Buscar

aula 5 politica trasnferencia de renda-convertido

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL – TRANSFERÊNCIA DE RENDA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
AULA 5
Prof. Marcio Bernardes de Carvalho
CONVERSA INICIAL
Esta aula foi estruturada visando apresentar aos alunos, de forma sintética, um aprofundamento de debate sobre sistemas, chegando a uma apresentação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Após esses primeiros momentos, apresentaremos um debate sobre rede de equipamentos da área, inclusão produtiva rural e, por fim, o direito humano à alimentação adequada e políticas públicas.
Utilizaremos a síntese como forma de garantir o conteúdo dentro de um tempo previsto para o estudo utilizando o conceito principal como tema gerador do debate em que o movimento do pensamento vai do concreto ao abstrato e retorna ao concreto devidamente qualificado pela teoria (empírico → teórico = empírico renovado).
TEMA 1 – APROFUNDAMENTO SOBRE SISTEMAS
A característica sistêmica da segurança alimentar e nutricional no Brasil é positiva pensando em um organismo que interage entre si para que funcione como um corpo integrado.
Para Maluf e Reis, no livro Segurança Alimentar e Nutricional: perspectivas, aprendizados e desafios para as políticas públicas, são seis as características de um pensamento sistêmico:
A mais geral é a mudança das partes para o todo; as propriedades das partes surgem das ‘relações de organização’ entre elas, isto é, as partes são apenas um padrão em uma teia inseparável de relações; a capacidade de deslocar a própria atenção de um lado para outro entre níveis sistêmicos; não é analítico, mas sim contextual; a percepção do mundo vivo como uma rede de relações; a estrutura vista como manifestação de processos subjacentes, tornando o pensamento sistêmico sempre em um pensamento processual (Rocha; Burlandy; Magalhães, 2013, p. 46).
Mas é importante também salientar que não estamos aqui fazendo a apresentação de um esquema organizacional ou administrativo, mas criando um conjunto de soluções para um problema que, segundo os autores acima citados, também é sistêmico. Segundo eles:
Como notado em Santoro e Pinheiro (2004), Josué de Castro (1946) já salientava, no seu Geografia da Fome, que uma das grandes dificuldades para a construção de ações contra a fome é a própria abordagem do planejamento, que não considera o problema de forma conjunta e sistêmica, como um complexo de manifestações simultaneamente biológicas, econômicas e sociais. Nessa direção, e
2
acrescentando o fator tempo, Barraclough (1991) afirma que a pobreza massiva e a fome têm naturezas sistêmicas, e é possível, a curto prazo, obter melhorias em alguns aspectos da segurança alimentar independentemente de outros; a longo prazo, porém, todas as dimensões devem avançar juntas, pois, do contrário, o ‘sistema alimentar’ se tornaria crescentemente instável (Rocha; Burlandy; Magalhães, 2013, p. 48)
Se considerarmos o contido acima, nossa percepção sobre o pensamento sistêmico tende a compreender que, se existem múltiplas relações que formam e constituem a questão da fome e pobreza, é necessário criar um sistema que consiga agir produzindo múltiplas outras relações visando o enfrentamento da fome e da pobreza.
TEMA 2 – SISTEMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISANS)
Na estruturação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), os elementos formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas são fundamentais para a construção do processo como um todo. Além disso, “como componentes constitutivos do sistema é necessário assinalar a importância dos fluxos de interdependência e os mecanismos de coordenação” (Rocha; Burlandy; Magalhães, 2013, p. 49).
Formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas podem ser considerados como procedimento padrão para as políticas públicas em uma relação entre governos e sociedade civil. Esse procedimento exige que os dois principais agentes (governo e sociedade civil) façam parte de todo o processo em uma relação de construção permanente do sistema.
Fluxos de interdependência estão relacionados a todas as esferas do sistema que formulam, implementam e monitoram, retroalimentando-se nas esferas menores, indo para as maiores e após em movimento contrário.
Os mecanismos de coordenação estão ligados à responsabilidade de construir organicamente a integração dentro dos fluxos em processo permanente de construção do sistema como um todo.
Diagrama 1 – Estrutura do SISAN
	 Conferência Nacional de SAN
Esfera Federal
Sistemas de políticas públicas
CAISAN
CONSEA
Câmaras Intersecretarias
CONSEAs
Municipais
Política Estadual de SAN
Câmaras Intersecretarias
CONSEAs
Estaduais
Política Nacional de SAN
Esfera Estadual
Esfera
Municipal		 Política Municipal de SAN
Fonte: Rocha; Burlandy; Magalhães (2013)
Assim temos todos os elementos institucionais e organizacionais planificados em permanente interação com as esferas. É importante lembrar que os Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEAs) de todas as esferas (nacional, estaduais e municipais) bem como a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) e suas formatações estaduais e municipais precisam estar em pleno movimento e interação para construção/execução dos planos e formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas.
TEMA 3 – REDE DE EQUIPAMENTOS
Os equipamentos de segurança alimentar e nutricional são, em sua grande maioria, a forma de operacionalização e distribuição da política materializada. A legislação cria um sistema, o sistema organiza a política e os equipamentos são a operacionalização do concreto para além das questões administrativas ou de planejamento.
Esses equipamentos devem estar organizados de acordo com a lógica da segurança alimentar e nutricional e na perspectiva do direito humano à alimentação adequada. Muitos programas estimularam e financiaram uma diversidade de programas e ações que se espalharam em um primeiro momento pelo Brasil. Podemos citar os restaurantes populares, cozinhas comunitárias e banco de alimentos como exemplo, porém é importante lembrar que, antes mesmo da recriação do CONSEA em 2003, quando houve um avanço nas políticas da segurança alimentar e nutricional em diversos municípios, já existiam equipamentos que foram criados nessa lógica.
Saiba mais
Como sugestão de leitura para aprofundamento, indicamos o livro Equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional: experiências a partir dos municípios, disponível no link a seguir:
<http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/eq uipamentospublicosSANpdf.pdf>
Também indicamos o texto “Práticas de segurança alimentar e nutricional desenvolvidas no município de Curitiba/PR”, disponível no link a seguir;
<http://plataforma.redesan.ufrgs.br/biblioteca/pdf_bib.php?COD_ARQUI VO=11161>.
A ideia central do sistema é criar uma rede de equipamentos que possam
estruturar operacionalmente o sistema dando coerência e efetividade para os planos e ações que versam sobre o tema.
Na apresentação do livro Equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional: experiências a partir dos municípios, organizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, encontramos uma interessante síntese sobre os equipamentos:
A experiência dos últimos anos nos mostra que, em muitos casos, a implantação de equipamentos públicos, em um determinado estado ou município,representa a sua entrada na Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN). A parceria com o MDS para a instalação de uma Cozinha, Restaurante ou Banco é uma oportunidade de qualificar a atuação dos entes federados na garantia do direito humano à alimentação. A possibilidade de oferecer serviços públicos de alimentação e nutrição, em espaços adequados para o atendimento à população, em especial, às famílias em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional, qualifica a atuação local de assistência alimentar e abre espaços para queoutras ações fundamentais sejam implementadas, como por exemplo a realização de atividades de educação alimentar e nutricional e o fortalecimento da agricultura familiar, que ganha novos mercados institucionais a partir desta rede (Redesan, 2011, p. 7)
Assim, os equipamentos cumprem também um papel de equipamento de referência para as políticas, sejam eles públicos ou de organizações sociais.
TEMA 4 – INCLUSÃO PRODUTIVA RURAL
Dentro da lógica da segurança alimentar e nutricional, a inclusão produtiva rural prioriza o combate à pobreza no campo, mas também cria condições objetivas para a produtividade, o que transforma a ação em um processo de desenvolvimento social em uma vertente e econômico em outra, do ponto de vista do incremento à produtividade agrícola.
Segundo o contido nos Cadernos de Estudos Desenvolvimento Social em Debate – n. 23, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:
A alta incidência de pobreza no meio rural exigiu do governo federal estratégias específicas capazes de reconhecer e incorporar em suas ações a diversidade social e econômica existente no campo. Para isso, o Plano Brasil sem Miséria articulou, de forma inédita, as informações do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal com as bases de dados de outros programas voltados ao atendimento da população rural, permitindo ao poder público conhecer as famílias mais pobres do país e reorientar a ação dos programas de apoio à estruturação produtiva dos agricultores familiares. Assim, foi possível direcionar esses programas de maneira focalizada, levando ao público do Plano, em uma perspectiva sistêmica, uma ou mais ações do “pacote” de inclusão produtiva rural, constituído por assistência técnica especializada, recursos para investir nas propriedades, ampliação do acesso à água e energia elétrica e apoio à comercialização da produção, por meio de compras públicas e privadas. (Brasil, 2015, p. 17).
Sabemos que as ações do Governo Federal e seus financiamentos são estruturantes para que diversos programas possam existir nos municípios. Como exemplo, podemos citar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Fomento Rural, porém a lógica da inclusão produtiva rural pode e deve também se constituir nos estados e municípios a partir de iniciativas locais que
provam o combate à pobreza e a inclusão produtiva, em especial na agricultura familiar.
Saiba mais
Para saber mais sobre o PAA acesse os links a seguir e conheça o site
do Ministério do Desenvolvimento Social.
<http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/programa-de- aquisicao-de-alimentos-paa> .
<http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/inclusao-produtiva- rural/programa-fomento>.
TEMA 5 – DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E POLÍTICAS PÚBLICAS
A segurança alimentar e nutricional ancora-se no direito humano à alimentação adequada defendida por organismos internacionais e nacionais de defesa dos direitos humanos e da área da assistência social como um pilar de desenvolvimento de um país. Isso equivale a afirmar que nenhum país pode ser verdadeiramente desenvolvido se sua população não tiver o direito humano à alimentação adequada e em quantidade suficiente para sua vida em sociedade.
Para Ávila e Pessoa (2015, p. 12):
A Segurança Alimentar e Nutricional vincula-se à concepção do direito humano à alimentação adequada. Essa perspectiva é construída, tanto no contexto nacional como internacionalmente, desde meados do século XX, demonstrando controvérsias ainda persistentes. O conceito atual envolve uma alimentação em quantidade suficiente, com qualidade e de forma adequada aos aspectos culturais, sociais e ambientais. Nesse sentido, foi por meio do Comitê de Direitos Sociais Econômicos e Culturais da ONU que o DHAA previsto na Declaração Universal, no PIDESC e em outros tratados- ganhou parâmetros específicos para o controle, que são atinentes aos debates atuais. Nas últimas décadas, o Brasil tem se destacado na adoção de políticas visando à segurança alimentar, com avanços significativos. Há um conjunto de atores e movimentos sociais envolvidos, que disputam decisões do e no Estado, entre produtores agrícolas, industriais, comerciantes, consumidores, entre outros. Nesse intuito, foi constituído o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), foi criada a Lei n. 11.346 em 2006, dispondo sobre o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Com isso, foram estabelecidos a Política de Segurança Alimentar e Nutricional e o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN). Nesse cenário apresentado, o propósito desse texto teve como intuito demonstrar as trajetórias da alimentação adequada como umdireito humano e a institucionalização desse processo.
Assim, mais do que uma justificativa institucional, o direito à alimentação adequada se torna um fundamento das políticas públicas dessa área, sendo estruturante e organizativo do ponto de vista da operacionalização das políticas públicas.
NA PRÁTICA
Verifique no seu local de trabalho, município ou Estado como se materializa o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e se existem conselhos e equipamentos que auxiliam na estruturação e organização do sistema. Verifique também se existem projetos de inclusão produtiva rural e se estes utilizam o direito humano à alimentação adequada e políticas públicas como justificativa e fundamento.
FINALIZANDO
Nesta aula, em um primeiro momento, apresentamos aos alunos, de forma sintética, um aprofundamento de debate sobre sistemas, para, em um segundo momento, avançar para uma apresentação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Após esses primeiros momentos, apresentamos um debate sobre rede de equipamentos da área, inclusão produtiva rural e, por fim, o direito humano à alimentação adequada e políticas públicas.
REFERÊNCIAS
ÁVILA, L. B.. PESSOA, K. O direito humano à alimentação adequada e as políticas públicas no Brasil. III Jornada questão agrária e desenvolvimento. Curitiba, PR, 12-13 nov. 2015. Disponível em:
<http://www.jornadaquestaoagraria.ufpr.br/wp- content/uploads/2016/04/Let%C3%ADcia-Brambilla-de-%C3%81vila- Kau%C3%AA-Pessoa1.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
BRASIL. Cadernos de estudos desenvolvimento social em debate – n. 23.
Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2015.
REDESAN – Rede Integrada de Segurança Alimentar e Nutricional. Equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional. Porto Alegre: Evangraf, 2011.
ROCHA, C.; BURLANDY, L.; MAGALHÃES, R. Segurança alimentar e nutricional: perspectivas, aprendizados e desafios para as políticas públicas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.

Outros materiais