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Atividade 05 - Ação popular

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ATIVIDADE 05 – AÇÃO POPULAR
ACADÊMICA: AMANDA GOMES SEVERO
O Município Suspiro D´Oeste - Pr, representado pelo Prefeito Augusto dos Anjos, celebrou contrato administrativo com a empresa Sabiá Canto Lindo Ltda. cujo sócio majoritário é Casimiro de Abreu, filho da companheira do Prefeito –, tendo por objeto o fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de ensino, pelo prazo de sessenta meses. 
O contrato foi celebrado sem a realização de prévio procedimento licitatório e apresentou valor de cinco milhões de reais anuais. Joaquim Manuel de Macedo, cidadão consciente e eleitor no Município de Suspiro D´Oeste - Pr, inconformado com a contratação que favorece o filho da companheira do Prefeito, o procura para, na qualidade de advogado (a), para identificar e minutar a medida judicial que, em nome dele, pode ser proposta para questionar o contrato administrativo.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SUSPIRO D’ OESTE/PR
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO, brasileiro, casado, portador do RG nº .... e CPF nº ...., residente e domiciliado na Rua ...., nº ...., bairro ...., na cidade de Suspiro D’ Oeste/PR, vem por sua advogada que ao final subscreve, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXXIII da Constituição Federal de 1988 e artigo 1º da Lei 4.717/65, propor:
AÇÃO POPULAR
Em desfavor do MUNICÍPIO DE SUSPIRO D’ OESTE/PR, pessoa jurídica de direito público interno, que pode ser citada na pessoa do Procurador Geral do Município, com endereço na Rua ...., nº ...., bairro ......, em Suspiro D’ Oeste/PR;
AUGUSTO DOS ANJOS, brasileiro, prefeito do município de Suspiro D’ Oeste/PR, casado, portador do RG nº ...., CPF nº ......., com endereço na Rua ...., nº ......, bairro ......, em Suspiro D’ Oeste/PR;
SABIÁ CANTO LINDO LTDA., pessoa jurídica de direito privado, representada por seu sócio majoritário CASIMIRO DE ABREU, inscrita no CNPJ sob o nº ........, com endereço na Avenida ...., nº ......., bairro ......., em Suspiro D’ Oeste/PR, pelos motivos de fato e de direito adiante aduzidos:
1. DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
Dispõe o artigo 5º, LXXIII da Constituição Federal: 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Ainda, prevê o artigo 1º da Lei 4.717/65, a chamada Lei da Ação Popular:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
O objeto da ação popular é o combate ao ato ilegal ou imoral e lesivo ao patrimônio público, sem contudo configurar-se a ultima ratio, ou seja, não se exige o esgotamento de todos os meios administrativos e jurídicos de prevenção ou repressão aos atos Ilegais ou imorais e lesivos ao patrimônio público para seu ajuizamento.
Assim, qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular, para o fim de anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Considera-se cidadão para fins da legitimidade ativa necessária para a propositura da referida ação o brasileiro nato ou naturalizado, inclusive aquele entre 16 e 18 anos, e ainda, o português equiparado, no gozo de seus direitos políticos. 
Determina o artigo 1º, §3º da Lei 4.717/65 que, a prova da cidadania, necessária para o ingresso em juízo, é feita por meio do título de eleitor ou documento correspondente. 
Podem figurar como sujeito passivo da Ação Popular as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º da Lei 4.717/65, contra as autoridades, funcionários ou administrados que autorizarem, aprovarem, ratificarem ou praticarem o ato impugnado, ou que, diante de omissão, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo ato ou contrato (art. 6º da Lei 4.717/65).
Ainda, prevê o artigo 5º da referida lei que, é competente para processar e julgar a Ação Penal o juiz do local da origem do ato impugnado. Sendo, portanto, o juízo da Comarca de Suspiro D’ Oeste/PR competente para processo e julgamento da presente ação.
2. DOS FATOS 
O Município de Suspiro D’ Oeste/PR, devidamente representado pelo Prefeito Augusto dos Anjos, celebrou um contrato administrativo com a empresa Sabiá Canto Lindo LTDA, tendo como finalidade o fornecimento de material escolar para toda a rede pública de ensino do município, pelo prazo de 60 (sessenta) meses.
Ocorre que, o referido contrato administrativo foi celebrado sem a realização de prévio licitatório e apresentou valor de 05 (cinco) milhões/ano. 
Ainda, além da ausência de licitação para a contratação do referido serviço, verifica-se que o sócio majoritário da empresa Sabiá Canto Lindo LTDA, tem como sócio majoritário Casimiro de Abreu, filho da companheira do Prefeito.
Desse modo, é clara a violação aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública (art. 37 da Constituição Federal de 1988).
3.	DO DIREITO
São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades da Administração direta ou direta, nos casos de incompetência, vício de forma, ilegalidade do objeto, inexistência dos motivos ou desvio de finalidade (art. 2º da Lei 4.717/65). 
Verifica-se que há vício de forma no contrato administrativo supracitado, visto que o Município de Suspiro D’ Oeste/PR não celebrou o devido procedimento licitatório ao contratar a empresa Sabiá Canto Lindo LTDA.
Ainda, é notório que a referida empresa tem como proprietário o enteado do Prefeito Municipal da cidade, dessa forma, a finalidade do ato foi prejudicado, caracterizando ofensa ao artigo 37, XXI da Constituição Federal e artigo 2º da Lei 8.666/93.
Infringida a finalidade do ato ou a finalidade pública, o ato será ilegal, por desvio de poder (GRANJEIRO, Wilson J. Manual de Direito Administrativo, 26º. ed. Vescton, 2005, p. 86).
As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação (art. 2º da Lei 8.666/93).
O processo licitatório tem como objetivo garantir a observância do princípio da isonomia, de modo a escolher a proposta que seja mais vantajosa.
Além disso, dispõe o artigo 3º da Lei 8.666/93:
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Dessa forma, a inobservância de tais preceitos legais fere os princípios da Administração Pública citados no dispositivo legal acima.
Portanto, ao contratar empresa de propriedade do enteado do prefeito municipal, há violação ao princípio da impessoalidade, posto que, não pode a Administração Pública atuar com a finalidade de beneficiar determinada pessoa.
Ainda,há clara violação do princípio da moralidade, visto que a contratação direta da referida empresa, está fora das hipóteses de dispensa de licitação (art. 24 da Lei 8.666/93). 
Por fim, o artigo 57 da Lei 8.666/93 dispõe que a duração dos contratos administrativos fica adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, visto que o prazo de vigência do referido contrato administrativo é de 60 (sessenta) meses, embora não se enquadre na exceção prevista no artigo 57, II da Lei supramencionada.
Nesse sentido, a jurisprudência se orienta:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO POPULAR. SEBRAE. CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. FRACIONAMENTO DE OBJETO PARA PROVOCAR DISPENSA. PREJUÍZO AO ERÁRIO IN RE IPSA. 1. Cuida-se os autos sobre ação popular objetivando o reconhecimento da nulidade, em razão da falta de prévia licitação, de quatro contratos firmados, no ano de 2009, entre o SEBRAE e as empresas recorridas, cujo objeto era a "prestação de serviços de horas técnicas de instrutoria para empreendedores do meio rural" em diferentes municípios de Santa Catarina, inobstante excedido o limite de R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais) previsto no art. 6o, II, a, da Resolução CDN nº 39/98, que dispensava a licitação para compras e serviços abaixo do referido valor. 2. Ficou constatado pelo Tribunal a quo que houve o fracionamento indevido das contratações no intuito de burlar a obrigatoriedade do devido processo licitatório. 3. A Corte de origem, apesar de ter reconhecido a ilegalidade na contratação, decidiu que "comprovada a efetiva prestação dos serviços, sem qualquer indício de superfaturamento, a pretensão da ação popular não pode prosperar porque o descumprimento da lei ou do regulamento não dispensa a demonstração da lesividade dos atos impugnados" 4. O prejuízo ao erário, na espécie (fracionamento de objeto licitado, com ilegalidade da dispensa de procedimento licitatório), que geraria a lesividade apta a ensejar a nulidade e o ressarcimento ao erário, é in re ipsa, na medida em que o Poder Público deixa de, por condutas de administradores, contratar a melhor proposta (no caso, em razão do fracionamento e conseqüente não-realização da licitação, houve verdadeiro direcionamento da contratação). 5. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a ação popular é cabível para a proteção da moralidade administrativa, ainda que inexistente o dano material ao patrimônio público, ou seja, a lesão tanto pode ser efetiva quanto legalmente presumida, visto que a Lei 4.717/65 estabelece casos de presunção de lesividade (art. 4º), para os quais basta a prova da prática do ato naquelas circunstâncias para considerar-se lesivo e nulo de pleno direito. 6. Agravo regimental não provido.
(STJ - AgRg no REsp: 1378477 SC 2013/0100863-8, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 11/03/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/03/2014).
Portanto, a ocorrência de tais atos constituem improbidade administrativa, visto que a ação realizada pelos sujeitos passivos deu ensejo à lesão patrimonial, desvio, apropriação e dilapidação de bens públicos. Além de violar os princípios da administração pública.
4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer: 
a) O recebimento da Ação Popular, a fim de conter o ato ilegal e lesivo ao patrimônio público, nos termos da Lei 4.717/65;
b) A citação dos réus, para que, no prazo legal, contestem a presente ação.
c) A intervenção do ilustre representante do Ministério Público, para acompanhar a demanda no que lhe couber;
d) Seja julgado procedente o pedido, a fim de anular o contrato administrativo ora impugnado e condenar os réus a ressarcir os danos causados à Administração Pública;
e) Provar o alegado por meio de todos os meios de prova admitidos no direito;
Dá-se a causa o valor de R$ 1.100,00 (mil e cem reais).
Termos em que, pede deferimento
Advogado...
OAB....
QUESTÕES SUBJETIVAS COMPLEMENTARES
1.O município de Cordeiro das Neves realizou processo de licitação, na modalidade pregão, para a aquisição de 6 (seis) caminhões basculantes, com o objetivo de equipar a secretaria de obras daquele município. Ocorre que após a realização do evento, o prefeito Chorão das Neves, resolveu revogar o procedimento, já que uma empresa do ramo do objeto, não conseguiu participar naquele momento do certame licitatório. Essa mesma empresa garantiu ao Prefeito que, em futura licitação, poderá propor preço muito menor àqueles propostos pela empresa ganhadora do certame. 
a) A decisão do prefeito em revogar a licitação, tem amparo no ordenamento jurídico? 
Não, visto que a Administração Pública não pode revogar licitação sem justa causa para favorecer licitante.
b) Por força da lei regente, quais são os requisitos da revogação de uma licitação? 
A ocorrência de fato superveniente que tenha tornado o procedimento inconveniente ou inoportuno; motivação; contraditório e ampla defesa prévio.
2. SANTACRUZ, diretor de uma autarquia estadual, determinou o levantamento dos bens móveis daquela entidade. Após análise criteriosa, ficou demonstrada uma grande quantidade de bens inservíveis. Diante desse cenário, responda de forma fundamentada: 
a) Em relação aos bens de uma autarquia, qual a natureza jurídica deles?
Sendo a autarquia pessoa jurídica de direito público, seus bens são considerados bens públicos.
b) É possível realizar a alienação desses bens objeto do levantamento? Explique.
Sim, desde que haja interesse público devidamente justificado, alienação prévia e licitação (art. 17, II da Lei 8.666/93). Nesse caso, a licitação deve seguir a modalidade leilão (art. 22, §5º da Lei 8.666/93).

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