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Recursos e Processos nos Tribunais 1. Ordem dos processos nos Tribunais Perante os tribunais, existe um trâmite, um procedimento a ser seguido, em relação a alguns incidentes e ação, que não tem a natureza de recurso. São questões e procedimentos secundários que incidem sobre o processo principal, e que devem ser solucionados antes da decisão sobre o mérito da lide. São eles: a) Incidente de arguição de inconstitucionalidade Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. • Incidente de arguição de inconstitucionalidade • Conflito de competência • Homologação de decisão estrangeira • IRDR – Incidente de resolução de demandas repetitivas • IAC - Incidente de assunção de competência • Reclamação • Ação rescisória Qualquer juiz pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei, de modo incidental no processo (como uma questão prejudicial), através do controle de constitucionalidade difuso, do Direito Constitucional. Entretanto, quando isto ocorre no âmbito dos Tribunais superiores, há a necessidade de uma decisão da maioria dos membros do Tribunal, obedecendo à cláusula de reserva de plenário, conforme a CRFB e entendimento sumulado do STF: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Súmula Vinculante n°10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. b) Conflito de competência Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de competência relativos aos processos previstos no art. 178 , mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar. Cabe arguição de conflito de competência quando 2 ou mais juízes se considerarem competentes ou incompetentes para julgar a mesma lide. O conflito será incitado no âmbito do Tribunal e o Relator deverá determinar que os juízes envolvidos se manifestem sobre a questão ou, se um deles foi quem suscitou a questão, apenas o suscitado será ouvido, de acordo com o CPC: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art178 Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do suscitado. O Relator pode designar ainda um juiz para decidir as questões mais urgentes, em caráter provisório. Caso haja jurisprudência dominante, pode o Relator julgar a questão, de forma monocrática, conforme o parágrafo único do art. 955 do CPC: Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes. Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em: I - Súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; II - Tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. c) Homologação de decisão estrangeira Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. Para se introduzir uma decisão estrangeira no ordenamento jurídico brasileiro é necessária uma homologação prévia desta decisão, perante o Supremo Tribunal de Justiça. É indispensável que se verifique se a decisão estrangeira pode ser aplicada no Brasil, levando-se em consideração as regras de competência internacional concorrentes e exclusivas, não sendo admitida a homologação de decisões que são de competência exclusiva de magistrados brasileiros: Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira. Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória. Conforme os §§ 1° e 2° do art. 960 do CPC, há ainda a previsão de homologação de decisão interlocutória estrangeira, por meio de carta rogatória, e também a previsão de homologação de decisão arbitral estrangeira § 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. § 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. Há também a possibilidade de concessão de medida de urgência, conforme o art. 962: Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência. Atenção!!! Decisão estrangeira de divórcio consensual, não necessita de homologação do STJ, podendo qualquer magistrado apreciar a validade da decisão, quando a questão for submetida ao Judiciário brasileiro: Por conta disso, eventualmente, admite-se decisões homologatórias parciais Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. § 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. § 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência. O art. 963 do CPC traz o rol de requisitos necessários para a homologação de uma decisão estrangeira: Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: I - Ser proferida por autoridade competente; II - Ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; III - ser eficaz no país em que foi proferida; IV - Não ofender a coisa julgada brasileira; V - Estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; VI - Não conter manifesta ofensa à ordem pública. d) IRDR – Incidente de resolução de demandas repetitivas Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. É uma das inovações previstas no CPC de 2015, e seu objetivo é a busca pela racionalidade e igualdade na apreciação de processos de massa, onde o mesmo tema (repetitivo) é debatido diversas vezes. Portanto, busca-se com o IRDR uma maior agilidade e rapidez no julgamento dessas causas. Não cabe suscitação de IRDR quando um dos tribunais superiores (STF ou STJ), dentro de suas respectivas competências, já tiverem afetado um recurso repetitivo para definir teses sobre questões de direito material ou processual, repetitivas. Art. 976, § 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva. Uma vez que o IRDR seja admitido, o Relator pode tomar algumas medidas: Art. 982. Admitido o incidente,o relator: I - Suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; II - Poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias; III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar- se no prazo de 15 (quinze) dias. Para a instauração do IRDR, os requisitos tem de ocorrer simultaneamente. O Relator deverá ouvir as partes e os interessados, que dentro de 15 dias, podem requerer a juntada de documentos e diligências necessárias para a elucidação da questão controvertida. O julgamento será realizado conforme o regulamento interno, que prevê o órgão responsável pela uniformização da jurisprudência do Tribunal e deve ocorrer dentro do prazo de 1 ano, conforme o CPC. Não sendo julgado dentro deste prazo, cessa a suspensão dos demais processos – salvo se o Relator decidir de forma contrária. Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput , cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982 , salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário. Quando o IRDR for julgado, a tese jurídica será aplicada: Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986 . Não considerada a tese adotada no IRDR, além de recurso cabível, será possível, também, o uso de Reclamação: § 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art982 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art986 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art986 Do julgamento do mérito do IRDR, caberá Recurso Extraordinário ou Recurso Especial, conforme o CPC: Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. O IRDR foi criado para que demandas repetitivas, massificadas, fossem julgadas pelos Tribunais e servissem de precedentes para outras, semelhantes. Existe a previsão de suspensão de processos (individuais e coletivos) quando há discussão sobre o IRDR, com o objetivo de evitar que seja prolatadas decisões divergentes, para questões semelhantes. O IRDR é julgado no âmbito dos Tribunais de 2° grau, de forma que cada tribunal do país, possa ter seu próprio IRDR. e) IAC - Incidente de assunção de competência Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. Este incidente é cabível quando o julgamento de um recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária, envolver uma questão de direito relevante com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. Serão recebidos com efeito suspensivo, sendo suprimida a repercussão geral para o Recurso Extraordinário. Dessa decisão do IRDR será admitido o recurso do amicus curiae (art. 138, §3°, CPC). § 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida. Ou seja, o órgão responsável pela fixação de jurisprudência do Tribunal tomar para si o julgamento de determinado recurso, porém, sem tratar de questão que envolva questão de massa. Seria uma situação que cause grande repercussão e que seria originalmente julgada por uma câmara ou turma, mas que se entende que é conveniente ser julgada por um órgão ou tribunal composto por mais magistrados. O Relator propõe, de ofício ou a requerimento, que o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária, julgado pelo órgão colegiado, que o regimento interno indicar. Uma vez que o interesse público é reconhecido, o órgão colegiado apreciará o IAC e o acórdão proferido vai vincular todos os juízes e os órgãos fracionários. § 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese. O IAC deverá ser aplicado quando a questão versar sobre importante questão de direito, a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou composição de divergência entre câmaras ou turmas do Tribunal. f) Reclamação Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - Preservar a competência do tribunal; II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV – Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; Trata-se de uma ação, não de um recurso. Sua finalidade é preservar a autoridade do tribunal. O rol dos incisos do presente artigo, trazem as possibilidades de se utilizar a reclamação. Será utilizada para qualquer tribunal (intermediário ou superior): • Se a competência ou decisão de tribunal não for observada • Se a decisão da ADIN, ADC, ADPF, súmula vinculante, IRDR e IAC não forem observadas • Se a decisão proferida em Recurso Extraordinário ou Recurso Especial repetitivo, não for observada. O §5° do mesmo artigo traz as hipóteses de não cabimento de reclamação: § 5º É inadmissível a reclamação I – Proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada II – Proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Essa restrição foi incluída pela Lei n° 13.256/2016. Assim, se um juiz de 1° grau não observasse o precedente fixado em repetitivo, já caberia apelação (para o tribunal intermediário) e reclamação para o STJ. Somente após a prolação do acórdão pelo tribunal, e que será possível o uso da reclamação – em conjunto, portanto, com o RE ou REsp. Ao despachar a reclamação, o Relator pode tomar as seguintes medidas: Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I - Requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; II - Se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação. Ao final, julgada procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado, ou determinará medida adequada à solução da controvérsia. g) Ação rescisória Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar alei; IV - Ofender a coisa julgada; V - Violar manifestamente norma jurídica; VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. A sua finalidade é rescindir (anular / cancelar) a decisão de mérito já transitada em julgado. É uma revisão da coisa julgada, utilizada somente em hipóteses expressas, previstas na legislação. Em alguns casos, é possível não só a rescisão do julgado, mas também que seja proferida uma nova decisão (juízo rescisório). Os incisos deste artigo trazem as hipóteses de cabimento da Ação Rescisória. Quanto à essas hipóteses de cabimento, é necessário observar: • A AR deixa de ser cabível: quando for fundada em invalidade de confissão, desistência ou transação (art. 485, III do CPC). Utilizada para tentar diminuir os debates quanto ao cabimento da AR ou da ação anulatória. • O AR para impugnar decisão processual: não admitida para impugnar decisões de mérito, somente para decisões processuais, quando essas decisões impedirem uma nova propositura da demanda ou admissibilidade de recurso. (art. 966, §2°) • AR fundada em capítulo da decisão: admitida (art. 966, §3°). O CPC estipula que os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo, homologados pelo juízo, assim como os atos praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei (art. 966, §4°), ou seja, utiliza-se a anulatória (ajuizada em 1° grau) e não a ação rescisória. O prazo para ajuizamento de AR é decadencial, de 2 anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. O termo inicial do AR fundado em provas novas é contado a partir da descoberta da prova nova, e não do trânsito em julgado. Porém, existe prazo máximo de 5 anos, contados do trânsito em julgado da última decisão, proferida no processo. Uma parte da doutrina considera a tese de relativização da coisa julgada, buscando desconstituir a coisa julgada mesmo após o prazo de dois anos. Para a doutrina, em casos graves, onde a dignidade da pessoa humana esteja em jogo, a Ação Rescisória deveria ser aceita, mesmo após o prazo previsto em lei. Resta à doutrina analisar qual seria o prazo máximo para a relativização, que seria de 5 anos. Trata-se de ação de competência originária dos Tribunais. Se for um acórdão a ser rescindido, a competência é do último tribunal que apreciou o mérito da causa. O CPC de 2015 diz que uma vez que seja reconhecida incompetência de um determinado tribunal, para o Julgamento de um AR, o autor deverá ser intimado para emendar a inicial, adequando ao tribunal que se entender competente. Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319 , devendo o autor: § 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda: I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ; II - Tiver sido substituída por decisão posterior. O AR tem procedimento especial se segue o seguinte trâmite: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art966%C2%A72 PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AR (art. 970, parte final, cpc) 1. Inicial diretamente no Tribunal 2. Citação . cabe tutela provisória para impedir o cumprimento de sentença (art. 969, CPC) 3. Contestação: prazo de 15 a 30 dias (art. 970, CPC) 4. Instrução: pode ser realizada por carta de ordem para o órgão que proferiu a decisão objeto do AR (art. 792). 5. Após a instrução, memoriais no prazo de 10 dias, sucessivamente às partes (art. 973, CPC). 6. Decisão (acórdã0) . Cabe, conforme o resultado da ação, embargos de declaração, REsp e RE do acordão que julgar a AR. 2. Recursos Recurso é um ato voluntário da parte, capaz de causar, dentro do mesmo processo, a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração da decisão judicial que for impugnada. Os recursos são provenientes de princípios constitucionais como a ampla defesa, o contraditório e o duplo grau de jurisdição. De acordo com o CPC, pelo princípio da taxatividade, apenas a legislação pode prever quais serão os recursos (art. 994). Com relação ao exposto, pode-se concluir que: • Remessa necessária não é recurso: conhecida no CPC/73 como reexame necessário, é a situação na qual a sentença é contrária à Fazenda Pública (União, Estados, DF, Municípios e suas Autarquias e fundações) e, mesmo sem recurso, a decisão de 1° grau tem de ser confirmada pelo Tribunal Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. Só haverá remessa necessária nas hipóteses previstas nos §§ 3° e 4° deste artigo § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - Súmula de tribunal superior; II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. • Ações de Impugnação autônomas não são recursos: apesar de servirem para impugnar decisões judiciais, isso só ocorre quando se instaura uma nova relação processual, ou seja, não se trata da mesma relação processual na qual a decisão foi proferida. EX: ação rescisória, mandado de segurança, habeas corpus. • Pedido de reconsideração não é recurso: trata-se de uma petição na qual a parte, uma vez que o seu pleito não foi atendido, busca a reconsideração por parte do juiz. Não modifica em nada o prazo para a interposição do recurso cabível. a) Cabimento dos Recursos O CPC, traz no art. 994, o rol dos artigos: Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I - Apelação; - art. 1.009 II - Agravo de instrumento; - art. 1.015 III - agravo interno; - art. 1.021 IV - Embargos de declaração; - art.1.022 V - Recurso ordinário; ROC- art. 1.027 do CPC e art. 102, II e 105, II da CRFB VI - Recurso especial; - REsp – art. 1.029 do CPC e art. 105, III da CRFB VII - recurso extraordinário; RE- art. 1.029 do CPC e art. 102, III da CRFB VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; art. 1.042 IX - Embargos de divergência – art. 1.043 Nestas três situações há uma nova relação processual Há ainda a possibilidade doRecurso Adesivo – art. 997, §1° do CPC Atenção!!! Em relação ao CPC de 1973, houve a extinção de dois recursos: embargos infringentes e agravo retido. Para cada espécie de decisão judicial, está previsto na lei, um determinado recurso. Trata-se do Princípio da unirrecorribilidade, singularidade ou unicidade: ou seja, para cada decisão, cabe apenas um recurso. Não é possível, para uma mesma decisão, a utilização de mais de um recurso. Para saber qual o recurso a ser utilizado, é necessário saber a natureza da decisão impugnada, quais são as possíveis decisões que o Judiciário pode tomar, para cada demanda. Embargos infringentes: hoje, no CPC de 2015, existe a técnica de julgamento do art. 942, quando se tratar de voto vencido. Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. Agravo Retido: se a interlocutória não for agradável de instrumento, deverá ser impugnada em preliminar de apelação. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Necessário observar, também, qual o grau de jurisdição, pois o sistema processual diferencia as decisões tomadas em 1° e 2° grau. 1° GRAU 2° GRAU – TRIBUNAIS INTERMEDIÁRIOS . Três possibilidades de decisão – art. 203, CPC: a) Sentença (§1°): põe fim à fase de conhecimento, no 1° grau, resolvendo o mérito da questão (definitiva) ou não (terminativa). b) Decisão Interlocutória (§2°): é a decisão que soluciona uma questão incidente, mas que não põe fim ao processo, logo, não se trata de sentença. c) Despacho (§3°): é uma decisão que simplesmente dá andamento ao processo, não tem caráter decisório, é somente para impulsionar o processo, ou seja, não é sentença e nem decisão interlocutória. . no âmbito dos Tribunais, seja o TJ, TRF ou Tribunais Superiores (STF ou STJ), são duas as possibilidades (para os desembargadores ou Ministros): a) Acórdão: Decisão colegiada, proferida por três ou mais julgadores (desembargadores) – art. 204 do CPC b) Decisão Monocrática: decisão proferida por apenas um julgador (Relator), para hipóteses estabelecidas em lei – art. 932, III, IV e V do CPC O Relator pode proferir decisões monocráticas, sem que essas decisões tenham carga decisória, ou seja, podem ser meros despachos. Entretanto, essa possibilidade não está presente na lei, em relação aos atos prolatados pelos Tribunais. Dessa forma, via de regra, no âmbito dos Tribunais, há apenas a decisão monocrática e os acórdãos. Quando um recurso é distribuído para um Tribunal, sorteia-se um julgador (Relator), que será responsável pela elaboração de um relatório, que será lido para os demais julgadores (colegiado), na sessão de julgamento, acompanhado também da leitura do voto. Quando o recurso apresentar uma falha processual, ou quando apresentar uma matéria já pacificada por aquele tribunal, o Relator poderá julgar monocraticamente, ou seja, sem a participação dos outros dois magistrados. Existem três hipóteses para a decisão monocrática: • Não conhecer o recurso: quando ele for inadmissível, prejudicado, ou que não tenha impugnado os fundamentos da decisão recorrida: Art. 932. Incumbe ao relator: III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; • Conhecer o recurso e negar provimento: quando o recurso em questão for contrário à jurisprudência dominante Art. 932, IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; No CPC de 2015 deixa de existir a figura do Juiz Revisor, que, no CPC de 1973, após o relatório elaborado pelo Relator, também analisava o processo. Hoje, além do Relator, mais dois magistrados (desembargadores) proferem o voto, porém, sem ter acesso prévio nos autos (a não ser que peçam vistas). • Conhecer o recurso e dar provimento: após a apresentação das contrarrazões, se a decisão recorrida for contrária à jurisprudência dominante Art. 932, V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; Atenção!!!! OBS 1: O NCPC prevê a possibilidade de emenda dos recursos, antes que eles sejam indeferidos. Portanto, antes de não conhecer o recurso, o Relator deve permitir ao recorrente, que corrija as falhas apontadas. Entretanto, as correções só podem se dar acerca de questões sanáveis, como por exemplo: ausência de cópias, falta de assinatura, juntada de procuração, não recolhimento de custas. Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. OBS 2: de acordo com o art. 932, IV (conhecer e negar provimento) e V (conhecer e dar provimento), só haverá a possibilidade de julgamento monocrático se houver: • Súmula do STF, STJ ou Tribunal local (logo, seja sumula vinculante ou não) • Acórdão dos Tribunais superiores em RE ou REsp repetitivos • IRDR ou IAC OBS 3: DECISÃO MONOCRÁTICA ACÓRDÃOS . Das decisões monocráticas cabe: a) Agravo Interno e agravo em RE e REsp (com cabimento restrito). No caso de decisão monocrática, que não tenha caráter decisório (“despacho”), não haverá interesse recursal para impugnar a decisão monocrática. . Das decisões de acórdãos, cabem os demais recursos (que não cabem nas decisões de 1° grau ou monocráticas): ROC, REsp, RE e Embargos de Divergência. OBS 4: Embargos de Declaração (art. 1.022): cabível contra qualquer ato judicial com caráter decisório, em casos de obscuridade, omissão, contradição e erro material. b) Recurso Adesivo Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: II - Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; Um recurso pode ser interposto na sua modalidade principal ou na sua forma adesiva. • Recurso Principal: aquele interposto pela parte no prazo previsto, não importando a conduta da parte contrária. Havendo sucumbência, cada parte pode interpor seu recurso, de forma independente. • Recurso Adesivo: aquele interposto fora do prazo originalmente previsto. Se uma parte recorreu na forma principal, ou seja,dentro do prazo previsto, e a outra parte não recorreu, está terá uma segunda chance, no prazo das contrarrazões, para interpor o recurso na forma adesiva. O recurso adesivo só cabe quando houver sucumbência recíproca, ou seja, quando as duas partes perderam algo. Para a compreensão do recurso adesivo, é necessário observar a vedação da reformatio in pejus, ou seja, a vedação da reforma da decisão para piorar, em desfavor do recorrente, no âmbito do recurso interposto por ele mesmo. Dessa forma, o Tribunal não pode apreciar o recurso interposto por “A” (sendo que “B” não recorreu) e piorar a sua situação. A admissibilidade do Recurso Adesivo é vinculada ao recurso principal. Se o principal não for conhecido (por intempestividade ou desistência da ação, por exemplo), o recurso adesivo também não será conhecido. Art. 997, §2°, III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. c) Juízo de admissibilidade e juízo de mérito O recurso para por duas análises: primeiro, a admissibilidade recursal e, caso positiva, passa-se para a análise do mérito do recurso. No juízo de admissibilidade se analisam se estão presentes os requisitos formais para que o recurso passe à segunda análise. Os requisitos de admissibilidade são semelhantes às condições da ação e os pressupostos processuais do 1° grau. Ausentes os requisitos, o recurso não será conhecido ou não será admitido. De outra branda, presentes os requisitos, o recurso será conhecido ou admitido. Assim, se apenas uma parte recorreu, a sua situação só pode ser melhorada ou mantida, nunca piorada A segunda análise que o recurso sofre é o juízo de mérito, que versa, efetivamente, sobre a decisão impugnada, ou seja, sobre o erro no processamento (error in procedendo) e/ou sobre o erro no julgamento (error in judicando). Resumindo: primeiro, é necessário o conhecimento do recurso (análise dos requisitos de admissibilidade – pressupostos), a ausência dos pressupostos ou requisitos de admissibilidade leva ao não conhecimento ou à não admissão do recurso, isto ocorrer, não se passa para a segunda análise do mérito. Depois da primeira análise, é feita a segunda análise, que é acerca do mérito (objeto) do recurso, e termina com o provimento ou não do recurso. d) Requisitos de admissibilidade do recurso São sete, os requisitos de admissibilidade do recurso: • Cabimento • Legitimidade • Interesse • Tempestividade • Preparo • Inexistência de fato impeditivo ao direito de recorrer • Regularidade formal O resultado do juízo de mérito pode ser o provimento ou não provimento do recurso • Cabimento Quer dize que o recurso que foi interposto, deve ser unicamente aquele previsto em lei, para a impugnação da decisão que foi atacada. Este requisito pode ser entendido como uma possibilidade jurídica de interposição do recurso, conforme a decisão. • Legitimidade para recorrer O recurso só poderá ser interposto por aquele que tem legitimidade recursal para tal, ou seja, as partes, o MP e o terceiro prejudicado. O MP pode recorrer tanto como parte, quanto como fiscal da lei. O terceiro prejudicado, quando for afetado pela decisão, pode recorrer, também (intervenção de 3°, em grau de recurso). • Interesse em recorrer O recorrente só tem a necessidade de interpor o recurso quando houver pedido (ou seja, quando houver sucumbência). Há sucumbência quando a parte perdeu o que quer que seja, no processo. • Tempestividade A interposição do recurso precisa obedecer ao prazo que foi estabelecido na lei. Será considerado intempestivo o recurso que for interposto depois deste prazo. Existem situações específicas em que o prazo pode ser contado em dobro (em 1° e 2° graus): → MP, Fazenda Pública e Defensoria Pública: Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. → Litisconsortes com advogados diferentes: Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Em regra, o prazo para a interposição dos recursos é de 15 dias, com a exceção dos embargos de declaração, que é de 5 dias: Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. Não se aplica aos processos eletrônicos. Esse prazo só acontece nos casos em que os autos são físicos. § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. Nos casos de feriado, cabe à parte indicar a ocorrência do feriado local, no momento da interposição do recurso: Art. 1.003, § 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem. O recurso que for interposto antes da publicação da decisão judicial impugnada, será considerado tempestivo: Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. RECURSO PRAZO Embargos de Declaração 5 dias Outros recursos: apelação, agravo de instrumento, ROC, embargos em RE, embargos em REsp, agravo interno, embargos de divergência 15 dias Contrarrazões recursais Mesmo prazo do recurso • Preparo Alguns recursos, para serem interpostos, dependem do pagamento de custas processuais e porte de remessa e retorno (custos do correio), sob pena de deserção pelo não pagamento. Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. No processo eletrônico, não há pagamento de remessa e retorno. § 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. Havendo pagamento a menor, o preparo do recurso deverá ser complementado, no prazo de 5 dias, sob pena de deserção. § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. O NCPC trouxe uma inovação no seu bojo, com relação ao não pagamento do preparo e porte de remessa e retorno, do recurso. Não havendo nenhum recolhimento, há ainda possibilidade de pagamento em dobro, sob pena de o recurso não ser conhecido, por causa da deserção. Porém, no pagamento em dobro, não há a possibilidade de complementação do preparo. § 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º. • Inexistência de fato impeditivo ao direito de recorrer Esse requisito, diferentemente dos demais, é negativo, ou seja, se houver algum fato impeditivo, o recurso não será conhecido. Existem três fatos impeditivos para um recurso: → Desistência: uma vez que o recurso seja interposto, a parte pode desistir dele a qualquer tempo e sem necessitar da anuência da parte contrária, para tanto. Havendo a desistência, prevalecerá a decisão que foi impugnada antesda interposição do recurso. A desistência não impede a análise do mérito, se ele já foi conhecido para julgamento via REsp ou RE repetitivos → Renúncia: antes da interposição do recurso, as partes podem renunciar ao direito de recorrer, também sem a necessidade de anuência da parte contrária. → Aquiescência: concordância. É um ato incompatível com a vontade de recorrer. Ela pode ser tácita ou expressa. • Regularidade formal É um requisito de admissibilidade que não se insere em nenhum dos que foram explicados anteriormente. Existem requisitos formais, iguais para todos os recursos e existem requisitos específicos, que variam de acordo com os recursos. A diferença entre a desistência e a renúncia, é que na primeira, ainda não houve a interposição do recurso, na segunda, isso já ocorreu. e) Sucumbência Recursal Trata-se de uma inovação do NCPC/2015, onde houve a criação de honorários de sucumbência recursal, ou seja, a parte perde o recurso, e haverá majoração dos honorários fixados em 1° grau. É uma forma de desestimular a interposição de recursos (pois fica mais caro recorrer), sendo fixado o teto de 20% do valor, a título de honorários. f) Precedentes Trata-se de outra novidade do NCPC, que busca a estabilização da jurisprudência, de forma que os precedentes sejam mais respeitados, para acabar com a oscilação nos entendimentos das diversas teses jurídicas, buscando-se o mínimo de segurança jurídica. Caso o precedente não seja observado, o CPC prevê o uso não só dos recursos, mas também da reclamação. Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. § 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. § 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater- se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - As decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - Os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
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