofozoítos de Entamoeba histolytica englobando hemácias. • Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se identifi carem cistos ou trofozoítos nas fezes ou no aspirado intestinal. • Zinco: deve ser administrado, uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias: • Até seis (6) meses de idade: 10mg/dia. • Maiores de seis (6) meses de idade: 20mg/dia. ANTIDIARREICOS E ANTIEMÉTICOS NÃO DEVEM SER USADOS IDENTIFICAR DISENTERIA E/OU OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DIARREIA 1- PERGUNTAR SE O PACIENTE TEM SANGUE NAS FEZES Em caso positivo e com comprometimento do estado geral: • Reidratar o paciente de acordo com os planos A, B ou C. • Iniciar antibioticoterapia. Tratamento de crianças: • Ciprofl oxacino: 15 mg/kg a cada 12 horas, via oral, por 3 dias. • Ceftriaxona: 50 a 100mg/kg, intramuscular, uma vez ao dia, por 2 a 5 dias, como alternativa. • Orientar o acompanhante para administrar líquidos e manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado no domicílio • Reavaliar o paciente após dois dias. • Se mantiver presença de sangue nas fezes após 48 horas do início do tratamento, encaminhar para internação hospitalar. Observação: crianças com quadro de desnutrição devem ter o primeiro atendimento em qualquer Unidade de Saúde, devendo- se iniciar hidratação e antibioticoterapia de forma imediata, até que chegue ao hospital. Tratamento de adultos: • Ciprofl oxacino: 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias. • Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e manter a alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado no domicílio. • Reavaliar o paciente após 2 dias. • Se mantiver presença de sangue nas fezes ou melena após 48 horas do início do tratamento: - Se o paciente estiver com condições gerais boas, iniciar Ceftriaxona 2g, via intramuscular, 1 vez ao dia, por 2 a 5 dias. - Se estiver com condições gerais comprometidas, encaminhar para internação hospitalar. 2- PERGUNTAR QUANDO INICIOU A DIARREIA Se tiver mais de 14 dias de evolução: a) Encaminhar o paciente para a unidade hospitalar se: • menor que seis meses. • apresentar sinais de desidratação. Neste caso, reidrate-o primeiro e em seguida encaminhe-o a unidade hospitalar. Quando não houver condições de encaminhar para a unidade hospitalar, orientar o responsável/acompanhante para administrar líquidos e manter a alimentação habitual no domicílio. b) Se o paciente não estiver com sinais de desidratação e nem for menor de seis meses, encaminhar para consulta médica para investigação e tratamento. 3- OBSERVAR SE TEM DESNUTRIÇÃO GRAVE Se a criança estiver com desnutrição grave (utilizar para diagnóstico a Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde): • Em caso de desidratação, iniciar a reidratação e encaminhar o paciente para o serviço de saúde. • Entregar ao paciente ou responsável envelopes de SRO em quantidade sufi ciente e recomendar que continue a hidratação até que chegue ao serviço de saúde. 4- VERIFICAR A TEMPERATURA Se o paciente estiver, além da diarreia, com a temperatura de 39ºC ou mais: investigar e tratar outras possíveis causas, por exemplo, pneumonia, otite, amigdalite, faringite, infecção urinária PLANO C PARA TRATAR A DESIDRATAÇÃO GRAVE NA UNIDADE HOSPITALAR O PLANO C CONTEMPLA DUAS FASES PARA TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS: A FASE RÁPIDA E A FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO FASE RÁPIDA – MENORES DE 5 ANOS (fase de expansão) SOLUÇÃO VOLUME TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO Soro Fisiológico a 0,9% Iniciar com 20ml/kg de peso. Repetir essa quantidade até que a criança esteja hidratada, reavaliando os sinais clínicos após cada fase de expansão administrada. 30 minutos Para recém-nascidos e cardiopatas graves começar com 10ml/kg de peso. AVALIAR O PACIENTE CONTINUAMENTE FASE RÁPIDA – MAIORES DE 5 ANOS (fase de expansão) SOLUÇÃO VOLUME TOTAL TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO 1º Soro Fisiológico a 0,9% 30ml/kg 30 minutos 2º Ringer Lactato ou Solução Polieletrolítica 70ml/kg 2 horas e 30 minutos FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO PARA TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS SOLUÇÃO VOLUME EM 24 HORAS Soro Glicosado a 5% + Soro Fisiológico a 0,9% na proporção de 4:1 (manutenção) + Peso até 10kg 100ml/kg Peso de 10 a 20kg 1000ml + 50ml/kg de peso que exceder 10kg Peso acima de 20kg 1500ml + 20ml/kg de peso que exceder 20kg Soro Glicosado a 5% + Soro Fisiológico a 0,9% na proporção de 1:1 (reposição) + Iniciar com 50ml/kg/dia. Reavaliar esta quantidade de acordo com as perdas do paciente. KCl a 10% 2ml para cada 100ml de solução da fase de manutenção. AVALIAR O PACIENTE CONTINUAMENTE. SE NÃO HOUVER MELHORA DA DESIDRATAÇÃO, AUMENTAR A VELOCIDADE DE INFUSÃO • Quando o paciente puder beber, geralmente 2 a 3 horas após o início da reidratação venosa, iniciar a reidratação por via oral com SRO, mantendo a reidratação endovenosa. • Interromper a reidratação por via endovenosa somente quando o paciente puder ingerir SRO em quantidade sufi ciente para se manter hidratado. A quantidade de SRO necessária varia de um paciente para outro, dependendo do volume das evacuações. • Lembrar que a quantidade de SRO a ser ingerida deve ser maior nas primeiras 24 horas de tratamento. • Observar o paciente por pelo menos seis (6) horas. OS PACIENTES QUE ESTIVEREM SENDO REIDRATADOS POR VIA ENDOVENOSA DEVEM PERMANECER NA UNIDADE DE SAÚDE ATÉ QUE ESTEJAM HIDRATADOS E CONSEGUINDO MANTER A HIDRATAÇÃO POR VIA ORAL PLANO B PARA TRATAR A DESIDRATAÇÃO POR VIA ORAL NA UNIDADE DE SAÚDE 1) ADMINISTRAR SOLUÇÃO DE REIDRATAÇÃO ORAL: • A quantidade de solução ingerida dependerá da sede do paciente. • A SRO deverá ser administrada continuamente, até que desapareçam os sinais de desidratação. • Apenas como orientação inicial, o paciente deveráreceber de 50 a 100ml/kg para ser administrado no período de 4-6 horas. 2) DURANTE A REIDRATAÇÃO REAVALIAR O PACIENTE SEGUINDO AS ETAPAS DO QUADRO “AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO DO PACIENTE” • Se desaparecerem os sinais de desidratação, utilize o PLANO A. • Se continuar desidratado, indicar a sonda nasogástrica (gastróclise). • Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir o PLANO C. 3) DURANTE A PERMANÊNCIA DO PACIENTE OU ACOMPANHANTE NO SERVIÇO DE SAÚDE ORIENTAR A: • Reconhecer os sinais de desidratação. • Preparar e administrar a Solução de Reidratação Oral. • Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). O PLANO B DEVE SER REALIZADO NA UNIDADE DE SAÚDE. OS PACIENTES DEVERÃO PERMANECER NA UNIDADE DE SAÚDE ATÉ A REIDRATAÇÃO COMPLETA PLANO A PARA PREVENIR A DESIDRATAÇÃO NO DOMICÍLIO Explique ao paciente ou acompanhante para fazer no domicílio: 1) OFERECER OU INGERIR MAIS LÍQUIDO QUE O HABITUAL PARA PREVENIR A DESIDRATAÇÃO: • O paciente deve tomar líquidos caseiros (água de arroz, soro caseiro, chá, suco e sopas) ou Solução de Reidratação Oral (SRO) após cada evacuação diarreica. • Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou suco. 2) MANTER A ALIMENTAÇÃO HABITUAL PARA PREVENIR A DESNUTRIÇÃO: • Continuar o aleitamento materno. • Manter a alimentação habitual para as crianças e os adultos. 3) SE O PACIENTE NÃO MELHORAR EM DOIS DIAS OU SE APRESENTAR QUALQUER UM DOS SINAIS ABAIXO, LEVÁ-LO IMEDIATAMENTE AO SERVIÇO DE SAÚDE: SINAIS DE PERIGO • Piora na diarreia • Recusa de alimentos • Vômitos repetidos • Sangue nas fezes • Muita sede • Diminuição da diurese 4) ORIENTAR O PACIENTE OU ACOMPANHANTE PARA: • Reconhecer os sinais de desidratação. • Preparar e administrar a Solução de Reidratação Oral. • Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). 5) ADMINISTRAR ZINCO UMA VEZ AO DIA, DURANTE 10 A 14 DIAS: • Até seis (6) meses de idade: 10mg/dia. • Maiores de seis (6) meses de idade: 20mg/dia. IDADE Quantidade de líquidos que devem ser administrados/ingeridos após evacuação diarreica Menores de 1 ano 50-100ml De 1 a 10 anos 100-200ml Maiores de 10 anos Quantidade que o paciente aceitar MANEJO DO PACIENTE COM DIARREIA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO DO PACIENTE ETAPAS A B C OBSERVE Estado geral Bem, alerta Irritado, intranquilo Comatoso, hipotônico* Olhos Normais Fundos Muito fundos e secos Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes Sede Bebe normal, sem sede Sedento, bebe rápido e avidamente Bebe mal ou não é capaz de beber* EXPLORE Sinal da prega Desaparece rapidamente Desaparece lentamente Desaparece muito lentamente (mais de 2 segundos) Pulso Cheio Rápido, fraco Muito fraco ou ausente* DECIDA SEM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO Se apresentar dois ou mais sinais: COM DESIDRATAÇÃO Se apresentar dois ou mais sinais, incluindo pelo menos um dos destacados com asterisco (*): DESIDRATAÇÃO GRAVE TRATE USE O PLANO A USE O PLANO B (pese o paciente) USE O PLANO C (pese o paciente) MELHORAR SUA VIDA, NOSSO COMPROMISSO.
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