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Atendimento Educacional Especializado

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São Paulo, 2020. 
 Bruna Carla de Lima Barbosa. 
 
 
 
 
 
Atendimento Escolar Especializado 
 
O atendimento escolar especializado visa dar suporte para alunos com deficiências e 
facilitar o acesso dos mesmos ao currículo pedagógico. Conforme o Decreto n°6571, de 
setembro de 2008, o Atendimento Escolar Especializado identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para os alunos, 
considerando suas específicas necessidades. 
Este atendimento deve acompanhar a proposta pedagógica da escola, mas suas atividades 
devem ocorrer num espaço diferenciado; podendo acontecer em salas multifuncionais que 
são pensadas para oferecer suporte, materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e 
profissionais que atendam às suas necessidades. É imprescindível que os professores das 
salas especializadas e regulares atuem de forma colaborativa, definindo estratégias que 
favoreçam o acesso do aluno ao currículo e sua inclusão. 
Experiências demonstram a importância do atendimento escolar especializado e os 
benefícios que trazem para o desenvolvimento dos alunos, como autonomia, melhor 
compreensão de conhecimentos relacionados à vida, desenvolvimento de potencialidades e 
habilidades, autoconhecimento das expressões emocionais, habilidades inter e 
intrapessoais que facilitam a jornada do saber. 
 
Direitos Educacionais das Crianças e Adolescentes com 
Deficiência. 
 
A discriminação e exclusão de pessoas com deficiência ocorrem em todos os aspectos 
sociais, começando com as mais simples como falta de acessibilidade. A maioria desses 
preconceitos são consequências da falta de informação sobre a necessidade de atender 
suas especificidades. As leis e diretrizes acerca da deficiência tem o intuito de fazer 
acontecer o direito dessa classe, garantindo sua emancipação. 
A ​Convenção dos direitos da criança ​(ONU, 1989) garante o cumprimento dos demais 
direitos da constituição para com pessoas em condição de deficientes no artigo 23, que diz: 
“Atendendo as necessidades particulares da criança deficiente, a assistência fornecida nos 
termos do n.o 2 será gratuita sempre que tal seja possível, atendendo aos recursos 
financeiros dos pais ou daqueles que tiverem a criança a seu cargo, e é concebida de 
maneira a que a criança deficiente tenha efetivo acesso à educação [...] A criança deficiente 
tem direito a cuidados especiais, educação e formação adequados que lhe permitam ter 
uma vida plena e decente, em condições de dignidade, e atingir o maior grau de autonomia 
e integração social possível. Direitos, aos cuidados de saúde, à reabilitação, à preparação 
para o emprego e a atividades recreativas, e beneficie desses serviços de forma a 
assegurar uma integração social tão completa quanto possível e o desenvolvimento 
pessoal, incluindo nos domínios cultural e espiritual.”. O Artigo 23 garante o cumprimento 
dos mesmos direitos de saúde e educação das crianças sem deficiência para as demais. E 
o artigo 2 assegura o direito de a criança não sofrer discriminação, seja por sua cor, classe 
social ou deficiência: “Art 2 - Os estados assegurarão a toda criança sob sua jurisdição os 
direitos previstos nesta convenção sem discriminação de qualquer tipo baseados em na 
condição, nas atividades, opiniões ou crenças, de seus pais, representantes legais ou 
familiares.” 
O pensamento de que os alunos com deficiência são incapazes de desenvolver suas 
habilidades e competências em sala de aula foi propagado pela sociedade e dificulta o 
desenvolvimento educacional, a convivência social e deve ser desmistificado. A escola e os 
professores devem entender que estes alunos são capazes, tem habilidades diferenciadas 
e que devem ser analisados respeitando suas especificidades visando o pleno 
desenvolvimento educacional e inclusão. Essa é a ideia fomentada pelas ​Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - ​CNE N° 04/2009, que diz: “Art. 
1° Para a implementação do Decreto n°6571/2008, os sistemas de ensino devem matricular 
os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em 
centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.” 
É garantida por lei o direito à educação a toda e qualquer criança com deficiência. O 
Capítulo V da Constituição Brasileira é de grande importância para a o cumprimento das 
leis. 
O Decreto N° 6571, de setembro de 2008, anteriormente citado, além das disposições sobre 
apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino dos Estados, tem como finalidade ampliar 
a oferta do Atendimento Educacional Especializado. O documento o considera como 
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados 
institucionalmente, prestado de forma complementar à formação do ensino regular. 
Os objetivos do Atendimento Educacional Especializado são: 
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos 
referidos no Art. 1° 
II - garantir a transversalidade das ações de educação especial no ensino regular; 
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as 
barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e 
IIII - assegurar condições para a continuidade de estudos e nos demais níveis de ensino. 
O Art. 3°, no 1° do mesmo decreto citado, constatamos que: “As salas de recursos 
multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e 
pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado”. 
Há diversas escolas com Atendimento Educacional Especializado em salas multifuncionais, 
integrando todos da escola, oferecendo pleno desenvolvimento para os alunos. E tende a 
aumentar. 
 
Atendimento Escolar Especializado para cada Deficiência. 
 
O Atendimento Escolar Especializado deve ser pensado e realizado respeitando as 
especificidades de cada aluno. Neste tópico darei dois exemplos: 
Deficiência Física. 
 Para que o aluno com deficiência física possa se integrar ao ambiente educacional é 
necessário criar condições adequadas para sua locomoção, conforto e segurança. Para 
garantir esse direito, em 2000, foi criada a Lei N° 10.098 que estabelece normas e critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida. 
 A lei estabelece que: “Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes 
definições: 
 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e 
autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos 
transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência 
ou com mobilidade reduzida; 
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de 
movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em: a) barreiras 
arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público; 
b) barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edifícios públicos e 
privados; c) barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de 
transportes; d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou 
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou 
sistemas de comunicação, sejam ou não de massa; 
 III - pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida: a que temporária ou 
permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo; 
IV - elemento da urbanização: qualquer componente das obras de urbanização, tais como 
os referentes a pavimentação, saneamento,encanamentos para esgotos, distribuição de 
energia elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os 
que materializam as indicações do planejamento urbanístico; 
 V - mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, 
superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que 
sua modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, tais 
como semáforos, postes de sinalização e similares, cabines telefônicas, fontes públicas, 
lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga.” 
Seguindo as diretrizes da lei, as escolas podem fazer uso da Tecnologia Assistiva, que 
entre outras coisas, desenvolve projetos arquitetônicos para promover acessibilidade, 
adequa recursos de informática, utiliza mobília adequada e etc. 
 
Deficiência Múltipla. 
 
A Política Nacional da Educação Especial define como Deficiência múltipla a associação de 
duas ou mais deficiências que envolvem domínios cognitivos, motores e sensoriais. 
O profissional da educação do Atendimento Educacional Especializado deve ser 
capacitado, habilitado e dominar a comunicação com alunos nessa condição. Um aluno com 
Surdocegueira apresenta perdas auditivas e visuais e há diversas táticas para se comunicar 
com ela, como “​Língua de sinais tátil” que é um sistema não alfabético que corresponde à 
língua de sinais utilizadas tradicionalmente pelas pessoas surdas, mas adaptadas ao tato, 
através do contato das mãos da pessoa surdocega com as mão do interlocutor ou “Alfabeto 
datilológico” onde as letras do alfabeto se formam mediante diferentes posições dos dedos 
da mão. 
O professor do Atendimento Especializado deve proporcionar acesso às informações, 
ambientes e materiais, modificar os conteúdos educacionais de acordo com a necessidade 
do aluno, utilizar dessas táticas de comunicação e guiar o aluno através das atividades. 
 
 
Salas Multifuncionais. 
 
Como dito anteriormente, o atendimento educacional especializado deve ser realizado num 
espaço pensado para atender as demandas necessárias para o aluno. Ela deve ser 
pensada e projetada para facilitar a jornada escolar, com materiais pedagógicos inclusivos, 
com recursos extras. 
Os professores dessas salas devem orientar os professores das salas regulares com 
relação às posturas, conteúdos, reforços e medidas adaptativas. 
 
 
Considerações finais. 
 
Meu objetivo com esse artigo foi demonstrar a importância do Atendimento Educacional 
Especializado para a inclusão de crianças e jovens com deficiência e reforçar que esse é 
um direito garantido por lei e que deve, portanto, para uma sociedade melhor, ser 
respeitado. 
 
 
Bibliografia. 
BRASIL​. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96). Ministério da 
Educação, 1996. 
BRASIL​. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializada na Educação 
Básica, modalidade Educação Especializada. Brasília, 2009. 
GOFFREDO​, Vera Flor Senechal, Fundamentos de Educação Especial. Rio de Janeiro; 
UNIRIO, 2007. 
FALCÃO​, Gérson Marinho, Psicologia da Aprendizagem. 10° Ed. São Paulo: Editora Ática, 
2001. 
BRASIL​. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.

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