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Farmacologia da tireoide

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1 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
FARMACOLOGIA DA 
TIREOIDE 
CARACTERISTICAS DA TIREOIDE : 
É uma glândula em região cervical que é capaz de produzir 
os hormônios tireoidianos. As células foliculares produzem 
T3 e T4 e as células parafoliculares produzem a calcitonina. 
ALTERAÇÕES A NÍVEL TECIDUAL: 
 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DOS HORMÔNIOS 
TIREOIDIANOS: 
O hipotálamo produz e libera o hormônio TRH. Já a 
hipófise, capta o estímulo do TRH e produz o TSH, o qual é 
o hormônio que chega até a tireoide e estimula essa 
glândula a produzir T3 e T4. 
O TSH promove o aumento da entrada de cálcio, aumento 
de fosfoinositídeos e o aumento dos fatores de crescimento 
. 
SÍNTESE DE HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: 
➔ Iodo: 
o O iodo é o principal elemento para a síntese dos 
hormônios tireoidianos. 
o O iodo é ingerido e reduzido a iodeto no trato 
digestivo e absorvido pelo intestino delgado. 
➔ Tireoglobulina: 
o Glicoproteína que apresenta duas subunidades. 
o Expressa apenas na tireoide. 
o Representa 70 a 80% do conteúdo proteico glandular. 
 
➔ Biossíntese de iodotironinas: 
o Transporte ativo de iodeto (cotransportador Na+/I-). 
o Oxidação do iodeto. 
o Iodação da tireoglobulina: 
- Formação da diiodotirosina (DIT) 
- Monoiodotirosina (MIT) 
o Acoplamento das iodotirosinas 
- Formação de T3 e T4 (peroxidase tireoideana); 
 
Cerca de 90% dos hormônios formados são T4. (atua 
como uma reserva de T3, sendo deionizado para se 
converter em T3.) 
Cerca de 9% dos hormônios formados são T3. 
(hormônio biologicamente ativo) 
Cerca de 1% dos hormônios formados são Rt3. 
(inativa, ou seja, não possui função biológica). 
 
A peroxidase tireoidiana é responsável por acoplar 
as iodotirosinas. 
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: 
➔ Importância: 
o Crescimento; 
o Desenvolvimento normal; 
o Temperatura corporal; 
o Metabolismo energético; 
 
MECANISMO DE AÇÃO HORMONAL: 
O T3 tem uma ação a nível de excreção gênica, ele ativa um 
mecanismo de transcrição diretamente relacionada com os 
efeitos de crescimento desses hormônios, sendo 
encontrado receptores de T3 em diversos tecidos. 
 
2 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
O T4 é convertido em T3 no citoplasma por meio da 5’ 
desiodase. 
DISFUNCOES DA TIREOIDE: 
HIPOTIREOIDISMO: 
Caracteriza-se por uma deficiência na produção de 
hormônios tireoidianos, podendo estar ou não 
acompanhado de bócio. É 5 a 8x mais comum em mulheres. 
Causas: 
o Congênita (cretinismo); 
o Doença autoimune (tireoidite de Hashimoto): 
o Anti-tireoperoxidase (TPO) > pacientes com S.D. é 
mais comum. 
o Após a cirurgia de retirada da tireoide por bócio 
nodular ou neoplasia; 
o Por medicamentos que interferem na síntese e 
liberação dos hormônios da tireoide (amiodarona, lítio 
e iodo); 
o MAIS RARAMENTE: Por bócio endêmico decorrente 
de deficiência de iodo na alimentação. 
 
Tipos: 
o Primário: Há um defeito ou uma destruição da 
própria tireoide. 
o Secundário: A causa é hipotalâmica ou hipofisária. 
 
Como a deficiência de iodo na dieta resulta em bócio 
endêmico? 
R: A produção e liberação dos hormônios tireoidianos são 
controlados por mecanismos de feedback, assim, caso o 
paciente consuma o iodo de forma adequada essa cadeia 
regulatória vai funcionar perfeitamente, no entanto, se a 
dieta de iodo for inadequada, esse paciente vai ter baixa 
produção de T3 e T4, com isso, tem-se uma redução do 
feedback negativo, de forma que a hipófise e o hipotálamo 
vão continuar produzindo os hormônios estimuladores da 
tireoide, ou seja, tem-se uma hipertrofia tireoidiana levando 
ao crescimento da glândula e um aparecimento do bócio. 
 
Uma estratégia para diagnosticar hipotireoidismo é se 
observar uma alta quantidade de T3 e T4 no sangue e uma 
baixa significativa de TSH. 
 
Tireoidite de Hashimoto: 
É uma doença autoimunes, na qual o paciente desenvolve 
anticorpos contra a glândula. 
A glândula ao ser atacada pelo anticorpo reduz a produção 
de T3 e T4 e com isso, o feedback negativo é inibido de 
forma que se aumenta a produção de TRH e TSH a fim de 
compensar o hipotireoidismo. 
 
HIPOTIREOIDISMO X SINDROME DE DOWn 
O hipotireoidismo é uma das patologias mais comuns em 
pessoas com SD, sendo o transtorno endocrinológico mais 
frequente. Estima-se que entre 30 a 40% de pessoas com 
SD tenha hipotireoidismo. Essa incidência alcança cerca de 
80 a 90% durante a primeira infância. 
 
Sintomas do hipotireoidismo: 
Consiste em uma diminuição reversível de todas as funções 
corporais. 
o Pele fria e pálida; 
o Pálpebras caídas; 
o  do débito cardíaco e bradicardia; 
o Retenção de Co2 
o  do apetite; 
o Letargia; 
o Fadiga muscular; 
o Anemia; 
o Infertilidade, impotência e  da libido; 
o  metabolismo basal; 
 
Tratamento: 
➔ Reposição dos hormônios T3 e T4; (padrão ouro) 
Tem-se uma terapêutica melhor, visto que, se faz uso 
de 1 comprimido por dia. 
 
Levotiroxina (T4), puran (T4), tetroid, synthroid. 
o Meia vida prolongada, pois, possui uma maior afinidade 
com as proteínas plasmáticas, por isso é a melhor 
opção. 
o 1 comprimido ao dia. 
 
OBS: 
Requerimento aumentado de levotiroxina em casos de: 
- Má absorção. 
 p.ex. doenças intestinais inflamatórias. 
- Gravidez: Devido ao aumento de produção tecidual e 
crescimento embrionário. 
- Drogas que reduzem a absorção da L-T4. 
 p.ex. AlOH, H2PO4. 
-Drogas que aumentam o metabolismo hepático. 
 p.ex. rifampicina, fenobarbital, carbamazepina. 
- Drogas ou situações que diminuem a conversão de T4 em 
T3. p.ex. amiodarona e deficiência de selênio. 
 
Requerimento diminuído de levotiroxina: 
- Envelhecimento maior que 65 anos. 
- Terapia androgênica em mulheres. 
 
 
3 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 
Liotironina (T3) – É mais ativa que a tiroxina. 
o Meia vida curta, devido a uma menor afinidade com as 
proteínas plasmáticas. 
o Usada para a supressão a curto prazo do TSH. 
 
➔ TSH e TRH: Uso em procedimentos diagnósticos. 
 Uso parenteral; 
 Custo elevado; 
Dose: 
O esquecimento da medicação por 1 ou 2 dias não 
ocasiona grandes problemas → Meia vida da da tiroxina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Toxicidade da tiroxina: 
Está relacionada ao nível hormonal. 
o Crianças: 
Agitação, insônia, aceleração na maturação e 
crescimento dos ossos. 
 
o Adultos: 
Nervosismo, intolerância ao calor, palpitação e perda de 
peso inexplicável 
 
Obs: O que se tem de efeitos indesejados é resultado de 
uma hiper estimulação dos hormônios T3 e T4. 
 
Farmacocinética: 
o Bem absorvidos por via oral. 
o A absorção ocorre em maior proporção no íleo e 
cólon. 
o A absorção do T4 é reduzida se o indivíduo fizer a 
ingesta do comprimido junto a alimentos, por isso, é 
indicado que se faça a ingesta antes do café da manhã. 
o Metabolização: 
Sua metabolização ocorre no fígado por meio da 
conjugação do ác. glicurônico para facilitar a eliminação 
do T4, bem como os anticoncepcionais. 
É eliminadopela bile, ou seja, via fezes e é reabsorvido 
pela circulação. 
 
USO: ATB + AC. GLICURÔNICO 
O indivíduo ao fazer a ingesta do anticoncepcional, ele é 
conjugado com o ácido glicurônico, ou seja, ele se torna 
mais hidrossolúvel, dificultando que ele atravesse a 
bicamada lipídica e seja reabsorvido. Acontece que quando 
esse complexo chega ao intestino ele é clivado por 
bactérias da flora, libera o ac. glicurônico, e o 
anticoncepcional que é lipossolúvel, é reabsorvido. 
 
USO: ATB + ANTICONCEPCIONAL 
No entanto, quando o paciente está usando 
anticoncepcional e antibiótico, essas bactérias estão em 
menor quantidade, logo, não possuem capacidade suficiente 
para quebrar esse complexo, assim, o anticoncepcional é 
eliminado nas fezes e tem seu efeito atenuado. 
HIPERTIREOIDISMO: 
Caracteriza-se pela exposição ao excesso de hormônios 
tireoidianos. 
 
Causas: 
o Bócio difuso tóxico (Doença de Graves); 
o Bócio multinodular tóxico: Proliferação dos folículos 
formando diversos nódulos. 
o Bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico). 
o Tireoidite linfocítica e tireoidite pós-parto. 
o Ingestão de hormônios tireoidiano em excesso. 
As mulheres são afetas pelo menos 5x mais que os homens. 
 
 
 
Doença de Graves: 
O indivíduo produz muito TSH, tem-se a produção de um 
anticorpo estimulador que produz uma substância que 
estimula a tireoide a produzir quantidades cada vez maiores 
de hormônios tireoidianos. 
 
Mas isso não levaria a redução de TSH e TRH? 
Sim, levaria, mas quem está estimulando a tireoide a 
produzir T3 e T4, não é TSH e TRH, logo, aumentar o 
feedback negativo não vai diminuir a produção de T3 e T4, 
pois é o anticorpo quem está estimulando a sua produção. 
Assim, tem-se um aumento de T3 e T4, com baixa de TSH. 
 
Sintomas do hipertireoidismo: 
o Fome excessiva; 
o Aumento do ritmo intestinal; 
o Nervosismo, insônia, labilidade emocional, ou seja, 
instabilidade afetiva. 
o Tremores; 
o Intolerância ao calor; 
o Palpitações; 
USO DE T3 E T4 EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: 
Gestação: É necessária a manutenção do 
equilíbrio, normalmente, é acometida por 
hipotireoidismo. 
Variações entre alta de T3 e de T4 podem 
ocasionar aborto espontâneo ou 
desenvolvimento fetal anormal. 
 
 
A imagem exemplifica a doença de 
graves, bócio e exoftalmia. 
 
4 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
o Emagrecimento; 
o Olhar vivo e brilhante; 
o Pele quente e úmida; 
 
Tratamento: 
➔ Terapia com agentes tireoidianos: 
Recomendado para pacientes jovens com glândulas 
pequenas e doenças leves. 
Clinicamente são usados: tionamidas, iodetos e iodo 
radioativo. 
 
I. Tionamidas: 
Tem-se o propiltiouracil e o metimazol. Os quais são 
fármacos bociógenos, ou seja, induzem a capacidade de 
TSH, podendo aumentar a glândula tireóide. 
O propiltiouracil é rapidamento absorvido e sua 
administração deve ser feita a cada 6 – 8h. Atravessa 
menos a barreira placentária, sendo a droga de escolha na 
gestação e lactação. 
O metimazol é totalmente absorvido em taxas variáveis e 
sua administração deve ser feita 1x ao dia. 
 
Mecanismo de ação: 
o Diminui a produção de hormônio. 
o Inibe a tireoide peroxidase (enzima que realiza a 
iodação das tirosinas e acoplamento MIT e DIT). 
o A liberação dos hormônios não é afetada, efeitos 
clínicos demoram a aparecer → Hormônio pré-
formado. 
 
Indicação: 
o Hiperfunção tireoidiana; 
o Doença de Graves: Hipertireoidismo, bócio difuso e 
exoftalmia. 
 
Toxicidade das tionamidas: 
o Ocorrem em 3 a 12% dos pacientes. 
o Mais comum: Erupções pruriginosa maculopapular 
acompanhada de febre. 
o Raros: 
Erupção urticariforme, vasculiete, artralgia, hepatite e 
linfadenopatia. 
Agranulocitose (pode ser fatal) → Realizar contagem 
basal de leucócitos. 
 
II. Inibidores aniônicos: 
O perclorato de potássio tem como efeito bloquear a 
captação de iodeto em pacientes com hipertireoidismo, 
principalmente os pacientes que tem hipertireoidismo 
induzido por amiodarona. 
É raramente usado pois causa anemia aplásica. 
 
III. Iodetos: 
Mecanismo de ação: 
o Inibição da organificação e liberação dos hormônios da 
tireoide, pois, impede a entrada do iodo. 
o Redução do tamanho e da vascularização da glândula 
hiperplásica. 
o Melhora dos sintomas tireotóxicos em 2 a 7 dias. 
 
Uso clínico: 
o Devem ser iniciados após a instituição da terapia com 
tionamidas. 
o Deve-se evitar o uso se houver necessidade de usar 
iodo radioativo. 
o Evitar uso na gravidez. 
o Não utilizar sozinho pelo risco de provocar 
exacerbação da tireotoxicose. 
 
Toxicidade: 
o Pouco frequente. 
o Aumento de volume das glândulas salivares. 
o Ulcerações das mucosas. 
o Conjuntivite. 
o Febre medicamentosa. 
o Gosto metálico. 
o Distúrbios hemorrágicos. 
 
Meios de contraste iodados: 
Ipodato e ácido iopanóico (via oral) 
Diatrizoato (via intravenosa) 
o Inibem a conversão de T4 e T3; 
o Relativamente atóxicos; 
o Terapia adjuvante na tempestade tireoidiana. 
(hiperatividade extrema e súbita de tireoide). 
 
IV. Iodo radioativo: 
o Administração oral. 
o Rapidamente absorvido e armazenado nos folículos e 
tem como característica a destruição do parênquima 
tireoidiano pela radioatividade. 
 
Vantagens: 
o Fácil administração; 
o Baixo custo; 
o Eficácia; 
o Ausência de dor; 
 
Obs: Não pode ser administrado na gravidez e lactação. 
 Risco de desenvolver hipotireoidismo. 
 
Se o paciente possui hipertireoidismo e apresenta sintomas 
de tireotoxicose, o tratamento consiste no uso de 
propranolol (betabloqueador), o qual é um fármaco que 
reduz a tireotoxicose e seus sintomas, ou seja, reduz o 
excesso de hormônios tireoidianos. 
 
➔ Tireoidectomia cirúrgica 
➔ Destruição da glândula com iodo radioativo

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