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A LEGISLAÇÃO SOBRE O RUÍDO E TEMPO DE REVERBERAÇÃO nacional e internacional

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Revista Brasileira de 
Engenharia e Sustentabilidade
RBES ISSN 2448-1661Pelotas, RS, UFPel-Ceng https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBES/index
 v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
_______
Artigo Submetido dia 15/10/2017
Artigo Aceito dia 23/08/2018 
A LEGISLAÇÃO SOBRE O RUÍDO E TEMPO DE REVERBERAÇÃO: O 
COMPARATIVO NACIONAL E INTERNACIONAL
SILVA, N. B. C.¹; MOTTA, B. L. S.²; SOARES, P. F.³.
1Arquiteta e Urbanista, Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá.
2Gestora Ambiental, Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá.
3Engenheiro Civil formado pela Universidade Estadual de Maringá, Doutor pela USP.
Resumo
A acústica nas salas de aula é essencial tanto para a compreensão da fala quanto 
para a saúde dos usuários. Assim, os países buscam minimizar esses problemas 
elaborando normas que busquem reduzir o ruído. Desta forma, este trabalho tem 
por objetivo verificar a diferença entre os valores máximos e mínimos permitidos 
nas normas vigentes e fazer uma comparação com as normas oriundas da 
Organização Mundial da Saúde. O âmbito do estudo abrangeu os seguintes países: 
Brasil, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Itália e França. 
Para tal, inicialmente foi realizado um estudo sobre as normativas referentes ao 
ruído, especificamente no ambiente escolar. Posteriormente foi elaborada uma 
análise estatística comparando os parâmetros acústicos (Tempo de Reverberação 
em segundos e o nível do ruído ambiente em decibels). Portanto, na comparação 
tem-se que a norma brasileira é a única que não possui especificações para 
o Tempo de Reverberação em salas de aula, e o ruído ambiente está 9,1% 
abaixo do máximo aceito. As normas dos Estados Unidos e da Alemanha são 
as mais criteriosas, enquanto a Itália é a única que permite que o Tempo de 
Reverberação seja maior do que o recomendado pelas normas anteriores.
Palavras-chave: acústica de salas, 
ambiente escolar, organização 
mundial da saúde.
LEGISLATION ON NOISE AND REVERBERATION TIME: NATIONAL AND INTERNATIONAL 
COMPARISON
Abstract
Acoustics in classrooms are essential for both speech comprehension and 
user health. Therefore, countries search for to minimize these problems by 
developing standards that looking for to reduce noise. In this way, this work 
aims to verify the difference between the maximum and minimum values allowed 
in the current norms and make a comparison with the norms originated from 
World Health Organization. This way, the study covered to following countries: 
Brazil, Portugal, England, United States of America, Germany, Sweden, Italy 
and France. For this, a study was initially carried out on environmental noise 
regulations, specifically in school location. Subsequently, a statistical analysis 
was performed comparing the acoustic parameters (Reverberation Time in 
seconds and environmental noise level in decibels). Therefore, in comparison 
is observed that the Brazilian standard is the only one that does not have 
specifications for Reverberation Time in classrooms, and environmental noive 
level is 9.1% below the accepted maximum. The standards of the United States 
and Germany are the most judicious, while Italy is the only one that allows the 
Reverberation Time to be higher than recommended by previous standards.
Keywords: acoustics of rooms, 
school environment, world health 
organization.
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
INTRODUÇÃO
A acústica arquitetônica vem sendo estudada 
desde quando os gregos e romanos construíam seus 
teatros ao ar livre. A forma de apropriação do espaço 
e da maneira que aproveitavam o som são lições que 
devemos levar em consideração até hoje (SOUZA; 
ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012).
A não consideração das soluções arquitetônicas 
adequadas para a melhoria do conforto nas edificações 
traz como consequências ambientes inadequados. De 
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 
2017), a poluição sonora afeta tanto os usuários 
quanto a poluição causada por emissões de gases e a 
contaminação da água.
Um estudo feito por Behlau et al (2009), apontou 
que os professores reclamam de rouquidão após um 
determinado tempo de aula em salas ruidosas. Também 
Bistafa (2011) afirma que os níveis de pressão sonora 
acima de 65dB(A) podem gerar efeitos negativos como 
interferência na compreensão da fala. 
A exposição a elevados níveis de pressão, segundo 
a pesquisa de Gerges (2000) oferece riscos à saúde 
humana como: problemas no aparelho auditivo, 
estresse, irritabilidade, insônia, dores de cabeça, falta 
de concentração, e entre outros. 
Como o objeto deste estudo é o ambiente escolar, a 
partir da escolha da edificação a ser estudada, é possível 
obter parâmetros para avaliação do conforto acústico 
com base nas normativas. Entre estes se destacam não 
apenas o tempo de reverberação, mas também o ruído 
gerado e percebido pelo usuário. 
Existem várias normas que foram atualizadas, no 
entanto, há diferenças entre os valores máximos e 
mínimos aceitos. Assim, este presente trabalho tem 
por objetivo verificar a diferença entre os valores 
permitidos das normas vigentes no que concerne ao 
ruído nas escolas.
MATERIAL E MÉTODOS
O desenvolvimento deste artigo deu-se com 
base inicialmente no levantamento das normativas 
referentes ao ruído, especificamente no ambiente 
escolar. Para tal, realizou-se um estudo bibliográfico. 
O âmbito do estudo abrangeu as normas dos 
seguintes países: Brasil, Portugal, Inglaterra, Estados 
Unidos, Alemanha, Suécia, Itália, França, e também 
da Organização Mundial da Saúde. Posteriormente, 
foi realizada uma análise relacionando os parâmetros 
à luz da Organização Mundial da Saúde. Além disso, 
foi realizado um levantamento das alterações dos 
parâmetros das normas dos países em questão. 
Base de dados
A base de dados é composta pelos indicadores 
acústicos: tempo de reverberação e o nível de ruído 
ambiental. Para definição de quais países seriam 
estudados, levou-se em consideração as últimas 
alterações referentes as normativas acústicas. A 
princípio, fez-se um levantamento dos artigos 
referentes ao conforto acústico e, estabelecendo um 
nível de representatividade, as normas mais citadas 
foram tomadas como referência. 
Dessa forma, a partir dos critérios estabelecidos, os 
países selecionados foram: Brasil, Portugal, Inglaterra, 
Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Itália e França. 
Nota-se que a maioria das normas relacionadas 
são europeias, o que coincide com os estudos mais 
abrangentes na área de acústica. 
Descrição das variáveis
Para avaliar a permanência do som em um recinto, 
define-se o tempo de reverberação, que representa 
o período de tempo necessário para que ocorra o 
decaimento sonoro de 60 decibels a partir de um valor 
inicial de nível sonoro (ISBERT, 1998). 
Segundo Martins (2002), as crianças na sala de aula 
sofrem com o ruído ambiental. O ruído compete com 
a voz do professor, no que resulta um maior esforço 
para a concentração. Dessa maneira, este parâmetro foi 
escolhido para a análise. 
Como mencionado anteriormente, o trabalho 
subsidia-se a partir de dois indicadores: tempo de 
reverberação em segundos, e o nível do ruído em 
decibel.
Técnicas estatísticas
As técnicas aplicadas aos dados para atingir os 
objetivos se deram por meio da análise dos parâmetros, 
dando enfoque no ambiente escolar, independente da 
área e da quantidade de alunos. 
As comparações a serem feitas com as normas da 
OMS servem como complemento para o estudo, uma 
8
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
vez que priorizam a saúde do usuário. Foi elaborado a 
comparação dos limites e existentes nas normativas de 
forma de análise de desvios percentuais, para verificar 
se, com relação aos critérios estabelecidos pela OMS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Brasil 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas é 
responsável pela normalização brasileira.Referentes 
à acústica têm as normas NBR 10151:2000 e NBR 
10152:1987.
No objeto de estudo, ambientes escolares, segundo 
a NBR 10151:2000, se enquadra na denominada “área 
estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de 
escolas”, onde durante o dia é permitido até 50dB(A), 
enquanto à noite 45dB(A). 
Enquanto isso, a NBR 10152/1987 divide os 
locais de acordo com o uso e traz os valores em dB 
(A) permitidos. No âmbito escolar, por exemplo, os 
níveis de ruído permitido pela norma nas salas de aula 
podem ter valores de 40 a 50dB(A). 
Nas normas brasileiras, não existe nenhuma 
especificação para o tempo de reverberação ótimo 
em salas de aula. Dessa maneira, dependendo do 
ambiente, utiliza-se alguma normativa internacional, 
como exemplo a da Organização Mundial da Saúde. 
Portugal
Com relação a Portugal, o Ministério do Ambiente, 
do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento 
Regional, aborda no Decreto Lei nº 09/2007 a 
prevenção do ruído e o controle da poluição sonora 
em virtude do bem-estar da população. 
Em sua redação, divide-se em áreas de acordo com 
seu uso e ocupação do solo, sendo elas as zonas mistas, 
zonas sensíveis e zona sensíveis próximas à exploração. 
Dessa maneira, essa lei traz os valores máximos e 
mínimos em dB(A) cada zona. 
Enquanto isso, o Decreto-Lei nº 96/2008 aplica-
se à construção, reconstrução, ampliação ou alteração 
de alguns tipos de edifícios, tais como: habitacionais, 
comerciais, de serviços, hoteleiras, escolares, 
hospitalares e auditórios.
No ambiente escolar, os valores permitidos de ruído 
variam de 45 a 55dB(A). Já o tempo de reverberação é 
descrito conforme a tabela 01.
Tabela 1. Tempo de reverberação [referente ao artigo 
7º, nº1, alínea d)]
Locais Tempo de reverberação 
(500Hz – 2kHz)
Salas de aula, bibliotecas, 
salas multiuso e refeitórios
a) T500 Hz – 2 kHz ≤ 0,15 
V/3;
Ginásios a) T500 Hz – 2 kHz ≤ 0,15 
V/3; 
b) T500 Hz – 2 kHz ≤ 0,12 
V/3.
Fonte: DL 96/2008 (adaptada pelo autor)
Na tabela 01, o V refere-se ao volume do interior do 
recinto. Com relação aos ginásios, utiliza-se o critério 
“b” se os espaços forem dotados de sistema de difusão 
pública de mensagens sonoras.
Inglaterra
Com vista a melhorar a qualidade dos espaços 
destinados aos diferentes tipos de aprendizagem, foi 
editado no Reino Unido um boletim com as opções 
e cuidados a se ter na fase de projeto e planejamento 
das escolas. O Building Bulletin 93 – Acoustic Design 
for Schools (BB93) divide-se em 7 seções. Da 1 à 5, 
possuem definições e recomendações para obter o 
conforto acústico, como o nível de ruído e tempo 
de reverberação. A seção 6 é dedicada a salas de 
aprendizagem para crianças com deficiência. Por 
fim, a seção 7 refere-se a vários estudos de caso que 
consideram o design acústico mais importante. 
Em fevereiro de 2015 ocorreu sua mais recente 
atualização. Nela o BB93 se transformou em um 
manual denominado “BB93 - Acoustic design of schools: 
performance standards”. 
Na tabela 02, a edificação escolar foi dividida 
conforme seu uso, além disso, foi proposto um o limite 
de ruído permitido para cada recinto. Neles prevaleceu 
a necessidade de comunicação entre o professor e o 
aluno. 
Tabela 2. Ruído de acordo com o BB93
AMBIENTE LIMITE DO NÍVEL 
DE RUÍDO (dBA)
TEMPO DE 
REVERBERAÇÃO 
(s)
Maternal 35 < 0,6
Berçários 35 < 0,6
9
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
Escola primária: salas de aula, 
de apoio, de grupo de estudo 
pequeno
35 < 0,6
Escola Fundamental: salas de 
aula, áreas de ensino geral, sala de 
seminários, laboratório de línguas
35 < 0,8
“Salas abertas” 40 <1,0
Salas de música, sala de 
recital, estúdio de gravação.
35 < 1,0
Salas de leitura: Pequena 
(menor que 50 pessoas)
Grande (maior que 50 
pessoas)
30-35 <0,8/1,0
Sala de aula projetada 
especificamente para estudantes 
com deficiência
30 < 0,6
Bibliotecas 35 < 1,0
Laboratório de ciências 40 < 0,8
Área de design e tecnologia 40 < 0,8
Salas de arte 40 < 0,8
Salas multiusos 35 0,8 – 1,2
Sala audiovisual 35 < 0,8
Átrio/circulação 45 < 1,5
Quadra de esportes interna 40 < 1,5
Estúdio de dança 40 < 1,2
Ginásio externo 40 < 1,5
Piscina 50 < 2,0
Sala de entrevista/
aconselhamento/médico
35 < 0,8
Salas de jantar e espaços 
auxiliares da cozinha
40-50 < 1,0
Fonte: BB93 (2015) (adaptada pelo autor)
Como pode-se notar até o presente ponto, a 
Inglaterra é o país que apresenta o maior número de 
critérios para o ruído nas escolas. 
Alemanha
Se um usuário requer uma boa inteligibilidade da 
fala, o design interior da sala varia de acordo com sua 
utilização. Por exemplo, uma sala de aula será diferente 
de uma sala com prática musical. 
A Deutsches Institut für Normung (DIN) 
18041/2016 divide-se em dois grupos: O Grupo A 
possui requisitos de audibilidade a médias e longas 
distâncias. Enquanto o Grupo B tem recomendações e 
medidas para audibilidade em distâncias curtas (Tabela 
03). 
Tabela 3. Objetivos e divisão da DIN 18041:2016
OBJETIVOS
-A prioridade é garantir a 
comunicação da fala.
- Definir os requisitos 
acústicos, suas recomendações 
e diretrizes.
- Inclui a necessidade 
das pessoas com deficiência 
auditiva.
- Educação inclusiva.
GRUPO A
- Balanço auditivo em 
distâncias médias e longas
GRUPO B
- Equilíbrio auditivo em 
distâncias curtas.
A1- Música B1 – Espaços vazios
A2- Discurso/apresentação B2- Espaços com 
permanência curta
A3- Ensino/comunicação 
Discurso/palestra inclusiva
B3- Espaços com 
permanência longa
A4- Ensino/comunicação 
inclusiva
B4- Salas com controle 
acústico
A5- Salas com controle de 
ruído
B5- Controle e conforto 
acústico
Fonte: DIN 18041:2016 (adaptada pelo autor)
Para as salas de aula, a DIN 18041:2016 definiu 
como aceitável o nível de ruído de 30dB(A). Enquanto 
isso, o tempo de reverberação varia conforme o volume 
e o tipo de uso de cada sala. A tabela 04 mostra o as 
formulas e a variação do volume utilizadas para cada 
caso.
Tabela 4. Fórmulas para o volume e tempo de 
reverberação
TIPO DE USO VOLUME TR
A1 Música 30 m3 ≤ V < 
1000 m3
T A1 = [0.45 x 
log(V) + 0.07] s-1
A2 Discurso/palestra 50 m3 ≤ V < 
5000 m3
T A2 = [0.37 x 
log(V) - 0.14] s-1
A3 Ensino/
comunicação (até 
1000m³)
Discurso/leitura 
inclusiva (até 
1000m³)
30 m3 ≤ V < 
5000 m3
T A3 = [0.32 x 
log(V) - 0.17] s-1
A4 Ensino/
comunicação 
inclusiva
30 m3 ≤ V < 
500 m3 
T A4 = [0.26 x 
log(V) - 0.14] s-1
A5 Esporte
200 m3 ≤ V 
< 10000 m3
T A5 = [0.75 x 
log(V) - 1.00] s-1
V ≥ 10000 
m3
T A5 = 2.0 s-1
Fonte: DIN 18041:2016 (editado pelo autor)
10
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
- Alterações da DIN 18041
Desde 1968, a publicada DIN 18041 foi revisada 
de outubro de 2013 até meados de 2015 para a 
inclusão de alguns elementos e ainda levar em 
conta a arquitetura moderna. Além disso, teve seu 
título modificado para “Acoustic quality in rooms – 
requirements, recommendations and instructions for 
planning” no ano de 2016. 
Uma outra alteração na norma foi a inclusão de 
edifícios acessíveis, onde em 26 de março de 2009 
entrou em vigor na Alemanha a “Disability Equality 
Act § 4 (2002/04/27) ” que proibia discriminação de 
pessoas nos ambientes. 
Estados Unidos
Em 1995, o American Speech-Language Hearing 
Association (ASHA) publicou orientações para a 
acústica nas salas. Nesses parâmetros exigia-se que 
o nível de ruído de fundo não excedesse 30dB(A), 
enquanto o tempo de reverberação não devem exceder 
0,4 segundos. 
A problemática da qualidade acústica em escolas 
surgiu quando o governo dos EUA lançou um 
programa de requalificação do parque escolar. Até 
o ano de 2000, não haviam estudos que mostravam 
soluções acessíveis para o ruído.
Somente em 2002, a American National Standard 
Institute (ANSI) aprovou e publicou a ANSI S12.60. 
A norma é constituída por critérios de desempenho 
acústicos, requisitos e diretrizes para as escolas, além da 
tentativade criar um ambiente de aprendizagem com 
qualidade acústica.
A norma ANSI S12.60 estabelece limite de 35 
a 40dB(A) para o nível sonoro do ruído de fundo 
e para o tempo de reverberação médio de 0,6 a 0,7 
segundos. A caracterização dos requisitos acústicos da 
norma permitiu a análise dos valores apresentados e 
sua aplicação em projetos.
Suécia
O Boverket’s building regulations (BBR) estabelece 
exigências de desempenho em habitações e edifícios 
não residenciais, como escolas, escritórios, hotéis, 
hospitais. Sua última modificação ocorreu em junho 
de 2017, sendo assim, a versão mais recente é a BBR 
25:2017. 
O tempo de Reverberação é normalizado a 0,5 s e 
está de acordo com a norma EN ISO 16032: 2004. 
Caso a altura do ambiente seja maior que 3,50 metros, 
considera-se o tempo de reverberação de 2 segundos. 
Quanto ao ruído ambiental, o valor em dB permitido 
nas escolas é de 45dB(A). 
OMS
Nas escolas e pré-escolas, as principais interferências 
do ruído são na fala. Para ouvir e compreender bem, 
por isso a OMS definiu que o nível de ruído ambiente 
não deve exceder 35dB durante as aulas. 
O tempo de reverberação na sala de aula, deverá 
ser de aproximadamente 0,6s, e caso haja deficientes 
auditivos, esse valor deverá ser inferior. Para os demais 
locais da edificação escolar o tempo de reverberação 
deve ser inferior a 1 segundo e com no máximo de 
55dB de ruído ambiente (mesmo valor dado às áreas 
residenciais durante o dia). 
França
De acordo com os artigos R.111-23-2 do código 
de construção e habitação e L.147-3 do código de 
urbanismo, este decreto define os limites do ruído 
em edifícios de ensino, seja eles existentes, novos, 
públicos ou privados. A legislação francesa é mais 
exigente com as creches e maternidades do que com 
as escolas (MINISTÈRE DE L’ÉCOLOGIE ET DU 
DÉVELOPPEMENT DURABLE, 2009).
O valor máximo do ruído definido pela norma 
francesa é de 40 a 53dB(A). Já o tempo de reverberação 
varia de 0,4 a 0,8 segundos para salas de aula com 
até 250m³, enquanto para salas de aula com volume 
superior 250m³, o tempo de reverberação pode chegar 
a 1,2 segundos. 
Itália
O decreto ministerial DM 5/12/1997 define os 
requisitos acústicos dos edifícios de acordo com o seu 
tipo de uso e ocupação. Os valores que constam no 
decreto são tempo de reverberação, a isolação entre os 
ambientes e os valores de ruído de impacto. 
Os valores referentes ao ruído aceitável do DM 
5/12/1997 em salas de aula variam de 50 a 68dB(A), 
dependendo da sua localização no prédio. Já o tempo 
de reverberação deve ser menor do que 1,2 segundos. 
Este decreto não determina os parâmetros de acordo 
com o volume ou área do ambiente.
11
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
As primeiras normas analisadas são as brasileiras. 
Percebe-se que ambas não possuem especificações para 
o tempo de reverberação, ou seja, se faz necessário à 
utilização das normas internacionais para analisar tal 
parâmetro. O valor máximo de ruído permitido pela 
norma brasileira é 9,1% abaixo do máximo aceito da 
OMS, ou seja, 5dB a menos.
Portugal apresenta dois decretos, mas ambos 
possuem a mesma faixa permitida de ruído. Somente 
o decreto de 2008 possui indicação para o tempo de 
reverberação. 
O BB93 de 2015 da Inglaterra tem um valor 
máximo do tempo de reverberação 20% menor (0,2s) 
que o máximo permitido pela OMS. O mesmo ocorre 
para o nível de ruído, onde é 27,3 % menor (15dB).
Nos Estados Unidos temos duas normas que são 
usadas como referência em muitos países. A primeira 
de 1995 era mais criteriosa, devido ao valor do TR ser 
60% menor do que o estabelecido pela OMS (0,6s). 
Em 2002, a ANSI S12.60 também permite um valor 
inferior, mas de apenas 30% (20dB). 
A norma alemã é uma das mais recentes. Nela, 
tanto o tempo de reverberação como o nível de ruído 
são baixos. Quando comparados, o percentual varia 
em cerca de 45% (25dB). É uma das normas mais 
criteriosas em ambos os aspectos.
Já a Suécia apresenta um valor 50% menor que a 
OMS (0,5s) para o tempo de reverberação. Enquanto 
isso, o nível de ruído ambiente já se aproxima mais do 
valor comparado. Sua última alteração ocorreu no ano 
de 2016. 
A Itália é a única que permite o TR ser maior do 
que o recomendado pela Organização Mundial da 
Saúde. Essa variação se aproxima de 20% acima do 
tempo estipulado (1,2s). Já o ruído ambiente varia 
aproximadamente em 9% abaixo do nível de referência 
utilizado (5dB). 
Na França, o TR varia conforme o volume das salas. 
Os valores tanto do TR como do ruído variam no 
máximo 20% abaixo do valor fixado pela OMS (0,2s 
e 15dB).
Comparando os níveis de ruído máximo e mínimo 
12
Comparação entre as normas
Na tabela 05, tem-se análise do desvio percentual dos valores das normas estudadas em relação aos valores 
apresentados pela Organização Mundial da Saúde.
Tabela 5
PAÍS NORMA TR TR 
OMS
Comparação 
percentual 
do TR (%)
Ruído 
dB(A)
Ruído 
OMS
Comparação 
percentual do 
ruído (%)
Brasil
NBR 10151/2000 - 1 s - 45-50 55 -9,1
NBR 10152/1987 - 1 s - 40-50 55 -9,1
Portugal
DL 09/2007 - 1 s - 45-55 55 0,0
DL 96/2008 T500 Hz – 2 kHz 
≤ 0,15 v (1/3);
1 s -24,1 45 55 -18,2
Inglaterra BB93 2015 < 0,8 1 s -20,0 35-40 55 -27,3
Estados 
Unidos
ASHAE 1995 0,4 1 s -60,0 30 55 -45,5
ANSI S12.60 
2002
0,7 1 s -30,0 35-40 55 -27,3
Alemanha DIN 18041/2016 TR (0,32 log v 
(m³) – 0,14(s))
1 s -46,6 30 55 -45,5
Suécia BBR 25/ 2017 0,5 1 s -50,0 30-45 55 -18,2
Itália DC 05/12/1997 < 1,2 s 1 s 20,0 50 55 -9,1
França
Ministére de 
l’ecologie et du 
développement 
durable/ 2003
0,4 – 0,8 Sala até 
250 m³
1 s -20,0
40-53 55 -3,6
0,6 – 1,2 Sala > 
250 m³
1 s -16,7
Silva et al.
Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, v.5, n.2, p.7-13, dez. 2018
de todos os países, verifica-se que a ASHAE dos 
Estados Unidos e a DIN 18041:2016 da Alemanha são 
as mais exigentes, pois apresentam a maior diferença. 
Ao contrário de Portugal, que apresenta o mesmo 
valor permitido de 55dB(A), assim não variando seu 
percentual. 
O TR da Alemanha, França e Portugal é proporcional 
ao volume da sala de aula, ou seja, quanto maior o 
volume da sala, maior o valor do TR. Desta forma 
tem-se uma melhor representatividade uma vez que o 
TR varia em função do volume. 
As normas mais criteriosas quanto ao parâmetro TR 
são a ASHA e BBR 25. Apesar da ASHA ter um critério 
mais rigoroso, ela não sofreu alterações recentemente.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados, foi possível obter as 
comparações dos parâmetros das normas nacionais e 
internacionais com relação ao o ruído ambiente e ao 
tempo de reverberação nas escolas. Verificou-se que as 
mais exigentes foram às normas dos estados unidos e 
da Alemanha. 
Comparando com os valores apresentados pela 
Organização Mundial da Saúde, a maioria dos 
parâmetros analisados são menores. A exceção é A da 
norma italiana no tempo de reverberação está 20% 
acima, ou seja, 0,2 segundos. 
Observam-se também as normas que não possuem 
nenhum requisito para o tempo de reverberação das 
salas de aula é a brasileira. Dessa maneira, é necessário 
recorrer às normas internacionais quando necessário 
E isso mostra a urgente necessidade de normatização 
deste quesito.
 É importante considerar que a proposta 
do artigo é verificar a diferença entre os valores 
permitidos Das normas vigentes no que diz respeito 
aos parâmetros já citados. Além disso, descrevem-se 
algumas atualizações e fica evidente a necessidade de 
normatizar no Brasil o tempo de reverberação. 
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pelo apoio 
financeiro e concessão de bolsas.
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