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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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Obrigação, é a relação jurídica que, unindo dois ou mais sujeitos, faz com que um 
tenha o dever de adimplir, cumprir com uma prestação em benefício do outro. Essa 
obrigação se trata: 
 
• Da entrega ou restituição de bens (dar) 
 
• Na realização de uma atividade ou serviço (fazer) 
 
• Ou ainda na abstenção de uma conduta, que em tese, seria lícita ao devedor 
de realizar (não fazer) 
 
 
A relação jurídica nasce a partir da manifestação de vontade de dois ou mais sujeitos. 
Os deveres de prestar e receber serão aqueles especificamente caracterizam tal 
relação. De dois momentos pode-se extrair o conceito de uma obrigação, são eles: 
 
• Schuld (débito): é o dever jurídico do devedor, de cumprir a prestação por ele 
assumida quando do momento do início da relação. O não cumprimento dessa 
prestação, desse dever específico, gera o inadimplemento, momento a partir do qual 
o devedor pode ser responsabilizado. 
 
• Haftung (responsabilidade): a responsabilidade trata dos efeitos que são imputados 
ao devedor que não cumpriu sua obrigação. Ao se descumprir uma obrigação que foi 
ajustada previamente, nascem os efeitos em razão do inadimplemento voluntário, 
quais sejam: perdas e danos, correção monetária, juros, honorários advocatícios, etc. 
essa responsabilidade, via de regra, recairá sobre o patrimônio do sujeito, onde ele 
responderá pelo não cumprimento do débito, conforme o Código Civil. 
 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações 
respondem todos os bens do devedor. 
 
• Obrigação perfeita: o débito e a responsabilidade estão presentes na obrigação, 
recaindo ambos sobre a pessoa do devedor. 
 
• Obrigação imperfeita: quando na obrigação, apenas um dos fatores recai sobre o 
devedor. 
 
 
 
 
 
 
O Direito Civil entende que a obrigação é um processo, composto de vários atos, cuja 
finalidade é a busca pelo adimplemento dessa obrigação. Ou seja, essa relação tem 
começo, meio e fim. 
 
1. Modalidades das Obrigações (Classificação) 
A classificação das obrigações serve para que se possa identificar a natureza do pacto 
celebrado, com seus respectivos direitos específicos previstos pelas partes, com base 
na autonomia negocial. 
São modalidades de obrigações: 
 
Obrigação Natural: também conhecidas como obrigações judicialmente inexigíveis, tendo em 
vista que o dever de pagamento não é jurídico, sendo apenas moral, como por exemplo, nas 
dívidas prescritas ou provenientes de jogos ou apostas. 
Se as dívidas naturais forem pagas voluntariamente, não há que se falar em pretensão de 
repetição, uma vez que a quantia era devida, ainda que juridicamente inexigível. (art. 882, 
CC). 
a) Obrigação de dar 
A obrigação de dar consiste no COMPROMISSO DO DEVEDOR DE ENTREGAR OU 
RESTITUIR COISAS PARA O CREDOR. Esse compromisso se divide em: 
 
• Dar coisa certa (ou obrigação específica): a prestação será definida pelo gênero, 
quantidade e qualidade da coisa a ser entregue. 
 
Quando no momento da Obrigação de restituir, não há transmissão do direito de 
propriedade, há apenas uma devolução da posse direta, obtida a partir de um 
contrato ou direito real sobre coisa alheia. 
EX: contrato de locação, comodato, arrendamento, direito de superfície, etc. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os 
acessórios dela embora não mencionados, salvo se 
o contrário resultar do título ou das circunstâncias 
do caso. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa 
se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes; se a 
perda resultar de culpa do devedor, responderá 
este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor 
culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou 
aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o 
credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no 
estado em que se acha, com direito a reclamar, em 
um ou em outro caso, indenização das perdas e 
danos. 
As obrigações de dar quantia certa, assim como a obrigação de restituir, são 
subespécies da obrigação de dar coisa certa. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a 
coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, 
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o 
credor não anuir, poderá o devedor resolver a 
obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do 
devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, 
e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da 
tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se 
resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da 
perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente, mais perdas e 
danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem 
culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se 
ache, sem direito a indenização; se por culpa do 
devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier 
melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa 
ou trabalho do devedor, lucrará o credor, 
desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, 
empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso 
se regulará pelas normas deste Código atinentes às 
benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou 
de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, 
observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste 
Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
>> PERDA DO OBJETO NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: a análise da perda do 
objeto na obrigação de dar coisa certa, será feita a partir da ocorrência ou não da 
tradição da coisa, ou seja, da entrega do bem. 
 
ANTES DA TRADIÇÃO DEPOIS DA TRADIÇÃO 
 
PERDA TOTAL (OU PERECIMENTO) 
. Sem culpa do devedor: O contrato se 
resolve para ambas as partes. Devolve-
se o que já foi pago, pelo credor e as 
partes voltam para o seu status quo ante 
(art. 234, 1ª parte, CC). 
. Com culpa do devedor: a obrigação se 
resolve, devolve-se o que já foi pago + 
perdas e danos (pelo culpado). (art. 234, 
2ª parte, CC) 
PERDA PARCIAL (OU DETERIORAÇÃO) 
. Sem culpa do devedor: O credor tem o 
direito potestativo de escolher se fica 
com o bem, abatido o valor que se 
perdeu, ou se resolve a obrigação. (art. 
235, CC). 
. Com culpa do devedor: o mesmo 
direito potestativo + qualquer escolha 
das devidas perdas e danos. (art. 236, 
CC) 
 
 
. Se já houve a tradição: a coisa pertence 
ao dono, ou seja, ao proprietário (res 
perit domino) (art. 238, CC). 
Pode-se perceber que essa regra, protege o 
devedor, pois impede que o credor o cobre 
por um acontecimento que não foi causado 
com culpa, evitando, desse modo o 
enriquecimento sem causa do credor. 
A presença ou não de culpa muda todo o 
curso da obrigação, pois se observada culpa 
do devedor, este deve além de restituir o 
equivalente, arcar ainda com as perdas e 
danos ao credor, se forem comprovadas. 
São exceções a esse princípio: 
. Vícios ocultos (redibitórios) >> (art. 
441, CC) 
. Vícios jurídicos (evicção) >> (art. 447, 
CC) 
 
• Dar coisa incerta (ou obrigação genérica, ou de gênero): nessa espécie de obrigação, 
falta o objeto designado (qualidade). A obrigação será definida apenas pelo gênero 
e pela quantidade. O adimplemento dessa obrigação se dará a partir do momento em 
que as partes definirem a qualidade do objeto a ser prestado. Ela nasce incerta e para 
ser cumprida, precisa ser especificada. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e 
pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se 
o contrário não resultar do título da obrigação; mas 
não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a 
prestar a melhor. 
 
 
>> PERDA DO OBJETO NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA: analisada a partir da 
concentração (escolha da qualidade do objeto) e também da ocorrência da tradição.ANTES DA TRADIÇÃO DEPOIS DA TRADIÇÃO 
 
. Genus non perit: o gênero não perece. 
Mesmo em casos de caso fortuito ou força 
maior, o devedor não poderá alegar a perda 
do bem, já que o gênero não irá perecer, de 
forma que não se pode pensar em perda por 
completo (art. 246, CC). 
 
EX: devedor se compromete em entregar 10 
cães para o credor. Não pode alegar a perda 
completa do objeto, porque o gênero não 
se extinguiu. 
 
. Após a escolha da qualidade e a respectiva 
tradição da coisa, o tratamento será o 
mesmo dado ao da obrigação de dar coisa 
certa. Ou seja, perece para o dono. 
Pode-se perceber que essa regra, protege o 
devedor, pois impede que o credor o cobre 
por um acontecimento que não foi causado 
com culpa, evitando, desse modo o 
enriquecimento sem causa do credor. 
A presença ou não de culpa muda todo o 
curso da obrigação, pois se observada culpa 
do devedor, este deve além de restituir o 
A escolha da qualidade na 
obrigação genérica cabe ao 
devedor, porque facilita o 
adimplemento da obrigação. 
As partes podem acordar de outra 
forma, estabelecendo, que o credor 
pode escolher, se assim for de sua 
vontade, por exemplo. 
equivalente, arcar ainda com as perdas e 
danos ao credor, se forem comprovadas. 
São exceções a esse princípio: 
. Vícios ocultos (redibitórios) >> (art. 
441, CC) 
. Vícios jurídicos (evicção) >> (art. 447, 
CC) 
 
 
>> OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: é uma subespécie da obrigação de dar, porém, tem 
regramento próprio quanto à perda da coisa. Nesse tipo de obrigação, não haverá 
transmissão da propriedade, mas somente a devolução da posse direta sobre o bem. 
Antes ou depois da restituição, será o credor, sempre a perder, tendo em vista que 
ele nunca deixou de ser proprietário da coisa (res perit domino). 
ANTES DA RESTITUIÇÃO DEPOIS DA RESTITUIÇÃO 
 
PERDA TOTAL 
. Sem culpa do devedor: o credor 
sofrerá a perda e a obrigação se resolve 
(art. 238, CC). 
 
. Com culpa do devedor: o credor 
sofrerá a perda, mas o devedor 
responde por perdas e danos (art. 239, 
CC) 
 
 
 
 
. Após a devolução da coisa ao credor, o 
tratamento será idêntico ao fornecido à 
obrigação de dar coisa certa. 
 
 
PERDA PARCIAL (art. 240, CC) 
. Sem culpa do devedor: o credor recebe 
a coisa tal qual ela se ache, sem direito à 
indenização. 
 
. Com culpa do devedor: o devedor 
responde pelo valor equivalente à coisa 
+ perdas e danos. 
 
b) Obrigação de fazer 
A obrigação de fazer se fundamenta no COMPROMISSO QUE O DEVEDOR TEM DE 
REALIZAR UMA ATIVIDADE OU SERVIÇO, EM PROL DO CREDOR. 
Ex: contrato de prestação de serviço (pedreiro, pintor, marceneiro, etc..) 
As obrigações de fazer se dividem em: 
 
OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEL OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL 
 
. Atividade ou serviço que pode ser 
realizado por qualquer devedor. 
. Não exige qualidade especial do 
devedor. 
. É possível o adimplemento da 
obrigação por terceiro; sua contratação 
fica a cardo do devedor inadimplente. 
 
. Também chamada de intuitu personae, 
ou personalíssima, tendo em vista que 
há exigência de qualidade especial do 
devedor. 
. A infungibilidade pode decorrer da 
natureza do devedor (EX: cantor 
famoso) ou de uma disposição 
. Obrigação de fazer fungível 
. Obrigação de fazer infungível 
contratual (EX: contrato de advogado 
que proíbe substabelecimento) 
. Não pode haver adimplemento da 
obrigação, através de terceiro. 
 
>> RECONHECIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE 
OBRIGAÇÕES DE FAZER: 
Art. 536. No cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou 
de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da tutela 
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado 
prático equivalente, determinar as medidas 
necessárias à satisfação do exequente. 
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz 
poderá determinar, entre outras medidas, a 
imposição de multa, a busca e apreensão, a 
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de 
obras e o impedimento de atividade nociva, 
podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de 
força policial. 
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e 
coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, 
observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º , se 
houver necessidade de arrombamento. 
§ 3º O executado incidirá nas penas de litigância de 
má-fé quando injustificadamente descumprir a 
ordem judicial, sem prejuízo de sua 
responsabilização por crime de desobediência. 
§ 4º No cumprimento de sentença que reconheça a 
exigibilidade de obrigação de fazer ou de não 
fazer, aplica-se o art. 525 , no que couber. 
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que 
couber, ao cumprimento de sentença que 
reconheça deveres de fazer e de não fazer de 
natureza não obrigacional. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art846%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525
 Art. 537. A multa independe de requerimento da 
parte e poderá ser aplicada na fase de 
conhecimento, em tutela provisória ou na 
sentença, ou na fase de execução, desde que seja 
suficiente e compatível com a obrigação e que se 
determine prazo razoável para cumprimento do 
preceito. 
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, 
modificar o valor ou a periodicidade da multa 
vincenda ou excluí-la, caso verifique que: 
I - se tornou insuficiente ou excessiva; 
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial 
superveniente da obrigação ou justa causa para o 
descumprimento. 
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente. 
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de 
cumprimento provisório, devendo ser depositada 
em juízo, permitido o levantamento do valor após 
o trânsito em julgado da sentença favorável à 
parte. 
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se 
configurar o descumprimento da decisão e incidirá 
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver 
cominado. 
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que 
couber, ao cumprimento de sentença que 
reconheça deveres de fazer e de não fazer de 
natureza não obrigacional. 
c) Obrigação de não fazer 
Consiste no compromisso de ABSTENÇÃO POR PARTE DO DEVEDOR, DE REALIZAR 
ALGUMA ATIVIDADE, que em tese, é lícito para ele realizar. A inércia do devedor é 
justamente o adimplemento da obrigação. 
 Também chamada de obrigação negativa. 
As obrigações de não fazer serão sempre infungíveis, tendo em vista que seria lícito 
ao devedor realizar a atividade, portanto, somente dele poderá se exigir a conduta 
de abstenção. Essa conduta negativa, será objeto de contrato, fruto da manifestação 
de vontade do devedor, manifestada em contrato. 
Em relação ao inadimplemento, a obrigação de não fazer não comporta a figura da 
mora. Isso porque esse cumprimento imperfeito da obrigação não combinaria com a 
conduta abstensiva que deveria ter o devedor. Ou o devedor permanece inerte, logo 
adimplindo com a obrigação, ou age minimamente, culminando na inadimplência. 
 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações 
respondem todos os bens do devedor. 
 
>> DEMAIS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES: essa classificação influenciará as 
demais modalidades de obrigações. 
 
• Obrigações simples: é a obrigação que tem um sujeito ativo, um sujeito passivo 
e um objeto. Há unicidade entre os elementos objetivos e subjetivos da 
obrigação. 
 
• Obrigação Composta (plúrima, múltipla ou complexa): há multiplicidade de 
sujeitos ou de objetos, podendo ser subjetivamente complexa (vários sujeitos) 
ou objetivamente complexa (vários objetos). 
 
• Objetivamente compostas: obrigação alternativa (art. 252 a 256) x obrigação 
cumulativa x obrigação facultativa 
 
• Subjetivamente compostas: obrigações divisíveis ou fracionárias (art. 257) x 
obrigações indivisíveis (art. 258 a 263) x obrigações solidárias (art. 264 a 285) 
O devedor se tornainadimplente 
desde o dia em que realizou o ato 
pelo qual se deveria abster. 
d) Obrigação alternativa 
Também chamadas de DISJUNTIVAS, caracterizam-se pela conjunção “OU”, pois 
prevê duas ou mais prestações. O devedor restará adimplente com a obrigação, 
quando cumprir qualquer das prestações acordadas. 
Para facilitar seu cumprimento, a escolha de qual prestação cumprir, cabe ao 
devedor, se a parte contrária não de dispuser contra, conforme o Código Civil. 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha 
cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
§ 1 o Não pode o devedor obrigar o credor a receber 
parte em uma prestação e parte em outra. 
§ 2 o Quando a obrigação for de prestações 
periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
§ 3 o No caso de pluralidade de optantes, não 
havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, 
findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4 o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não 
quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a 
escolha se não houver acordo entre as partes. 
 
 
 
 
>> PERDA DO OBJETO NA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: analisa-se a culpa do devedor 
e também a quem cabia a escolha das prestações previstas alternativamente. 
Existem quatro regras para essa análise: 
As partes podem designar um 
terceiro para efetuar essa 
escolha. Se o terceiro não 
quiser ou não puder escolher, 
a decisão volta para as partes. 
Não havendo acordo entre 
elas, o juiz é quem decide, 
conforme o §4°. 
Conforme o §3°, a lei civil 
prevê que essa designação da 
escolha da prestação, pode ser 
realizada por um colegiado, 
que deverá ser unanime. Caso 
não o seja, o juiz determinará 
um prazo para que as partes 
cheguem a um acordo. 
• Ocorrendo a perda de um dos objetos: a obrigação se concentra no objeto restante: 
 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser 
objeto de obrigação ou se tornada inexequível, 
subsistirá o débito quanto à outra 
 
• Se ambas as prestações se perderem sem culpa do devedor: a obrigação se extingue. 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem 
impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a 
obrigação. 
 
• Se a escolha cabe ao devedor: e somente uma das prestações é impossibilitada por 
sua culpa, concentra-se a obrigação no objeto restante, conforme art. 253, CC. Se 
ambas as prestações se perderem por sua culpa, cabendo a ele a escolha, deve-se 
observar a prestação que se perdeu por último e o devedor deve arcar com o 
pagamento por perdas e danos quanto a ela. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder 
cumprir nenhuma das prestações, não competindo 
ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar 
o valor da que por último se impossibilitou, mais as 
perdas e danos que o caso determinar. 
 
• Se a escolha for do credor: e uma das prestações se perder por culpa do devedor, o 
credor poderá escolher entre as prestações restantes ou entre o pagamento de 
perdas e danos em relação àquela que se perdeu. Se ambas se perderem por culpa 
do devedor, o credor poderá escolher qualquer delas + perdas e danos. 
 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma 
das prestações tornar-se impossível por culpa do 
devedor, o credor terá direito de exigir a prestação 
subsistente ou o valor da outra, com perdas e 
danos; se, por culpa do devedor, ambas as 
prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o 
credor reclamar o valor de qualquer das duas, além 
da indenização por perdas e danos. 
 
e) Obrigação cumulativa 
O devedor será obrigado a PAGAR TODOS OS OBJETOS DETERMINADOS e SÓ 
DEIXARÁ DE ESTAR OBRIGADO, QUANDO ADIMPLIR TODAS AS PRESTAÇÕES QUE 
FORAM PACTUADAS. Essas obrigações se caracterizam pela conjunção “E”. 
Portanto, se o devedor realizar uma das prestações e não realizar a outra, restará 
configurada a inadimplência parcial. 
 
>> PERDA DO OBJETO NA PRESTAÇÃO CUMULATIVA: 
• Se uma das prestações se perder, sem culpa do devedor: a obrigação se extinguirá 
parcialmente e esta se transformará numa obrigação simples. Caso ambos os objetos 
se percam, sem a culpa do devedor, a obrigação se extingue para ambas as partes. 
 
• Se um dos objetos se perder, com a culpa do devedor: este deve pagar o equivalente 
a perdas e danos, em relação ao objeto que se perdeu e, ainda adimplir com o 
restante da obrigação. Se ambos os objetos se perderem com culpa do devedor, este 
deverá pagar o equivalente a perdas e danos, em relação a todos os objetos que se 
perderam. 
 
 
f) Obrigação facultativa 
Também conhecida como OBRIGAÇÃO COM FACULDADE ALTERNATIVA DE 
CUMPRIMENTO. Nesse tipo de obrigação haverá a fixação de duas prestações, sendo 
elas: UMA PRINCIPAL e UMA SUBSIDIÁRIA. O devedor pode se valer da obrigação 
secundária para adimplir a obrigação principal, tendo em vista que com isso, pode se 
liberar da obrigação. 
O devedor se desobriga, quando cumpre qualquer uma das obrigações, porém, o 
credor só tem direito à obrigação principal, assim, o devedor é titular de um direito 
potestativo e suo obrigação será composta. Para o credor, a obrigação será simples, 
e ele nunca terá direito à obrigação secundária. 
 
>> PERDA DO OBJETO NA OBRIGAÇÃO FACULTATIVA: 
• Se o objeto secundário se perder com culpa ou sem culpa do devedor, só haverá 
extinção do seu direito potestativo de optar entre as prestações, já que ele não terá 
interesse em adimplir a obrigação e nem poderá ser constrangido a fazê-lo. 
 
• Se o objeto principal se perder, é necessária a apuração da responsabilidade do 
devedor, por tal evento. Se ele for culpado pela perda, poderá escolher entre pagar 
o equivalente a perdas e danos em relação a ele ou entregar o objeto subsidiário. 
Nesse caso, o credor não terá direito ao objeto secundário, podendo somente exigir 
perdas e danos em relação ao objeto principal. 
 
 
g) Obrigações divisíveis ou fracionárias 
Também chamada de FRACIONÁRIA, tendo em vista que seu objeto é dividido de 
acordo com o número de credores ou devedores que se fizerem presentes (cada qual 
responsável pela sua quota parte). Tendo em vista sua natureza, trata-se de uma 
obrigação considerada como EXCEÇÃO. 
Não há como presumir indivisibilidade ou solidariedade. Faz-se necessária a clareza 
quanto a causa da solidariedade, caso contrário, aplicam-se as regras da divisibilidade 
da obrigação. 
 
h) Obrigações indivisíveis 
Nessa modalidade, a prestação PODERÁ SER EXIGIDA NA SUA INTEGRALIDADE, PELA 
IMPOSSIBILIDADE DE FRACIONAMENTO DO OBJETO. A obrigação terá sempre um 
objeto indivisível. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a 
prestação tem por objeto uma coisa ou um fato 
não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por 
motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a 
prestação não for divisível, cada um será obrigado 
pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-
roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá 
cada um destes exigir a dívida inteira; mas o 
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos 
outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação 
por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito 
de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no 
total. 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a 
obrigação não ficará extinta para com os outros; 
mas estes só a poderão exigir, descontada a quota 
do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no 
caso de transação, novação, compensação ou 
confusão. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a 
obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, 
houver culpa de todos os devedores, responderão 
todos por partesiguais. 
§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os 
outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 
 
A indivisibilidade é um fenômeno jurídico que leva em conta quatro fatores: 
 
• A natureza do bem – um animal, um veículo novo 
• Contrato – decidindo que a relação não comporta divisão (indivisibilidade) 
• Lei 
• Razões econômicas – uma vez fracionado, o bem perde o valor. 
 
A obrigação indivisível tem de ser observada em dois momentos: 
PLURALIDADE DE DEVEDORES NA 
OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL 
PLURALIDADE DE CREDORES NA 
OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL 
 
. art. 259, c/c art. 346 e 263, CC 
. Quando presentes vários devedores 
numa obrigação indivisível, qualquer um 
deles pode ser demandado a pagar a 
dívida por inteiro, já que o objeto não 
admite fracionamento. 
 
. art. 260 a 262, CC 
. Se a pluralidade na obrigação for de 
credores, poderá cada um deles, exigir a 
dívida inteira. 
. O devedor pode se desobrigar 
pagando os credores conjuntamente ou 
 
. O devedor da obrigação indivisível que 
paga se sub-rogará no direito de crédito, 
ocupando o lugar do credor originários 
no direito de crédito, em relação aos 
outros devedores. 
. A sub-rogação será parcial, podendo o 
devedor que pagou cobrar dos outros 
codevedores a quota da dívida que lhes 
cabe, conforme art. 259, CC. 
. Se o objeto da obrigação indivisível se 
perder sem culpa do devedor, a 
obrigação se extingue. 
. Se o objeto se perder com culpa do 
devedor, esse deve pagar perda e 
danos, porém, ao se converter em 
perdas e danos, a obrigação se converte 
em divisível. 
. Havendo mais de um devedor, apenas 
o culpado parará o equivalente às 
perdas e danos. 
somente a um deles, exigindo uma 
quitação especial como garantia, 
quanto ao credor. Essa quitação 
especial recebe o nome de caução de 
quitação. Não tem forma especial, 
somente exigindo-se que esteja escrita 
no documento de quitação (art. 260, 
CC). 
. O credor que nada recebeu do 
devedor, exigirá do cocredor a quota 
que lhe caiba no total. 
. se houver vários credores, apenas um 
deles, isoladamente, pode perdoar a 
dívida, porém, isso não impedirá que os 
outros credores exijam do devedor, a 
prestação. O devedor pode exercer o 
direito de retenção e somente entregar 
a prestação ao outro credor se for 
descontada a quota parte do remitente. 
 
 
i) Obrigações solidárias 
Nesse tipo de obrigação, há uma ampliação da regra geral. No polo passivo da 
obrigação, aquele que seria responsável por pagar sua quota parte, poderá ser 
compelido a pagar a dívida na totalidade. No polo ativo, aquele que deveria receber 
a sua quota parte, pode exigir a dívida na totalidade. 
São regras COMUNS para a solidariedade ativa (credores) e passiva (devedores): 
• A solidariedade é um fenômeno que se manifesta em relações externas, de um polo 
em relação ao outro. Internamente, a obrigação solidária continua indivisível. Logo, 
quem pagar a divida inteira, ou receber a dívida inteira, terá de se ajustar com os 
demais cocredores e codevedores. 
 
• A relação jurídica que se forma na obrigação solidária é única, independentemente 
do número de devedores ou credores, logo, qualquer deles que receber ou pagar 
acarretará a extinção da obrigação. 
 
• A solidariedade não se presume, já que as exceções não podem ser presumidas. 
Somente a regra geral pode ser presumida. Assim sendo, a solidariedade sempre 
decorrerá de lei ou da vontade das partes. 
 
• A morte de um dos devedores ou credores solidários extinguem a obrigação em 
relação aos herdeiros do falecido, logo, só se poderá cobrar o herdeiro ou este só 
poderá cobrar sua quota parte na dívida. Porém, se além de solidária a obrigação for 
indivisível, os herdeiros podem cobrar a dívida por inteiro ou assumir a 
responsabilidade da dívida por inteiro. 
 
>> REGRAS RELATIVAS À SOLIDARIEDADE ATIVA 
São vários credores, com o direito de exigir a dívida por inteiro. São as regras: 
 
• Na data do vencimento, qualquer dos credores pode cobrar a dívida na sua 
integralidade. O devedor poderá pagar a qualquer dos credores solidários, porém, ele 
perde essa possibilidade quando um dos credores, especificá-lo para o pagamento. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários 
não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
 
• Existe a possibilidade de um dos credores promover a remissão (perdão) da dívida 
inteira. Recebendo a dívida ou perdoando a dívida, no todo, o credor deve se ajustar 
com os demais cocredores. 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou 
recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba. 
 
• Quanto às exceções, há uma divisão entre exceção pessoal (aquela em que o devedor 
pode opor a exceção apenas contra um credor especifico) e exceção comum (aquela 
defesa oponível contra qualquer credor). 
 
 
O devedor não pode opor a outros credores uma exceção pessoal que, porventura, 
tiver contra um credor específico. 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o 
devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos 
outros. 
 
• Em se tratando de uma demanda proposta por um credor solidário contra um 
devedor comum, poderá haver a coisa julgada secundum eventum litis (segundo o 
resultado da demanda). Se o credor sair vitorioso, os outros credores poderão 
aproveitar a procedência do pedido e cobrar do autor as suas respectivas quotas 
partes na dívida (coisa julgada ultra partes, pois beneficia terceiros que não fazem 
parte da lide). Se o credor perder, os cocredores solidários nada sofrerão e a coisa 
julgada será inter partes. 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos 
credores solidários não atinge os demais, mas o 
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo 
Exceção é a defesa oposta pelo devedor, mediante a pretensão de cobrança 
pelo credor. 
de exceção pessoal que o devedor tenha direito de 
invocar em relação a qualquer deles. 
 
>> REGRAS RELATIVAS À SOLIDARIEDADE PASSIVA 
 
São vários credores obrigados a pagar a dívida por inteiro. 
 
• Quando houver exoneração ou renúncia da solidariedade do devedor solidário, pelo 
credor, o devedor continuará como sujeito passivo, porém, apenas como devedor da 
sua quota parte. Quando houver remissão da dívida, de um dos devedores solidários, 
este deixará se ser devedor e estará completamente livre do vínculo obrigacional. 
Mantendo-se a solidariedade com os demais, a quota parte do remido deve ser 
abatida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-
devedores extingue a dívida na parte a ele 
correspondente; de modo que, ainda reservando o 
credor a solidariedade contra os outros, já lhes não 
pode cobrar o débito sem dedução da parte 
remitida. 
 
• Se um dos devedores for declarado insolvente, a sua quota parte será repartida entre 
os demais codevedores. O exonerado se exonera apenas da condição de solidário, 
não de devedor. Já o remitido, está automaticamente liberado da obrigação e não 
tem responsabilidade nem pelo rateio a quota do insolvente. 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, 
contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na 
obrigação incumbia ao insolvente. 
• O devedor solidário, demandado integralmente pela dívida, poderá chamar ao 
processo os outros devedores solidários, para exercer seus direitos de credor sub-
rogado. 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, 
em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga 
a credor hipotecário, bem como do terceiro que 
efetiva o pagamento para não ser privado de 
direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela 
qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em 
parte. 
 
 
2. Transmissão das obrigações 
A transmissão das obrigações é um ato FACULTATIVO, que pode ocorrer em algumas 
relações obrigacionais,gerando a SUBSTITUIÇÃO DOS PERSONAGENS ORIGINAIS. 
Através de um negócio jurídico, o credor ou devedor por de transferir sua posição de 
sujeito ativo ou passivo, para um terceiro estranho à relação original. Existem duas 
espécies de transmissão de uma obrigação: 
 
 
 
 
 
 
. Cessão de crédito - art. 286 a 298 
 
. Assunção da dívida – art. 299 a 303 
a) Cessão de crédito 
Negócio jurídico que admite a forma onerosa ou gratuita. O negócio é celebrado entre 
dois personagens: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Via de regra, todo crédito pode ser objeto de cessão de crédito. Com apenas três 
exceções: 
 
• Pela natureza do crédito: crédito alimentar, trabalhista (personalíssimos) 
 
• Por proibição legal: a lei proíbe a cessão do crédito que já tiver sido penhorado, 
combatendo-se assim, a fraude à execução. O credor insolvente não pode fazer 
cessão de crédito gratuita, sob pena de configurar fraude contra credores. 
 
• Em virtude de disposição expressa no contrato originário: nada impede que as 
partes incluam cláusulas no contrato, que impeçam a cessão de crédito. 
 
Segundo o Código civil, o devedor pode arguir exceções comuns ou pessoais contra 
o credor cedente ou cessionário, a fim de que evitar a simulação de negócio jurídico. 
 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as 
exceções que lhe competirem, bem como as que, 
. Credor originário – cedente 
 
. Novo credor - cessionário 
O devedor não participa da 
cessão do crédito! Porém, por 
ter de saber para quem deve 
pagar a dívida, ele tem de ser 
notificado da cessão. 
Não havendo a notificação do devedor, a cessão de crédito não terá 
eficácia perante ele, logo, será inoponível. 
no momento em que veio a ter conhecimento da 
cessão, tinha contra o cedente. 
Para preservar a boa-fé, o devedor poderá arguir a exceção, desde que notifique o 
novo credor, no momento em que tiver ciência da cessão. Nessa notificação, as 
exceções devem ser especificadas. 
 
A cessão de crédito pode ainda acontecer de duas formas: 
• Cessão pro soluto (regra geral): o cedente deve garantir ao cessionário (novo credor) 
ao menos a existência do crédito cedido. 
 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, 
ainda que não se responsabilize, fica responsável 
ao cessionário pela existência do crédito ao tempo 
em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe 
cabe nas cessões por título gratuito, se tiver 
procedido de má-fé. 
 
• Cessão pro solvendo (exceção): aquela em que o cedente, além da existência do 
crédito, deve garantir também, a solvência do devedor. Ao se voltar contra o 
cedente, o cessionário só poderá cobrar o valor que houver pago pelo crédito, + juros 
moratórios e eventuais despesas que houver tido com a cobrança. 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente 
não responde pela solvência do devedor. 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário 
pela solvência do devedor, não responde por mais 
do que daquele recebeu, com os respectivos juros; 
mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as 
que o cessionário houver feito com a cobrança 
 
 
b) Assunção da dívida (cessão de crédito) 
Através desse negócio jurídico, um terceiro estranho ao contrato, assume o lugar do 
devedor originário, seja exonerando-o da obrigação ou atuando conjuntamente com 
ele. Quem assume a dívida é o chamado assuntor. 
São espécies de assunção: 
 
• Assunção liberatória: o assuntor substitui o devedor originário, que por sua vez, 
ficará isento de responsabilidade, após preencher alguns requisitos. São eles: 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação 
do devedor, com o consentimento expresso do 
credor, ficando exonerado o devedor primitivo, 
salvo se aquele, ao tempo da assunção, era 
insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar 
prazo ao credor para que consinta na assunção da 
dívida, interpretando-se o seu silêncio como 
recusa. 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor 
primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por ele 
originariamente dadas ao credor. 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser 
anulada, restaura-se o débito, com todas as suas 
garantias, salvo as garantias prestadas por 
terceiros, exceto se este conhecia o vício que 
inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor 
as exceções pessoais que competiam ao devedor 
primitivo. 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode 
tomar a seu cargo o pagamento do crédito 
garantido; se o credor, notificado, não impugnar 
O silencio implica em recusa, já que 
a lei exige manifestação expressa. O 
silêncio pode valer como aceitação 
quando a dívida for garantida por 
uma hipoteca (credor estaria 
minimamente resguardado por 
uma garantia real) 
O negócio jurídico deve passar pelo 
exame de sua validade. Uma vez 
que a assunção seja invalidada, as 
garantias retornam para o 
devedor, bem como a sua 
responsabilidade. 
As garantias prestadas por 
terceiros 
em trinta dias a transferência do débito, entender-
se-á dado o assentimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (fiança) não retornam com a 
invalidação da assunção. 
Se comprovado que o terceiro tinha 
ciência da invalidade, este passará 
a ter responsabilidade juntamente 
com o devedor. 
Se o assuntor era insolvente ao tempo da assunção, o devedor não estará 
liberado, tendo em vista que isso frustraria os interesses do credor que 
consentiu com sua saída. 
 OBS: 
 
>> A assunção de dívida libera o fiador, via de regra. 
 
>> A assunção de dívida pode ocorrer sem a participação de um devedor primário. É a 
chamada ASSUNÇÃO POR DÍVIDA POR EXPROMISSÃO, pois ocorre sem a participação do 
devedor originário. 
 
>> O assuntor não pode arguir, em face do credor, as exceções pessoais que competiam ao 
devedor originário, tendo em vista que viola o art. 302: 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao 
devedor primitivo. 
 
>> Novação subjetiva é a criação de uma obrigação substancialmente nova, com 
personagens diversos, com a finalidade de substituir e extinguir uma obrigação anterior que 
não seja nula. Cria-se uma nova obrigação, extinguindo a anterior (EX: negociação de dívidas 
bancárias). 
 Cessão de crédito e assunção de dívida não são formas de extinção da obrigação e sim, de 
transmissão da obrigação com substituição dos personagens dentro de uma mesma relação 
jurídica. 
 
 
 
• Assunção Cumulativa: admitida pela doutrina com base na autonomia da vontade. 
Como não possui previsão legal, entende-se que haverá solidariedade entre os 
devedores, desde que haja cláusula contratual estabelecendo essa solidariedade, 
posto que ela não pode ser presumida. O assuntor ingressará na relação obrigacional 
para se tornar um codevedor, não havendo exoneração do devedor originário. 
 
 
3. Adimplemento e Extinção das obrigações 
O adimplemento e a extinção das obrigações pode se dar em três grandes 
momentos: 
a) Pagamento direto 
É a forma de extinção da obrigação com a satisfação imediata dos interesses do 
credor, sendo a maneira mais eficaz de extinguir uma obrigação. 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a 
dívida antes de vencido o prazo estipulado no 
contrato ou marcado neste Código: 
I - No caso de falência do devedor, ou de concurso 
de credores; 
II - Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem 
penhorados em execução por outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as 
garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o 
devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, 
no débito, solidariedade passiva, não se reputará 
vencido quanto aos outros devedores solventes. 
 
Nessas regras, inclui-se a análise 
dos sujeitos do pagamento, 
objeto,prova, local e tempo do 
pagamento. 
b) Pagamento indireto 
É a forma de extinção das obrigações com a satisfação imediata dos interesses do 
credor. Ele receberá o pagamento da dívida, porém, haverá um ato intermediário 
antes de sua efetivação. Existem quatro institutos vinculados ao pagamento indireto, 
são eles: 
 
• Consignação em pagamento: diante da recusa do credor em receber o pagamento, 
de forma injustificada, ou da dúvida do devedor com relação a quem se deve pagar, 
ou da dificuldade em realizar o pagamento, a lei possibilita o sujeito passivo utilizar 
desse instituto para realizar o pagamento, mediante consignação em juízo. 
 
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a 
obrigação, o depósito judicial ou em 
estabelecimento bancário da coisa devida, nos 
casos e forma legais. 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, 
recusar receber o pagamento, ou dar quitação na 
devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa 
no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for 
desconhecido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva 
legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
Art. 336. Para que a consignação tenha força de 
pagamento, será mister concorram, em relação às 
Ver art. 539 a 549, do CPC 
pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os 
requisitos sem os quais não é válido o pagamento. 
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do 
pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o 
depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se 
for julgado improcedente. 
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita 
o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor 
requerer o levantamento, pagando as respectivas 
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as 
conseqüências de direito. 
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o 
devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor 
consinta, senão de acordo com os outros 
devedores e fiadores. 
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide 
ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, 
perderá a preferência e a garantia que lhe 
competiam com respeito à coisa consignada, 
ficando para logo desobrigados os co-devedores e 
fiadores que não tenham anuído. 
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo 
que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, 
poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar 
recebê-la, sob pena de ser depositada. 
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada 
competir ao credor, será ele citado para esse fim, 
sob cominação de perder o direito e de ser 
depositada a coisa que o devedor escolher; feita a 
escolha pelo devedor, proceder-se-á como no 
artigo antecedente. 
Art. 343. As despesas com o depósito, quando 
julgado procedente, correrão à conta do credor, e, 
no caso contrário, à conta do devedor. 
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa 
exonerar-se-á mediante consignação, mas, se 
pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo 
conhecimento do litígio, assumirá o risco do 
pagamento. 
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio 
entre credores que se pretendem mutuamente 
excluir, poderá qualquer deles requerer a 
consignação. 
 
• Sub-rogação: o pagamento que satisfaz o credor é realizado. Contudo, aquele que 
pagou a dívida, será o credor originário, que passa a exercer seu poder potestativo 
(direito de sub-rogado) contra o devedor que não pagou a dívida. Nessa 
modalidade, há uma transmissão da qualidade de credor para aquele que efetua o 
adimplemento da prestação. 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, 
em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga 
a credor hipotecário, bem como do terceiro que 
efetiva o pagamento para não ser privado de 
direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela 
qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em 
parte. 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de 
terceiro e expressamente lhe transfere todos os 
seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a 
quantia precisa para solver a dívida, sob a condição 
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos 
direitos do credor satisfeito. 
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo 
antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão 
do crédito. 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor 
todos os direitos, ações, privilégios e garantias do 
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor 
principal e os fiadores. 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não 
poderá exercer os direitos e as ações do credor, 
senão até à soma que tiver desembolsado para 
desobrigar o devedor. 
Art. 351. O credor originário, só em parte 
reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na 
cobrança da dívida restante, se os bens do devedor 
não chegarem para saldar inteiramente o que a um 
e outro dever. 
 
• Imputação: quando houver mais de uma dívida, da mesma natureza, entre os 
mesmos credores e devedores, será necessário que o devedor indique qual dívida 
está saldando. Se assim ele não fizer, esse direito passará para o credor, que deverá 
declarar na quitação, qual divida será saldada. 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais 
débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o 
direito de indicar a qual deles oferece pagamento, 
se todos forem líquidos e vencidos. 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual 
das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o 
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, 
não terá direito a reclamar contra a imputação feita 
pelo credor, salvo provando haver ele cometido 
violência ou dolo. 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento 
imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois 
no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o 
credor passar a quitação por conta do capital. 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 
352, e a quitação for omissa quanto à imputação, 
esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em 
primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e 
vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na 
mais onerosa. 
• Dação em pagamento: o credor não é obrigado a receber em pagamento, objeto 
diferente daquele que foi acordado. Porém, se concordar em recebe-lo, restará 
configurada a dação em pagamento. 
 
Art. 356. O credor pode consentir em receber 
prestação diversa da que lhe é devida. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em 
pagamento, as relações entre as partes regular-se-
ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em 
pagamento, a transferência importará em cessão. 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida 
em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação 
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, 
ressalvados os direitos de terceiros. 
 
c) Formas especiais de extinção 
São formas de extinção da dívida, em que pese, não haver satisfação do interesse do 
credor. 
 
• Novação: a partir da criação de uma nova dívida, substancialmente diferente da 
anterior, com a finalidade de extingui-la, tem-se a novação. As obrigações nulas não 
são passiveis de novação. Ainda que a novação passiva possa ocorrer com a 
expromissão – extinção da obrigação anterior, com a substituição do devedor, sem 
que este consista na sua própria saída. 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova 
dívida para extinguir e substituir a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, 
ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro 
credor é substituído ao antigo, ficando o devedor 
quite com este. 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso 
ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação 
confirma simplesmente a primeira.Art. 362. A novação por substituição do devedor 
pode ser efetuada independentemente de 
consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não 
tem o credor, que o aceitou, ação regressiva 
contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé 
a substituição. 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e 
garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário. Não aproveitará, 
contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca 
ou a anticrese, se os bens dados em garantia 
pertencerem a terceiro que não foi parte na 
novação. 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um 
dos devedores solidários, somente sobre os bens 
do que contrair a nova obrigação subsistem as 
preferências e garantias do crédito novado. Os 
outros devedores solidários ficam por esse fato 
exonerados. 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação 
feita sem seu consenso com o devedor principal. 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente 
anuláveis, não podem ser objeto de novação 
obrigações nulas ou extintas 
 
• Compensação: Nessa modalidade, há a extinção da obrigação, por que o credor e o 
devedor, têm, ao mesmo tempo, créditos e débitos um para com o outro. Logo, se as 
dívidas forem da mesma natureza, haverá a compensação como forma de extinção. 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo 
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas 
líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas 
fungíveis, objeto das duas prestações, não se 
compensarão, verificando-se que diferem na 
qualidade, quando especificada no contrato. 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com 
o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode 
compensar sua dívida com a de seu credor ao 
afiançado. 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados 
pelo uso geral, não obstam a compensação. 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não 
impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou 
alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
Art. 374. (Revogado pela Lei nº 10.677, de 
22.5.2003) 
Art. 375. Não haverá compensação quando as 
partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso 
de renúncia prévia de uma delas. 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, 
não pode compensar essa dívida com a que o 
credor dele lhe dever. 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à 
cessão que o credor faz a terceiros dos seus 
direitos, não pode opor ao cessionário a 
compensação, que antes da cessão teria podido 
opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver 
sido notificada, poderá opor ao cessionário 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.677.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.677.htm#art1
compensação do crédito que antes tinha contra o 
cedente. 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis 
no mesmo lugar, não se podem compensar sem 
dedução das despesas necessárias à operação. 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por 
várias dívidas compensáveis, serão observadas, no 
compensá-las, as regras estabelecidas quanto à 
imputação do pagamento. 
Art. 380. Não se admite a compensação em 
prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se 
torne credor do seu credor, depois de penhorado 
o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a 
compensação, de que contra o próprio credor 
disporia 
 
• Confusão: seja por ato inter vivos, seja por causa mortis, a confusão se dá quando há 
uma reunião, na mesma pessoa, das figuras de credor e devedor, sendo impossível a 
cobrança, a obrigação será extinta. 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na 
mesma pessoa se confundam as qualidades de 
credor e devedor. 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de 
toda a dívida, ou só de parte dela. 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor 
ou devedor solidário só extingue a obrigação até a 
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na 
dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se 
restabelece, com todos os seus acessórios, a 
obrigação anterior. 
 
• Remissão: a remissão é a renúncia ao crédito, pelo ato de perdão da dívida 
que o credor concede ao devedor, que precisa aceita-la, para eu a remissão 
produza efeito. 
 
 
 
 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, 
extingue a obrigação, mas sem prejuízo de 
terceiro. 
Art. 386. A devolução voluntária do título da 
obrigação, quando por escrito particular, prova 
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o 
credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de 
adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto 
empenhado prova a renúncia do credor à garantia 
real, não a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-
devedores extingue a dívida na parte a ele 
correspondente; de modo que, ainda reservando o 
credor a solidariedade contra os outros, já lhes não 
pode cobrar o débito sem dedução da parte 
remitida. 
 
 
>> TEORIA DO PAGAMENTO 
 
• Quanto aos sujeitos: analisa-se quem paga e quem deve. Aquele que adimple com a 
obrigação é o chamado solvens (devedor). Excepcionalmente, terceiros podem 
assumir a figura do solvens. Assim sendo, faz-se necessário analisar que conduta foi 
adotada pelo terceiro, no momento em que realizou o pagamento, com base em 
interesse jurídico ou não ao fazê-lo. 
≠ remição = resgatar. Nos processos executivos, quando se efetiva o 
resgate dos bens, que estejam submetidos a um ato constritivo como a 
penhora, por exemplo. 
TERCEIRO INTERESSADO TERCEIRO NÃO INTERESSADO 
 
. Tem interesse jurídico: se o devedor 
principal não pagar, o terceiro pode vir 
a sofrer responsabilização patrimonial 
(EX: fiador, analista, etc..) 
 
. Tem interesse moral: se o devedor 
principal não pagar, o terceiro não 
sofrerá responsabilidade patrimonial. 
Logo, esse terceiro não é interessado 
do ponto de vista jurídico. (EX: pai que 
paga dívida do filho). 
 
. Efeito: o terceiro interessado que 
paga, irá se sub-rogar no direito do 
credor originário. 
 
. Efeito: necessário analisar se o 
terceiro interessado pagou em nome 
próprio ou no nome do devedor. Se em 
nome próprio, o terceiro tem direito a 
reembolso, mas não se sub-roga nos 
direitos do credor. 
Se realizou o pagamento em nome do 
devedor, considera-se que o terceiro 
fez uma doação indireta (e o devedor 
pode recusar a doação). Somente se 
pagar em nome do devedor e ele 
recusar é que o terceiro poderá entrar 
com a consignação em pagamento. 
 
. Possibilidade de consignar: o terceiro 
interessado, por ter interesse jurídico, 
é legitimado ativo para a consignação 
em pagamento. 
. Possibilidade de consignar: se o 
terceiro pagar em nome do devedor, 
terá legitimidade para eventual 
pretensão de consignar em 
pagamento. 
 
 Já aquele que recebe, na teoria do pagamento, é denominado accipiens. Geralmente, 
se trata do credor, mas pode ser também um terceiro que venha a ser um 
representante do credor. Pode ser legal, contratual ou judicial. 
 
• No pagamento feito a credor putativo: tem-se o pagamento feito para aquele que 
aparenta ser o credor, porém, não é. Se o solvens (devedor) realizou o pagamento 
de boa-fé (ignorando se tratar de pessoa diferente do credor verdadeiro), então o 
ato é válido). 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor 
putativo é válido, ainda provado depois que não 
era credor. 
 
• Quanto ao objeto: vigora a regra da especificidade, ou seja, o credor não é obrigado a 
receber objeto diferente daquele que foi pactuado, se o aceitar, configura-se a dação 
em pagamento. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber 
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber 
prestação diversa da quelhe é devida. 
 
O credor não tem a obrigação de receber pagamento parcial se não houve prévio 
acordo. Não haverá a possibilidade de consignação em pagamento parcial, se não 
estiver no contrato (indivisibilidade de pagamento). 
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto 
prestação divisível, não pode o credor ser obrigado 
a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se 
assim não se ajustou. 
Via de regra, as obrigações estabelecidas no Brasil, tem de ser pagas em moeda 
corrente, que é o REAL, desde 1994. Qualquer cláusula contratual que estipule o 
pagamento em moeda estrangeira é nula, havendo possibilidade apenas quando, 
excepcionalmente, admitirem alguns contratos (EX: contratos internacionais). 
Há ainda a possibilidade de serem inseridos no contrato, indexadores, estabelecendo 
cláusulas de escala móvel (são utilizados para corrigir os valores monetários de um 
determinado ativo. No Brasil, os mais comuns são: o IPCA, a taxa Selic e o CDI). No 
dia do pagamento, haverá a conversão desse indexador em moeda corrente, 
conforme o CC/02: 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento 
em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para 
compensar a diferença entre o valor desta e o da 
moeda nacional, excetuados os casos previstos na 
legislação especial. 
 
• Prova do pagamento: a prova do pagamento se dá com a quitação da dívida. Não 
existe forma específica, podendo sempre ser efetivada por instrumento particular. 
Na quitação, deve haver a identificação de quem paga, quem recebe, o objeto do 
pagamento e o local do pagamento. 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada 
por instrumento particular, designará o valor e a 
espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou 
quem por este pagou, o tempo e o lugar do 
pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu 
representante. 
o Código Civil estabelece algumas presunções relativas ao pagamento, todas elas 
admitindo prova em contrário. São elas: 
 
➢ Prestações periódicas: quando o contrato comportar prestações periódicas, a 
quitação da última prestação presume a quitação das anteriores. 
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas 
periódicas, a quitação da última estabelece, até 
prova em contrário, a presunção de estarem 
solvidas as anteriores. 
 
➢ Juros quitados: se o capital (principal da dívida) for quitado, presume-se que os juros 
que vencem sobre ele também foram (princípio da gravitação jurídica – a obrigação 
acessória, segue a principal). 
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva 
dos juros, estes presumem-se pagos. 
 
➢ Título Representativo: se credor entrega o título representativo da obrigação do 
devedor (EX: uma nota promissória), presume-se que houve o pagamento da 
obrigação. 
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a 
presunção do pagamento. 
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação 
assim operada se o credor provar, em sessenta 
dias, a falta do pagamento. 
 
• Lugar do pagamento: via de regra, para facilitar o adimplemento da obrigação, a lei 
estabelece que o local de pagamento deve ser o domicílio do devedor (quesíveis). 
Todavia, as partes podem acordar que a dívida seja paga no domicílio do credor 
(portável). 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do 
devedor, salvo se as partes convencionarem 
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da 
natureza da obrigação ou das circunstâncias. 
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, 
cabe ao credor escolher entre eles. 
 
É possível ainda, haver renúncia quanto ao local do pagamento. Se o credor é omisso 
ao exigir o cumprimento de uma cláusula contratual e a omissão é reiterada, essa 
abstenção pode conduzir à presunção do devedor, de que o credor jamais iria exigir 
que o pagamento fosse feito fora do seu domicílio. Com relação a esse fato, o 
devedor pode invocar o instituto da suppressio (quando a omissão reiterada enseja 
expectativas, essas devem ser respeitadas, como forma de preservar o princípio da 
boa-fé objetiva). 
 
• Tempo do pagamento: a regra geral é que o contrato é quem diz quando a dívida 
deve ser paga. Se nada constar do contrato, presume-se que a dívida será paga à 
vista, podendo o credor exigi-la imediatamente. 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não 
tendo sido ajustada época para o pagamento, 
pode o credor exigi-lo imediatamente. 
Mesmo havendo ajuste quanto ao tempo do pagamento, o devedor pode quitar a 
dívida antes do prazo. Os prazos estipulados, são presumivelmente, para benefício 
do devedor, logo, ele poderá quitar a dívida antes do prazo, se desejar. Havendo 
quitação antecipada da dívida, o devedor tem direito a um abatimento proporcional 
de juros remuneratórios. 
Também há a possibilidade de vencimento antecipado da dívida, quando houver risco 
ao direito de crédito, permitindo-se ao credor, cobrar a dívida desde logo (EX: 
falência, insolvência, concurso de credores, etc). 
 
4. Inadimplemento 
O não cumprimento de uma prestação deve derivar de culpa do devedor, 
ocasionando, assim, o inadimplemento da obrigação e, consequentemente, sua 
responsabilidade. Nesse sentido, ao falar de inadimplemento, deve-se observar se há 
culpa ou não do devedor, no não cumprimento da obrigação. 
Havendo culpa ou não do devedor, há que se falar que trata-se, nesse caso, de 
resolução da obrigação. No caso de não haver culpa do devedor, a resolução não 
produzirá efeitos. 
Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao 
devedor, não incorre este em mora. 
Havendo culpa do devedor, este poderá sofrer os efeitos, tais como: perdas e danos, 
juros moratórios, correção monetária e honorários advocatícios. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o 
devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos 
a que sua mora der causa, mais juros, atualização 
dos valores monetários segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Parágrafo único. Se a prestação, devido à 
mora, se tornar inútil ao credor, este poderá 
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. 
 
A parte prejudicada pelo inadimplemento culposo, poderá exigir o cumprimento da 
obrigação de forma específica: 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode 
pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer 
dos casos, indenização por perdas e danos. 
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser 
comprados, ainda que em hasta pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e 
administradores, os bens confiados à sua guarda 
ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens 
ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou 
que estejam sob sua administração direta ou 
indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, 
arbitradores, peritos e outros serventuários ou 
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que 
se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar 
onde servirem, ou a que se estender a sua 
autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens 
de cuja venda estejam encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo 
estendem-se à cessão de crédito. 
Art. 501. Decai do direito de propor as ações 
previstas no artigo antecedente o vendedor ou o 
comprador que não o fizer no prazo de um ano, a 
contar do registro do título. 
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão 
de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir 
dela fluirá o prazo de decadência. 
 O inadimplemento culposo é a fonte da chamada responsabilidade civil contratual. 
São espécies de inadimplemento: 
. mora 
. inadimplemento absoluto 
. violação positiva do contrato 
a) Mora 
É o cumprimento imperfeito da prestação, em razão do tempo, lugar e forma 
inicialmente acordados pelas partes, desde que aindaesteja presente a viabilidade e 
utilidade da prestação para o credor. 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não 
efetuar o pagamento e o credor que não quiser 
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a 
convenção estabelecer. 
A mora se configura como um atraso, mas não só isso. Se as partes acordam um local 
para o pagamento da prestação e ela é adimplida em local diverso, configura-se a 
mora. Se as partes ajustam uma forma, e o adimplemento se dá por outra forma, 
configura-se a mora. Resta claro que a mora se constrói em cima do tempo, lugar e 
forma. 
A prestação precisa ser útil para o credor. Não sendo, passa-se a ter inadimplemento 
absoluto. 
São espécies de mora: 
• Mora solvendi: é a mora do devedor. Caracteriza-se com base em dois requisitos: 
 
→ OBJETIVO: cumprimento imperfeito da obrigação 
→ SUBJETIVO: presença de culpa por parte do devedor. Se o devedor não for culpado, 
cabe a ele o ônus da prova, quanto à demonstração de inexistência de culpa. 
>> EFEITOS DA MORA DO DEVEDOR 
→ RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL: o devedor deve reparar os prejuízos a que sua 
mora deu causa, além de juros remuneratórios, correção monetária e honorários 
advocatícios. (art. 395) 
→ AMPLIAÇÃO DA RESPONSABILIDADE: o devedor em mora responde até mesmo por 
caso fortuito ou força maior, caso esses eventos se deem no período da mora. 
→ MORA PRESUMIDA: nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se como 
devedor em mora desde o momento em que se praticou o ato ilícito. 
Súmula 54, STJ: os juros moratórios fluem a partir 
do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual. 
 
• Mora accipiendi: é a mora do credor. Há apenas o requisito objetivo, qual seja, a 
recusa injustificada do credor em receber a prestação no tempo, lugar e forma 
estabelecidos. Cabe ao juiz verificar se a mora do credor foi motivada ou imotivada. 
>> EFEITOS DA MORA DO CREDOR: 
→ A mora do credor isenta o devedor da responsabilidade pela conservação da 
coisa, desde que não haja dolo. 
→ Obriga o credor a ressarcir o devedor pelas despesas empregadas na 
conservação do bem. 
→ Sujeita o credor a receber a coisa pelo valor mais favorável. 
 
>>> DEMAIS CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO À MORA 
→ Purgação ou emenda da mora: o devedor purga sua mora (faz desaparecer a 
imperfeição da situação desencadeada pela mora), oferecendo uma prestação que 
não foi adimplida + mais efeitos patrimoniais (responsabilidade patrimonial e 
ampliação da responsabilidade). O credor purga a mora se oferecendo para receber 
a prestação e se submetendo aos efeitos: 
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor 
isento de dolo à responsabilidade pela 
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as 
despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a 
recebê-la pela estimação mais favorável ao 
devedor, se o seu valor oscilar entre o dia 
estabelecido para o pagamento e o da sua 
efetivação. 
 
→ Cessação da mora: é a remissão dos efeitos provocados pela mora. 
 
b) Inadimplemento absoluto 
Decorre de três fatores: 
 
 
 
 
Ocorrendo qualquer dessas causas, haverá a resolução com o pagamento de perdas 
e danos, juros moratórios, correção monetária e honorários advocatícios. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o 
devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
. Recusa voluntária do devedor em cumprir com a 
prestação 
. Perda total do objeto por culpa do devedor 
. Caráter transformista da mora (perda da utilidade) 
Na hipótese de não adimplemento por recusa voluntária, o credor pode se valer dos 
meios coercitivos existentes no Código de Processo Civil, para ver cumprida a 
obrigação. 
 
c) Violação Positiva do Contrato 
Além das prestações principais (dar, fazer e não fazer), as partes podem adimplir com 
os deveres anexos ou laterais que são criados pela lei a partir da incidência da boa-fé 
objetiva. Quando esses deveres não são cumpridos, causam a chamada violação 
positiva do contrato, ou ainda, adimplemento ruim. Ocorre quando a parte cumpre 
com os deveres principais, mas não os deveres anexos. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e 
boa-fé. 
 
d) Outras formas de inadimplemento 
• Inadimplemento antecipado: se, mesmo antes da data prevista para o 
cumprimento da prestação, já havia uma grande probabilidade de inadimplemento, 
a lei permite ao credor prejudicado ingressar com uma ação de resolução 
antecipada do contrato, podendo cumular-se com perdas e danos. Utiliza-se a 
exceção de contrato não cumprido de maneira antecipada. 
 
• Inadimplemento mínimo: ou adimplemento substancial, em um contrato de trato 
sucessivo ou de execução diferida, a maior parte já houver sido adimplida pelo 
devedor. Dessa forma, resolver o contrato por um mínimo inadimplemento seria 
considerado como uma conduta abusiva por parte do credor. O que caberia ele, nesse 
caso, era cobrar as prestações faltantes, + os efeitos patrimoniais. 
 
 
 
e) Cláusula Penal e Arras (ou sinal) 
Têm por finalidade resguardar as partes quanto a eventual inadimplemento por parte 
da outra, seja mora ou mesmo inadimplemento absoluto. São cláusulas acessórias, 
só surtirão efeitos no momento em que ocorrer o inadimplemento. 
Podem ser de duas naturezas: 
• Moratória: para resguardar as partes de eventual ocorrência de mora, sendo 
calculada, normalmente, como um percentual da prestação adimplida. EX: multa de 
2% de juros, pelo atraso. Essa multa tem natureza complementar à própria prestação 
principal, acrescida da cláusula penal moratória. 
 
• Compensatória: para resguardar as partes da ocorrência do inadimplemento 
absoluto. Será uma multa substitutiva da própria obrigação inadimplida, razão pela 
qual seu teto equivale ao valor da própria prestação. 
 
A função da cláusula penal é a de auxiliar as partes na prefixação do valor devido a 
título de perdas e danos. Não é necessário que o credor demonstre a presença de 
qualquer prejuízo efetivo. Porém, para exigir uma indenização complementar, o 
credor terá de contar com dois requisitos: 
 
 
. Previsão no próprio corpo do contrato 
. Prova do prejuízo excedente

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