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M1 - CC05 - Responsabilidade Social e Ambiental

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Prévia do material em texto

Curso de Graduação a Distância 
 
 
 
Responsabilidade 
Social e 
Ambiental 
 
(2 créditos – 40 horas) 
 
 
 
Autores: 
Unidade 1: Fábio M. Ayres e Lucélia da C. N. Tashima 
Unidades 2 e 3: Lucélia da C. N. Tashima 
Unidade 4: Eloir Trindade V. Vieira 
 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Missão Salesiana de Mato Grosso 
Universidade Católica Dom Bosco 
Instituição Salesiana de Educação Superior 
 
 
Chanceler: Pe. Ricardo Carlos 
Reitor: Pe. José Marinoni 
Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profa. Rúbia Renata Marques 
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori 
Coordenadora Pedagógica: Profa. Blanca Martín Salvago 
 
 
Direitos desta edição reservados à Editora UCDB 
Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335 
www.virtual.ucdb.br 
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco 
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário 
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302 
CEP 79117-900 Campo Grande – MS 
 
 
AYRES, Fábio Martins; TASHIMA, Lucelia da Costa Nogueira; 
VIEIRA, Eloir Trindade Vasques. 
 
Responsabilidade Social e Ambiental / Fábio Martins Ayres; 
Lucelia da Costa Nogueira Tashima; Eloir Trindade Vasques 
Vieira. Campo Grande: UCDB, 2018. 54 p. 
 
Palavras-chave: 1. Meio Ambiente. 2. Responsabilidade social. 
3. Impactos ambientais. 
 
 
0221
 
3 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO 
 
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe 
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que 
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do 
seu curso. 
Elementos que integram o material 
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para 
a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina. 
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a 
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor. 
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-
fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo. 
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você 
possa aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para 
facilitar seu acesso aos materiais. 
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. 
As datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
Como tirar o máximo de proveito 
Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros 
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de: 
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas 
de comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA; 
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas 
audiovisuais, vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.; 
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto 
a calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros; 
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas 
necessidades como estudante, organize o seu tempo; 
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza-
gem, contando com a ajuda e colaboração de todos. 
 
 
4 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Objetivo Geral 
 
Fornecer informações que permitam a compreensão sobre a importância da 
preservação do meio ambiente e a responsabilidade social dos empreendimentos sobre o 
meio ambiente com fim a gerar ações sustentáveis para as gerações futuras. 
 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 – SOCIEDADE, CONSUMO E MEIO AMBIENTE .................................. 09 
1.1 Problemas ambientais: crises globais? ..................................................................... 11 
1.2 Sociedade, consumo e meio ambiente .................................................................... 13 
 
UNIDADE 2 – GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES COM 
IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE ......................................................................... 16 
2.1 Ambiente empresarial ............................................................................................ 16 
2.2 Empresa, unidade básica de organização econômica ................................................ 19 
2.3 Filosofia de uma empresa: missão, crenças e valores ............................................... 20 
2.4 Empresa como um sistema .................................................................................... 22 
 
UNIDADE 3 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E PÚBLICA DAS ORGANIZAÇÕES ... 26 
3.1 Conceitos de responsabilidade social ....................................................................... 26 
3.2 Empresa pública cidadã ......................................................................................... 29 
3.3 Auditoria e certificação social ................................................................................. 31 
3.4 Características e vantagens da SA 8000 .................................................................. 34 
 
UNIDADE 4 – BALANÇO SOCIAL ......................................................................... 37 
4.1 Balanço social e globalização .................................................................................. 37 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 49 
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ............................................................................... 51 
 
 
 
 
 
5 
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Avaliação 
 
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da 
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa 
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc. 
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de 
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo 
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo 
será avaliado, pois a aprendizagem é processual. 
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as 
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre 
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática. 
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de 
cada disciplina. 
 
Critérios para composição da Média Semestral: 
Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho 
atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas 
diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das notas 
recebidas nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso a disciplina 
possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas. 
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2 
Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6 
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno, dando 
a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 7,0 
possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. 
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda 
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral 
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina. 
Assim,se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5 
/ 2 = 5,5 (Aprovado). 
 
 
 
 
 
6 
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FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES 
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu 
cronograma e tenha um controle de suas atividades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o 
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem). 
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade. 
 
AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO ** 
Atividade 2.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
Atividade 3.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
Atividade 4.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
 
7 
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BOAS VINDAS 
 
Temos a grata satisfação de compartilhar a disciplina com você. 
O conteúdo que veremos é uma proposta de disseminação de um conhecimento 
pouco difundido pela comunidade acadêmica e que tem ganhado a atenção dos gestores. 
Por esta razão, teremos a necessidade de muita leitura, muita reflexão e uma dedicação 
especial para esta disciplina. Responsabilidade Social e Contabilidade Social é um 
conhecimento pouco aplicado pelos Contadores, pois não trata diretamente do Lucro das 
Empresas e do objeto da Contabilidade, o Patrimônio. Trata da relação social interna e 
externa da organização, do meio ambiente em que ela se encontra. Sendo assim, suas 
informações se relacionam com sua presença social na sociedade e com o meio ambiente 
em que se encontra. 
O foco da disciplina é levar a cada um de nós a reflexão sobre a responsabilidade 
social e como somos responsáveis por tudo aquilo que consumimos. Prestar contas ao meio 
social em que a organização está instalada, prestar contas a seus colaboradores 
funcionários, presença humana e motora da organização e prestar contas pela utilização do 
meio ambiente, espaço vital para cada um de nós, a cada dia que passa. Procurarei 
apresentar um conteúdo de maneira compreensível e instigante. Compreensível, porque o 
primeiro momento é de contato, leitura, compreensão, reflexão e ensaio. Instigante será 
para aqueles que quiserem, a partir do conteúdo, se aprofundarem e para isso 
disponibilizamos uma bibliografia que pode contribuir nesse sentido. O espaço social e 
ambiental é onde a comunidade tem maior acesso às informações e à possibilidade de 
socializar este conhecimento. 
Sendo a organização, uma célula viva e transformadora, desenvolve atividades que 
procuram alcançar os objetivos para os quais ali se instalou. Ao desenvolver suas atividades, 
estabelece relações muito estreitas com a comunidade, que espera dela a contribuição para 
a prosperidade de seus funcionários e das pessoas indiretamente envolvidas naquele 
negócio ou na representação de um interesse. O processo de compreensão da relação entre 
sociedade e organização se torna mais clara, evidente e transparente, à medida que 
busquemos melhor compreender a relação social, econômica e ambiental deste universo. No 
decorrer da disciplina proponho algumas atividades para facilitar a compreensão e 
assimilação do conteúdo, sempre procurando fazer com que você possa, a partir do 
conteúdo aqui apresentado, buscar leituras complementares nas bibliografias apontadas em 
cada unidade. 
Sucesso nos estudos! 
 
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Pré-teste 
 
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos conhecimentos 
prévios que você já tem sobre os assuntos que serão desenvolvidos nesta 
disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será pontuado. 
 
1. O que é sustentabilidade? 
a) Preservação ambiental. 
b) Utilização dos recursos naturais preservando-os para futuras gerações. 
c) Política de uso correto e manejo das atividades humanas. 
d) Crescimento populacional frente ao consumo. 
 
2. A educação ambiental, praticada nas salas de aulas, é conhecida como: 
a) Educação ambiental formal. 
b) Educação ambiental não formal. 
c) Educação ambiental participativa. 
d) Educação ambiental prática. 
 
3. Qual a diferença entre associação e fundação? 
a) Associações são empresas de caridade ou beneficentes. 
b) Na fundação o núcleo central é o indivíduo. 
c) Objetivo da associação é gerar lucro aos associados. 
d) Na fundação o patrimônio é uma exigência no momento da constituição. 
 
4. O que é empresa cidadã? 
a) Empresas que têm ações sociais somente estas, por fazerem parte do programa empresa 
cidadã. 
b) Fundações e Associações somente estas, por fazerem parte do programa empresa 
cidadã. 
c) Sociedade de Economia Mista e Empresas públicas somente estas, por fazerem parte do 
programa empresa cidadã. 
d) Empresas que fazem parte do programa Empresa Cidadã. 
 
Submeta o Pré-teste por meio da ferramenta Questionário. 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 
SOCIEDADE, CONSUMO E MEIO AMBIENTE 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender os aspectos relacionados ao impacto das 
mudanças na sociedade e seus desdobramentos sobre o consumo em sociedade. 
 
A preocupação com os efeitos dos impactos ambientais, decorrentes da ação 
humana na natureza, passou a receber maior atenção a partir da década de 1950, devido à 
queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta. Nessa época, surgiram 
movimentos ambientalistas, entidades governamentais sem fins lucrativos e agências 
governamentais voltadas para a proteção ambiental. 
No início da década de 1980, a ONU retomou o debate das questões ambientais. Gro 
Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega, foi indicada pela ONU para chefiar a 
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento com o objetivo de estudar o 
assunto. 
O documento final desses estudos chamou-se Nosso Futuro Comum, também 
conhecido como Relatório Brundtland. Apresentado em 1987, propõe o desenvolvimento 
sustentável, que é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a 
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades” (CMMAD, 1991). 
Essa nova visão das relações do homem com o meio ambiente deixa claro que não 
existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade, mas que há também um 
limite máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados. 
Também, na década de 1980, entraram em vigor legislações específicas que visavam 
controlar a instalação de novas indústrias e estabelecer exigências para as existentes. O 
enfoque era para o controle da poluição no final do tubo ou end of pipe, em que se tratava 
o efluente, resíduo ou emissão. Esse enfoque levava a visão do controle ambiental como um 
custo adicional para a organização. 
 
 
 
 
 
 
 
Dica de Aprofundamento 
Para saber mais sobre Protocolo de Montreal, acesse <http://camada-de-
ozonio.info/protocolo-de-montreal.html>. Acesso em: 12 dez. 2019. 
http://camada-de-ozonio.info/protocolo-de-montreal.html
http://camada-de-ozonio.info/protocolo-de-montreal.html
 
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A proteção ambiental era vista por um ângulo defensivo, estimulando apenas 
soluções corretivas que visavam atender a legislação. Mas, ainda na década de 1980, os 
gestores das empresas começaram a entender que as propostas ambientalistas poderiam 
representar uma redução do desperdício de matéria-prima, assim como assegurar uma boa 
imagem para a organização. 
O fenômeno da globalização das preocupações ambientais veio no final da década 
de 1980 com o Protocolo de Montreal, que bania os CFCs e a Convenção da Basileia1 que 
estabeleceu regras para o transporte transfronteiriço de resíduos. 
 
Assim ficou evidente que a questão ambiental ultrapassou os limites das ações 
isoladas e localizadas. Otimização do uso de matérias-primas escassas e não 
renováveis, racionalização do uso da energia, combate ao desperdício e redução 
da pobreza convergem parauma abordagem mais ampla do tema ambiental, 
que pode ser resumido em qualidade ambiental. 
 
Com as distintas interpretações de substantivos e adjetivos de Educação Ambiental, 
quando verbalizados juntos apresentam uma força de sensibilização e entendimento 
fortalecendo as leituras do território da potencialização socioeconômico e a proteção do 
ambiente natural (SORRENTINO, DOURADO, 2012). 
A criticidade dos problemas ambientais está se aproximando do nosso planeta, em 
que a lógica do aumento constante do consumo não pode ser mantida. Já se verificam os 
seus impactos no plano ecológico global. A exploração crescente dos recursos naturais 
coloca em risco as condições físicas de vida na Terra, uma vez que a economia capitalista 
exige um nível e um tipo de produção e consumo que são ambientalmente insustentáveis. 
Iniciativas do Ministério do Meio Ambiente vêm trabalhando para promover uma 
política de consumo sustentável que leve em conta três eixos: (BRASIL, 2012) 
 a realidade dos limites ecológicos da Terra, 
 a promoção da justiça social e 
 a necessidade de ser econômica e politicamente viável. 
Atualmente ocorreram alguns avanços na forma de pensar e agir em sociedade. No 
entanto, o grande desafio é quebrar o paradigma de influenciar e modificar o pensamento 
das pessoas em relação ao modo de consumo. 
A sensibilização de consumo começa a multiplicar e disseminar práticas individuais e 
coletivas conscientes, bem informadas e preocupadas com a problemática ambiental. O 
 
1 Para saber mais sobre a Convenção de Basileia, acesso: http://www.mma.gov.br/cidades-
sustentaveis/residuos-perigosos/convencao-de-basileia 
http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/convencao-de-basileia
http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/convencao-de-basileia
 
11 
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termo “sociedade sustentável” ganha destaque. Muitos atores cujas ações passam a fazer 
parte de um repertório compartilhado por aqueles que veem na mudança de atitudes dos 
cidadãos e empresas a possibilidade de interferir na qualidade do meio ambiente. 
Diversas teorias já são consolidadas nessas temáticas e cada vez são mais os 
consumidores que priorizam produtos que levam em conta a dimensão socioambiental. Esse 
consumidor enfatiza a reciclagem, o uso de tecnologias limpas, a redução do desperdício e o 
aumento do consumo de produtos que têm uma produção mais sustentável. 
A sustentabilidade é um caminho sem volta e o consumo sustentável é um salto 
qualitativo de complexa realização, pois agrega um conjunto de características que 
articulam temas como equidade, ética, defesa do meio ambiente e cidadania. Ainda, 
devemos expandir as práticas coletivas como norteadoras de um processo que, embora 
englobe os consumidores individuais, prioriza as ações na sua dimensão política. 
As políticas públicas devem ser estimuladas, políticas que promovam essa nova 
forma de relacionamento com o consumo e que controlem as práticas predatórias e 
insustentáveis. Isso possibilitará desenvolver conceitos e estratégias de redução de práticas 
pautadas pelo estímulo ao consumo por impulso, frequentemente desnecessárias e que 
geralmente implicam desperdícios. Vamos a partir de agora tentar entender como o 
progresso e o crescimento econômico está ligado ao meio em que vivemos. 
Ações como projetos e programas são fundamentais para atingir essa dimensão do 
coletivo e engajamento de toda sociedade. Vejam os projetos desenvolvidos com objetivo 
de construir o formato sustentável do pensamento, isso está sendo articulado pelos 
programas Vamos Cuidar do Brasil 
 
1.1 Problemas ambientais: crises globais? 
As noções de progresso e de crescimento econômico estão intimamente ligadas à 
imagem e aos significados atribuídos à natureza pelas sociedades industriais. Essa 
associação é importante, pois é por meio dela que podemos entender a maneira pela qual 
certa visão de natureza toma sentido dentro de uma estrutura econômica. No mundo 
ocidental, a visão de que a natureza constituía uma fonte de recursos foi fundamental no 
desenvolvimento do sistema capitalista. 
 
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Fonte: http://migre.me/wyFON 
 
Sabemos que na evolução das sociedades houve períodos de crise e de crescimento. 
Nos períodos de crise observamos a retração das atividades econômicas, e nos períodos de 
crescimento, a expansão dessas atividades. É importante lembrar ainda que, em períodos 
de crise, a redução do ritmo das atividades econômicas não significa, necessariamente, uma 
redução da degradação do meio ambiente. Ao contrário, em situações de crise a falta de 
investimentos na recuperação e na modernização dos equipamentos pode acelerar os 
processos de degradação. No século XIX, as novas formas de produzir, para atender ao 
consumo em grande escala, passaram a ser feitas em unidades de produção cada vez 
maiores e geograficamente concentradas. 
Esse conjunto de transformações operadas no modo de produzir caracterizou o que 
se denomina sociedade industrial. Segundo Raymond Aron (1981, p. 162), a sociedade 
industrial é definida como “a sociedade em que a indústria, a grande indústria, seria a 
forma de produção mais característica”. A denominação sociedade industrial corresponde, 
assim, a um período dominado pela racionalidade, pela ideia de progresso e de mudança, 
no sentido de ruptura com o passado. Podemos resumir essa perspectiva recorrendo a 
Nisbet (1985, p. 320), que afirma que: “Tem-se de recordar que um dos pressupostos 
básicos da ideia moderna de progresso é a fé no caráter invariável da natureza; julga-se 
que a natureza amanhã será igual a que é hoje e foi ontem”. 
Na sociedade ocidental, o atual momento histórico está sendo denominado pós-
modernidade. Embora o termo não constitua um consenso, vem se impondo como 
referência importante desde a década de 1960, para caracterizar, uma vez mais, a ruptura 
com o passado. Em linhas gerais, a pós-modernidade caracteriza-se pela descoberta de que 
há incertezas no processo de conhecimento, de que as explicações científicas são 
 
13 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
necessariamente parciais e que não há uma versão única de progresso. Trata-se de um 
termo que descreve um processo de reestruturação política, econômica e cultural. 
O fundamento é desconstruir o que entendia como progresso e como invariabilidade 
das condições ambientais. Para muitos autores, pós-modernidade significa a ênfase ao 
imediato e ao evidente, à substituição do fato pela aparência e da palavra pela imagem. 
Para outros, a pós-modernidade caracteriza-se pela consciência da incerteza e pela 
compreensão das interações entre elementos dissociados. É nesse sentido de associação de 
elementos dissociados que se pretende compreender o meio ambiente como elemento em 
mudança permanente. Para Ianni (1995, p. 212): 
 
A pós-modernidade retrata o universo da fragmentação, do virtual, do 
presente que se dissolve, imediatamente superado: “As conquistas da 
ciência, traduzidas em tecnologias, abrem muitas possibilidades práticas e 
imaginárias. Tanto assim que alguns os que dispõem de meios e 
informações, podem desprender-se dos parâmetros sedimentados, das 
explicações acumuladas... São padrões e valores socioculturais, alterações 
nas formas de sociabilidade, desenraizamentos de coisas, gentes e ideias. 
 
Do ponto de vista do movimento ecológico, começa a despontar a noção de que, 
apesar do avanço técnico, há uma situação de dependência do ser humano em relação à 
natureza, mas que não tem nada de subordinação. Ao contrário, ela remete à ideia de 
compromisso e integração, o que pressupõe que a natureza deixe de ser vista como o 
grande e inesgotável reservatório de recursos e passe a ser entendida como uma questão 
que toca as próprias raízes do ser humanoe sua sobrevivência. 
Para os movimentos ecológicos, a base para a compreensão do atual período pós-
moderno está no conceito de cidadania ambiental que esses movimentos trouxeram à tona. 
Fundamentada na ideia de compromisso, a cidadania ambiental coloca a defesa do meio 
ambiente no campo político. Esse é o desafio para a compreensão das relações 
sociedade/natureza como sendo diferenciadas e traduzindo as diversas formas com que 
cada sociedade se relaciona com a natureza. 
 
1.2 Sociedade, consumo e meio ambiente 
 
O Consumo e meio ambiente são indissociáveis. O ato de consumir é inerente à 
espécie humana e implica em fazer parte da cadeia trófica. Significa, portanto, depender da 
natureza. Consumir é uma ação individual. O consumo não é inato e invariável, e sim é 
dinâmico, modifica-se. As necessidades de consumo são culturais e mutáveis. Logo, 
consumir é uma ação social. Toda a sociedade tem uma forma própria de governar a 
 
14 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
produção e de controlar a natureza. São formas dinâmicas que originam novas organizações 
sociais, econômicas e políticas. 
A dinâmica das mudanças na sociedade leva a novos padrões de comportamento e a 
demanda crescente por novos produtos que refletem no sistema produtivo. A produção só 
toma sentido se houver em contrapartida e na mesma proporção, o consumo. 
A demanda da sociedade requer, além de produtos em escala, a necessidade de 
obtê-los com custos menores, qualidade melhor e características específicas e 
personalizadas, exigindo a melhoria das técnicas de produção e de gestão, resultando em 
aumento da produtividade. Dessa forma, o crescimento populacional exerce uma forte 
pressão na demanda por mais produtos, elevando o volume de produção e forçando o 
desenvolvimento de novas tecnologias. 
 
Figura 1 - Relação entre consumo e meio ambiente 
Novas Tecnologias 
Novas formas de 
controle da 
natureza 
Novas formas 
de trabalho 
Novas formas de 
consumo 
 
Nas pessoas Na Sociedade Na natureza 
 
Os bens objeto de 
consumo 
O significado de 
consumir 
As problemáticas ambientais 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 
Nesse contexto, as organizações precisam evoluir para se adequar às constantes 
exigências da sociedade e das instituições. Necessitam incorporar novas tecnologias e 
modelos organizacionais e lidar com o novo paradigma da questão ambiental. Devem 
promover mudanças para adaptação a exigências de órgãos reguladores ou novos mercados 
que implicam em incorporação e adaptação de novas tecnologias. É necessário analisar as 
transformações e as mudanças para adequação ao paradigma ambiental. 
 Produzem Mudanças 
 Transformam 
 
15 
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Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1. 
 
 
 
 
 
16 
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UNIDADE 2 
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DAS 
ORGANIZAÇÕES COM IMPACTOS NO MEIO 
AMBIENTE 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Propor uma reflexão em torno do papel da empresa no 
meio social e seu papel de desenvolvimento socioeconômico. 
 
Após conhecer todos os adjetivos direcionados pela Educação Ambiental, vamos tentar 
refletir sobre como as organizações utilizam essa prática dentro do ambiente empresarial. 
2.1 Ambiente empresarial 
Algumas inovações que surgiram ao longo dos anos apresentaram impactos bastante 
danosos ao meio ambiente e à vida das pessoas, como por exemplo o uso de agrotóxicos, 
descarte de pilhas e baterias, uso intensivo de combustível fóssil entre outros. A utilização e 
o descarte desses produtos têm gerado impactos tanto na natureza (flora e fauna) como na 
saúde das pessoas. Nesse sentido, as inovações tecnológicas têm requerido análises 
criteriosas antes de serem lançadas no mercado. 
As empresas que fabricam produtos químicos têm um impacto bastante forte no meio 
ambiente e na saúde dos trabalhadores. Além disso, existe uma diversidade de outras 
indústrias que utiliza esses produtos químicos em seus processos de produção. Se esses 
produtos forem danosos para a natureza e para as pessoas eles farão um estrago grande, 
comprometendo a qualidade de vida na Terra. 
Mas, a tecnologia está se desenvolvendo mais a cada dia, então, será que não existe 
uma forma de diminuir os impactos dos produtos químicos com o uso de tecnologia e 
inovação? 
Será que nossas organizações estão pensando na responsabilidade social que existe 
dentro desse processo?? 
As inovações em produtos ou processos também podem ser responsáveis pela 
redução do impacto das atividades empresariais no meio ambiente, como por exemplo 
ajudar na redução da emissão de gases causadores do efeito estufa e liberação de resíduos, 
bem como reduzir os gastos das empresas com energia, água, material, entre outros 
insumos. Devido ao setor químico tratar do uso de substâncias, muitas vezes, nocivas à 
 
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saúde das pessoas, a avaliação dos possíveis impactos no capital humano também é 
importante, para buscar maior qualidade de vida tanto dos funcionários das empresas como 
dos usuários dos produtos. 
Vamos rever algumas informações históricas no Brasil para entender quando e como 
essa preocupação com a responsabilidade social começou. 
A década 80, representa o marco inicial da preocupação ambiental no Brasil. Até 
então, as empresas agiam como se o meio ambiente tivesse capacidade infinita de se 
recuperar. As transformações causadas pelo homem provocam as alterações mais 
profundas e, não raramente, irreversíveis no Planeta. Diversos são os exemplos. O Rio Tietê 
(SP) e a Baía da Guanabara (RJ) são casos emblemáticos. Somas vultuosas têm sido gastas 
para recuperar a condição original destes locais, porém poucos são os resultados positivos 
verificados até os dias atuais. 
Surge então a premissa de que as empresas precisam prestar contas com a sociedade 
do uso e impacto ambiental que suas atividades desenvolvem. Nesse contexto, a 
Contabilidade Social se apresenta sob diversas formas conceituais e sob diversas dimensões 
teóricas. Pode-se dizer que em sua maior produção, até recentemente, sempre foi tratada 
como disciplina da área econômica, tendo como objetivo a apresentação quantitativa da 
riqueza do país, sistematizando informações macroeconômicas. Esse conteúdo expressa um 
meio de prestação de contas nacionais, que trata dos sistemas de fluxos financeiros e do 
balanço da riqueza nacional. 
O propósito da presente disciplina, no entanto, não é tratar da Contabilidade Social 
como disciplina da área econômica, mas sim da Contabilidade que estuda os fenômenos 
patrimoniais das células sociais e sua influência na sociedade humana. Tem ainda como 
proposta um meio de prestação de contas, uma responsabilidade social das organizações 
econômicas do nosso país, uma resposta da utilização do meio social e ambiental para 
produção de sua riqueza. Riqueza, que do ponto de vista contábil, se representa através do 
patrimônio, que é o conjunto de bens, créditos, débitos, dotações e previsões que se acham 
à disposição de uma azienda em dado momento (Sá e Sá 1993, p. 405). 
Para este fim denominamos aziendas as organizações econômicas, as células sociais 
que possuem expressões econômicas de qualquer dimensão. Assim podemos dizer que uma 
residência, uma associação, uma empresa, uma organização pública, ou qualquer outro 
ente que represente interesses econômicos coletivos representa uma célula social. 
 
As organizações econômicas são denominadas de Aziendas. Azienda é um 
patrimônio bem determinado, uma pessoa física ou jurídica. São sistemas 
organizados que visam atingir um fim qualquer, como a residência, a 
empresa, a prefeitura, uma organização do terceiro setor, um hospital, 
 
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enfim, um sistema organizado que empreende e gera uma riqueza, um 
patrimônio (Sá e Sá, 1993, p. 40). 
 
As organizaçõesinteragem entre si e no meio social produzindo bens e serviços. A 
relação de produção de bens e serviços é uma conexão social complexa entre pessoas 
físicas e jurídicas. Esta relação produz um expressivo volume de informações do tipo social, 
ético, ambiental e ecológico (KRAEMER, 1996). 
Com a globalização dos mercados as informações tomaram dimensões universais e 
com isso o patrimônio, a riqueza, passou a ter sua origem ecológica e social muito 
observada. O patrimônio, objeto contábil, se desenvolve a partir do comportamento do ser 
humano em relação ao uso e consumo de bens de sua necessidade e desejo. Este consumo, 
no entanto, já ocorre com um olhar ecológico e social. A transparência, nas informações 
empresarias, facilita ao consumidor descobrir se o produto foi produzido observando 
critérios de utilização de mão de obra, como a questão do trabalho infantil ou do trabalho 
escravo e das questões ecologicamente corretas de consumo de bens naturais. Esta é a 
relação de prestação de contas à sociedade, sobre a utilização do meio para a produção de 
riqueza 
Estas relações responsabilizam socialmente a cada agente, pessoa física ou jurídica. A 
riqueza, gerada a partir do consumo de serviços e de bens do meio natural, impactam a 
vida de toda uma sociedade. A razão da proposta de prestar contas perante esta mesma 
sociedade, das relações econômicas com o próprio meio, é uma forma de justificar a 
natureza do patrimônio. Não basta informar o volume do patrimônio ou a sua evolução, 
requer entender a origem e a destinação desta riqueza, não como meio de controle, mas 
sim como um meio de efeitos sociais e ambientais. 
A sociedade brasileira está a caminho de uma organização social cada vez mais 
expressiva, conhecida como organização do Terceiro Setor. Este meio de associação 
representa a busca da sociedade em participar das decisões coletivas das políticas públicas, 
meio de gestão compartilhada sobre os destinos da sociedade que representa, tanto nos 
aspectos éticos, ecológicos, legais, científicos e econômicos das organizações privadas, 
assim como nos aspectos políticos, administrativos, éticos, ecológicos, legais, científicos e 
econômicos no âmbito do Poder Público, no desenvolvimento das atividades dos governos 
nas esferas federal, estadual e municipal. 
Pode-se dizer então, que os organismos do Terceiro Setor representam um meio de 
equilíbrio de forças econômicas e políticas de um espaço social. O impacto que uma 
empresa, causa no meio social, ambiental, legal e ético em termos econômicos e o papel do 
 
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estado neste mesmo meio, desenvolvendo suas políticas públicas, está sendo sempre 
observado e vigiado pelas Organizações do Terceiro Setor. 
 
2.2 Empresa, unidade básica de organização econômica 
 
As empresas fazem parte do conjunto de entidades denominadas de organizações, 
que se constituem em organismos, como entidades industriais, comerciais, financeiras, 
recreativas, desportivas, religiosas, familiares e outras. Todas as organizações podem ser 
consideradas entidades econômicas, pois adquirem, consomem, produzem e distribuem 
bens e serviços. A empresa vista como um sistema organizacional exerce atividade 
econômica independente de sua forma jurídica. 
 
Empresa é um agrupamento humano hierarquizado que põe em ação meios 
intelectuais, físicos e financeiros, para extrair, transformar, transportar e 
distribuir riquezas ou produzir serviços, conforme objetivos definidos, por 
uma direção individual ou de colegiado, fazendo intervir em diversos graus, 
motivação de benefício e de utilidade social” (MOSIMANN; FISCH, 1999, p. 
118). 
 
Na sociedade de mercado, a empresa é a unidade básica da organização da 
economia, representando a alavanca do desenvolvimento econômico em ambientes macro e 
microeconômico. São células de desenvolvimento de grande parte da riqueza e têm, com 
isso, responsabilidade social com o meio em que atuam (KRAMER, LEITE, 1997). São 
organizações com grande impacto ambiental e social, atingindo o meio ambiente local e os 
seus funcionários e a comunidade em que se instalam e geram convivência socioeconômica. 
Nesta convivência podem gerar oportunidades de novos negócios, expandir o meio de 
riqueza, mas também gerar maior consumo de energia, maior quantidade de lixo, afetando 
o meio ambiente sob o aspecto social e ecológico. 
Organizações são formações sociais articuladas em sua totalidade, com um número 
necessário de membros, que denominamos de sócios, empregados diretos e indiretos. Têm 
funções internas diferenciadas, possuem, de maneira consciente, fins e objetivos específicos 
e estão ordenadas de forma racional, pelos mesmos intencionalmente, tendo em vista o 
cumprimento desses fins e objetivos. As organizações possuem uma espécie de classificação 
que as definem segundo os seus objetivos. Por exemplo: 
 Associação voluntária de iguais: Organização em que as pessoas entram livremente, 
com finalidade específica. São os clubes, as associações, as igrejas. 
 Modelo militar: Enfatiza uma hierarquia de autoridade e uma posição fixa. São as 
Forças Armadas. 
 
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 Modelo filantrópico: Consta de uma diretoria leiga, um quadro itinerante de 
profissionais e os clientes atendidos. São os hospitais, as universidades. 
 Modelo de cooperação: Possui acionistas, cotistas, sua diretoria, gerentes e pessoal. 
Empresas 
 Negócio de família: Grupo de pessoal ligados por laços de sangue e casamento 
possuem empresa com fins lucrativos. Indústrias Matarazzo, grupo Pão de Açúcar. 
 
2.3 Filosofia de uma Empresa: missão, crenças e valores 
 
Missão é a existência de um objeto comum às suas partes, que as integra de forma a 
constituir o “todo”. Objetivo é o alvo que se pretende atingir. Partindo desse pressuposto, 
podemos dizer que os diversos componentes do sistema empresarial interagem para que 
este alcance os seus objetivos preestabelecidos. Portanto, a missão da empresa consiste no 
ramo de negócios a ser seguido, estabelecendo os limites para atuação e o campo que 
pretende crescer e competir, bem como a satisfação das necessidades do mercado externo 
(PEREZ JR, PESTANA e FRANCO). 
A empresa precisa ter sua missão clara e objetiva para que tenha um bom 
desempenho de seus processos internos e o seu sistema institucional seja aceito de modo 
geral por todos os que dela fazem parte. A missão da empresa deve englobar os seus 
valores fundamentais, os produtos e serviços a serem oferecidos para o mercado 
consumidor, o ramo de atuação e a clientela a ser atendida. 
A missão é a razão da presença da empresa no mercado e esta razão transparece os 
propósitos de sua existência. Cada um de nós tem uma missão a cumprir durante a vida. As 
empresas estabelecem missões com a mesma finalidade, tornando pública suas ações e 
atitudes e prestando contas do cumprimento no todo ou em parte dos seus projetos. Passa 
ser um meio de prestação de contas do cumprimento no todo ou em parte de seu projeto 
missionário. 
Por meio de seus gestores, a empresa deve praticar ações que aperfeiçoe o resultado 
econômico que consiste no crescimento da sua riqueza, garantindo a sua continuidade, 
atendendo os seus objetivos sociais e de seus proprietários. 
A missão da empresa facilita a leitura da comunidade quanto à sua presença neste 
meio. A reflexão da disciplina gira em torno da responsabilidade social da empresa. A sua 
responsabilidade se torna transparente quando com clareza traduz perante a comunidade 
sua efetiva missão, sua razão de existir, além do lucro. 
Esta relação de responsabilidade social da empresa com a comunidade deve ser 
 
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mensurada e para exercer este papel se recorre à Contabilidade Social. Para medir estes 
resultados de relação entre empresa e comunidade há a necessidade de um sistema de 
informaçãoque seja eficaz e legível por todas as camadas que formam aquele sistema 
social e organizacional. 
Crenças são convicções da empresa em relação aos aspectos ecológicos, a promoção 
da qualidade de seus produtos e serviços, a consideração de seus funcionários como o seu 
principal ativo, a manutenção da ética nos negócios com seus fornecedores e clientes e o 
cumprimento da legislação vigente (PEREZ JR, PESTANA e FRANCO). 
Estas convicções empresariais são um meio de resposta entre a sua filosofia e a 
efetiva ação como elemento empreendedor no meio social. Como agente econômico, sua 
ação empreendedora pode ferir parte ou todo de seus princípios e crenças, em razão da 
competitividade de mercado e do risco de sobrevivência. É neste momento que a 
Contabilidade Social tem papel preponderante na avaliação efetiva das crenças propostas. 
Será o meio de conciliação e prestação de contas entre o que se propôs como crenças 
e o que de fato se pratica. As crenças, convicções instaladas no momento de implementar a 
filosofia da organização terá sua avaliação percebida, lida, interpretada no momento em que 
as ações estarão sendo realizadas e a comunidade, com o auxílio da Contabilidade Social, 
avalia o compromisso social e ambiental. 
Valores são os papéis, as ações da empresa no meio em que se instala. A empresa, a 
organização propõe agir com integridade, respeitar o ser humano, ter qualidade sempre no 
que faz, buscar resultado com garantia de sucesso, exercer a autoridade com 
responsabilidade, exercer a comunicação com criatividade e satisfazer os clientes (PEREZ 
JR, PESTANA e FRANCO). 
Representam convicções básicas de como conduzir a existência de um indivíduo ou de 
uma organização, empresa ou comunidade. É o que se acredita estar certo, o que é 
importante e quanto é importante ter a conduta dentro dos valores estabelecidos. 
Para as empresas a definição de valores está relacionada ao atendimento de seus 
clientes utilizando os serviços de seus empregados, o relacionamento ético na prática de 
seus negócios, utilizando com racionalidade o meio ambiente ecológico e respeitando o 
meio ambiente social. 
A boa relação com os seus funcionários a inserção dos familiares dos funcionários no 
contexto social-empresarial, o respeito ao meio ambiente, questão muito presente na 
atualidade, a responsabilidade social quanto à produção de sua riqueza e à comunicação 
transparente de seus atos faz com que tenha boa aceitação local. 
Estas atitudes, relacionadas aos valores propostos, os indicativos de que não estão 
sendo gerados passivos ambientais, a forma de como ocorre a distribuição da riqueza 
 
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produzida com o meio local, o princípio claro de continuidade da empresa e a ética nos 
negócios são indicadores possíveis de serem lidos, interpretados pela contabilidade social. 
Os valores organizacionais são parâmetros sociais de prestação de contas. Grande 
parte deles lidos e percebidos no Balanço Social da organização. O Balanço Social é um 
demonstrativo que evidencia as ações das empresas na sociedade em que estão inseridas, o 
compromisso com ela estabelecidos como emprego, renda e desenvolvimento social, onde a 
riqueza produzida seja a expressão da missão, das crenças e dos valores propostos. 
 
2.4 Empresa como um sistema 
 
A definição de sistemas de uma empresa é o conjunto de atividades desenvolvidas 
dentro da empresa com o mesmo objetivo que é a produção, onde todos os setores estão 
interligados com a finalidade de alcançar as metas definidas pela empresa, conforme 
Mosimann e Fisch (1999, p. 19): 
 
Uma característica fundamental de um sistema é a existência de um 
objetivo a ser alcançado. O próprio conceito de sistema envolve a ideia de 
partes que interagem para alcançar um objetivo comum. Assim, os 
diversos componentes do sistema empresa interagem, para que esta atinja 
seus objetivos. Por objetivo entende-se o alvo ou desígnio que se quer 
atingir. 
 
A empresa como um sistema está sendo discutido, estudado e refletido nesta 
disciplina, por conta de sua relação com o meio ambiente interno e externo. Como meio 
ambiente interno se estuda o meio de produção de riqueza e conhecimento e 
desenvolvimento humano e tecnológico, envolvendo os seus colaboradores (empregados), 
seus sócios-administradores. A busca do objetivo empresarial gera a expectativa nos seus 
colaboradores de desenvolvimento econômico e social, não só da empresa, mas de seus 
empregados. O desenvolvimento das atividades empresariais cria expectativas, 
oportunidades, agregação de valores institucionais e pessoais, formação profissional e 
acadêmica e de desenvolvimento social. 
O impacto causado no meio externo poderá ser lido e entendido a partir dos reflexos 
que a riqueza causa no meio ambiente, os benefícios de sua presença e as oportunidades 
para a geração de novos negócios e os efetivos impactos da utilização de meios de 
produção que empresa provoca. Esta relação da empresa com o meio ambiente estabelece 
caminhos de comunicação e relação com o meio denominados de sistemas. 
Empresa como Sistema Aberto e Dinâmico – Pode-se entender uma empresa 
como um conjunto de elementos, que funcionam interdependentes entre si, com a 
 
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finalidade de atingir um objetivo comum. São departamentos com rotinas e formalizações 
próprias, mas que obedecem a um critério único de gerenciamento, tudo organizado de tal 
forma a garantir uma perfeita harmonia entre seu ambiente funcional e seu potencial 
humano, visando melhores resultados. Segundo Catelli (2001, p. 38 e 39). 
 
Como um sistema aberto, a empresa encontra-se permanentemente 
interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico, realiza uma 
atividade ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante 
mutação e requerem seja constantemente orientadas ou reorientadas para 
sua finalidade principal. 
 
O sistema dinâmico realiza uma atividade ou um conjunto de atividades, que mantém 
em constante mutação e requerem que sejam constantemente orientadas para sua 
finalidade principal. Há uma interação entre a empresa e o meio ambiente em que está 
inserida, por meio de seus clientes, fornecedores, órgãos financeiros, entidades 
governamentais e não governamentais, sociedade, acionistas e concorrentes. 
Os sistemas empresariais abertos recebem do meio ambiente externo bens e serviços 
que depois de processados geram novos bens e serviços. Os bens e serviços transformados 
atendem ao mercado consumidor que responde pela sua satisfação ou não, por meio de 
seus clientes. A satisfação ocorre pelo próprio consumo ou pela necessidade da realização 
de novas transformações de bens e serviços. Este sistema aberto provoca uma intensa 
comunicação de relações comerciais, gerando riquezas e oportunidades de novos negócios. 
A comunidade se beneficia em parte ou no todo nestas relações. Os benefícios são medidas 
mensuráveis de forma muito sensível e seus resultados nem sempre são percebidos de 
imediato pelos consumidores. Os aspectos do meio ambiente ecológico só estão sendo 
percebidos pela comunidade consumidora nas últimas décadas, enquanto na verdade seus 
efeitos vêm sendo provocados pelo sistema produtivo há muitos anos. 
Subsistema Institucional: É formado por um conjunto de crenças, valores e 
expectativas dos gestores da empresa; que se transformam em diretrizes sob as quais são 
organizados todos os componentes do sistema empresa aos resultados desejados e 
referem-se aos princípios que norteiam o comportamento diante de seus clientes, 
fornecedores, bem como sua força de trabalho, tais como: ética, credibilidade e 
confiabilidade em seus produtos. 
O Sistema Institucional já foi estudado anteriormente, quando se propôs uma reflexão 
sobre missão, crenças e valores. Sistemas organizacionais importantes para identificar a 
razão da presença da empresa no meio ambiente.24 
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Subsistema Social: Diz respeito aos elementos individuais da força de trabalho, 
como: criatividade, motivação, liderança etc. Uma equipe motivada e satisfeita com as 
condições que a empresa lhe oferece, produz muito mais resultados à organização. Portanto 
toda organização deve ter como primordial seu potencial humano, proporcionando-lhe 
treinamento técnico, condições humanas, assistência médica e lazer. 
Do ponto de vista interno, este é o ambiente onde a contabilidade social tem seu 
objeto de maior concentração. Neste ambiente nasce o Balanço Social, meio de expressão 
da Responsabilidade Social com a sua população interna. Este tema terá maior 
aprofundamento na terceira unidade, quando trataremos da Contabilidade Social 
propriamente dita. 
Subsistema Organizacional: Refere-se à burocracia interna da organização, ou 
seja, a divisão de suas rotinas em departamentos, obedecendo a hierarquia, definindo 
assim, o grau de responsabilidade e poder de decisão dado a cada cargo de gestão a fim de 
se definir a estrutura básica e ramificações de sua administração. 
 A organização da empresa traduz a sua relação de poder, de comunicação com os 
seus empregados, o nível de democracia ou não de decisão de como desenvolve suas 
atividades e o nível de participação dos seus empregados na decisão de como realizar os 
seus processos de produção. Não define, esta metodologia de organização, se o grau de 
responsabilidade social é maior ou menor, define apenas oportunidades internas de decisão. 
Subsistema De Gestão: É o sistema operacional em si. O subsistema de gestão é 
considerado o painel de bordo da organização, neste painel, são visualizados todos os 
indicadores do funcionamento da empresa, ou seja, o grau de realização de cada 
planejamento estratégico definido. Por ser responsável pela dinâmica do sistema, requer um 
conhecimento adequado da realidade, para isto, se utiliza das informações armazenadas e 
geradas pelo sistema de informação. 
A gestão oferece, dependendo do nível de democracia ou não, a oportunidade de seus 
empregados desenvolverem suas habilidades de gestão. São meios de desenvolvimento 
humano por competências estruturadas ou não, onde o empregado poderá demonstrar a 
sua capacidade de tomar decisão. Também é conhecido como Contabilidade por 
Responsabilidade, onde cada responsável por tarefa ou por setor, prestará contas da 
oportunidade e dos resultados que obtém, quando a oportunidade lhe é oferecida. 
 
 
 
 
 
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Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2 e a 
Atividade 2.1. 
 
 
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UNIDADE 3 
RESPONSABILIDADE SOCIAL E PÚBLICA DAS 
ORGANIZAÇÕES 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: O objetivo é discutir as alternativas práticas de 
Responsabilidade Social das organizações, pois esta vem sendo utilizada de forma a 
contribuir para o desenvolvimento sustentável, e a partir deste pressuposto é que as 
organizações buscam atender a questão social. 
 
3.1 Conceitos de responsabilidade social 
Iniciaremos nosso estudo entendendo as definições aplicadas à Responsabilidade 
Social nas organizações públicas e privadas. Primeiramente, vamos definir o que vem a ser 
Responsabilidade Social e para que fiquem mais claras essas definições, Davis (1973, p.12), 
exclui o que não é responsabilidade social: 
- Não é uma ação de caridade; 
- Não é apenas a atribuição de um prêmio anual aos colaboradores; 
- Não é cuidar dos lixos tóxicos, reciclar tinteiros; 
- Não é a publicação anual das contas da empresa; 
- Não é o estrito cumprimento dos requisitos legais. 
O conceito não contempla ações isoladas e sim um conjunto de ações orquestradas 
de forma contínua dentro das organizações. Segundo a Norma ISO 26000 (2010, p. 01): 
 
A responsabilidade social das empresas é a integração voluntária de 
preocupações sociais e ambientais nas suas operações e na sua interação 
com todas as partes interessadas. Assim, as empresas contribuem para a 
satisfação das necessidades dos seus clientes, gerindo simultaneamente as 
expectativas dos trabalhadores, dos fornecedores e da comunidade local. 
 
A norma menciona que esses conceitos contribuem de forma positiva para a 
sociedade em geral, gerencia os impactos ambientais da empresa, garante a segurança dos 
seus colaboradores, assegura a qualidade dos seus produtos ou dos serviços 
proporcionando vantagens diretas para os negócios. 
Na visão da Norma ISSO 26000, essa postura empresarial é um investimento, 
através da qual se pode adotar uma estratégia de longo prazo. Estudos desenvolvidos pelo 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, 2000), explicam que o 
conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) está associado ao conhecimento de 
 
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que as decisões e os resultados das atividades das empresas alcançam um universo de 
agentes sociais muito mais amplo do que o composto por seus sócios e acionistas. Desta 
forma, a responsabilidade social corporativa, ou cidadania empresarial, como também é 
chamada, enfatiza o impacto das atividades das empresas para os agentes com os quais 
interagem: empregados, fornecedores, clientes, consumidores, colaboradores, investidores, 
competidores, governos e comunidades. 
O BNDES enfatiza que estes conceitos expressam um compromisso que vai além do 
exposto pelas empresas: cumprimento das obrigações trabalhistas, tributárias e sociais da 
legislação ambiental, de uso do solo e outras descritas através de compromissos assumidos 
pela empresa. Expressa a adoção e a difusão de valores, condutas e procedimentos que 
induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, para que 
também resultem em preservação e melhoria contínua da qualidade de vida das sociedades, 
do ponto de vista ético, social e ambiental. 
O tema da responsabilidade social integra-se ao da governança corporativa como 
uma administração das relações contratuais e institucionais estabelecidas pelas empresas e 
as medidas adotadas para o atendimento das demandas e dos interesses dos diversos 
participantes envolvidos. Desta forma, a responsabilidade social está relacionada com a 
gestão de empresas em situações cada vez mais complexas, nas quais as questões 
ambientais e sociais são crescentemente mais importantes para assegurar o sucesso e a 
sustentabilidade dos negócios. 
Segundo o estudo do BNDES, o desenvolvimento desses conceitos dos debates a 
eles vinculados está inserido no contexto internacional da globalização dos mercados. Esta, 
ao mesmo tempo que amplia as possibilidades de trocas internacionais, impõe barreiras e 
desafios no campo ético, cultural, político e comercial, como: 
a) Posicionamento mais consciente e exigente dos consumidores e organizações da 
sociedade civil, atentos ao padrão competitivo das corporações em todo o mundo, 
sobretudo, quanto à exploração de inadequadas condições sociais e trabalhistas; 
b) A questão do dumping social envolve tanto valores éticos quanto a argumentação 
de caráter protecionista não formais; 
c) Outros assuntos que também envolvem a globalização e a responsabilidade social 
corporativa são: evitar choques culturais, no ambiente interno e externo às companhias, 
conquistar aceitação e credibilidade dos novos mercados, e as dificuldades decorrentes dos 
processos de fusão e aquisições. 
Desse modo, segundo Silva (2001), a responsabilidade social corporativa não está 
situada apenas no âmbito da caridade ou da filantropia tradicionalmente praticada pela 
iniciativa privada. Seu conceito está muito mais próximo das estratégias de sustentabilidade 
 
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de longo prazo das empresas que, em sua lógica de performance e lucros, passam a incluir 
a necessária preocupação com os efeitos das atividades desenvolvidase o objetivo de 
proporcionar bem-estar para a sociedade. 
Assim, o autor defende que o tema permeia a estrutura organizacional e gerencial 
das empresas de seus parceiros sociais. Por meio da distribuição de riqueza, a empresa 
realiza ações cooperativas proporcionando desenvolvimento das comunidades, no âmbito 
local, regional e nacional, que podem se relacionar diretamente com os objetivos do negócio 
empresarial. 
A responsabilidade social pressupõe o estudo e mapeamento da comunidade e da 
sociedade como partes interessadas da organização, com necessidades que precisam ser 
atendidas. Significa, ainda, a responsabilidade pública, ou seja, o cumprimento e a 
superação das obrigações legais decorrentes das próprias atividades e produtos da 
organização. É também o exercício de sua consciência moral e cívica, advinda da ampla 
compreensão de seu papel no desenvolvimento da sociedade. 
Trata-se, portanto, do conceito de cidadania aplicado às organizações, conforme 
critérios de excelência, da fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade em 2012. 
Segundo Tinoco (2001), na visão de governança corporativa exclusivamente direcionada 
para a performance financeira, o exercício da responsabilidade social pode ser entendido, à 
primeira vista, como um custo adicional para as empresas, seus sócios e acionistas, pois são 
recursos que de outra maneira estariam sendo reinvestidos ou distribuídos sob forma de 
lucros e dividendos. 
Todavia, a adição de uma postura pró-responsabilidade social parece indicar que há 
ganhos tangíveis para as empresas, sob a forma de fatores que agregam valor, reduzem 
custos e trazem aumento de competitividade. 
Vejamos alguns exemplos de tais fatores mencionados por AS/GESET2 , do BNDES: 
 Melhoria da imagem institucional; 
 Criação de um ambiente interno e externo favorável; 
 Estímulos adicionais para melhoria e inovações nos processos de produção; 
 Incremento na demanda por melhoria de produtos, serviços e marcas; 
 Ganhos de participação de mercados; e 
 Diminuição de instabilidade institucional e políticas locais, entre outros. 
 
Segundo Tinoco (2001), a responsabilidade pública das organizações, neste novo 
milênio que se inicia, deverá atender aos anseios da comunidade, que clamam por 
 
2 Gerência de Estudos Setoriais – GESET do BNDES que tem por objetivo estudar empresas, 
responsabilidade corporativa e investimento social, conforme Relato Setorial n° 2 – Geset/AS. 
 
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programas e ações conscientes, que modifiquem o quadro de exclusão social que existe no 
Brasil. Ações e programas sociais estão sendo desenvolvidos, entre eles temos o Fome Zero, 
Bolsa Família, PRONAF – Programa Nacional da Agricultura Familiar, MPO – Microcrédito 
Produtivo Orientado e outros. Programas como esses foram criados com o objetivo de 
combater a fome, a miséria e promover a emancipação das famílias mais pobres e equalizar 
a distribuição de renda do país. 
 
3.2 Empresa pública cidadã 
O Brasileiro Herbert de Souza, conhecido por Betinho, criou a expressão Empresa 
Pública e Cidadã para chamar a atenção da sociedade quanto à necessidade de implantar o 
Balanço Social no Brasil, divulgando questões de natureza pública, empresarial, comunitária 
e social que fossem desenvolvidas pelas empresas brasileiras. Betinho, em artigo publicado 
na Folha de S. Paulo (26/03/97), diz: “está cada vez mais difundida nos vários setores da 
sociedade a ideia de que a atual situação do mundo requer atenção especial das empresas 
para sua dimensão social”. 
Em outro trecho diz que as empresas, públicas ou privadas, queiram ou não, são 
agentes sociais no processo de desenvolvimento. A dimensão delas não se restringe apenas 
a determinada sociedade, cidade, Estado ou País, mas no modo com que se organiza e 
principalmente atua, por meio de atividades essenciais. 
O empresário lançou campanha convocando os demais empresários e a sociedade a 
um maior engajamento e participação na promoção de melhorias nas condições de vida da 
população e na superação da pobreza. 
Além disso, lançou também a ideia da elaboração e divulgação do BALANÇO SOCIAL 
como instrumento de demonstração deste envolvimento, explicando que este relatório 
representa resposta das organizações, na divulgação da adoção de sugestões sociais e 
comunitárias. Todo esse movimento, posteriormente, foi denominado de Empresa Pública 
Cidadã. 
Essa iniciativa toma grandes proporções pelo Brasil após uma publicação de artigo 
para a revista exame em 1997: Empresas Cidadãs são polos de atração de talentos. A 
matéria destacou a empresa C&A como uma das maiores redes de varejo de roupas do país, 
e na época, o número de estágios saltou de 400 para 3.000. 
Várias pesquisas também mostraram que companhias classificadas “como melhores 
lugares para trabalhar” apresentam maiores margens de lucro e maiores taxas de 
 
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crescimento e de inovação no país. Os primeiros passos a serem levados em consideração 
para o conhecimento de uma empresa pública e cidadã3 consideram: 
1. Desenvolva uma missão, uma visão e um conjunto de valores a serem seguidos: 
2. Para que a responsabilidade social seja uma parte integrante de cada processo 
decisório, é preciso que ela faça parte do DNA da entidade – seu quadro de missões, visões 
e valores. Isso leva a um comprometimento explícito das lideranças e dos funcionários com 
questões como ética nos negócios e respeito a acionistas, clientes, fornecedores, 
comunidades e meio ambiente. 
3. Coloque seus valores em prática. É básico. De nada adianta ter um maravilhoso 
quadro de valores na parede da empresa se eles não são exercitados e praticados em todos 
os níveis hierárquicos. Em 1999, a consultoria Arthur Andersen divulgou um estudo que 
mostra que programas de ética e comprometimento social usados apenas para proteger a 
reputação da empresa e de seus administradores podem ter um efeito muito mais nocivo do 
que não ter nenhum programa. 
4. Promover a gestão executiva responsável. Esse é um exercício diário necessário a 
cada executivo, levando em consideração os interesses dos seus acionistas antes de tomar 
alguma decisão estratégica. 
5. Comunique, eduque e treine todos que fazem parte do seu processo produtivo. 
Para isso, realize eventos, seminários, treinamentos e divulgue as boas práticas que ajudam 
a transformar conceitos em práticas diárias por toda a organização. 
6. Publique balanços sociais e ambientais. Dê preferência aos relatórios elaborados 
por especialistas e auditores externos, eles garantem uma visão crítica de como os 
acionistas, funcionários, organizações comunitárias e ambientalistas enxergam a atuação da 
empresa. 
7. Use sua influência de forma positiva. Utilize as diferentes ferramentas corporativas 
e redes sociais para divulgar os valores da sua empresa e influenciar a atuação de 
fornecedores, clientes e empresas do mesmo setor. Esses são alguns dos muitos caminhos 
que empresas de grande porte têm seguido para se destacar como empresas de referência 
quanto à preocupação social. 
 
 
 
 
 
 
3 Fonte: Corporate Social Responsability, citado em Guia de Boa Cidadania Corporativa 200, p. 10 -
11. 
 
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3.3 Auditoria e certificação social 
 
3.3.1 Auditoria 
A Auditoria é peça fundamental para a segurança dos agentes sociais, em relação às 
atividades desenvolvidas pelas organizações, inclusive para os gestores e controladores 
dessas entidades. Basicamente, a auditoria faz um exame minucioso dos elementos 
contábeis e sociais publicados e inseridos pela organização dentro da contabilidade. Sendo a 
auditoria capaz de determinar se as demonstrações contábeis e seus registros refletem a 
realidade financeirada organização. 
Segundo o estudo BNDES (2000), os conceitos que envolvem a ética e cidadania 
corporativa são conhecidos como: The Body Shop e Bemand Jerys. 
Também a British Petroleum e a Shell, empresas petroquímicas, lançaram 
documentos específicos divulgando a postura social da empresa. Esta última, assim como a 
Nike, por exemplo, que já enfrentaram dificuldades em função de desastres ecológicos ou 
de denúncias de desrespeito trabalhista em sua cadeia de fornecedores, implementaram 
mecanismos de monitoramento para a adoção e correção de condutas empresariais. 
Algumas normas internacionais vêm sendo criadas para regular o processo de auditoria, 
entre elas destacamos: 
- NBC PA 290 – Independência, Trabalhos de revisão de Auditoria - NBC TA 200 – 
Objetivos Gerais da Auditoria 
- NBA TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis. 
Essas ações foram criadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em parceria com o 
IFAC, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros órgãos específicos não 
governamentais e organizações multilaterais, visando desenvolver e consolidar um conjunto 
de padrões e indicadores aceitáveis e auditáveis no que se refere aos aspectos éticos e de 
responsabilidade social. 
Assim como as Normas ISSO 9000 e ISSO 14000 certificam as empresas por sua 
capacidade gerencial, no que diz respeito ao controle de produção, e pelo respeito ao meio 
ambiente, existem as Normas BC 8800 e SA 8000 que certificam as empresas sobre a 
adequada segurança, saúde no trabalho e respeito aos direitos trabalhistas e humanos. 
Vamos explicar um pouco sobre a norma SA 8000 e como hoje ela influencia a realidade 
social das grandes organizações. 
A norma SA 8000, também conhecida como a norma da Responsabilidade Social, na 
realidade, trata-se de uma certificação criada em 1997 nos Estados Unidos, devido à 
pressão do mercado consumidor contra a mão de obra infantil. 
 
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A norma representa um código de conduta para as empresas que estão buscando 
alcançar um maior índice de produtividade e lucratividade, e também uma maior 
competitividade em seus mercados através de uma postura ética e com um ambiente de 
trabalho mais humanizado. O principal compromisso da SA 8000 é com a qualidade de vida 
dos funcionários das organizações, priorizando o ambiente interno da organização, pois, 
para que uma empresa atenda aos anseios de seus clientes externos, através de posturas 
socialmente responsáveis, é necessário que primeiramente os seus recursos humanos 
acreditem nos valores morais e paradigmas da organização. 
 
3.3.2 Certificação Social 
 
A SA 8000 é baseada nas normas da Organização Internacional do Trabalho, na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração Universal dos Direitos da 
Criança. A SA 8000 é cada vez mais reconhecida no mundo como um sistema efetivo de 
implementação, manutenção e verificação de condições dignas de trabalho. 
Para Arnt (2001), a norma surgiu como uma resposta à pressão do mercado 
consumidor sobre empresas que ignoram o descaso de seus fornecedores em relação às 
condições de trabalho oferecidas em suas fábricas. 
Uma reportagem da Revista Exame de 13/06/01(p.24-25) mostra que na Europa já 
existem indícios de uma nova realidade: o mercado ético. 
 
Cada vez mais o consumidor europeu rejeita produtos de companhias 
consideradas irresponsáveis com seus fornecedores, funcionários ou meio 
ambiente. Para Elena Bonfiglioli, diretora da Corporate Social do 
Responsability – Europe, uma entidade empresarial que promove a 
Responsabilidade Social, a pressão por parte da sociedade está fazendo 
com que empresas classificadas como irresponsáveis percam mercado, 
tendo sua reputação arranhada. 
 
Eis alguns dados importantes sobre o “mercado justo” europeu (PEIXOTO, 2001, p. 
35): 
 44% dos consumidores europeus dizem que a atuação social das empresas pesa 
na hora de escolher o que comprar. A parcela chega a 84% na Holanda e 89% na Espanha; 
 37% dos europeus compraram algum produto ético no último ano (2000); 
 10% dos consumidores europeus se sentem culpados por não comprar produtos 
éticos; 
 58% dos entrevistados acreditam que a indústria e o comércio não dão atenção a 
fatores ligados à responsabilidade social. 
 
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Uma pesquisa realizada pela Environics do Canadá, em conjunto com o Prince of 
Wales Business Leader Fórum (Fórum de Líderes Empresariais Príncipe de Gales) e o 
Conselho de Conferencistas Americanos, realizou “pesquisas com 25.000 pessoas de 23 
países, concluindo que os consumidores do mundo inteiro estão preocupados com a 
responsabilidade social das corporações”. (LEIPIZIGER, 2003, p.02) 
Dois terços das pessoas consultadas nos EUA, Reino Unido, Japão e Alemanha 
consideram que o comportamento ético é mais importante do que auferir lucro ou gerar 
empregos. Aproximadamente 79% das pessoas avaliadas consideraram que as empresas 
devem ser reputadas como “inteiramente responsáveis” pela proteção da saúde e pela 
segurança dos trabalhadores, e 72% delas acharam que as empresas devem ser 
responsáveis por evitar o trabalho infantil (LEIPIZIGER, 2003, p.02). 
 
Na Grã-Betanha, o mercado politicamente correto movimentou o 
equivalente a R$ 120 bilhões em 2002. E uma pesquisa do Instituto Mori, 
um conceituado medidor de opinião pública do país, revelou que pelo 
menos 52% dos britânicos boicotaram alguma marca ou grande corporação 
naquele ano. Isto custou cerca de R$18 bilhões para gigantes como a Nike 
e a L’Oreal. (DUARTE, 2004, p.70-72) 
 
Segundo Costa e Visconti (2000, p.08), “existem poucos indicadores que permitam 
avaliar os resultados obtidos por empresas que investem em programas sociais, mas é 
possível visualizar através de exemplos práticos que as principais vantagens percebidas 
pelas empresas ao investir no social”, são: 
 Aumento da motivação dos funcionários, pela possibilidade de interferir nas 
escolhas dos investimentos sociais nas empresas que trabalham; 
 Aumento da produtividade e da “fidelidade” de empregados e diminuição da taxa 
descoberta de novos talentos; 
 Habilidades e lideranças internas desenvolvidas por meio de treinamento, com foco 
no gerenciamento de resolução de conflitos e casos na área social; 
 Vantagens no recrutamento de novos funcionários, pela preferência dada às 
empresas socialmente responsáveis; 
 Desenvolvimento de novas formas de perceber as demandas de mercado e os 
novos valores de seus consumidores e das gerações futuras; 
 Valorização das marcas, produtos e serviços associados à postura ética e social das 
empresas, podendo representar ganhos de participação de mercado. Para Lepziger (2003, 
p.16), as empresas que não se preocupam com práticas socialmente responsáveis, acabam 
tendo os seguintes custos: 
 
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 Uma marca enfraquecida: em uma economia globalizada, as marcas são cada vez 
mais importantes. Uma marca busca construir a lealdade e confiança que podem ser 
construídas mediante alegações de abusos; 
 Vendas: quando uma marca é atacada, as vendas podem sofrer as consequências. 
De acordo com a Price-WaterhouseCoopers, uma grande empresa de Consultoria e Auditoria 
norte-americana, quatro entre cada dez consumidores no mundo inteiro boicotaram uma 
empresa quando esta foi considerada antiética. 
 Despesas Jurídicas: processar empresas é uma atividade que vem sendo cada vez 
mais praticada. Existe uma crescente tendência de se processar as empresas nos países em 
que se encontram suas sedes em virtude de abusos cometidos nos países em 
desenvolvimento. 
 Cotação das Ações: uma marca enfraquecida, vendas decrescentes e contas 
vertiginosamente altas podem impactar dramaticamente na cotação de suas ações. 
 
3.4 Características e vantagens da SA 8000 
 
O interessanteda SA 8000 é que os requisitos vão além da filantropia e do apoio a 
programas comunitários. A norma trata de questões como a mão de obra infantil, a 
segurança e saúde do trabalhador, liberdade de associação, discriminação, remuneração, 
horas extras, trabalho jovem, trabalho forçado, ação corretiva e ação de reparação. 
A norma funciona como um princípio ético balizador das ações e relações da 
empresa com os públicos com os quais ela interage – funcionários, consumidores, 
fornecedores e comunidade. Seu principal objetivo é a busca de valor para todos os elos 
dessa cadeia. Através da implantação da SA 8000, a empresa demonstra sua preocupação e 
compromisso com a Responsabilidade Social com relação a seus empregados, clientes e 
fornecedores. 
Antes de divulgar para o público externo a preocupação com a Responsabilidade 
Social, a empresa deve primeiro garantir que está praticando esses princípios dentro de 
casa, expondo através de documentos o seu papel diante de todos aqueles que fazem parte 
desse processo. Mas antes de assumir o compromisso com a Responsabilidade Social, as 
organizações deveriam, no mínimo, realizar uma auditoria baseando-se nos requisitos da SA 
8000. 
A certificação do sistema de responsabilidade social com base na norma SA 8000 por 
uma entidade independente, com reconhecimento internacional, dá credibilidade ao 
 
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trabalho da empresa (OLIVEIRA, 2003, p.15). A tabela 1 apresenta as características da SA 
8000: 
 
Quadro 1 - Requisitos para a responsabilidade social empresarial 
1. Trabalho Infantil: a empresa não deve utilizar 
ou apoiar. 
6. Práticas disciplinares: a empresa não deve 
utilizar ou apoiar o uso de castigo corporal, 
mental ou coerção física, bem como abuso 
verbal. 
2. Trabalho Forçado: a empresa não deve se 
envolver com ou apoiar a utilização de trabalho 
forçado, nem requisitar ao corpo de empregados 
o depósito e retenção de garantias ou papéis de 
identificação (documentos) ao iniciarem suas 
funções. 
7. Horas de Trabalho: a empresa deve atuar em 
conformidade com leis aplicáveis e normas sobre 
horas de trabalho; em qualquer caso os 
empregados não devem trabalhar mais de 48h 
semanais e devem ter pelo menos uma folga 
semanal. 
3. Saúde e Segurança: considerando os 
princípios básicos da indústria e os riscos 
inerentes ao setor industrial, a empresa deve 
proporcionar a seus trabalhadores um ambiente 
seguro e saudável. 
8. Remuneração: a empresa deve assegurar que 
os salários pagos sejam suficientes para atender 
às necessidades básicas dos empregados e 
proporcionem uma renda razoável. 
4. Liberdade de Associação e direito à 
negociação coletiva: a empresa deve respeitar os 
direitos dos empregados de formar e integrar 
sindicatos de suas categorias. 
9. Sistema de Gestão, planejamento e 
Implementação: a empresa deve assegurar que 
esses requisitos sejam empreendidos e 
implementados em todos os níveis da 
organização, a partir da definição de papéis, a 
responsabilidade e autoridade; do treinamento 
de todos os empregados; do monitoramento de 
atividades e resultados; e do controle de 
fornecedores. Neste ponto, a empresa deve 
estabelecer procedimentos para avaliar e 
selecionar fornecedores capazes de atender a 
esses requisitos. 
5. Discriminação: a empresa não deve utilizar na 
contratação, remuneração, acesso a 
treinamento, promoção, ou demissão baseados 
em raça, religião, deficiência, gênero, orientação 
sexual ou práticas políticas. 
Fonte: Adaptado de Torres (2011) 
 
Estima-se que hoje existem mais de 354 empresas que são certificadas pela SA 8000 
no mundo inteiro e mesmo sendo um país em destaque em relação a SA 8000, o Brasil 
ainda não possui nenhuma instituição credenciada para certificar empresas com SA 8000. 
Todas as avaliações são feitas de acordo com os EUA. Entretanto, existem várias 
organizações monitorando e oferecendo prêmios às empresas cidadãs, como o Instituto 
Ethos, que criou, com base no sistema ISO, indicadores sociais divididos em sete temas: 
valores e transparência; público interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores; 
comunidade; governo e sociedade (TACHIZAWA, 2002, p. 86). 
Para Leipziger (2003, p. 09), a SA 8000 promove os seguintes benefícios para as 
empresas que implementam a norma: 
 Maior retenção funcional e melhoria do desempenho; 
 Elevação da qualidade do produto e produtividade; 
 
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 Melhoria do gerenciamento; 
 Melhoria na administração da cadeia de fornecimento; 
 Proteção da reputação; 
 Desenvolvimento de novos mercados e nova clientela. 
Apesar de serem poucas as empresas que hoje estão certificadas com a norma, 
espera-se que num futuro próximo a SA 8000 torne-se uma exigência para que as empresas 
possam exportar seus produtos e serviços, uma vez que com um mundo globalizado, e com 
uma maior competitividade entre as organizações, as decisões de compra por parte dos 
consumidores estão cada vez mais ligadas à imagem ética por parte das empresas. 
A SA 8000 é uma norma que avalia todo o processo produtivo das organizações, 
prometendo ser daqui para frente um grande desafio para as empresas que buscam a 
excelência. O que é considerado a melhor prática hoje poderá ser considerado uma parte 
essencial dos negócios no futuro, pois, a empresa que quiser sobreviver terá que saber 
conciliar lucro com as questões éticas e sociais. 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 3 e a 
Atividade 3.1. 
 
 
 
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UNIDADE 4 
BALANÇO SOCIAL 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Apresentar o balanço social como ferramenta que pode ser 
auxílio a tonar pública a responsabilidade social da empresa. 
 
 Ao se efetuar análise sobre uma ação social empresarial pode ser considerada 
qualquer atividade que as empresas possam vir a realizar, ou que realizam para atender à 
sua comunidade interna e externa, seja nas ações de assistência social, alimentação, saúde, 
educação, meio ambiente, desenvolvimento comunitário entre outras. Desta forma neste 
sentido são excluídas ações que tenham obrigatoriedade legal, como por exemplo, os 
pagamentos compulsórios de contribuições para o Sistema S, seja o Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial - SENAI, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, 
o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- SEBRAE, o Serviço Social da 
Indústria - SESI, o Serviço Social do Comércio - SESC e o Serviço Nacional de 
Aprendizagem Rural - SENAR, bem como os atendimentos exigidos por lei como transporte, 
e salário família. 
 Vários países já utilizam o conceito de responsabilidade social por parte das 
empresas, e no Brasil já se observa há alguns anos movimentações de institutos, empresas 
no sentido de arcar com responsabilidades em relação a seus funcionários, clientes, 
fornecedores, à comunidade em que atuam e também ao meio ambiente. 
 Neste contexto algumas críticas que também se faz, é pelo fato de algumas 
empresas utilizarem como marketing as ações por elas executadas. 
Assim a seguir serão apresentadas visão de autores sobre o tema, bem como um 
modelo que poderá ser utilizado na construção de um balanço social. Reforça-se, portanto 
que ainda não há obrigatoriedade de apresentação deste tipo de demonstração no Brasil, 
mas que muitas o estão utilizando, por considerar que as ações apresentadas podem trazer 
benefícios sejam socais, ou de visibilidade empresarial. 
 
4.1 Balanço social e globalização 
 
 Teóricos apresentam que em alguns países da Europa desde 1960 a ideia do 
balanço social começou a ser difundida, e sua divulgação é obrigatória para empresas que 
possuem mais de 1.000 empregados. Consta também que “em 1971 ano em que a 
 
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companhia alemã STEAG produziu uma espécie de relatório social, um

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