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Juliana Geller - 103 Vascularização do Pescoço Livro Referência: Moore Introdução Os vasos que irrigam o pescoço tem origem no arco aórtico (faz uma curvatura para esquerda e posterior ao mesmo tempo). Desse arco saem 3 artérias, sendo a p r i nc i pa l o t ronco b raqu ioce fá l i co - mede aproximadamente 5 cm de comprimento e está localizado mais à direita e anterior em relação aos outros vasos (artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda). DIREITA ——————> ESQUERDA Tronco B. Carótida C..E. Subclávia E. O tronco braquiocefálico se dirige lateralmente (direita) em relação à linha mediana e possui seu trajeto no interior do tórax e vai se bifurcar posteriormente à articulação esternoclavicular em artéria carótida comum direita e artéria subclávia direita. Os ramos esquerdos, diferentemente dos ramos direitos - que ja se iniciam na abertura anterior do pescoço e mantêm seu trajeto exclusivamente no pescoço -, possuem o seu trajeto no tórax, se relacionando à estruturas como a cúpula da pleura, na qual os vasos sulcam e marcam uma impressão nos pulmões. Artérias Carótidas Comuns São as duas artérias que tem a principal função de nutrir as estruturas do pescoço e da cabeça. A artéria carótida direita tem seu início posterior à articulação esternoclavicular, um trajeto inteiramente cervical - da articulação à margem superior da cartilagem tireoidea (C4). Nesse trajeto, normalmente, ela não dá nenhum ramo, apenas no nível de C4, onde ela se bifurca nos sesu ramos terminais (carótida interna e externa). Ela é envolvida pela bainha carotídea, junto com a veia jugular interna e o nervo vago (artéria - medial; veia - lateral; nervo - posterior). E l a es tá profunda aos segu in tes múscu los : esternocleidomastoideo e infra-hioideos (omo-hioideo; esterno-hioideo e tireo-hioideo) e também está profunda à alça cervical do plexo cervical - responsável pela inervação dos músculos infra-hioideos. Entre a bainha carótica e os músculos pré-vertebrais existe a cadeia simpática paravertebral (ou tronco simpático) onde estão localizados os gânglios do sistema nervoso autônomo. Assim, essa cadeia simpática está posterior à artéria carótida comum. No ponto de bifurcação da artéria carótida comum, são encontradas duas estruturas: - Seio carótico: dilatação da carótida comum que se estende para o início da carótida interna. Esse seio apresenta receptores especializados na captação da pressão arterial. A parede da artéria, perante uma situação de elevada pressão sanguínea, cede mais e esses receptores captam a informação e levam ao SNC, que responde com estímulos de bradicardia ou vasodilatação periférica, para que o corpo volte à homeostase. - Glomo carótico: está localizado na bifurcação da artéria carótida comum, com receptores que determinam a concentração de oxigênio circulante no sangue, gerando um reflexo do sistema autônomo para reverter uma baixa de O2, através de medidas como taquicardia ou taquipneia para melhorar a oxigenaçào sanguínea. Essas estruturas normalmente são inervadas por ramos dos nervos glossofaríngeo e vago, através de fibras aferentes que captam as informações dessas estruturas. Caso ocorra a compressão do seio carótico - o que gera um aumento abrupto da pressão - isso leva à síncope (desmaio), devido à bradicardia do efeito reverso, além de hipoxia. Artéria Carótida Interna É uma continuação no longo eixo da carótida comum e se dirige ao crânio sem se ramificar, entrando através do canal carótico, emergindo lateralmente ao corpo do esfenoide - no sulco carótico - onde ela se curva superior e depois posteriormente, formando o sifão carotídeo (curvatura dentro do seio cavernoso). Por isso ocorrer dentro do seio cavernoso, essa porção da artéria recebe o nome de parte cavernosa. Ela dá um ramo que vai em direção à órbita - artéria oftálmica - Juliana Geller - 103 que dá dois ramos - supratroclear e supraorbital - que emergem na face e no couro cabeludo, os quais se anastomosam com ramos da artéria carótida externa (ramo frontal da artéria temporal superficial). Isso forma uma importante via de circulação colateral Obs: as partes da artéria são - Parte cervical; - Parte petrosa (dentro do canal carótico); - Parte cavernosa (dentro do seio cavernoso) Depois dessa curvatura, ela termina inferiormente ao processo clinoide anterior, onde dá seus ramos terminais: artéria cerebral média e artéria cerebral anterior Artéria Carótida Externa Também se inicia no nível da margem superior da cartilagem tireóidea (C4) - no ponto de bifurcação - e se estende até o colo da mandíbula, onde dá seus dois ramos terminais: temporal superficial e maxilar. Ela também emite ramos colaterais no pescoço além dos terminais. RAMOS DA ACE ▹ Face anterior - Artéria Tireóidea Superior Irriga a glândula tireoide e a laringe. Pode ser variavelmente um ramo da artéria carótida comum. Passa profunda aos músculos infra-hioideos e ECM, irrigando-os e depois vai em direção à glândula tireoide (também irrigando-a). Como esses ramos caminham em direção à linha mediana, eles se anastomosam com a artéria tireoidea superior contralateral. Além de suprir a tireoide, ela faz anastomose posteriormente com a artéria tireoidea inferior, que é ramo da artéria subclávia - tronco tireocervical -, sendo uma importante circulação colateral entre a subclávia e a artéria carótida externa. Ramo da Tireoidea Superior: ⇢ Artéria Laríngea Superior Perfura a membrana tireo-hioidea e vai fazer a nutrição da laringe. - Artéria Lingual Passa em direção ao assoalho de boca e penetra nesse espaço profundamente ao músculo hioglosso. Vai irrigar a língua e o conteúdo do assoalho da boca. Forma uma alça superficial ao constritor médio da faringe e depois passa profundamente ao hioglosso. Obs: superficial ao hioglosso - nervo lingual e nervo hipoglosso Ramos da Lingual ⇢ Artéria Dorsal da Língua ⇢ Artéria Sublingual ⇢ Artéria Profunda da Língua Apesar da veia lingual acompanhar a artéria de mesmo nome, a principal drenagem venosa da língua é feita pela veia acompanhante do nervo hipoglosso. - Artéria Facial Não se aprofunda nos músculos da região. Irriga a face e emite ramos no pescoço que participam da irrigação, principalmente, de estruturas da faringe. Ramos Cervicais da Artéria Facial: ⇢ Artéria Palatina Ascendente ⇢ Ramo Tonsilar ⇢ Ramos Glandulares ⇢ Artéria Submentual ▹ Face posterior - Artéria Occipital Na sua origem cruza a ACI, passa profundamente ao ventre posterior do digástrico e se coloca no sulco da artéria occipital, medial ao processo mastoideo. Obs: o nervo hipoglosso cruza a origem da artéria occipital - Artéria Auricular Posterior Irrigação da parte posterior do couro cabeludo e pavilhão auricular. ▹ Face medial - Artéria Faríngea Ascendente Maior parte do seu trajeto é profunda e paralela à carótida externa. Obs: todos os ramos da carótida externa que caminham em direção à linha mediana fazem anastomose com os ramos do lado oposto, isso é uma anastomose importantíssima da ACE. Se um paciente tem uma obstrução da carótida externa esquerda, ele ainda pode sobreviver, devido à circulação colateral. Artéria Subclávia Ela é dividida em 3 porções, através da relação ao músculo escaleno anterior, sendo assim: - 1ª parte: medial ao músculo Juliana Geller - 103 - 2ª parte: posterior ao músculo - 3ª parte: lateral ao músculo A veia subclávia e a veia jugular interna são superficiais ao músculo escaleno anterior, assim como o nervo vago e frênico. Ramos da Primeira Divisão: 1. Artéria Vertebral Entra no crânio através do forame magno. As artérias vertebrais de cada lado vão se unir no interior do crânio para formar a artéria basilar que faz nutrição do encéfalo 2. Artéria Torácica Interna (mamária) 3. Tronco Tireocervical a) Artéria Tireoidea Inferior: forma uma circulaçãocolateral subclávia-ACE através da anastomose com a tireoidea superior b) Artéria Cervical Transversa: dá o ramo cervical superficial c) Artéria Supraescapular Ramos da Segunda Divisão: 1. Tronco Costocervical a) Artéria Cervical Profunda b) Artéria Intercostal Suprema Ramos da Terceira Divisão 1. Artéria Dorsal da Escápula CIRCULAÇÃO COLATERAL: anatomose da carótida externa e subclávia ou ACE-ACE A) Artéria Tireoidea Superior (ACE) com Artéria Tireoidea Inferior (subclávia) B) Artéria Occipital (ACE) com as Artérias Cervical Profunda e Cervical Transversa (subclávia) C) Anastomose contralateral da ACE: aa. Occipitais ou aa. Linguais Drenagem Venosa A veia jugular externa e a veia jugular anterior estão superficiais à lâmina superficial da fáscia cervical, localizadas na tela subcutânea. Ambas drenam para a veia subclávia. Já a veia jugular interna está dentro da bainha carotídea e também drena para a veia subclávia - o ponto de união delas recebe o nome de ângulo venoso. Se o paciente tiver uma lesão próxima ao trígono omo- clavicular, a veia terá dificuldade para colabar, porque a adventícia desse vaso está aderida à fáscia. Isso favorece a entrada de ar, dando origem à uma embolia gasosa. O plexo pterigoideo forma a veia retromandibular, a qual se bifurca em ramo anterior e posterior. O ramo posterior se junta com a veia auricular posterior, formando a veia jugular externa. O ramo anterior se junta com a veia facial, formando a veia facial comum. A veia facial comum, veia lingual e veia tireoidea superior drenam para a jugular interna. As vezes, as veias jugulares anteriores se juntam na linha mediana formando um arco venoso jugular. Na traqueostomia, tem que ter cuidado com essa veia, caso contrário, será necessário fazer uma angiorrafia. Drenagem Linfática Existem linfonodos profundos e superficiais da cabeça e do pescoço. Os linfonodos superficiais da cabeça são: occipitais, mastóideos, parotídeos superficiais e faciais (ao redor da veia facial) Obs: na face, a lâmina superficial da fáscia cervical é contínua com a fáscia parotideomassetérica. Os linfonodos profundos da cabeça são: linfonodos parotídeos profundos, linfonodos retrofaríngeos. Os linfonodos superficiais do pescoço: localizados próximos às veias que acompanham. Os linfonodos cervicais laterais superficiais acompanham a veia jugular externa, e os cervicais anteriores acompanham a jugular anterior; linfonodos submentuais e submandibulares, estão profundos à fáscia mas são considerados superficiais Os linfonodos profundos do pescoço são o principal grupo que acompanha VJI, os linfonodos cervicais laterais profundos; linfonodos cervicais anteriores profundos e cervicais laterais profundos; A veia jugular interna é cruzada pelo omo-hióideo e pelo digástrico. No ponto entre o digástrico e a jugularinterna existe o linfonodo jugulodigástrico, e onde o omo-hióideo cruza a jugular interna existe o jugulo-omo-hióideo. A linfa dessa região é drenada para ao ducto torácico e ducto linfático direito.
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