Buscar

Apostila Direito do Consumidor - AV1 - COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Apostila Studium Legis por: 
@estudadireitosofia 
2021.1 
 
 
1 
Bases 
Constitucionais 
 
O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor foi 
instituído pela Lei 8.078/1990 por determinação do 
Art. 48 da ADCT de 1988, afim de constituir uma 
norma típica que protegesse os mais vulneráveis. 
Tendo como base o direito constitucional, pois as 
relações de consumo não são equivalentes entre 
consumidor x fornecedor de serviço. 
É um direito fundamental previsto no Art. 5º da 
CF/88. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
 
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a 
defesa do consumidor. 
 
Vale ressaltar dentro do Direito do Consumidor na 
visão da Constituição Brasileira: 
 
• Desigualdade nas relações; 
 
• Direito do Consumidor como direito 
fundamental; 
 
• Eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
 
CF/88: “Art. 170. A ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: (...) 
 
V – defesa do consumidor. 
 
ADCT: “Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de 
cento e vinte dias da promulgação da Constituição, 
elaborará código de defesa do consumidor”. 
Características do Código 
de Defesa do 
Consumidor 
Microssistema 
multidisciplinar 
Código de Defesa do 
Consumidor 
Constitucional Dignidade da Pessoa 
Humana 
Administrativo Sanções administrativas 
Civil Responsabilidade civil 
Penal Crimes 
Processo Civil Inversão do ônus da prova 
 
O CDC é considerado um microssistema 
multidisciplinar porque trás regras de diversos 
outros códigos do nosso regimento afim de 
complementar-se e ser mais eficaz. A exemplo 
exposto acima o CDC bebe de normas legais inseridas 
em outros códigos como: sobre crimes do Código 
Penal e da responsabilidade civil do Código Civil. 
 
Além disso o CDC é uma lei principiológica, seus 
princípios buscam harmonizar as relações de 
consumo, esses são: 
 
1. Princípio do protecionismo do consumidor: 
está presente no Art. 1º da Lei 8.078/1990, 
segundo qual o CDC estabelece normas de ordem 
pública e interesse social. 
 
2. Princípio da vulnerabilidade do consumidor: 
pela leitura do Art. 4º, inc. I, do CDC é possível 
perceber a clara intenção do legislador em dotar o 
consumidor, em todas as situações, da condições 
de vulnerável na relação jurídica de consumo e 
diante disso surgiu a necessidade de uma lei 
protetiva própria, no nosso caso a Lei 8.078/1990. 
 
3. Princípio da hipossuficiência do consumidor: 
presente no Art. 6º, inc. VIII, do CDC. Ao contrário 
do que ocorre com a vulnerabilidade, a 
hipossuficiência é um conceito fático e não jurídico, 
 
 
2 
fundado em uma disparidade ou discrepância 
notada no caso concreto. Assim sendo, todo 
consumidor é vulnerável, mas nem todo consumidor 
é hipossuficiente. 
 
4. Princípio da boa-fé objetiva: lê-se no Art. 4º, 
inc. III, do CDC. Sendo um regramento vital do 
mesmo, nesse contexto nas relações 
consumeristas deve estar presente o justo 
equilíbrio, em uma correta harmonia entre as 
partes, em todos os momentos relacionados com a 
prestação e o fornecimento. 
 
5. Princípio da transparência ou da confiança: 
presente em dois artigos, no Art. 4º, caput e no 
Art. 6º, inc. III, do CDC. É a tutela da informação. No 
âmbito jurídico a informação tem duas faces: o 
dever de informar e o direito de ser informado, 
sendo o primeiro relacionado com quem oferece o 
seu produto ou serviço ao mercado, e o segundo, 
com o consumidor vulnerável. 
 
6. Princípio da função social do contrato: o CDC 
traz como princípio fundamental, embora implícito, 
a função social dos contratos, conceito básico para 
a própria concepção do negócio de consumo. O 
objetivo principal da função social dos contratos é 
tentar equilibrar uma situação que sempre foi 
díspar, em que o consumidor sempre foi vítima das 
abusividades da outra parte da relação de consumo. 
 
7. Princípio da equivalência negocial: exposto no 
Art. 6º, inc. II, do CDC tendo em vista garantir a 
igualdade de condições no momento da contratação 
ou de aperfeiçoamento da relação jurídica 
patrimonial. De acordo com o inciso citado acima 
fica estabelecido o compromisso de tratamento 
igual a todos os consumidores, consagrando a 
igualdade nas contratações. 
 
8. Princípio da reparação integral de danos: 
presente no Art. 6º, inc. VI, do CDC. Vem a tratar 
dos danos reparáveis nas relações de consumo. No 
que concerne à responsabilidade civil na ótica 
consumerista o regramento fundamental é a 
reparação integral dos danos, que assegura aos 
consumidores as efetivas prevenções e 
reparações de todos os danos suportados, sejam 
eles materiais ou morais, individuais, coletivos ou 
difusos. 
Embora já tenha sido apresentado acima nos 
princípios é valido ressaltar que o CDC é uma 
norma de ordem pública e de interesse 
social e o artigo 1º é quem trata disso, vejamos: 
 
Art. 1º O presente código estabelece normas de 
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública 
e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso 
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 
de suas Disposições Transitórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• As decisões decorrentes das relações 
de consumo se limitam às partes 
envolvidas em litígio? 
Não, pois o CDC estabelece que as normas de 
proteção e defesa do consumidor são de ordem 
PÚBLICA e de INTERESSE SOCIAL, logo não se 
limitam exclusivamente às partes envolvidas, uma 
decisão pode ser usufruída de maneira coletiva. 
• As partes poderão derrogar os direitos 
do consumidor? 
Admitem derrogação por vontade dos 
interessados em determinada relação de 
consumo, sofrendo para tanto a intervenção do 
Estado na sua regulamentação, sendo regra a 
inderrogabilidade das partes, admitindo, no 
entanto, algumas exceções expressamente 
autorizadas no texto legal. 
• O juiz pode reconhecer de ofício 
direitos do consumidor? 
O juiz pode e DEVE agir de ofício no âmbito do 
direito consumerista, salvo em relações 
contratuais bancárias como previsto na súmula 
n. 381, onde lê-se “Nos contratos bancários, é 
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da 
abusividade das cláusulas”. 
 
 
 
3 
A relação jurídica de 
consumo 
 
De acordo com Maria Helena Diniz, usando uma 
citação de Del Vecchio, afirma: “a relação jurídica 
consiste num vínculo entre pessoas, em razão do 
qual uma pode pretender um bem a que outra é 
obrigada. Tal relação só existirá quando certas ações 
dos sujeitos, que constituem o âmbito pessoal de 
determinadas normas, forem relevantes no que 
atina ao caráter deôntico das normas aplicáveis à 
situação. Só haverá relação jurídica se o vínculo 
entre pessoas estiver normado, isto é, regulado por 
norma jurídica, que tem por escopo protege-lo”. 
 
A existência de uma relação entre sujeitos jurídicos, 
geralmente entre um sujeito ativo (titular de um 
direito e um sujeito passivo) que tem um dever 
jurídico. Na relação de consumo, tais elementos são 
o fornecedor e o prestador de serviço, de um lado, 
e o consumidor, do outro lado. Em grande parte dessas 
relações as partes são credoras e devedoras entre si. 
 
Para compreender as relações de consumo é 
preciso ter claro os 4 conceitos pilares da matéria, 
tais conceitos caso não se encaixem não há relações 
consumo, logo os 4 precisam coexistir nas relações 
consumeristas. 
 
Esses são: 
 
1. Conceito de Consumidor: 
 
O consumidor pode ser definido como o destinatário 
final do produto, esse elemento causa muita 
confusão, por isso existem teorias sobre tal questão. 
Vejamos: 
 
• Teoria Maximalista: a teoria maximalista ou 
objetiva procura ampliar o conceito de 
consumidore de como se constrói a relação 
jurídica de consumo afirmando que o 
consumidor é aquele que adquiriu o produto 
ou serviço. 
 
Ex.: Stefani Germanotta compra um novo carro, 
logo ela é consumidora, não importando a finalidade 
da compra. 
 
• Teoria Finalista: na essência essa foi a teoria 
adotada expressamente pelo art. 2º do 
CDC, o seu principal elemento é a destinação 
final do produto ou serviço. Nesse caso o 
consumidor seria aquele que adquire 
produto ou serviço para ser o destinatário 
final. 
 
Art. 2. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica 
que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
 
Ex.: O mesmo carro que Stefani comprou, se for 
utilizado para serviços pessoais, ela será a 
destinatária final (consumidora). Já se ela utilizar o 
carro para fins comerciais, por exemplo, aluguel ou 
uber, ela já não é mais a destinatária final. 
 
• Teoria Finalista Aprofundada ou Mitigada: 
aquela onde o consumidor adquire produto 
ou serviço é o destinatário final, mas em 
alguns casos mesmo não sendo o 
destinatário final (pois utiliza o bem para fins 
econômicos, por exemplo compra caminhão para 
transportar carga) vai estar acobertado pelo 
CDC e não só pelo CC. É adotada por 
jurisprudência do STJ: 
 
Resp 1.010.834, Min. Nancy Andrighi. “Se admite a 
aplicação das normas do CDC a determinados 
consumidores profissionais, desde que seja 
demonstrada a vulnerabilidade técnica, jurídica ou 
econômica.” 
• Consumidor equiparado ou bystander: 
A coletividade de 
pessoas, ainda 
que indeter-
mináveis, que 
haja intervindo 
nas relações de 
consumo 
(art. 2º, § único) 
 
Todas as vítimas 
de danos 
ocasionados pelo 
fornecimento de 
produto ou 
serviço 
defeituoso 
(art. 17) 
 
Todas as pessoas 
determináveis ou 
não, expostas às 
práticas 
comerciais ou 
contratuais 
abusivas 
(art. 29) 
 
 
 
4 
2. Conceito de Fornecedor: 
 
A definição legal de fornecedor está prevista no art. 
3º do CDC, vejamos: 
 
Art. 3°. CDC. Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
 
Em suma podemos concluir que o fornecedor é todo 
aquele que coloca produto ou presta serviço no 
mercado de consumo. 
 
O doutrinador Bruno Miragem ressalta: “com relação 
ao elemento dinâmico da definição (desenvolvimento 
de atividade), o CDC buscou relacionar ampla gama 
de ações, com relação ao fornecimento de produtos 
e à prestação de serviços. Neste sentido, é correto 
indicar que são fornecedores, para os efeitos do 
CDC, todos os membros da cadeia de fornecimento, 
o que será relevante ao definir-se a extensão de 
seus deveres jurídicos, sobretudo em matéria de 
responsabilidade civil”. 
 
Para distinção entre pessoa física e pessoa jurídica 
fornecedora é preciso se atentar a habitualidade da 
atividade da pessoa física, por exemplo, um aluno que 
vende trufas na escola para pagar as mensalidades. 
 
 
Já a pessoa jurídica foi especificada pelo CDC como: 
pj privada, pública, nacional, estrangeira e ainda 
entes despersonalizados. 
 
 Teoria do Fornecedor Equiparado: 
De acordo com Roscoe Bessa o “CDC ao lado do 
conceito genérico de fornecedor (caput, art. 3º), 
indica e detalha, em outras passagens, atividades 
que estão sujeitas ao CDC. Talvez, o melhor exemplo 
seja o relativo aos bancos de dados e cadastros de 
consumidores (art. 43, CDC)”. 
Sobre isso o doutrinador entende que: “até a edição 
da Lei n. 8.078/90, as atividades desenvolvidas 
pelos bancos de dados de proteção ao crédito (SPC, 
SERASA, CCF), não possuíam qualquer disciplina legal. 
A regulamentação integral de tais atividades surgiu 
justamente com o Código de Defesa do Consumidor, 
considerando sua vinculação direta com a crescente 
oferta e concessão de crédito no mercado. 
Portanto, não há como sustentar, ainda que se 
verifique que a entidade arquivista não atenda a 
todos os pressupostos do conceito de fornecedor 
do caput do art. 3º, que não se aplica o CDC”. 
 
Relação de consumo tradicional 
 
 
 
Relação com fornecedor por equiparação 
 
 
 
 
 
 
 
3. Conceito de Produto: 
 
Art. 3º, § 1°. Produto é qualquer bem, móvel ou 
imóvel, material ou imaterial. 
 
A definição legal de produto e seu enquadramento 
como objeto da relação de consumo foram alvo de 
algumas críticas doutrinárias. Para alguns autores a 
melhor definição para produtos, na verdade, seria 
“bens”. Apesar do conceito de produto previsto no 
CDC ter sido sucinto e objetivo, a doutrina entende 
pela necessidade de interpretar o dispositivo da 
maneira mais ampla possível, com objetivo de 
abranger a qualquer objeto colocado à venda no 
mercado de consumo. 
Consumidor Fornecedor 
Fornecedor Consumidor 
Cadastro 
Inadimplentes 
 
 
5 
 
• Na visão de Filomeno, “produto (entende-se 
bens) é qualquer objeto de interesse em 
dada relação de consumo, e destinado a 
satisfazer uma necessidade do adquirente, 
como destinatário final”. 
 
• Para Claudia Lima Marques produto se 
define como “qualquer bem, consumível 
fisicamente ou não, móvel ou imóvel, novo 
ou usado, material ou imaterial, fungível ou 
infungível, principal ou acessório”. 
 
Destaca-se ainda a possibilidade de ser protegido o 
consumidor que adquire um produto usado no 
mercado de consumo, desde que os demais 
elementos dessa relação jurídica estejam 
presentes, isto é, desde que o vendedor se 
enquadre no conceito de fornecedor. Por exemplo, 
a compra de um carro usado numa concessionária 
de veículos. 
 
4. Conceito de Serviço: 
 
Art. 3º, § 2°. Serviço é qualquer atividade 
fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, 
financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Para que o serviço seja objeto da relação jurídica de 
consumo, deverá ser prestado por alguém que se 
enquadre no conceito de fornecedor e contratado 
por um consumidor (destinatário final ou por 
equiparação). 
 
A definição legal de serviço nos chama atenção ainda 
sobre três aspectos: 
 
• Exigência de remuneração: essa podendo ser 
direta (contraprestação imediata feita pelo 
consumidor) ou indireta (ex.: estacionamento 
“gratuito” de shopping, onde o valor já está 
embutido nos diversos produtos vendidos no local); 
 
• Exclusão das relações trabalhistas: são três 
os fundamentos para a exclusão das relações 
trabalhistas: 
 
 
1. existência de lei específica regulatória 
das relações empregatícias, consolidação 
da CLT; 
2. a posição constitucional em que se 
encontram os direitos dos trabalhadores, 
direitos fundamentais sociais art. 6º e 7º 
CF; 
3. uma justiça especializada para dirimir os 
conflitos de interesses decorrentes das 
relações de empregos, justiça do 
trabalho. 
 
• Rol exemplificativo de serviços, com 
destaque para a inclusão dos serviços 
bancários: pela visão da doutrina clássica a 
inserção das atividades bancárias na definição de 
serviços se deu por: 
 
1. Serem remunerados; 
2. Por serem oferecidos de modo amplo e geral, 
portanto despersonalizado; 
3. Por serem vulneráveis os tomadores de tais 
serviços, na nomenclatura própria do CDC (não 
apenas no aspecto econômico, mas também técnico, 
jurídico-científico e informacional). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• 
• Condomínio: não;
 
• Relações advocatícias: não;
 
• Serviços notariais: não;
 
• Crédito educativo: não;
 
• Contrato de locação: não;
 
• Contrato de franquia: não;
 
Nunca é demais relembrar: a relação 
jurídica de consumo é composta de 
elementos subjetivos (consumidor e 
fornecedor), bem como de elementos 
objetivos (produto e serviço). 
 
 
6 
• Serviços públicos: é possível aplicar o código 
de acordo com o art. 22 do CDC. Caso o 
serviço público seja danificado por tarifa, 
não por tributo.Direitos básicos do 
Consumidor 
 
Princípios no CDC: 
1. Princípio da Vulnerabilidade: disposto no 
artigo 4º, inciso I, do CD diz 
“reconhecimento da vulnerabilidade do 
consumidor no mercado de consumo”. Assim 
entende-se que o consumidor é a parte 
mais frágil na relação de consumo. 
Para pessoa física há presunção 
absoluta da vulnerabilidade, já para 
pessoa jurídica é preciso analisar o 
caso concreto. 
Importante ressaltar que a Vulnerabilidade se difere 
de Hipossuficiência, conceituando: a vulnerabilidade é 
fenômeno de direito material (com presunção 
absoluta) e a hipossuficiência é fenômeno de direito 
processual (com presunção relativa). Não confundir! 
Das espécies de vulnerabilidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A vulnerabilidade técnica consiste na 
fragilidade do consumidor no que se 
trata à ausência de conhecimentos 
técnicos sobre o produto ou serviço 
adquirido/contratado no mercado de 
consumo. 
 
 
 
 
 
• Já a vulnerabilidade jurídica ou científica 
envolve a debilidade do consumidor em 
relação à falta do conhecimento sobre 
a matéria jurídica ou a respeito de 
outros ramos científicos como da 
economia ou da contabilidade. 
 
 
 
 
 
 
• Em relação a vulnerabilidade fática ou 
socioeconômica é onde nos deparamos 
com a fragilidade do consumidor no 
aspecto econômico. É abrangente, 
aberta e alcança situações também no 
caso concreto. 
 
 
 
 
 
• A vulnerabilidade informacional refere-
se à importância das informações a 
respeito dos bens de consumo e sobre 
sua influência cada vez maior no poder 
de persuadir o consumidor no momento 
de escolher o que comprar ou 
contratar no mercado consumidor. 
 
 
 
 
2. Princípio da Informação e 
Transparência: disposto no artigo 6º, 
inciso III, do CD diz “a informação adequada 
Vulnerabilidade 
Jurídica/científica 
Informacional 
Fática/econômica 
Técnica 
Vulnerabilidade técnica: consumidor é 
frágil nos conhecimentos técnicos do 
produto/serviço. 
Vulnerabilidade jurídica ou científica: 
consumidor é frágil nos conhecimentos 
jurídicos e dos demais ramos científicos. 
Vulnerabilidade informacional: consumidor 
é frágil em relação às informações 
veiculadas do produto/serviço. 
Vulnerabilidade fática ou socioeconômica: 
consumidor é frágil no aspecto 
econômico e demais situações fáticas. 
 
 
7 
e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, 
qualidade, tributos incidentes e preço, bem 
como sobre os riscos que apresentem”. 
Ex.: .só falar o preço por direct seria uma 
violação desse princípio. 
 
3. Princípio da boa-fé: é um dos princípios 
basilares do direito do consumidor. Se 
subdivide em dois tipos: 
 
• A boa-fé objetiva: que tem seu foco 
nas regras de conduta, ou seja, analisa 
a relação no plano dos fatos, de forma 
objetiva, para então concluir se os 
sujeitos da relação atuaram ou não com 
boa-fé. Ela deve estar presente em 
todos os momentos da relação de 
consumo com o dever de cuidar e 
respeitar as transações. 
**Na boa-fé objetiva é como se existisse um modelo de conduta 
moral, quando foge disso há a quebra, assim, ferindo a boa-fé. 
• Já a boa-fé subjetiva: tem seus 
holofotes voltados para questões 
internas, psicológicas do sujeito de 
direito. Busca saber se o titular de um 
direito tinha ciência ou não da existência 
do vício que estada por trás da prática 
de determinado ato jurídico. 
 
Direitos no CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 
I. a proteção da vida, saúde e segurança contra os 
riscos provocados por práticas no fornecimento de 
produtos e serviços considerados perigosos ou 
nocivos; 
 
II. a educação e divulgação sobre o consumo adequado 
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade 
de escolha e a igualdade nas contratações; 
 
III. a informação adequada e clara sobre os 
diferentes produtos e serviços, com especificação 
correta de quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, 
bem como sobre os riscos que apresentem; 
 
IV. a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem 
como contra práticas e cláusulas abusivas ou 
impostas no fornecimento de produtos e serviços; 
 
V. a modificação das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua 
revisão em razão de fatos supervenientes que as 
tornem excessivamente onerosas; 
 
VI. a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
 
VII. o acesso aos órgãos judiciários e administrativos 
com vistas à prevenção ou reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou 
difusos, assegurada a proteção Jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados; 
 
VIII. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive 
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no 
processo civil, quando, a critério do juiz, for 
verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
IX. (Vetado); 
 
X. a adequada e eficaz prestação dos serviços 
públicos em geral. 
 
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do 
caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com 
deficiência, observado o disposto em regulamento. 
 
1. Direito à libertade de escolha e 
igualdade nas contratações: disposto no 
artigo 6º, inciso II, do CDC, diz “a educação e 
divulgação sobre o consumo adequado dos 
produtos e serviços, asseguradas a liberdade 
de escolha e a igualdade nas contratações”. 
Ex.: numa cidade só ter internet oi velox seria a 
quebra desse princípio em partes, a liberdade seria 
contratar ou não o servido, mas não teria a liberdade 
de escolha entre outros serviços. 
Ex2.: se o vendedor se recusar a fornecer ou favorecer um 
consumidor em detrimento ao outro, também seria uma 
quebra desse princípio. 
 
 
8 
2. Direito ao acesso à justiça: disposto no 
artigo 6º, inciso VII, do CDC, diz “o acesso aos 
órgãos judiciários e administrativos com 
vistas à prevenção ou reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou 
difusos, assegurada a proteção Jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados”. 
 
É direito básico do consumidor cumprindo papel de 
uma atuação mais efetiva do Poder Público na 
defesa da parte mais fraca da relação de consumo, 
com o propósito específico de reequilibrar uma 
relação jurídica desigual. 
No tocante ao acesso do vulnerável às vias judiciais, 
destaca-se o exposto no art. 5º do CDC, onde é 
elencado os instrumentos para a execução da 
Política Nacional das Relações de Consumo, dentre os 
quais cita-se: 
 Manutenção de assistência jurídica gratuita; 
 
 Instituição de Promotorias de Justiça de 
Defesa do Consumidor; 
 
 Criação de delegacias de polícia 
especializadas nas infrações penais de 
consumo; 
 
 Criação de Juizados Especiais e Varas 
Especializadas para a solução de litígios de 
consumo. 
 
• 
 
• Furto de veículo em estacionamento:
 
Súmula 130/STJ: “A empresa responde, perante o cliente, 
pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu 
estacionamento”. 
 
• Instituições financeiras: 
 
Súmula nº 297/STJ: “O Código de Defesa do Consumidor é 
aplicável às instituições financeiras” 
 
• Transporte aéreo internacional: 
 
STF – Tema 210 (Repercussão geral): “Nos termos do artigo 
178, da CF/88, as normas e os tratados internacionais 
limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas 
de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e 
Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa 
do Consumidor”. 
 
3. Proteção contra práticas abusivas: 
disposto no artigo 6º, inciso IV, do CDC “a 
proteção contra a publicidade enganosa e 
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou 
desleais, bem como contra práticas e 
cláusulas abusivas ou impostas no 
fornecimento de produtos e serviços”. 
 
As práticas abusivas previstas pelo CDC se 
subdividem em três, essassão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Publicidade enganosa: acontece, por exemplo, 
quando alguém quer vender “gato por lebre”. Onde 
o fornecedor mente sobre o produto para fazer 
com que o comprador efetue a compra. 
Publicidade abusiva: é quando existe uma produção 
publicitaria pejorativa, por exemplo, comercial que 
perpetua uma situação racista ou propagandas 
coercitivas para menores, os influenciando 
diretamente a compra. 
Métodos coercitivos e desleais: a situação se 
exemplifica como quando um comprador vai a uma 
farmácia e essa afirma que é possível realizar o 
pagamento com desconto se ele cadastrar o seu 
CPF. Onde o medicamento que, com desconto, custa 
R$60, em outro estabelecimento custa o mesmo valor de 
qualquer forma. A farmácia aumentou o preço para 
forçar que o comprador ofereça suas informações. 
Cláusulas abusivas (teoria da base objetiva): Art. 
6º, inc. V “a modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações desproporcionais ou 
sua revisão em razão de fatos supervenientes 
que as tornem excessivamente onerosas”. 
Ex.: Carlos financiou um carro em dez/19 e devido a 
pandemia que se iniciou em 2020 ficou impossibilitado de 
continuar cumprindo com a obrigação do pagamento das 
parcelas do financiamento, pois seu restaurante fechou 
durante o lockdown, assim Carlos se tornou oneroso ao 
banco fiador. Logo pediu para que fossem aumentadas o 
número de parcelas e reduzido o seu valor. 
 
 
 
9 
Atenção: é importante NÃO confundir a teoria da 
base objetiva (CDC) com a teoria da imprevisão (CC). 
 
Teoria da 
Imprevisão (CC) 
 
Teoria da Base Objetiva 
do Negócio Jurídico 
(CDC) 
 
Art. 478. Art. 6º, inc. V. 
Fato superveniente im-
previsível e extraordinário. 
 
Apenas fato super-
veniente. 
 
Extrema vantagem para o 
credor. 
 
Não exige. 
 
Implica resolução (revisão 
somente com a anuência 
do credor). 
 
Implica revisão (resolução 
somente quando não 
houver possibilidade de 
revisão). 
 
 
 
 
4. Prevenção e reparação de danos: 
disposto no artigo 6º, inciso VI, do CDC “a 
efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos”. 
 
O Estado tem obrigação de prevenir danos ao 
consumidor, essa afirmação tem previsão legal, por 
exemplo, no artigo 8 do Código do Consumidor. 
 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no 
mercado de consumo não acarretarão riscos à 
saúde ou segurança dos consumidores, exceto os 
considerados normais e previsíveis em decorrência 
de sua natureza e fruição, obrigando-se os 
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as 
informações necessárias e adequadas a seu 
respeito. 
 
• Por exemplo, um creme de depilação, que 
não é danoso, mas algum consumidor pode 
ser alergia a algum elemento da composição, 
por isso deve estar claro na embalagem 
certas informações. 
 
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços 
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou 
segurança deverá informar, de maneira ostensiva e 
adequada, a respeito da sua nocividade ou 
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras 
medidas cabíveis em cada caso concreto. 
 
• Ex.: produto estético com ácido. 
 
 
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no 
mercado de consumo produto ou serviço que sabe 
ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade 
ou periculosidade à saúde ou segurança. 
 
• De NENHUMA maneira poderá o fornecedor 
colocar a comércio produto que apresente 
um grau muito alto de nocividade. 
 
5. Prevenção e reparação de danos: 
disposto no artigo 6º, inciso X, do CDC “a 
adequada e eficaz prestação dos serviços 
públicos em geral”. PU. “A informação de que 
trata o inciso III do caput deste artigo deve 
ser acessível à pessoa com deficiência, 
observado o disposto em regulamento”. 
Aplica-se a serviços públicos??? É preciso analisar o 
caso concreto, se a remuneração do serviço público 
for feita mediante tarifa é possível aplicar o artigo 
do CDC exposto acima, já se a remuneração for por 
meio de tributo não é aplicável. 
 
Sobre Recall: 
 
CDC. Art. 10. (...) 
§1° O fornecedor de produtos e serviços que 
posteriormente à sua introdução no mercado de 
consumo, tiver conhecimento da periculosidade que 
apresentem, deverá comunicar o fato 
imediatamente às autoridades competentes e aos 
consumidores, mediante anúncios publicitários. 
O recall é o procedimento onde o consumidor é 
chamado de volta ao fornecedor para algum reparo 
no produto. Ex.: defeito nos bancos de carro que ao 
ser baixado ricocheteia e acaba por decepar parte 
do dedo de quem realizava a ação, depois do defeito 
ser constatado (e algumas ações ajuizadas) os 
 
 
10 
consumidores são chamados de volta a 
concessionária para o reparo. 
 
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade 
competente e aos consumidores a nocividade ou 
periculosidade de produtos cujo conhecimento seja 
posterior à sua colocação no mercado: 
 
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
 
• E se houver recusa do consumidor ao 
recall? 
Nesse caso se vier a acontecer um acidente por 
conta do defeito, apesar do consumidor ter 
assumido o risco recusando-se ao recall, ele 
pode ingressar com ação contra o fornecedor, 
pois este não fica isento de culpa (princípio da 
boa-fé OBJETIVA). O consumidor também é 
culpado, pois não fez o reparo, assume junto 
com o fornecedor. 
 
Da responsabilidade 
civil 
 
O Código do Consumidor nos apresenta em seus 
artigos 12 ao 25 as possibilidades da autuação de 
responsabilidade civil ao serviço e ao produto, essas 
podendo ser por vício ou por fato. Vejamos a seguir 
alguns conceitos importantes e logo a pois 
destrincharemos cada uma das responsabilidades 
previstas pelo CDC. 
 
 
Vício x Defeito 
 
No vício, independentemente de ser um produto ou 
serviço, o problema fica limitado ao bem de consumo, 
sem outras repercussões. Ou seja, o vício é, por 
exemplo, o mau funcionamento intrínseco ao 
produto (ou serviço), como o pisca alerta sem 
funcionar ou uma máquina de cortar cabelo também 
sem funcionar. 
 
• Prejuízo intrínseco. 
Já no defeito (ou fato, como também é chamado) há 
outras decorrências, como é o caso de outros danos 
materiais, de danos morais e de danos estéticos. Em 
suma o defeito é um vício acrescido de uma situação 
que possa gerar risco ao consumidor, por exemplo, 
a máquina de cortar cabelo que não funcionava 
passa a vazar corrente ou o carro que além de sem 
funcionar o pisca alerta, fica sem freio. 
 
• Prejuízo extrínsecos; 
• Defeito também pode ser chamado de fato; 
• No defeito a responsabilidade direta é do 
fabricante. 
 
Classificações do Defeito: 
 
a) Defeito de concepção: é o defeito na 
criação, ou seja, no projeto, na fórmula do 
produto. Sendo assim um defeito inevitável 
e universal; 
 
b) Defeito de Fabricação: é aquele que se 
verifica no processo de fabricação do bem. 
É um defeito inevitável e pontual, pois só 
afeta alguns produtos; 
 
c) Defeito de Comercialização (ou defeito de 
informação): se manifestam na 
apresentação do produto, ou seja, na falta 
de informação. Ex.: não colocar na 
embalagem que o produto tem glúten. 
 
• 
 
Súmula 387 STJ: “É lícita a cumulação das 
indenizações de dano estético e dano moral”. 
 
Súmula 402 STJ: “O contrato de seguro por danos 
pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula 
expressa de exclusão”. 
 
Solidariedade x Subsidiariedade 
 
Na solidariedade é possível acionar apenas uma dar 
partes da obrigação ou, se desejar, pode acionar 
todas. Numa relação obrigacional existe o polo 
passivo A, B e C (fornecedores) e o consumidor, ele 
 
 
11 
(consumidor) poderá acionar apenas o A ou B ou B, 
bem como poderá acionar A, B e C de uma só vez. 
Ex.: da compra de um celular decorre um defeito o 
consumidor poderá acionar a loja (A), a assistência 
(B) ou a marca (C). 
 
Já na subsidiariedade só é possível acionar os 
ajuizados pela ordem, no caso se o consumidor quer 
acionar diretamente B ele não pode, pois naordem 
o chamado seria A. Ex.: da compra de um celular 
decorre um defeito, o consumidor quer acionar 
diretamente a marca (C), mas pela ordem ele 
deveria acionar a assistência primeiro (B). 
 
• A responsabilidade subsidiária refere-se ao 
comerciante, pois a responsabilidade inicial é 
do fabricante. 
 
Pressupostos da Responsabilidade 
 
• Conduta: o consumidor deve PROVAR que 
o fornecedor colocou o produto no mercado 
de consumo. 
Ex.: provar que o óculos que você comprou 
na 25 de Março é realmente da Ray Ban. 
 
• Dano: precisa ser um dano extrínseco ao 
produto, ou seja, o dano deve extrapolar os 
limites do produto e ocasionar dano no 
patrimônio do consumidor, podendo ser 
dano material, estético ou moral. 
Ex.: celular explode causando danos 
estéticos ao consumidor. Aqui é adotada o 
Princípio da reparação integral dos danos, 
deve ser reparado da forma mais completa 
possível. 
 
• Nexo Casual: precisa provar a relação de 
causa e efeito, ou seja, que a ação do 
fornecedor causou um dano ao consumidor. 
 
• Defeito: falha na segurança do produto, 
mas vale lembrar que todo produto possui 
uma potencialidade danosa normal e a 
responsabilidade só irá ocorrer se o defeito 
vier de forma inesperada. 
 
Prazo prescricional por fato do produto/serviço: 
 
O prazo de prescrição de um fato de produto ou 
serviço é de 05 anos! 
 
• Observe: 
 
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à 
reparação pelos danos causados por fato do 
produto ou do serviço prevista na Seção II deste 
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir 
do conhecimento do dano e de sua autoria. 
 
O Código do consumidor trabalha com 4 hipóteses 
de Responsabilidade, vejamos casa uma delas: 
 
 
 
Pontua o autor Daniel Amorim: o fato do produto, 
também conhecido como defeito do produto, está 
presente para assegurar que o consumidor possa 
pleitear responsabilidade civil objetiva direta e 
imediata contra o fabricante. De acordo com o 
Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de 
produtos ou serviços possui responsabilidade 
objetiva (artigos 12 e 14), ou seja, deve responder 
por prejuízos causados a terceiros 
independentemente da existência de culpa. 
 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, 
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus 
produtos, bem como por informações insuficientes 
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 
 
 
12 
§ 1° O produto é DEFEITUOSO quando não oferece a 
segurança que dele legitimamente se espera, 
levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais: 
 
I. sua apresentação; 
 
II. o uso e os riscos que razoavelmente dele se 
esperam; 
 
III. a época em que foi colocado em circulação. 
 
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo 
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado 
no mercado. 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou 
importador só não será responsabilizado quando 
provar: 
 
I. que não colocou o produto no mercado; 
 
II. que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; 
 
III. a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
 
Para melhor entendimentos é necessário a revisão 
de alguns conceitos, vejamos: 
 
a) Fabricante: aquele que participa de forma 
ativa da fabricação do produto ou aquele 
que produz um componente ou peça do 
produto, bem como o montador do produto 
também é considerado fabricante para o 
CDC. 
 
 Fornecedor real: aquele que de fato 
fabrica o produto e o coloca no 
mercado de consumo; 
 Fornecedor presumido: aquele que 
não participa efetivamente no 
processo de fabricação, mas 
funciona como intermediário entre 
o fornecedor real e o consumidor, 
por exemplo o importador; 
 Fornecedor Aparente: aquele que 
coloca o marca no produto e gera 
uma confiança em tal produto, por 
exemplo, o franqueador. 
 
b) Produtor: aquela pessoa que coloca no 
mercado de consumo produtos NÃO 
industrializados, ou seja, produtos de origem 
animal ou vegetal. Ex.: agricultor que fornece 
verduras e legumes para o atacadão. 
 
c) Importador: aquele que coloca no mercado 
de consumo nacional um produto importado; 
 
d) Construtor: aquele que coloca no mercado 
de consumo bens imóveis, por exemplo, 
casas e prédios. 
 
Esses serão os possíveis responsabilizados pelas 
condutas no Código do Consumidor. 
 
Técnica de Responsabilização de Fornecedores NO 
Código do Consumidor: 
 
Caso o CDC utilize a expressão “Fornecedor” ele 
estará responsabilizando TODA a cadeia de 
fornecimento, ou seja, vai responsabilizar desde o 
fabricante até o comerciante. Já se o CDC utilizar 
uma nomenclatura específica como “Importador”, 
“Comerciante”, “Fabricante”, etc. Ele já estará 
apontando a quem irá responsabilizar, é uma 
nomenclatura específica, será atribuída 
responsabilidade APENAS a pessoa nominada. Ex.: “O 
produtor responde pelo advento...” só o produtor 
será responsabilizado. 
 
Relembrando: 
 
• Os pressupostos são: existência de uma 
conduta, da confirmação do dano e de um 
nexo casual entre eles; 
 
• O fato de existir outro produto de melhor 
qualidade no mercado não é suficiente para 
caracterizar um defeito; 
 
• O prazo de prescrição de um fato de 
produto ou serviço é de 05 anos! 
 
 
 
 
13 
O art. 12 trata das hipóteses de responsabilidade 
pelo produto, quando o fabricante, o consumidor, o 
produtor ou importador puder comprovar sua 
inocência. É válido ressaltar que o art. 13 trata sobre 
as responsabilidades do comerciante, que também 
pode ser responsabilizado nos termos do art. 12, 
vejamos: 
 
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, 
nos termos do artigo anterior, quando: 
 
I. o fabricante, o construtor, o produtor ou o 
importador não puderem ser identificados; 
 Produto anônimo. 
 
II. o produto for fornecido sem identificação 
clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
 Produto mal identificado. 
 
III. não conservar adequadamente os produtos 
perecíveis. 
 Má conservação. 
 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento 
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso 
contra os demais responsáveis, segundo sua 
participação na causação do evento danoso. 
 
• Existe uma divergência doutrinaria acerca da 
natureza da responsabilidade do comerciante, 
para a doutrina majoritária a responsabilidade 
seria subsidiária, ou seja, ele só seria 
responsabilizado caso os sujeitos previstos no 
artigo 12 não pudessem ser responsabilizados. 
Além disso a resp. do consumidor só poderá 
existir nas hipóteses do artigo 13. 
 
Excludentes de Responsabilidade 
(Na modalidade de Fato do Produto) 
 
A lei 8.078/1990 tipifica certas excludentes 
próprias de responsabilidade civil em seus artigos 12, 
§ 3º e 14, § 3º. Para serem efetivas e afastar o 
dever de indenizar devem ter sido provocadas pelos 
fornecedores e prestadores. 
Excludente de Responsabilidade defeito: 
 
 
Art. 12, § 3º. O fabricante, o construtor, o 
produtor ou importador só não será responsabilizado 
quando provar: 
 
I. que não colocou o produto no mercado; 
 
II. que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; 
 
III. a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 14, § 3º. O fornecedor de serviços só não 
será responsabilizado quando provar: 
 
I. que, tendo prestado o serviço, o defeito 
inexiste; 
 
II. a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
 
Já o dispositivo (art. 14) trata das hipóteses de 
excludente do dever de reparar que decorre de 
serviço. 
 
 
Vejamos as principais hipóteses separadamente: 
 
1. Não colocação do produto no mercado: 
 
Nesse caso os fornecedores e prestadores não vão 
ter o dever de indenizar se não houver dano 
reparável. Em suma, ausente do dano,está ausente 
da responsabilidade. Ex.: um celular falsificado foi 
comprado e ao ser colocado para carregar explode, 
a marca responsável provando que aquele celular 
não foi fabricado ali e que não faz parte do seu 
catálogo de produtos, será excluído da 
responsabilidade. 
 
2. Colocação do direito no mercado, mas o 
defeito inexiste: 
 
Bem como na possibilidade ascendente o fornecedor 
e/ou prestadores vão ser isentos da 
responsabilidade caso comprovem que o defeito 
apontado pelo consumidor não exista. Ex.: o 
consumidor diz que o celular está vazando corrente 
 
 
14 
e a fabricante alega, após perícia (testes) realizada, 
que o produto não apresenta defeito, na verdade o 
está fazendo o celular vazar corrente é a tomada 
da casa do cliente e não o aparelho em si. 
 
3. Culpa exclusiva do consumidor ou terceiro: 
 
A culpa ou fato exclusivo de terceiro é um fator do 
nexo de causalidade (ligação entre a conduta do agente e o 
resultado danoso). Em suma, entende-se que a culpa 
exclusiva da vítima rompe o nexo casual e afasta 
qualquer obrigação que o fornecedor do produto ou 
serviço teria de indenizar. Se o dano foi adveio, 
exclusivamente, de uma conduta do consumidor, não 
haverá responsabilidade do fornecedor. Ex.: o 
consumidor derrubou o celular e ele começou a 
apresentar defeitos, a culpa veio exclusivamente 
dele, que tomou a conduta de onde adveio o defeito. 
 
 O nexo casual é NECESSÁRIO tanto na 
responsabilidade subjetiva como na objetiva, 
logo se não tiver nexo casual, o fornecedor 
não será responsabilizado. 
 
 
 
Pontua o autor Daniel Amorim: fato do serviço ou 
defeito está tratado pelo artigo 14 do Código do 
Consumidor, gerando responsabilidade civil objetiva e 
solidária entre todos os envolvidos com a prestação, 
pela presença de outros danos, além do próprio 
serviço como bem de consumo. 
 
 
O serviço é defeituoso quando não fornece a 
segurança que o consumidor dele pode esperar, 
levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais o modo de seu 
fornecimento; o resultado e os riscos que 
razoavelmente dele se esperam e a época em que 
foi fornecido. 
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem 
como por informações insuficientes ou inadequadas 
sobre sua fruição e riscos. 
 
§ 1° O serviço é DEFEITUOSO quando não fornece a 
segurança que o consumidor dele pode esperar, 
levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais: 
 
I. o modo de seu fornecimento; 
 
II. o resultado e os riscos que razoavelmente 
dele se esperam; 
 
III. a época em que foi fornecido. 
 
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela 
adoção de novas técnicas. 
 
• Aqui não se considera defeituoso se for 
adotada novas técnicas. Dessa forma, se 
uma empresa passa a utilizar uma nova 
técnica para desentupimento, isso não quer 
dizer que há o reconhecimento de que as 
medidas anteriores eram ruins ou 
defeituosas. 
 
 
§ 3° O fornecedor de serviços só não será 
responsabilizado quando provar: 
 
I. que, tendo prestado o serviço, o defeito 
inexiste; 
 
II. a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais 
liberais será apurada mediante a verificação de 
CULPA. 
 
• Deve ficar claro que, no fato do 
serviço, a responsabilidade civil dos 
profissionais liberais somente existe 
se houver culpa de sua parte 
(responsabilidade subjetiva), conforme 
 
 
15 
preconiza o art. 14, §4ª, da Lei 
8.078/1990. 
 
A responsabilidade civil pelo fato do serviço gera 
responsabilidade é solidária, ou seja, é uma 
responsabilidade objetiva, não depende da análise de 
culpa (com exceção do §4º); Além de adotar a teoria 
do risco da atividade, onde não há adoção do risco 
integral, o que significa a possibilidade de excludentes 
da responsabilidade; 
 
 
Relembrando: 
 
• Os pressupostos são: existência de uma 
conduta, da confirmação do dano e de um 
nexo casual entre eles; 
 
• O prazo de prescrição de um fato de 
produto ou serviço é de 05 anos! 
 
 
Tipos de defeito: 
 
a) Defeito de concepção: que é a falha no 
projeto. 
Ex.: Júnior desenvolveu um sistema 
bancário e esse sistema apresenta 
algumas falhas que possibilitam que 
os hackers acessem os dados dos 
usuários, esse é um defeito de 
concepção, pois a falha vem desde 
o projeto. O sistema foi concebido 
sendo defeituoso. 
b) Defeito na prestação: esse defeito se 
manifesta no momento em que o serviço é 
prestado. Só se tem conhecimento que o 
serviço é defeituoso quando ele já está sendo 
prestado. 
 
Ex.: Giovanna, enfermeira do RHP, 
aplica em Sérgio, paciente do local, 
a medicação errada. Ela deveria 
aplicar ibuprofeno, mas confunde e 
aplica dipirona. Não havia como 
saber que o serviço prestado seria 
defeituoso antes de sua efetiva 
prestação (aplicação do 
medicamento). 
 
c) Defeito de informação: esse defeito é curioso, 
pois o serviço em si não contém defeito, a 
falha está na informação repassada e não no 
serviço propriamente dito. O serviço se torna 
defeituoso por causa da falha na informação. 
 
Ex.: No clube Águas Claras, uma das 
piscinas está sem a marcação de 
profundidade, o que pode ocasionar 
acidentes. Ou seja, o serviço em si 
(piscina do clube) não apresenta 
defeitos, mas a falta de informação 
(marcação de profundidade) a torna 
defeituosa. 
 
Defeitos expostos no artigo 14, §1, CDC. 
 
Excludentes de Responsabilidade 
(Na modalidade de Fato de Serviço) 
 
Para tal tipo estudado só há duas excludentes, 
vejamos: 
 
1. Inexistência do defeito; 
 
2. Culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro; 
 
OBS.: O CDC não adotou a teoria do risco integral, 
pois se admite a existência de excludentes de 
responsabilidade. No caso do fortuito apenas se 
aplica o EXTERNO, ou seja, só o fortuito externo 
exclui a responsabilidade. 
 
 
Ei, se liga!!! 
 
 Da responsabilidade dos profissionais liberais: 
previsto no parágrafo 4 do artigo 14 do CDC. 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais 
liberais será apurada mediante a verificação de 
culpa. O profissional liberal é aquele que desempenha 
atividade profissional com especialidade, autonomia, 
sem subordinação e de forma pessoal. 
 
É um caso de responsabilidade pessoal E subjetiva 
(aquela que depende da comprovação de culpa). 
 
 
 
16 
 A resp. subjetiva é caracterizada por 
atendimento personalizado, ou seja, o 
profissional PRECISA estar prestando um 
serviço personalizado. 
Ex.: Patrícia conhece pelas redes sociais Fabio, 
médico dermatologista de grande nome que 
realiza procedimentos estéticos, e deseja fazer 
um com ELE, então ela marca uma consulta com 
ELE, no dia e hora marcado vai até a clínica 
DELE, tudo isso porque quer ser atendida por 
esse médico específico. Eventualmente, se Fabio 
vier a ser responsabilizado por alguma coisa 
ocorrida com Patrícia, será uma 
responsabilidade subjetiva. Porque houve um 
atendimento personalizado. 
**Mas caso Patrícia fosse atendida por uma 
sociedade de médicos perderia o caráter 
pessoal, logo não haveria mais responsabilidade 
subjetiva, voltando a ser objetiva. 
 
 Da responsabilidade do médico por cirurgia 
prática estética: nesse sentido há duas 
hipóteses a serem estudadas, pois tudo 
depende da análise da obrigação (contrato) de 
meio ou de resultado, assim vejamos: 
 
Vale ressaltar que caso seja celebrado um contrato 
de meio entre o consumidor e o profissional liberal, 
onde o fornecedor (nesse caso profissional liberal) 
se compromete a empregar todo o seu 
conhecimento e esforço para produzir um 
resultado, embora esse resultado não possa ser 
garantido. 
Ex.: Chega ao escritório de Sérgio um cliente 
que o diz “doutor que o senhor me defenda 
numa causa onde me acusam de ter 
causado um acidente”, assim celebram 
contrato de meio, isso representa que 
Sérgio vai empregartodo seu conhecimento 
e esforço para obter a absolvição de seu 
cliente, mas não pode garantir o resultado. 
 
Então, nesse caso de celebração de contrato de 
meio, o profissional liberal só poderá ser 
responsabilizado com a demonstração de CULPA. 
Ex.: O cliente comprova que Sérgio agiu com 
negligência durante o curso da ação, por 
exemplo, perdeu prazo, não foi a audiências. 
Assim Sérgio poderá ser responsabilizado. 
 
Por outro lado, há o contrato de resultado, aquele 
em que o fornecedor da a garantia do resultado 
desejado pelo cliente. 
 
Ex.: Dr. Rodrigo, cirurgião plástico renomado 
celebra contrato de resultado com sua 
paciente Vitória, dando a garantia 
(assegurando!) de que irá (por meio de 
intervenção cirúrgica) deixá-la igual a Barbie. 
Algum tempo depois da cirurgia Vitória 
percebe que não obteve o resultado 
desejado, ela não está nada parecida com a 
boneca como almejava, ela NÃO obteve o 
resultado. Assim ela poderá responsabilizar 
Dr. Rodrigo por não ter obtido o resultado 
prometido. **Aqui NÃO haverá analise de 
culpa, será uma responsabilidade objetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pontua o autor Daniel Amorim: “O vício do PRODUTO 
se da quando existe um problema oculto ou aparente 
no bem de consumo, que o torna impróprio para uso 
ou diminui o seu valor, tido como um vício por 
inadequação. Em casos como esse vale frisar que 
Bizu: 
Cirurgia reparadora – obrigação de 
meio/subjetiva/necessário comprovar a culpa; 
Cirurgia embelezadora – obrigação de 
resultado/objetiva/não precisa provar culpa. 
 
 
 
17 
não há repercussões fora do produto, não se 
podendo falar em responsabilização por outros 
danos como materiais, morais ou estéticos, só será 
reparado o VALOR da coisa. 
 
Em suma lembre-se que no VÍCIO o problema 
PERMANECE NO PRODUTO, não rompendo seus 
limites O parágrafo 6º do artigo 18 ilustra algumas 
situações em que o vício do produto está presente, 
pois são bens impróprios para consumo. 
 
Deve ficar claro que o vício do produto NÃO se 
confunde com as deteriorações normais 
decorrentes do uso da coisa. Sendo assim, para a 
caracterização ou não do vício deve ser considerada 
a vida útil do produto que está sendo adquirido. 
Conforme extraído de trecho de publicação 
constante no Informativo n. 506 do STJ, “O 
fornecedor responde por vício oculto de produto 
durável decorrente da própria fabricação e não do 
desgaste natural gerado pela fruição ordinária, 
desde que haja reclamação dentro do prazo 
decadencial de noventa dias após evidenciado o 
defeito, ainda que o vício se manifeste somente após 
o término do prazo de garantia contratual, devendo 
ser observado como limite temporal para o 
surgimento do defeito o critério de vida útil do bem. 
O fornecedor não está, ad aeternum, responsável 
pelos produtos colocados em circulação, mas a sua 
responsabilidade não se limita pura e simplesmente 
ao prazo contratual de garantia, o qual é estipulado 
unilateralmente por ele próprio”. (STJ – Resp. 
984.106/SC – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – j. 
04.10.2012) 
 
Exemplificando o exposto acima: não pode o 
comprador de um veículo alegar que o pneu está 
careca após cinco anos de uso, não havendo vício do 
produto em casos tais.” 
 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem 
SOLIDARIAMENTE pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados 
ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da 
disparidade, com a indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem 
publicitária, respeitadas as variações decorrentes 
de sua natureza, PODENDO o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 
trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 
I. a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso; 
 
II. a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
III. o abatimento proporcional do preço. 
 
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou 
ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, 
não podendo ser inferior a sete nem superior a 
cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a 
cláusula de prazo deverá ser convencionada em 
separado, por meio de manifestação expressa do 
consumidor. 
 
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das 
alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em 
razão da extensão do vício, a substituição das partes 
viciadas puder comprometer a qualidade ou 
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se 
tratar de produto essencial. 
 
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do 
inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a 
substituição do bem, poderá haver substituição por 
outro de espécie, marca ou modelo diversos, 
mediante complementação ou restituição de 
eventual diferença de preço, sem prejuízo do 
disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo. 
 
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, 
será responsável perante o consumidor o 
fornecedor imediato, exceto quando identificado 
claramente seu produtor. 
 
 
 
18 
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: 
 
I. os produtos cujos prazos de validade 
estejam vencidos; 
 
II. os produtos deteriorados, alterados, 
adulterados, avariados, falsificados, 
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à 
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em 
desacordo com as normas regulamentares 
de fabricação, distribuição ou apresentação; 
 
III. os produtos que, por qualquer motivo, se 
revelem inadequados ao fim a que se 
destinam. 
 
 
Características do Vício no PRODUTO: 
 
• Se subdivide em vícios de qualidade, onde o 
produto pode apresentar uma qualidade abaixo 
da esperada e vícios de quantidade, que tem 
problemas em relação a sua quantidade; 
 
• Responsabilidade OBJETIVA, por tanto, em via de 
regra não irá se analisar culpa; **existem exceções. 
 
• Além de objetiva a responsabilidade é solidária, o 
que quer dizer que todos na cadeira de 
fornecimento vão responder a eventuais vícios 
do produto. É preciso se atendar, pois existem 
EXCLUDENTES DA SOLIDARIEDADE, essas são: 
 Art. 18, §5º, CDC = Produtos “in natura”. 
Aqui será responsável perante ao 
consumidor o fornecedor imediato, salvo 
quando identificar o produtor; 
 Art. 19, §2º, CDC = pesagem ou medição 
por instrumento não oficiais (ex.: balança 
adulterada). Aqui será EXCLUSIVAMENTE 
responsável o fornecedor imediato. 
 
Vício do Produto por QUALIDADE: 
 
Exposto no caput do artigo 18 do CDC, o vício de 
qualidade é aquele que gera uma impropriedade ou 
diminuição do preço, uma disparidade em relação às 
características do produto e a informação no 
produto. 
 
 Se liga no exemplo: Manuel compra um carro 
zero, mas percebe que a porta está amassada, 
sendo esse um vício de qualidade que vai gerar 
a diminuição de preço do veículo. Ou ainda Fábia 
compra uma TV, mas está não emite som algum, 
aqui tem-se uma impropriedade do produto, ele 
não serve totalmente ao proposito a que ele se 
destina. Por último é possível expor a situação 
de Rogério que comprou um anel para 
namorada, acreditando que esse seria se ouro, 
mas houve impropriedade das informações e, na 
verdade, o anel comprado era apenas uma 
bijuteria 
 
OBS.: Em relação a pontas de estoque (promoções 
onde lojas vendem produtos com pequenas avarias), 
elas não são proibidas pelo CDC desde que o 
consumidor seja alertado sobre o que está 
comprando. Bem como o CDC não proíbe a venda de 
produtos usados desde que o consumidor seja 
avisado, ele precisa saber o que está adquirindo. 
Observações baseadas no princípio da informação e 
da boa-fé. 
 
• Prazo para sanar o Vício do Produto 
 
Exposto no §1º do art. 18 o prazo máximo de 30 dias 
para que o fornecedor venha a sanar o vício do 
produto. Esse prazo é relativizado (flexibilizado), onde 
vai tero mínimo 7 dias e máximo de 30 dias. 
OBS.: Nos contratos de adesão é preciso ter uma 
cláusula específica tratando sobre a flexibilização do 
prazo. 
 
• O que o consumidor fará após adquirir um 
produto com vício??? 
 
Seguindo a ordem abaixo o consumidor deve: 
 
1. Fazer uma reclamação e essa não precisa 
ter nenhuma formalidade; 
 
2. Assim serão dadas algumas opções para o 
consumidor, essas presentes no §1º do art. 
18, essas são: 
 
 
19 
 Substituição do produto por outro 
da mesma espécie, marca e 
modelo ou substituição por produto 
de outra espécie, marca ou modelo 
(se o produto for mais caro o 
consumidor paga a diferença, bem 
como se for mais barato o 
consumidor tem direito de receber 
a diferença); 
 Restituição da quantia paga (sem 
prejuízo de eventuais perdas e 
danos); 
 Abatimento proporcional do preço. 
 
No hipótese apresentada no §3º do artigo 18 é 
possível que o consumidor tenha validada alguma as 
opções acima imediatamente, não precisando 
aguardar o prazo de flexível de 30 dias, essa 
situação será possível em 3 casos: 
 Substituição das partes viciadas 
comprometer o produto; 
 Diminui o valor ao sanar o vício; 
 Quando o produto por essencial (ex.: 
remédio). 
 
Obs.: Nessa hipótese não há direito a troca. 
 
Vício do Produto por QUANTIDADE : 
 
 
A inobservância da quantidade do produto colocado 
no mercado de consumo, fará com que seja possível 
a responsabilidade solidária dos fornecedores, 
conforme disciplina o Art. 19 do CDC: 
 
Art. 19. Os fornecedores respondem 
SOLIDARIAMENTE pelos vícios de quantidade do 
produto sempre que, respeitadas as variações 
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido 
for inferior às indicações constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou de mensagem 
publicitária, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 
I. o abatimento proporcional do preço; 
 
II. complementação do peso ou medida; 
 
III. a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, marca ou modelo, sem os 
aludidos vícios; 
 
IV. a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos. 
 
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do 
artigo anterior. 
 
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando 
fizer a pesagem ou a medição e o instrumento 
utilizado não estiver aferido segundo os padrões 
oficiais. 
 
Aqui o legislador não previu prazo para que o 
fornecedor sane vício do produto por quantidade, 
então, entende a doutrina que as alternativas podem 
ser imediatamente escolhidas pelo consumidor. Essas 
alternativas estão expostas nos incisos do art. 19. 
 
Ex.: Alexandre vai a uma lanchonete com sua 
namorada Cecília, chegando lá ambos pedem 
hamburgueres, uma porção de fritas, um copo de 
suco e um refrigerante de coca. Quando o pedido 
chega até a mesa Alexandre percebe que o seu 
copo de refri veio com um exagero de gelo, quase 
sem refrigerante, onde ele basicamente estaria 
pagando pelo gelo. Assim ele reclama, pedindo para 
que seja retirado um pouco do gelo e complementado 
com o refrigerante. 
 
 
Pontua o autor Daniel Amorim: “Aqui aplica-se a 
regra da solidariedade, entre todos os envolvidos 
com a prestação. Em outras palavras, se um serviço 
contratado tiver sido mal prestado, responderão 
todos os envolvidos. Nos termos do § 2º do art. 20 
do CDC, são considerados como impróprios os 
serviços que se mostrem inadequados para os fins 
que razoavelmente dele se esperam, bem como, 
aquele que não atendam as normas regulamentares 
 
 
20 
de prestabilidade. Em casos tais, enuncia o caput do 
mesmo preceito legal que o prestador de serviços 
responde pelos vícios de qualidade que os tornem 
impróprios ao consumo ou lhes diminuíam o valor, 
assim como por aqueles decorrentes da disparidade 
com as indicações constantes da oferta ou 
mensagem publicitária”. 
 
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos 
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao 
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade com as 
indicações constantes da oferta ou mensagem 
publicitária, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 
I. a reexecução dos serviços, sem custo 
adicional e quando cabível; 
 
II. a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
III. o abatimento proporcional do preço. 
 
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada 
a terceiros devidamente capacitados, por conta e 
risco do fornecedor. 
 
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem 
inadequados para os fins que razoavelmente deles 
se esperam, bem como aqueles que não atendam as 
normas regulamentares de prestabilidade. 
 
Aqui o legislador não previu prazo para que o 
fornecedor sane vício do serviço. Mas expos 
alternativas reparatórias, essas se encontram nos 
incisos do artigo ascendente, vejamos de forma mais 
detalhada cada uma delas: 
 
• Reexecução do serviço: o fornecedor fará o 
serviço novamente sem custo adicional; 
 Aqui é possível que a reexecução pode 
ser feita por um terceiro, por exemplo, 
após a instalação de uma piscina pela 
empresa Blue Space S.A, a contratante 
Viviane, reparou que havia uma 
rachadura no fundo da mesma. Assim 
ela pede a empresa que contrate uma 
empresa terceira para realizar a 
reparação, pois não gostou do serviço e 
se estressou muito com a primeira 
empresa contratada. 
 
• Restituição da quantia paga: é clara e direta, 
aqui a restituição deve ser atualizada, mas é 
difícil que aconteça na prática; 
 
• Abatimento proporcional do valor. 
 
O artigo 20 trata sobre os vícios de QUALIDADE em 
relação responsabilidade civil pelo vício do SERVIÇO, 
já sobre os vícios de quantidade o Código do 
Consumidor não previu hipóteses. Então, em casos 
que isso aconteçam será utilizada a analogia, nos 
levanto aos artigos 19 e 20 do CDC, sendo aplicadas 
as mesmas regas. Um exemplo de vício de quantidade 
de um serviço é um pintor, que foi contratado para 
realizar a pintura de toda casa (área externa e 
interna), só entrega a pintura da parte interna do 
imóvel. Nesse caso, como já falado, seriam utilizados 
os artigos 19 e 20 por analogia, assim vamos 
relembrar as alternativas apresentadas nesses 
artigos: 
1. Complementação; 
 
2. Restituição; 
 
3. Abatimento no preço. 
Garantia 
 
Garantia – substantivo feminino, definido como: 
aquilo que assegura que algo vá ser cumprido. 
Quando adquirimos um serviço ou produto 
esperamos que o estipulado no acordo das partes 
se cumpra, por exemplo, quando compramos um 
celular é esperado que ele tenha um bom 
funcionamento, sem demais problemas e caso isso 
não venha a ocorrer é esperado que seja efetivada 
uma garantia, uma segurança sobre a compra 
realizada. 
 
 
 
21 
No código do consumidor estão especificadas duas 
modalidades de garantia, essas são: 
 
 
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto 
ou serviço independe de termo expresso, vedada a 
exoneração contratual do fornecedor. 
 
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de 
cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a 
obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções 
anteriores. 
 
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação 
do dano, todos responderão solidariamente pela 
reparação prevista nesta e nas seções anteriores. 
 
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça 
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis 
solidários seu fabricante, construtor ou importador 
e o que realizou a incorporação. 
 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios 
APARENTES ou DE FÁCIL CONSTATAÇÃO caduca 
em: 
 
I. trinta dias, tratando-se de fornecimento de 
serviço e de produtos não duráveis; 
 
II. noventa dias, tratando-se de fornecimento 
de serviço e de produtos duráveis. 
 
§ 1° Inicia-se a contagem do PRAZO DECADENCIAL a 
partir da entrega efetiva do produto ou do término 
da execução dos serviços. 
 
§ 2° Obstama decadência: 
 
I. a reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de 
produtos e serviços até a resposta negativa 
correspondente, que deve ser transmitida 
de forma inequívoca; 
 
II. (Vetado). 
 
III. a instauração de inquérito civil, até seu 
encerramento. 
 
 § 3° Tratando-se de VÍCIO OCULTO, o prazo 
decadencial inicia-se no momento em que ficar 
evidenciado o defeito. 
 
 Tipificada no art. 24 do CDC, essa modalidade 
independe de qualquer contrato, assim irá existir 
independentemente de qualquer coisa, a lei 
assegura e ponto. Se divide em dois tipos de 
bens: 
 
I. Duráveis: são aqueles bens de consumo 
que podem ser utilizados várias vezes 
durante um longo período de tempo, por 
exemplo, um carro ou uma máquina de 
lavar louça. Esse tipo tem prazo de 90 
dias para que seja formalizada a 
reclamação afim de garantia; 
 
II. Não duráveis: já esses tipos de bens são 
aqueles feitos para serem consumidos de 
forma rápida, imediata. Por exemplo, 
chocolate, macarrão instantâneo e 
outros alimentos. Aqui o prazo para 
pleitear a reclamação sobre o produto 
será de 30 dias. 
 
O prazo, nas duas modalidades, é contado de forma 
DECADENCIAL. Começando a contar a partir do 
recebimento do produto, da entrega ou termino da 
execução. 
 
 
• Ressaltando que no caso do vício oculto 
(defeito que só aparecerá depois de um certo 
tempo de uso do produto) o prazo da garantia 
legal começa a contar a partir do momento em 
que esse defeito é constatado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em suma: de acordo com o CDC, fornecedores e 
fabricantes têm até 30 dias a partir da reclamação para 
resolver o problema. O código prevê, ainda, prazo de 30 
dias para o consumidor reclamar casos de bens não 
duráveis. Para bens duráveis, que são utilizáveis por mais 
tempo, como imóveis e eletrodomésticos, são 90 dias de 
prazo. Para os defeitos ocultos, aqueles que não são facilmente 
visíveis, o prazo começa a partir do momento em que ele ficar 
evidenciado. Maria Inês Dolci ressaltou que, nesses casos, é 
possível reclamar mesmo já expirada a garantia do bem. 
 
 
 
22 
 
Art. 50. A garantia contratual é COMPLEMENTAR 
à legal e será conferida mediante termo escrito. 
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente 
deve ser padronizado e esclarecer, de maneira 
adequada em que consiste a mesma garantia, bem 
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser 
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, 
devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido 
pelo fornecedor, no ato do fornecimento, 
acompanhado de manual de instrução, de instalação 
e uso do produto em linguagem didática, com 
ilustrações. 
 
 A garantia contratual esta tipificada no art. 50, 
é aquela que o fabricante ou fornecedor 
acrescenta ao seu produto por vontade própria, 
sendo assim fica entendido que garantia legal 
TODOS os produtos ou serviços tem, já a 
garantia contratual só haverá quando o 
fabricante ou fornecedor quiser e sobre o 
produto que escolher. A vigência dessa 
modalidade se inicia a partir da data de emissão 
da nota fiscal, com o prazo e condições 
determinados pela empresa fornecedora. 
 
 É complementar a garantia legal; 
 Não existe um prazo fixo, pode ser de 9 
meses a 1 ano ou até mais; 
 Obtida por meio de contrato; 
 TEM que ser dada por termo ESCRITO. 
 
Situação exemplo: Roberta adquiriu uma máquina de 
lavar e recebeu uma garantia contratual de 2 anos, 
seu produto vem a apresentar vício, mas já são 4 
dias após o prazo de 2 anos. Nesse caso Roberta 
CONTINUA acobertada, pois a GARANTIA 
CONTRATUAL SE COMPLETA DA GARANTIA LEGAL, 
ou seja, a garantia do produto de Roberta, no total, 
seria de 2 anos e 90 dias. 
 
 
Ainda é possível falar sobre a garantia estendida que 
normalmente é oferecida pelas lojas e é contratada 
a parte, logo ela soma-se a garantia contratual (que 
já se complementa da garantia legal). Normalmente, 
esse tipo de garantia (estendida), é oferecida por 
uma empresa terceira e não tem relação com o 
fabricante, sendo mais como um seguro para o 
produto. Dentro desse tipo de garantia, há ainda três 
modalidades: 
I. Original: que é uma cobertura é igual ao 
seguro contratual realizado pelo fabricante, 
mas você tem algum benefício, por 
exemplo, a troca imediata do produto; 
 
II. Ampliada: que o tempo é somado à garantia 
original do fabricante; 
 
III. Diferenciada: na qual você também tem 
benefícios, mas o tempo de seguro é menor 
do que a estendida original.

Outros materiais