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Recursos e Processos nos Tribunais - processo civil

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Recursos e Processos nos Tribunais 
 
1. Ordem dos processos nos Tribunais 
Perante os tribunais, existe um trâmite, um procedimento a ser seguido, em relação 
a alguns incidentes e ação, que não tem a natureza de recurso. São questões e 
procedimentos secundários que incidem sobre o processo principal, e que devem ser 
solucionados antes da decisão sobre o mérito da lide. 
 
São eles: 
 
 
 
 
 
 
a) Incidente de arguição de inconstitucionalidade 
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade 
de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após 
ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à 
turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do 
processo. 
 
• Incidente de arguição de inconstitucionalidade 
• Conflito de competência 
• Homologação de decisão estrangeira 
• IRDR – Incidente de resolução de demandas repetitivas 
• IAC - Incidente de assunção de competência 
• Reclamação 
• Ação rescisória 
Qualquer juiz pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei, de modo incidental 
no processo (como uma questão prejudicial), através do controle de 
constitucionalidade difuso, do Direito Constitucional. 
Entretanto, quando isto ocorre no âmbito dos Tribunais superiores, há a necessidade 
de uma decisão da maioria dos membros do Tribunal, obedecendo à cláusula de 
reserva de plenário, conforme a CRFB e entendimento sumulado do STF: 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros ou dos membros do respectivo órgão especial 
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público. 
Súmula Vinculante n°10: Viola a cláusula de reserva de plenário 
(CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, 
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
 
b) Conflito de competência 
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por 
qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. 
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido 
nos conflitos de competência relativos aos processos 
previstos no art. 178 , mas terá qualidade de parte nos 
conflitos que suscitar. 
 
Cabe arguição de conflito de competência quando 2 ou mais juízes se considerarem 
competentes ou incompetentes para julgar a mesma lide. 
O conflito será incitado no âmbito do Tribunal e o Relator deverá determinar que os 
juízes envolvidos se manifestem sobre a questão ou, se um deles foi quem suscitou 
a questão, apenas o suscitado será ouvido, de acordo com o CPC: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art178
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva 
dos juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, 
apenas do suscitado. 
O Relator pode designar ainda um juiz para decidir as questões mais urgentes, em 
caráter provisório. Caso haja jurisprudência dominante, pode o Relator julgar a 
questão, de forma monocrática, conforme o parágrafo único do art. 955 do CPC: 
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de 
qualquer das partes, determinar, quando o conflito for 
positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem 
como no de conflito negativo, designará um dos juízes para 
resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes. 
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de 
competência quando sua decisão se fundar em: 
I - Súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal 
de Justiça ou do próprio tribunal; 
II - Tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em 
incidente de assunção de competência. 
 
c) Homologação de decisão estrangeira 
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será 
requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, 
salvo disposição especial em sentido contrário prevista em 
tratado. 
 
Para se introduzir uma decisão estrangeira no ordenamento jurídico brasileiro é 
necessária uma homologação prévia desta decisão, perante o Supremo Tribunal de 
Justiça. É indispensável que se verifique se a decisão estrangeira pode ser aplicada no 
Brasil, levando-se em consideração as regras de competência internacional 
concorrentes e exclusivas, não sendo admitida a homologação de decisões que são 
de competência exclusiva de magistrados brasileiros: 
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na 
hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária 
brasileira. 
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão 
do exequatur à carta rogatória. 
 
 
Conforme os §§ 1° e 2° do art. 960 do CPC, há ainda a previsão de homologação de 
decisão interlocutória estrangeira, por meio de carta rogatória, e também a previsão 
de homologação de decisão arbitral estrangeira 
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada 
no Brasil por meio de carta rogatória. 
§ 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá 
ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, 
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. 
 
Há também a possibilidade de concessão de medida de urgência, conforme o art. 962: 
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira 
concessiva de medida de urgência. 
 
Atenção!!! 
Decisão estrangeira de divórcio consensual, não necessita de homologação do STJ, 
podendo qualquer magistrado apreciar a validade da decisão, quando a questão for 
submetida ao Judiciário brasileiro: 
Por conta disso, eventualmente, admite-se decisões homologatórias parciais 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no 
Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a 
concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo 
disposição em sentido contrário de lei ou tratado. 
§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual 
produz efeitos no Brasil, independentemente de 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. 
§ 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz 
examinar a validade da decisão, em caráter principal ou 
incidental, quando essa questão for suscitada em 
processo de sua competência. 
 
O art. 963 do CPC traz o rol de requisitos necessários para a homologação de uma 
decisão estrangeira: 
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação 
da decisão: 
I - Ser proferida por autoridade competente; 
II - Ser precedida de citação regular, ainda que verificada a 
revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
IV - Não ofender a coisa julgada brasileira; 
V - Estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que 
a dispense prevista em tratado; 
VI - Não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
 
d) IRDR – Incidente de resolução de demandas repetitivas 
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de 
demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: 
I - Efetiva repetição de processos que contenham 
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; 
II - Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
 
É uma das inovações previstas no CPC de 2015, e seu objetivo é a busca pela 
racionalidade e igualdade na apreciação de processos de massa, onde o mesmo tema 
(repetitivo) é debatido diversas vezes. Portanto, busca-se com o IRDR uma maior 
agilidade e rapidez no julgamento dessas causas. 
Não cabe suscitação de IRDR quando um dos tribunais superiores (STF ou STJ), 
dentro de suas respectivas competências, já tiverem afetado um recurso repetitivo 
para definir teses sobre questões de direito material ou processual, repetitivas. 
Art. 976, § 4º É incabível o incidente de resolução de demandas 
repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de 
sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para 
definição de tese sobre questão de direito material ou 
processual repetitiva. 
 Uma vez que o IRDR seja admitido, o Relator pode tomar algumas medidas: 
Art. 982. Admitido o incidente,o relator: 
I - Suspenderá os processos pendentes, individuais ou 
coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o 
caso; 
II - Poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo 
tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que 
as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias; 
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-
se no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Para a instauração do 
IRDR, os requisitos tem de 
ocorrer simultaneamente. 
O Relator deverá ouvir as partes e os interessados, que dentro de 15 dias, podem 
requerer a juntada de documentos e diligências necessárias para a elucidação da 
questão controvertida. 
O julgamento será realizado conforme o regulamento interno, que prevê o órgão 
responsável pela uniformização da jurisprudência do Tribunal e deve ocorrer dentro 
do prazo de 1 ano, conforme o CPC. Não sendo julgado dentro deste prazo, cessa a 
suspensão dos demais processos – salvo se o Relator decidir de forma contrária. 
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e 
terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que 
envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. 
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput , cessa a 
suspensão dos processos prevista no art. 982 , salvo decisão 
fundamentada do relator em sentido contrário. 
 
Quando o IRDR for julgado, a tese jurídica será aplicada: 
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: 
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem 
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de 
jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que 
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou 
região; 
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e 
que venham a tramitar no território de competência do 
tribunal, salvo revisão na forma do art. 986 . 
 
 
 Não considerada a tese adotada no IRDR, além de recurso cabível, será possível, também, o uso de 
Reclamação: 
§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá 
reclamação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art982
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art986
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art986
Do julgamento do mérito do IRDR, caberá Recurso Extraordinário ou Recurso 
Especial, conforme o CPC: 
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá 
recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. 
 
 
 
O IRDR foi criado para que demandas repetitivas, massificadas, fossem julgadas pelos 
Tribunais e servissem de precedentes para outras, semelhantes. 
Existe a previsão de suspensão de processos (individuais e coletivos) quando há 
discussão sobre o IRDR, com o objetivo de evitar que seja prolatadas decisões 
divergentes, para questões semelhantes. 
O IRDR é julgado no âmbito dos Tribunais de 2° grau, de forma que cada tribunal do 
país, possa ter seu próprio IRDR. 
 
e) IAC - Incidente de assunção de competência 
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o 
julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo 
de competência originária envolver relevante questão de 
direito, com grande repercussão social, sem repetição em 
múltiplos processos. 
Este incidente é cabível quando o julgamento de um recurso, de remessa necessária 
ou de processo de competência originária, envolver uma questão de direito relevante 
com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. 
Serão recebidos com efeito suspensivo, sendo suprimida a repercussão geral para o Recurso 
Extraordinário. Dessa decisão do IRDR será admitido o recurso do amicus curiae (art. 138, §3°, 
CPC). 
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão 
geral de questão constitucional eventualmente discutida. 
Ou seja, o órgão responsável pela fixação de jurisprudência do Tribunal tomar para si 
o julgamento de determinado recurso, porém, sem tratar de questão que envolva 
questão de massa. Seria uma situação que cause grande repercussão e que seria 
originalmente julgada por uma câmara ou turma, mas que se entende que é 
conveniente ser julgada por um órgão ou tribunal composto por mais magistrados. 
O Relator propõe, de ofício ou a requerimento, que o recurso, a remessa necessária 
ou o processo de competência originária, julgado pelo órgão colegiado, que o 
regimento interno indicar. Uma vez que o interesse público é reconhecido, o órgão 
colegiado apreciará o IAC e o acórdão proferido vai vincular todos os juízes e os 
órgãos fracionários. 
§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência 
vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se 
houver revisão de tese. 
O IAC deverá ser aplicado quando a questão versar sobre importante questão de 
direito, a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou composição de 
divergência entre câmaras ou turmas do Tribunal. 
 
f) Reclamação 
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do 
Ministério Público para: 
I - Preservar a competência do tribunal; 
II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante 
e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
IV – Garantir a observância de acórdão proferido em 
julgamento de incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de incidente de assunção de competência; 
 
Trata-se de uma ação, não de um recurso. Sua finalidade é preservar a autoridade do 
tribunal. O rol dos incisos do presente artigo, trazem as possibilidades de se utilizar a 
reclamação. 
Será utilizada para qualquer tribunal (intermediário ou superior): 
 
• Se a competência ou decisão de tribunal não for observada 
 
• Se a decisão da ADIN, ADC, ADPF, súmula vinculante, IRDR e IAC não forem observadas 
 
• Se a decisão proferida em Recurso Extraordinário ou Recurso Especial repetitivo, não for 
observada. 
 
 
O §5° do mesmo artigo traz as hipóteses de não cabimento de reclamação: 
§ 5º É inadmissível a reclamação 
I – Proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada 
II – Proposta para garantir a observância de acórdão de 
recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou 
de acórdão proferido em julgamento de recursos 
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas 
as instâncias ordinárias. 
 
 
 
 
 
 
 Essa restrição foi incluída pela 
Lei n° 13.256/2016. Assim, se 
um juiz de 1° grau não 
observasse o precedente fixado 
em repetitivo, já caberia 
apelação (para o tribunal 
intermediário) e reclamação 
para o STJ. 
Somente após a prolação do 
acórdão pelo tribunal, e que 
será possível o uso da 
reclamação – em conjunto, 
portanto, com o RE ou 
REsp. 
Ao despachar a reclamação, o Relator pode tomar as seguintes medidas: 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: 
I - Requisitará informações da autoridade a quem for 
imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no 
prazo de 10 (dez) dias; 
II - Se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato 
impugnado para evitar dano irreparável; 
III - determinará a citação do beneficiário da decisão 
impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para 
apresentar a sua contestação. 
 Ao final, julgada procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante 
de seu julgado, ou determinará medida adequada à solução da controvérsia. 
 
g) Ação rescisória 
 Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser 
rescindida quando: 
I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, 
concussão ou corrupção do juiz; 
II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em 
detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou 
colusão entre as partes, a fim de fraudar alei; 
IV - Ofender a coisa julgada; 
V - Violar manifestamente norma jurídica; 
VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada 
em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria 
ação rescisória; 
 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, 
prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer 
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos 
autos. 
 
A sua finalidade é rescindir (anular / cancelar) a decisão de mérito já transitada em 
julgado. É uma revisão da coisa julgada, utilizada somente em hipóteses expressas, 
previstas na legislação. 
Em alguns casos, é possível não só a rescisão do julgado, mas também que seja 
proferida uma nova decisão (juízo rescisório). Os incisos deste artigo trazem as 
hipóteses de cabimento da Ação Rescisória. 
Quanto à essas hipóteses de cabimento, é necessário observar: 
• A AR deixa de ser cabível: quando for fundada em invalidade de confissão, 
desistência ou transação (art. 485, III do CPC). Utilizada para tentar diminuir os 
debates quanto ao cabimento da AR ou da ação anulatória. 
 
 
 
 
• O AR para impugnar decisão processual: não admitida para impugnar decisões de 
mérito, somente para decisões processuais, quando essas decisões impedirem uma 
nova propositura da demanda ou admissibilidade de recurso. (art. 966, §2°) 
 
• AR fundada em capítulo da decisão: admitida (art. 966, §3°). 
O CPC estipula que os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou 
por outros participantes do processo, homologados pelo juízo, assim como os 
atos praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da 
lei (art. 966, §4°), ou seja, utiliza-se a anulatória (ajuizada em 1° grau) e não 
a ação rescisória. 
 
O prazo para ajuizamento de AR é decadencial, de 2 anos, contados do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no processo. 
 
O termo inicial do AR fundado em provas novas é contado a partir da descoberta da 
prova nova, e não do trânsito em julgado. Porém, existe prazo máximo de 5 anos, 
contados do trânsito em julgado da última decisão, proferida no processo. 
 
Uma parte da doutrina considera a tese de relativização da coisa julgada, buscando 
desconstituir a coisa julgada mesmo após o prazo de dois anos. Para a doutrina, em 
casos graves, onde a dignidade da pessoa humana esteja em jogo, a Ação Rescisória 
deveria ser aceita, mesmo após o prazo previsto em lei. Resta à doutrina analisar qual 
seria o prazo máximo para a relativização, que seria de 5 anos. 
 Trata-se de ação de competência originária dos Tribunais. Se for um acórdão a ser 
rescindido, a competência é do último tribunal que apreciou o mérito da causa. 
 
O CPC de 2015 diz que uma vez que seja reconhecida incompetência de um 
determinado tribunal, para o Julgamento de um AR, o autor deverá ser intimado para 
emendar a inicial, adequando ao tribunal que se entender competente. 
 
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos 
requisitos essenciais do art. 319 , devendo o autor: 
§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a 
ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição 
inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a 
decisão apontada como rescindenda: 
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação 
prevista no § 2º do art. 966 ; 
II - Tiver sido substituída por decisão posterior. 
 
O AR tem procedimento especial se segue o seguinte trâmite: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art966%C2%A72
PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AR (art. 970, parte final, cpc) 
1. Inicial diretamente no Tribunal 
2. Citação 
. cabe tutela provisória para impedir o cumprimento de sentença (art. 969, 
CPC) 
3. Contestação: prazo de 15 a 30 dias (art. 970, CPC) 
4. Instrução: pode ser realizada por carta de ordem para o órgão que proferiu a 
decisão objeto do AR (art. 792). 
5. Após a instrução, memoriais no prazo de 10 dias, sucessivamente às partes 
(art. 973, CPC). 
6. Decisão (acórdã0) 
. Cabe, conforme o resultado da ação, embargos de declaração, REsp e RE do 
acordão que julgar a AR. 
 
2. Recursos 
Recurso é um ato voluntário da parte, capaz de causar, dentro do mesmo processo, 
a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração da decisão judicial que for 
impugnada. 
Os recursos são provenientes de princípios constitucionais como a ampla defesa, o 
contraditório e o duplo grau de jurisdição. 
De acordo com o CPC, pelo princípio da taxatividade, apenas a legislação pode prever 
quais serão os recursos (art. 994). 
Com relação ao exposto, pode-se concluir que: 
• Remessa necessária não é recurso: conhecida no CPC/73 como reexame necessário, 
é a situação na qual a sentença é contrária à Fazenda Pública (União, Estados, DF, 
Municípios e suas Autarquias e fundações) e, mesmo sem recurso, a decisão de 1° 
grau tem de ser confirmada pelo Tribunal 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não 
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, 
a sentença: 
I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público; 
II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos 
à execução fiscal. 
 
 Só haverá remessa necessária nas hipóteses previstas nos §§ 3° e 4° deste artigo 
 
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a 
condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de 
valor certo e líquido inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o 
Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de 
direito público e os Municípios que constituam capitais dos 
Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais 
Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito 
público. 
 
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a 
sentença estiver fundada em: 
I - Súmula de tribunal superior; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante 
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, 
consolidada em manifestação, parecer ou súmula 
administrativa. 
• Ações de Impugnação autônomas não são recursos: apesar de servirem para 
impugnar decisões judiciais, isso só ocorre quando se instaura uma nova relação 
processual, ou seja, não se trata da mesma relação processual na qual a decisão foi 
proferida. EX: ação rescisória, mandado de segurança, habeas corpus. 
 
 
• Pedido de reconsideração não é recurso: trata-se de uma petição na qual a parte, 
uma vez que o seu pleito não foi atendido, busca a reconsideração por parte do juiz. 
Não modifica em nada o prazo para a interposição do recurso cabível. 
 
a) Cabimento dos Recursos 
O CPC, traz no art. 994, o rol dos artigos: 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - Apelação; - art. 1.009 
II - Agravo de instrumento; - art. 1.015 
III - agravo interno; - art. 1.021 
IV - Embargos de declaração; - art.1.022 
V - Recurso ordinário; ROC- art. 1.027 do CPC e art. 102, II 
e 105, II da CRFB 
VI - Recurso especial; - REsp – art. 1.029 do CPC e art. 
105, III da CRFB 
VII - recurso extraordinário; RE- art. 1.029 do CPC e art. 
102, III da CRFB 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; art. 
1.042 
IX - Embargos de divergência – art. 1.043 
Nestas três situações há uma nova relação processual 
Há ainda a possibilidade doRecurso Adesivo – art. 997, §1° do CPC 
 
Atenção!!! 
Em relação ao CPC de 1973, houve a extinção de dois recursos: embargos infringentes 
e agravo retido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para cada espécie de decisão judicial, está previsto na lei, um determinado recurso. 
Trata-se do Princípio da unirrecorribilidade, singularidade ou unicidade: ou seja, para 
cada decisão, cabe apenas um recurso. Não é possível, para uma mesma decisão, a 
utilização de mais de um recurso. 
Para saber qual o recurso a ser utilizado, é necessário saber a natureza da decisão 
impugnada, quais são as possíveis decisões que o Judiciário pode tomar, para cada 
demanda. 
Embargos infringentes: hoje, no CPC de 
2015, existe a técnica de julgamento do art. 
942, quando se tratar de voto vencido. 
Art. 942. Quando o resultado da apelação 
for não unânime, o julgamento terá 
prosseguimento em sessão a ser designada 
com a presença de outros julgadores, que 
serão convocados nos termos previamente 
definidos no regimento interno, em número 
suficiente para garantir a possibilidade de 
inversão do resultado inicial, assegurado às 
partes e a eventuais terceiros o direito de 
sustentar oralmente suas razões perante os 
novos julgadores. 
Agravo Retido: se a interlocutória não for 
agradável de instrumento, deverá ser 
impugnada em preliminar de apelação. 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de 
conhecimento, se a decisão a seu respeito 
não comportar agravo de instrumento, não 
são cobertas pela preclusão e devem ser 
suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão 
final, ou nas contrarrazões. 
 
Necessário observar, também, qual o grau de jurisdição, pois o sistema processual 
diferencia as decisões tomadas em 1° e 2° grau. 
1° GRAU 2° GRAU – TRIBUNAIS INTERMEDIÁRIOS 
 
. Três possibilidades de decisão – art. 203, 
CPC: 
 
a) Sentença (§1°): põe fim à fase de 
conhecimento, no 1° grau, resolvendo o 
mérito da questão (definitiva) ou não 
(terminativa). 
 
b) Decisão Interlocutória (§2°): é a decisão 
que soluciona uma questão incidente, 
mas que não põe fim ao processo, logo, 
não se trata de sentença. 
 
c) Despacho (§3°): é uma decisão que 
simplesmente dá andamento ao 
processo, não tem caráter decisório, é 
somente para impulsionar o processo, 
ou seja, não é sentença e nem decisão 
interlocutória. 
 
. no âmbito dos Tribunais, seja o TJ, TRF ou 
Tribunais Superiores (STF ou STJ), são duas as 
possibilidades (para os desembargadores ou 
Ministros): 
 
a) Acórdão: Decisão colegiada, proferida por 
três ou mais julgadores 
(desembargadores) – art. 204 do CPC 
 
b) Decisão Monocrática: decisão proferida 
por apenas um julgador (Relator), para 
hipóteses estabelecidas em lei – art. 932, 
III, IV e V do CPC 
 
O Relator pode proferir decisões monocráticas, sem que essas decisões tenham 
carga decisória, ou seja, podem ser meros despachos. Entretanto, essa possibilidade 
não está presente na lei, em relação aos atos prolatados pelos Tribunais. Dessa 
forma, via de regra, no âmbito dos Tribunais, há apenas a decisão monocrática e os 
acórdãos. 
Quando um recurso é distribuído para um Tribunal, sorteia-se um julgador (Relator), 
que será responsável pela elaboração de um relatório, que será lido para os demais 
julgadores (colegiado), na sessão de julgamento, acompanhado também da leitura 
do voto. 
 
 
 
 
 
Quando o recurso apresentar uma falha processual, ou quando apresentar uma 
matéria já pacificada por aquele tribunal, o Relator poderá julgar monocraticamente, 
ou seja, sem a participação dos outros dois magistrados. Existem três hipóteses para 
a decisão monocrática: 
• Não conhecer o recurso: quando ele for inadmissível, prejudicado, ou que não tenha 
impugnado os fundamentos da decisão recorrida: 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que 
não tenha impugnado especificamente os fundamentos da 
decisão recorrida; 
 
• Conhecer o recurso e negar provimento: quando o recurso em questão for contrário à 
jurisprudência dominante 
Art. 932, IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal 
de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
 
No CPC de 2015 deixa de existir a figura do Juiz Revisor, que, no CPC de 1973, após o 
relatório elaborado pelo Relator, também analisava o processo. 
Hoje, além do Relator, mais dois magistrados (desembargadores) proferem o voto, porém, 
sem ter acesso prévio nos autos (a não ser que peçam vistas). 
• Conhecer o recurso e dar provimento: após a apresentação das contrarrazões, se a decisão 
recorrida for contrária à jurisprudência dominante 
Art. 932, V - depois de facultada a apresentação de 
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal 
de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
 
Atenção!!!! 
OBS 1: O NCPC prevê a possibilidade de emenda dos recursos, antes que eles sejam 
indeferidos. Portanto, antes de não conhecer o recurso, o Relator deve permitir ao 
recorrente, que corrija as falhas apontadas. Entretanto, as correções só podem se dar acerca 
de questões sanáveis, como por exemplo: ausência de cópias, falta de assinatura, juntada de 
procuração, não recolhimento de custas. 
Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o 
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao 
recorrente para que seja sanado vício ou complementada a 
documentação exigível. 
 
OBS 2: de acordo com o art. 932, IV (conhecer e negar provimento) e V (conhecer e 
dar provimento), só haverá a possibilidade de julgamento monocrático se houver: 
 
• Súmula do STF, STJ ou Tribunal local (logo, seja sumula vinculante ou não) 
• Acórdão dos Tribunais superiores em RE ou REsp repetitivos 
• IRDR ou IAC 
OBS 3: 
DECISÃO MONOCRÁTICA ACÓRDÃOS 
 
. Das decisões monocráticas cabe: 
a) Agravo Interno e agravo em RE e REsp 
(com cabimento restrito). No caso de 
decisão monocrática, que não tenha 
caráter decisório (“despacho”), não 
haverá interesse recursal para 
impugnar a decisão monocrática. 
 
. Das decisões de acórdãos, cabem os demais 
recursos (que não cabem nas decisões de 1° 
grau ou monocráticas): ROC, REsp, RE e 
Embargos de Divergência. 
 
OBS 4: Embargos de Declaração (art. 1.022): cabível contra qualquer ato judicial com 
caráter decisório, em casos de obscuridade, omissão, contradição e erro material. 
 
b) Recurso Adesivo 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, 
no prazo e com observância das exigências legais. 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso 
independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste 
quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no 
tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o 
seguinte: 
II - Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no 
recurso especial; 
 
Um recurso pode ser interposto na sua modalidade principal ou na sua forma adesiva. 
• Recurso Principal: aquele interposto pela parte no prazo previsto, não importando a 
conduta da parte contrária. Havendo sucumbência, cada parte pode interpor seu 
recurso, de forma independente. 
• Recurso Adesivo: aquele interposto fora do prazo originalmente previsto. Se uma 
parte recorreu na forma principal, ou seja,dentro do prazo previsto, e a outra parte 
não recorreu, está terá uma segunda chance, no prazo das contrarrazões, para 
interpor o recurso na forma adesiva. O recurso adesivo só cabe quando houver 
sucumbência recíproca, ou seja, quando as duas partes perderam algo. 
Para a compreensão do recurso adesivo, é necessário observar a vedação da 
reformatio in pejus, ou seja, a vedação da reforma da decisão para piorar, em desfavor 
do recorrente, no âmbito do recurso interposto por ele mesmo. Dessa forma, o 
Tribunal não pode apreciar o recurso interposto por “A” (sendo que “B” não 
recorreu) e piorar a sua situação. 
 
 
 
A admissibilidade do Recurso Adesivo é vinculada ao recurso principal. Se o principal 
não for conhecido (por intempestividade ou desistência da ação, por exemplo), o 
recurso adesivo também não será conhecido. 
Art. 997, §2°, III - não será conhecido, se houver desistência do 
recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. 
 
c) Juízo de admissibilidade e juízo de mérito 
O recurso para por duas análises: primeiro, a admissibilidade recursal e, caso positiva, 
passa-se para a análise do mérito do recurso. 
No juízo de admissibilidade se analisam se estão presentes os requisitos formais para 
que o recurso passe à segunda análise. Os requisitos de admissibilidade são 
semelhantes às condições da ação e os pressupostos processuais do 1° grau. 
Ausentes os requisitos, o recurso não será conhecido ou não será admitido. De outra 
branda, presentes os requisitos, o recurso será conhecido ou admitido. 
Assim, se apenas uma parte recorreu, a sua situação só pode ser melhorada ou mantida, 
nunca piorada 
A segunda análise que o recurso sofre é o juízo de mérito, que versa, efetivamente, 
sobre a decisão impugnada, ou seja, sobre o erro no processamento (error in 
procedendo) e/ou sobre o erro no julgamento (error in judicando). 
 
 
Resumindo: primeiro, é necessário o conhecimento do recurso (análise dos requisitos 
de admissibilidade – pressupostos), a ausência dos pressupostos ou requisitos de 
admissibilidade leva ao não conhecimento ou à não admissão do recurso, isto 
ocorrer, não se passa para a segunda análise do mérito. 
Depois da primeira análise, é feita a segunda análise, que é acerca do mérito (objeto) 
do recurso, e termina com o provimento ou não do recurso. 
 
 
d) Requisitos de admissibilidade do recurso 
São sete, os requisitos de admissibilidade do recurso: 
 
• Cabimento 
• Legitimidade 
• Interesse 
• Tempestividade 
• Preparo 
• Inexistência de fato impeditivo ao direito de recorrer 
• Regularidade formal 
 
O resultado do juízo de mérito pode ser o provimento ou não provimento do recurso 
• Cabimento 
Quer dize que o recurso que foi interposto, deve ser unicamente aquele previsto em 
lei, para a impugnação da decisão que foi atacada. Este requisito pode ser entendido 
como uma possibilidade jurídica de interposição do recurso, conforme a decisão. 
 
• Legitimidade para recorrer 
O recurso só poderá ser interposto por aquele que tem legitimidade recursal para tal, 
ou seja, as partes, o MP e o terceiro prejudicado. O MP pode recorrer tanto como 
parte, quanto como fiscal da lei. O terceiro prejudicado, quando for afetado pela 
decisão, pode recorrer, também (intervenção de 3°, em grau de recurso). 
 
• Interesse em recorrer 
O recorrente só tem a necessidade de interpor o recurso quando houver pedido (ou 
seja, quando houver sucumbência). Há sucumbência quando a parte perdeu o que 
quer que seja, no processo. 
 
• Tempestividade 
A interposição do recurso precisa obedecer ao prazo que foi estabelecido na lei. Será 
considerado intempestivo o recurso que for interposto depois deste prazo. Existem 
situações específicas em que o prazo pode ser contado em dobro (em 1° e 2° graus): 
 
 
 
→ MP, Fazenda Pública e Defensoria Pública: 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro 
para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua 
intimação pessoal 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público gozarão de prazo em dobro para todas as 
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a 
partir da intimação pessoal. 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro 
para todas as suas manifestações processuais. 
 
→ Litisconsortes com advogados diferentes: 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes 
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de 
requerimento. 
 
 
Em regra, o prazo para a interposição dos recursos é de 15 dias, com a exceção dos 
embargos de declaração, que é de 5 dias: 
 Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da 
data em que os advogados, a sociedade de advogados, a 
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério 
Público são intimados da decisão. 
Não se aplica aos processos eletrônicos. Esse prazo só acontece nos casos em que os autos 
são físicos. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para 
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) 
dias. 
Nos casos de feriado, cabe à parte indicar a ocorrência do feriado local, no momento 
da interposição do recurso: 
Art. 1.003, § 4º Para aferição da tempestividade do recurso 
remetido pelo correio, será considerada como data de 
interposição a data de postagem. 
 
O recurso que for interposto antes da publicação da decisão judicial impugnada, será 
considerado tempestivo: 
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos 
prescritos em lei. 
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do 
termo inicial do prazo. 
 
RECURSO PRAZO 
Embargos de Declaração 5 dias 
Outros recursos: apelação, agravo de 
instrumento, ROC, embargos em RE, 
embargos em REsp, agravo interno, 
embargos de divergência 
15 dias 
Contrarrazões recursais Mesmo prazo do recurso 
 
• Preparo 
Alguns recursos, para serem interpostos, dependem do pagamento de custas 
processuais e porte de remessa e retorno (custos do correio), sob pena de deserção 
pelo não pagamento. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente 
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o 
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
sob pena de deserção. 
 
No processo eletrônico, não há pagamento de remessa e retorno. 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de 
retorno no processo em autos eletrônicos. 
 
Havendo pagamento a menor, o preparo do recurso deverá ser complementado, no 
prazo de 5 dias, sob pena de deserção. 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, 
intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
 
O NCPC trouxe uma inovação no seu bojo, com relação ao não pagamento do preparo 
e porte de remessa e retorno, do recurso. Não havendo nenhum recolhimento, há 
ainda possibilidade de pagamento em dobro, sob pena de o recurso não ser 
conhecido, por causa da deserção. Porém, no pagamento em dobro, não há a 
possibilidade de complementação do preparo. 
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência 
parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
no recolhimento realizado na forma do § 4º. 
 
 
 
• Inexistência de fato impeditivo ao direito de recorrer 
Esse requisito, diferentemente dos demais, é negativo, ou seja, se houver algum fato 
impeditivo, o recurso não será conhecido. Existem três fatos impeditivos para um 
recurso: 
→ Desistência: uma vez que o recurso seja interposto, a parte pode desistir dele a 
qualquer tempo e sem necessitar da anuência da parte contrária, para tanto. 
Havendo a desistência, prevalecerá a decisão que foi impugnada antesda 
interposição do recurso. A desistência não impede a análise do mérito, se ele já foi 
conhecido para julgamento via REsp ou RE repetitivos 
 
→ Renúncia: antes da interposição do recurso, as partes podem renunciar ao direito de 
recorrer, também sem a necessidade de anuência da parte contrária. 
 
 
→ Aquiescência: concordância. É um ato incompatível com a vontade de recorrer. Ela 
pode ser tácita ou expressa. 
 
• Regularidade formal 
É um requisito de admissibilidade que não se insere em nenhum dos que foram 
explicados anteriormente. Existem requisitos formais, iguais para todos os recursos 
e existem requisitos específicos, que variam de acordo com os recursos. 
 
 
A diferença entre a desistência e a renúncia, é que na primeira, ainda não houve a 
interposição do recurso, na segunda, isso já ocorreu. 
e) Sucumbência Recursal 
Trata-se de uma inovação do NCPC/2015, onde houve a criação de honorários de 
sucumbência recursal, ou seja, a parte perde o recurso, e haverá majoração dos 
honorários fixados em 1° grau. É uma forma de desestimular a interposição de 
recursos (pois fica mais caro recorrer), sendo fixado o teto de 20% do valor, a título 
de honorários. 
 
f) Precedentes 
 
Trata-se de outra novidade do NCPC, que busca a estabilização da jurisprudência, de 
forma que os precedentes sejam mais respeitados, para acabar com a oscilação nos 
entendimentos das diversas teses jurídicas, buscando-se o mínimo de segurança 
jurídica. 
Caso o precedente não seja observado, o CPC prevê o uso não só dos recursos, mas 
também da reclamação. 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e 
mantê-la estável, íntegra e coerente. 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados 
no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de 
súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-
se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram 
sua criação. 
 
 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - As decisões do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
II - Os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou 
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de 
recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal 
em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça 
em matéria infraconstitucional; 
V - A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais 
estiverem vinculados.

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