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Particularidades na nutrição de cães e gatos

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Particularidades na nutrição 
de cães e gatos 
• Tanto o cão como o gato foram 
originalmente domesticados para 
cumprir funções úteis como guarda e 
caça. 
• Hoje em dias são mais ‘’utilizados’’ como 
animais de companhia 
• O conhecimento gerou aumento na 
qualidade da dietética canina e felina. 
• O desenvolvimento de dietas equilibradas 
para animais garantiu manutenção da 
saúde e prevenção de doenças crônicas. 
• Manutenção de uma saúde ótima 
• Taxa de crescimento normal 
• Apoio à gestação e lactação 
• Longevidade e bem-estar 
• Na última décadas o conceito de ‘’pet’’ (ou 
animal domésticos) como parte efetiva da 
família tornou-se no Brasil por inúmero 
fatores. 
• Com a expansão dos grandes centros 
urbanos, os animais de estimação 
passam a suprir a carência de companhia 
das pessoas que vivem em espações 
pequenos. 
• Comprovação em estudos científicos que 
desempenham um papel importante na 
qualidade de vida de seus proprietários. 
• Hoje em dia, os animais de estimação 
servem de apoio em situações de 
estresse, são importantes no 
relacionamento com crianças ajudando 
no desenvolvimento de características 
fundamentais da personalidade infantil: 
afeto, confiança e responsabilidade. 
• Outro fator incisivo para o crescimento de 
animais domiciliares foi o envelhecimento 
da população humana, estes idosos com 
poder aquisitivo mais elevado buscam 
nos animais de companhia maneiras de 
se tornarem úteis. 
• Alimentação dos animais de companhia 
também passou por uma evolução visível 
nas últimas décadas. 
• Na década de 80, a maioria deles ainda 
era alimentada com restos de comida de 
seus proprietários, e poucas industrias de 
rações existiam no Brasil. 
• Dois fatores contribuíram para a 
expansão do segmento: poder aquisitivo 
das populações dos grandes centros 
aumentou e os padrões de consumo se 
sofisticaram. 
• Cães possuem uma grande diversidade 
de raças, com uma gama de pesos (entre 
um a cem quilos) com padrões de 
crescimento distintos e, 
consequentemente, exigências 
nutricionais e manejos alimentares 
diferentes. 
• Embora os alimentos para cães e gatos 
possam ser agrupados dentro de um 
mesmo segmento, eles têm característica 
muito diferentes, determinadas pelas 
diferenças nas exigências nutricionais e 
nos hábitos alimentares de cada um 
deles. 
Emilly Seara – Medicina Veterinária (2021.1) – Nutrição Animal 
• Mesma classe (mamíferos) e ordem 
(carnívoros) porém são espécies 
distintas: 
• Cães (Canis familiares) - Gatos (Felis 
catus) 
• Essa diferença implica em fisiologia, 
conduta e dietética distintas 
• Cães e gatos possuem diferentes 
exigências nutricionais. 
A história evolutiva do cão sugere uma dieta de 
natureza mais omnívora (carnívoros irrestritos), 
já a história do gato indica que esta espécie 
consumiu uma dieta puramente cárnica ao longo 
de seu desenvolvimento evolutivo. 
Os gatos são seres idiossincrasias, ou seja, seu 
organismo possui predisposição particular, que 
faz com que o individuo reaja de maneira pessoa 
à influência de agente exteriores (alimentos, 
medicamentos etc.). 
• Possuem metabolismo específico de 
energia e glicose ( gliconeogênese a partir 
de aminoácidos) 
• Possuem necessidades superiores de 
proteínas. 
• Sensibilidade face à deficiência do 
aminoácido arginina. 
• Incapacidade para transformar o 
aminoácido triptofano em niacina 
• Incapacidade para converter os 
betacarotenos em vitamina A. 
Ou seja, arginina e a niacina são aminoácidos 
essenciais na alimentação do gato, além disso 
ele precisa consumir a vitamina a em sua forma 
verdadeira e não em betacarotenos. 
• Os felinos possuem um metabolismo 
único para a glicose (mais semelhante ao 
metabolismo de ruminantes do que com o 
de canídeos). 
• Os cães (metabolicamente falando) 
possuem uma melhor adaptação a 
carboidratos que os carnívoros restritos, 
por isso que deste ponto de vista, eles 
podem ser considerados onívoros, 
• Gatos possuem menor tolerância a 
carboidratos (pouca digestão) na dieta 
porque não possuem amilase salivar e 
possuem pouca amilase pancreática. E 
por isso a dieta carnívoro possui baixas 
quantidade de carboidratos. 
• As vias gliconeogênicas ocorrem no 
fígado e rins estão ativas em todos os 
momentos nas espécies carnívoras 
• Em relação ao cão, o gato possui 
mecanismo únicos para o metabolismo de 
carboidratos. 
• Foi demonstrado que o gato é capaz de 
manter a glicemia, inclusive em longos 
períodos de jejum. 
Porém, nunca se deve deixar isso acontecer, 
visto que se um gato passa 24 horas sem comer 
é algo muito preocupante, pois ele pode iniciar o 
processo de autofagia, onde ele pega a proteína 
presente no próprio corpo para ajustar sua 
glicemia. 
Assim, eles mantêm um estado constante de 
gliconeogênese, com um aumento após a 
ingestão de alimentos (igual aos ruminantes). 
• Para manterem o nível de glicemia, os 
gatos ‘’pegam’’ aminoácidos glicêmicos 
(ex. serina) e os transformam em 
glicoses. 
Após a absorção, a glicose deve ser fosforizada 
antes de ser metabolizada, e o fígado do cão tem 
duas enzimas que catalisam essa reação: 
• Hexoquinase – atuam em baixas 
concentrações de glicose. 
• Glicoquinase – atuam em altas 
concentrações de glicose procedentes da 
veia porta. 
O fígado do gato, tem apenas a Hexoquinase 
ativa, a Glicoquinase eles não possuem, ou seja, 
o gato só está preparado para regular baixas 
concentrações glicêmicas do gato, por isso, se 
houver altas concentrações de glicose no gato, 
esta ficará circulante no corpo. 
• Felinos possuem maior exigência de 
proteínas que os cães 
• Dieta natural dos gatos: alto teor de 
proteína e baixo teor de carboidratos, 
isso levou a adaptação dos sistemas 
enzimáticos do fígado. 
• Como falado antes, os gatos apresentam 
alta conversão de aminoácidos em 
glicose, fazendo com que a necessidade 
proteica dos gatos seja maior que a dos 
cães em 50% para o crescimento e o 
dobro para mantença de adultos. 
Gatos possuem necessidades dietética de 
taurina, um aminoácidos que não é incorporado 
à cadeia proteica, esse aminoácido é essencial 
para o funcionamento do miocárdio e da retina. 
• Diferentemente dos demais mamíferos 
domésticos, o gato não a sintetiza em 
quantidades suficientes, e por isso deve 
estar presente na dieta. 
• Nos demais mamíferos ela é sintetizada a 
partir da metionina e cisteína. 
Essa baixa na síntese de taurina nos gatos, deve-
se por conta da também baixa atividade de uma 
enzima essencial (ác. cisteína-sulfinio 
descarboxilase) e também a via alternativa 
competitiva no metabolismo da cisteína que 
origina piruvato ao invés de taurina. 
• Gatos só conjugam ác. Biliares com 
taurina. Ela conjugada é lançada no ID, 
onde perde sua ligação com os ác. 
Biliares, podendo ser reabsorvida, 
excretada pelas fezes ou degrada pela 
microbiota intestinal, sendo esta última a 
principal responsável por sua depleção. 
• Deficiência de taurina leva a degradação 
da retina, cegueira e doença cardíaca. 
• Gatos são extremamente sensíveis a 
deficiência de arginina, diferentemente 
dos cães. E eles não são capazes de 
sintetizar eficientemente essa arginina a 
partir de citrulina ou ornitina como outros 
animais. 
Essa arginina é necessária para a síntese 
proteica e é componente do ciclo da ureia, ou 
seja, ela permite que a amônia (nitrogênio) 
gerada após o consumo de alimentos com alto 
teor de proteína seja transformada em ureia 
para excreção. 
• Diferente da gente que já secreta o 
nitrogênio em forma de ureia. 
 
Felinos são inaptos na conversão do aminoácidos 
triptofano a niacina (vitamina do complexo B), 
por isso a exigências de niacina nos felinos são 
4x maiores que a dos cães. 
• Nos cães, essa exigências de niacina 
supridas mediante ingestão de 
nicotinamida e conversão do triptofanoem ác. Nicotínico, isso não acontece no 
gato. 
• Triptofano pode gerar niacina ou ácido 
picolínico – no gato a atividade da 
picolonato carboxilase é 30-50x superior 
à dos ratos, ou seja, a síntese de niacina é 
muito limitada – importância prática 
reduzida. 
 
• Os felinos não têm uma enzima 
necessária (delta dessaturase) para a 
conversão do ácido graxo essencial 
linoleico em araquidônico, o que é 
possível nos cães. 
• Este ácido graxo é um dos constituintes 
da membrana celular e sua deficiência 
leva a problemas reprodutivos, 
dermatites, pele hiperplásica etc. 
Portanto, dietas para felinos devem conter este 
ácido graxo e, na prática, significa que rações 
para gatos devem apresentar gordura animal em 
sua composição. 
• Os gatos são inaptos para a conversão de 
B-caroteno (presentes nas plantas) em 
vitamina A (ausência da dioxigenase – 
mucosa intestinal), necessitando de um 
fonte de vitamina A pré formada na dieta, 
ao contrário dos cães. 
• Piridoxina (vitamina B6) participa do 
metabolismo das proteínas -> exigência 
de piridoxina nos gatos é 4x maior do que 
nos cães, devido ao alto metabolismo 
proteicos dos felino. Deficiência dessa 
vitamina causa anemia, parada ao 
crescimento, lesões renais irreversíveis e 
convulsões. 
Funções da vitamina do complexo b: atuam 
como cofatores enzimáticos nas vias 
metabólicas, principalmente de energia.

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