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João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Rinite� É uma reação inflamatória que ocorre na mucosa nasal consequente a fatores alérgicos ou não. Clinicamente é definida por: rinorreia, obstrução nasal, prurido e/ou espirros. Classificação das rinites Classificação da gravidade da rinite - conforme os sintomas ❖ Intermitente: sintomas presentes por ➢ Menos de 4 vezes na semana ➢ e Menos de 4 semanas ❖ Persistente: sintomas presentes por ➢ > 4 x na semana. ➢ mais de 4 semanas. ❖ Leve: NÃO HÁ ➢ Distúrbio do sono. ➢ Alterações das atividades diárias. ➢ Impedimento para escola ou trabalho. ➢ Incômodos causados pelos sintomas. ❖ Moderada-grave: ocorre uma ou mais das alterações ➢ Distúrbio do sono. ➢ Alterações das atividades diárias. ➢ Impedimento para escola ou trabalho. ➢ Os sintomas incomodam. Os testes alérgicos confirmam a hipótese diagnóstica de atopia. Exames que podem auxiliar no diagnóstico: provocação nasal (pouco usado); citológico nasal (pouca especificidade); dosagem de imunoglobulinas (rinites infecciosas recorrentes). Classificação das rinites segundo o fator etiológico 1 - Alérgica 2 - Infecciosa ❖ Aguda ❖ Aguda vestibular ❖ Infecciosas crônicas 3 - Não alérgica ❖ Rinite eosinofílica não alérgica ❖ Hormonal ❖ Rinite neurogênica ❖ Induzida por drogas ❖ Rinite atrófica ❖ Rinite Idiopática Prevenção do Alérgeno Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Tratamento Farmacológico Medicações preventivas: ❖ Cromoglicato dissódico ❖ Corticosteroide tópico Medicações sintomáticas ❖ Anti-histamínicos ❖ Descongestionantes Imunoterapia Indicada para os pacientes que necessitam de medicação preventiva em longo prazo, ou em altas doses. Deve-se utilizá-la apenas em pacientes com rinite do tipo alérgica, com identificação precisa do alérgeno. RINITE ALÉRGICA (RA) É a doença crônica mais prevalente, resultado de reação inflamatória de hipersensibilidade com participação de anticorpos IgE a alérgenos específicos decorrentes de sensibilização alérgica prévia. Quanto a ocorrência dos sintomas de rinite alérgica: ❖ Sazonal: a exposição a pólens; ❖ Perene: exposição aos alérgenos da poeira doméstica, ao longo de todo ano. obs: os sintomas de sensibilização alérgica se iniciam antes dos dois anos de idade. Fatores desencadeantes: pode ser desencadeada ou agravada pela exposição a aeroalérgenos, que são elementos proteicos solúveis de baixo peso molecular, que podem facilmente se tornar dispersos no ar e penetrarem no epitélio respiratório. Diagnóstico 1. Anamnese ● Sintomas cardinais ○ Espirros em salva ○ Prurido nasal intenso ○ Coriza clara e abundante ○ Obstrução nasal ● A identificação do possível alérgeno desencadeante pelo teste cutâneo de hipersensibilidade imediata ou IgE específica. ● Prurido ocular e lacrimejamento, prurido no conduto auditivo externo, palato e faringe. ● Prurido ocular, hiperemia conjuntival, lacrimejamento e dor local. ● A obstrução nasal é queixa frequente, podendo ser intermitente ou persistente, bilateral ou unilateral mais acentuada à noite. ● Outros sintomas ○ Cefaleia, otalgia e queixa de diminuição da acuidade auditiva, causadas pela congestão nasal grave pode interferir na aeração e na drenagem dos seios paranasais e da tuba auditiva. ○ Respiração oral, roncos, voz anasalada e alterações no olfato. ○ Astenia, irritabilidade, anorexia, náuseas e desconforto abdominal. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 ○ A tosse pode estar presente. ● Fatores desencadeantes e agravantes ○ Tabagismo ativo/passivo, natação, medicamentos em uso, presença de comorbidades (sinusites e otites de repetição). ○ Pesquisar outras doenças alérgicas (asma, conjuntivite alérgica e eczema atópico). 2. Exame Físico ORL ● Observa-se olheiras, dupla linha de Dennie-Morgan e prega nasal horizontal (causada pelo frequente hálito de coçar a narina com movimento para cima). Rin�sinusit� É todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal. A rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem rinite é de ocorrência rara. A rinossinusite ocorre, em geral, após uma infecção das vias aéreas superiores (IVAS) viral (causa predisponente de 80% das rinossinusites bacterianas) ou após uma inflamação alérgica (causa predisponente de 20% das rinossinusites bacterianas). Isto normalmente ocorre quando os canais (óstios) dos seios estão bloqueados e os seios nasais e as cavidades são cheias com pus e muco. Assim, tem-se três fatores fundamentais que regulamentam a fisiologia normal dos seios paranasais: a patência dos óstios, a função ciliar e a qualidade das secreções nasais. Obstrução do óstio de drenagem leva à hipóxia, disfunção ciliar e retenção de secreção espessa. Classificação Clínica Etiológica e quanto ao tempo de duração dos sintomas. ❖ Aguda (RSA): duração inferior a 12 semanas. ➢ A RSA viral (resfriado) - dura menos de 10 dias. ➢ A RSA pós-viral - quando há piora dos sintomas após 5 dias ou quando os sintomas persistem por mais de 10 dias de doença. ➢ RSA bacteriana. ❖ Crônica: duração de mais de 12 semanas. ➢ Rinossinusite crônica sem polipose nasal. ➢ Rinossinusite crônica com polipose nasal. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Etiologia ● Viral - mais frequente ● Bacteriana Fatores Etiopatogênicos da Sinusite Aguda ● Locais: desvio de septo nasal; rinites, que causa a perda de cílios e de células ciliadas, bem como alteração do transporte mucociliar; hipertrofia adenoideana, infecção odontogênica; corpo estranho, etc. ● Fatores gerais: alergia, queda da defesa imunológica, diabete, variações sazonais (no inverno), clima úmido, fumo, barotrauma, etc. Fatores Etiopatogênicos da Sinusite Crônica ❖ Ambientais ❖ Sistêmicos: alergia, redução da imunidade, doenças que alterem o sistema de limpeza natural das secreções dos seios paranasais. ❖ Outros: discinesia ciliar, tabagismo, doença crônica concomitante. ❖ Infecções por bactérias e fungos: mais comum é o Aspergillus. Diagnóstico das Rinossinusites Agudas Virais e Bacterianas ❖ Na atenção primária à saúde, a RSA pode ser diagnosticada com base apenas nos sintomas, sem exame otorrinolaringológico detalhado e/ou exames de imagem. ❖ Por meio da anamnese e do exame físico, realizados por médicos generalistas e os otorrinolaringologistas ou não. ❖ É importante ressaltar que, no momento da anamnese, os pacientes podem não relatar a "piora do quadro", quando não questionados com cautela. ❖ É frequente o relato de um quadro sintomático há alguns dias e que agora estão novamente enfermos. Cabe ao profissional assistente a percepção de que, na maioria dos casos, pode tratar-se da evolução da mesma doença, de uma RSA viral para uma pós-viral, e não de duas infecções distintas. ❖ Critérios - presença de 2 ou mais sintomas, de ocorrência abrupta, sem que haja história prévia recente de sintomas nasossinusais, são eles: ➢ Obstrução nasal/congestão nasal ➢ Secreção nasal/rinorreia anterior ou posterior (purulenta) ➢ Cefaleia ➢ Outros: hiposmia, halitose, irritação faríngea causando dor de garganta, disfonia, tosse, pressão e plenitude nos ouvidos, além de sintomas sistêmicos como astenia, mal-estar e febre. ➢ Na população pediátrica, a tosse é considerada um dos quatro sintomas cardinais, em vez das alterações de olfato. Quadro Clínico da sinusite Aguda bacteriana ● Suspeita na presença de 3 ou mais dos sinais e sintomas por mais de 10 dias. ● Congestão nasal/obstrução nasal. ● Rinorreia predominantemente unilateral e/ou gota nasal francamente purulenta. ● Dorfacial intensa, principalmente unilateral. ● Febre > 38 graus, é considerada indício de doença mais grave. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Diagnóstico Diferencial entre a Sinusite Aguda Viral e Bacteriana Quadro Clínico da Rinossinusite Crônica ❖ Os sintomas têm duração prolongada, acima de 4 semanas. A gênese da rinossinusite crônica pode estar associada a uma rinossinusite aguda tratada de forma inadequada, ou a alterações locais ou sistêmicas que dificultam o tratamento clínico da rinossinusite aguda. ❖ Rinorreia mucopurulente. ❖ Obstrução nasal. ❖ Sensação de “pressão” na face ou periorbitária. ❖ Tosse e dor de garganta secundária à irritação crônica das secreções pode ser referida. Diagnóstico da Sinusite ❖ Quadro Clínico: sintomas. ❖ Exame físico ➢ Oroscopia: secreção amarelo-verde na parede posterior da orofaringe, é o chamado sinal de vela. ➢ Otoscopia: pode ter sinais de OMS. ➢ Rinoscopia anterior: especificidade de 75%. Exames Complementares ❖ Endoscopia nasal. ➢ Geralmente não é necessária em casos não complicados. ❖ Radiografia de seios da face (posição Waters, Caldwell, axial de Hirtz, perfil) ➢ Podem estar presentes na rinossinusite aguda: espessamento de mucosa, nível líquido ou opacificação completa do seio. ➢ Exame de baixa sensibilidade e especificidade, não sendo geralmente indicada nas rinossinusites agudas ou crônicas. ❖ Tomografia computadorizada dos seios da face. ➢ Permite uma avaliação mais precisa da anatomia e das anormalidades do complexo ostiomeatal. ➢ Permite observar a extensão do acometimento sinusal. É um exame muito útil na avaliação das rinossinusites, sendo indicado nas formas agudas ou crônicas que não melhoraram após tratamento clínico adequado. ➢ Indicado na suspeita de complicações das rinossinusites. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Tratamento da Sinusite Aguda ❖ Medidas gerais ❖ Lavagem nasal ❖ Analgésicos ➢ Ex.: tylenol sinus (analgésico e descongestionantes) ❖ Descongestionantes orais ➢ Estes ajudam a diminuir o espirro, prurido, tosse e rinorreia. De 3 a 5 dias, pois, causam espessamento do muco nasal. ❖ Pelargonium sidoides (kaloba) ❖ sprays nasais de corticoide (CE) ❖ Corticosteroides orais ➢ Prescritos por curto período. Em pacientes com sintomas intensos, especialmente dor. É importante salientar que corticosteroides de depósito (intramusculares) não são recomendados. Antibioticoterapia na sinusite bacteriana ● Duração de 10 a 14 dias. Complicações da Rinossinusite ❖ Orbitárias ❖ Intracranianas ❖ Ósseas Rinossinusite Crônica ❖ Duração maior de 12 semanas. ❖ Presença de 2 ou mais sintomas, sendo que um deles deve ser: obstrução nasal ou rinorreia, acompanhados ou não de dor/pressão facial; agravamento da hiposmia; tosse crônica; halitose; otalgia reflexa; respiração bucal e roncos. Fatores associados e fatores de risco ❖ Alteração do transporte mucociliar. ❖ Alergia e asma. ❖ Estado imunológico. ❖ Fungos. ❖ Fatores ambientais - tabagismo, poluição do ar. ❖ Bacteriologia ➢ Staphylococcus aureus. ➢ Staphylococcus coagulase. ➢ Streptococcus pneumoniae. Sinusite Crônica com Polipose Nasal ❖ Pólipos nasais podem se desenvolver a partir do revestimento (mucosa) da cavidade nasal e os seios. ❖ Eles são lesões tipicamente benignas, com aspecto parecido ao cacho de uva, que se originam nos seios e nariz. Diagnóstico da Sinusite Crônica ❖ Mesmo quadro clínico da RSA. ❖ Rinoscopia anterior. ❖ Endoscopia nasal ajuda a identificar eritema, edema, pólipos, crostas, sinéquias, o aspecto do muco nasal e a presença de secreção. ❖ TC dos seios paranasais é padrão ouro. Confirma o diagnóstico e verifica a extensão. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016. João Victor Castro Villela FAMED - UFAL/2021 Tratamento da Rinossinusite Crônica ❖ Corticosteróide tópico ou sistêmico. ❖ Antibioticoterapia de 3 a 6 semanas. ➢ Amoxicilina com clavulanato. ➢ Clindamicina. ➢ Metronidazol + cefalexina. ❖ Cirurgia ➢ Apenas para pacientes sintomáticos e que não respondem à terapia médica. Referência: Clínica Médica, volume 6: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia, transtornos mentais - 2 ed.- Barueri, SP: Manole, 2016.
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