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Elaborado por: Brenda Alves RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL ➢ Art. 789 a 796, CPC CONCEITO ➢ É a garantia de que a execução ela não perpassa o patrimônio do devedor, inclusive quando alguém falece e não deixa patrimônio, mas diz que os herdeiros respondem no limite da força da herança, que é exatamente o patrimônio deixado pelo falecido. ➢ Se o falecido não deixou patrimônio suficiente para pagar uma dívida, o herdeiro se tiver dinheiro, só paga se ele quiser. ➢ Pela responsabilidade patrimonial, o credor tem direito invadir o patrimônio do devedor, desde que ele tenha um título executivo, e que essa invasão não vá além do seu patrimônio. DIFERENÇA ENTRE DÍVIDA E RESPONSABILIDADE ➢ Existe dividas que não tem responsabilidade. o Exemplo: dívida de jogo. Ela é uma obrigação natural, não é obrigado você a pagar. o Ex.2: dívida prescrita. ➢ Responsabilidade = é a proteção que o estado dar para entrar com uma ação e diante dessa responsabilidade o estado permite que se possa adentrar no patrimônio do devedor. ➢ Dívida está no campo material. ➢ Responsabilidade patrimonial se opera no campo processual. INCIDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. ➢ Ocorre em relação aos bens presentes e futuros a obrigação ➢ Ao momento da abertura da execução ➢ Os bens que de forma deliberada tenha retirado do patrimônio para prejudicar o credor, poderá ser decretado a fraude contra credor ou fraude de execução. Elaborado por: Brenda Alves BENS SUJEITOS A EXECUÇÃO ➢ Art. 790, CPC o Bens do sucessor – art. 790, I o Bens do sócio, nos termos da lei – art. 790, II o Do devedor, ainda que em poder de terceiros – art. 790, III ▪ Mesmo assim pertence ao devedor, podendo ser objeto de responsabilidade patrimonial, podendo vir a ser penhorado. o Do cônjuge ou companheiro nos casos em que os próprios bens responderem pela dívida – art. 790, IV ▪ O fato de ser casado, afasta alguns bens da responsabilidade patrimonial ▪ Se a dívida não for contraída em benefício da família, não será, nesse caso, objeto de apreciação de responsabilidade o Bens cuja alienação tenha sido anulada em decorrência de ação autônoma de fraude contra credores e fraude a execução – art. 790, V e VI ▪ Os bens que já existiram antes da abertura de execução, mas que mesmo antes da execução, você buscou se desfazer dos bens com a vontade deliberada de prejudicar seus credores, tem-se a possibilidade desses bens retornarem para o seu patrimônio, anulando o negocio jurídico formalizado antes, vindo a ser para sua responsabilidade patrimonial e podendo garantir a dívida daquele devedor. o Do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica – art. 790, VII ▪ Desconsiderada a personalidade jurídica, os bens do sócio vão responder o Proprietário de bens de superfície ou superficiário – art. 791 ▪ Exemplo: a laje de uma casa (superfície), somente a superfície será objeto de responsabilidade patrimonial ➢ Execução fundada em direito de retenção Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder. Elaborado por: Brenda Alves o Quando se está sendo executado, e eu pratiquei uma benfeitoria no bem que me autoriza rever o bem até que seja saudada o meu direito. o Exemplo: a pessoa que me deixou morar no imóvel, permitiu que eu fizesse benfeitorias, tendo como comprovar, tenho direito de reter o bem até que ele venha a me ressarcir, se assim for combinado. ➢ Benefício de ordem do fiador o Art. 794, CPC o Os bens do fiador respondem pela execução, depois que forem executado o devedor principal e forem esgotadas todas as possibilidades de o devedor principal responder. o Inclusive, sendo dado a possibilidade do fiador ir formar bens que porventura o devedor principal os tenha. Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. § 1º Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. § 2º O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. § 3º O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de ordem. ➢ Bens particulares dos sócios o Art. 795, CPC o Não respondem pelas dívidas da sociedade, exceto nas exceções legais. o Em regra, existe a dívida da sociedade e a dívida dos sócios. o Somente se houver a desconsideração da personalidade jurídica é que pode haver. Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. Elaborado por: Brenda Alves § 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. § 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. § 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. ➢ Responsabilidade do Espólio e do herdeiro o Art. 796, CPC o Existe a responsabilidade que vai para todo o espólio, e existe a responsabilidade que vai para o herdeiro até o limite da força da herança. Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube. BENS NÃO SUJEITOS A PENHORA ➢ Arts. 832, 833 e 834, CPC ➢ Bens que não podem ser atingidos com a penhora, com a execução. Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. ➢ São impenhoráveis o Art. 833, CPC o Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução – art. 833,I ▪ Por ato voluntário, no cartório, pode constituir um bem de família, em que não ultrapasse o percentual de 30% do patrimônio líquido. ▪ O imóvel, bem de família, não pode ser objeto de penhora. Não precisa registrar no cartório, pois a própria lei já assegura isso. Protegido pela lei 8.009/90. o Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor Elaborado por: Brenda Alves ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; - art. 833, II ▪ Os bens móveis que guarnecem o lar, também possuem proteção, porém não é absoluta. ▪ Os móveis de grande valor ou que ultrapasse de um médio padrão de vida, poderão ser penhorados! o Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; - art. 833, III ▪ Pertences de uso pessoal também são impenhoráveis. ▪ Os de grande valor pode ser penhorados! o Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2; - art. 833, IV ▪ Protege a subsistência da família ▪ §2- Se os honorários excede de 50 salários mínimos, o que excede pode ser penhorado. § 2º Odisposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8, e no art. 529, § 3. o Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; - art. 833, V ▪ A exigência é que tenha que ser usado como ferramenta do trabalho. ▪ Exemplo: carro do taxista; o escritório do advogado; o consultório do dentista. § 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. o O seguro de vida; - art. 833, VI ▪ Tanto se o devedor for o próprio segurado, como também se o devedor for o beneficiário. Elaborado por: Brenda Alves o Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; - art. 833, VII ▪ É preferível que termine a obra, para penhorar o imóvel, do que o material. ▪ Exceto se o material for a própria dívida. o A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; - art. 833, VIII ▪ Conflita com o art. 5, inciso XXVII, CF - (seria possível ▪ CF = diz que a pequena propriedade rural não poderá ser penhorada com as dívidas adquiridas em relação a própria propriedade, ou seja, adquiridas para investir na própria propriedade. ▪ Exemplo: A comprou um trator para trabalhar na propriedade rural, a dívida desse trator não pode ser penhorada. B deve um salão de beleza, nesse caso, pelo texto constitucional, seria possível penhorar a propriedade rural para o pagamento desse salão, e não seria possível para o trator. ▪ Normalmente, aplica-se o do CPC, pois protege mais a família, o devedor. Assegura mais a dignidade humana. o Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; - art. 833, IX ▪ Recursos particulares podem ser penhorados. ▪ Recursos públicos não pode ser passível de penhora. o A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; - art. 833, X ▪ Precisa estar na caderneta de poupança ▪ Não pode está na conta corrente, pois não será protegido. o Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; - art. 833, XI ▪ Fundo partidário que os partidos recebem. ▪ As dívidas do partido não pode ser objeto de penhora, se o recurso for proveniente do fundo partidário. ▪ Pode ser objeto de penhora do partido: as contribuições dos filiados. o Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. – art. 833, XII Elaborado por: Brenda Alves ▪ Obras com financiamento não é possível de penhora. § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis. o Se naquela propriedade que é impenhorável, se existir a possibilidade de penhorar parte dos frutos sem comprometer a subsistência da família, é possível a vir a ser penhorado. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DECORRENTE DE FRAUDE CONTRA CREDORES ➢ Não precisa existir nenhum tipo de ação, basta o conhecimento que a pessoa está se desfazendo dos bens! ➢ Requisitos o Dano (eventus damni) o Intenção de causar o dano (consilium fraudis) o No caso de doação, presume-se o intuito fraudulento ▪ Se por acaso você tem bens, contraiu uma obrigação, depois que assumiu, você começa a desfazer dos seus bens porque não queria cumprir com a obrigação. O credor toma conhecimento que você está desfazendo dos seus bens de forma deliberada com a intenção de causar dano a ele. Então existe: o dano, a intenção de causar o dano. ▪ Se o devedor tiver se desfazendo do bem de forma gratuita, ou seja, doando bens, não precisa demonstrar que havia uma intenção. Ou seja, o devedor juntamente com o terceiro faz um conluio para prejudicar o credor. ▪ Se a alienação for a título gratuito, ou seja, for transferência a título gratuito, não há de se falar em necessidade de provar esse conluio. Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. Elaborado por: Brenda Alves § 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. ➢ Inoponibilidade ao credor o Se o terceiro quiser alegar qualquer direito em relação a esse bem, é um direito que não pode ser oposto ao credor. o O terceiro não pode opor o credor aquele bem. ➢ Requisitos do ato jurídico o Existência o Validade o Eficácia ▪ A fraude contra credores atinge o requisito da eficácia. ▪ Ou seja, ouve a alienação, as partes que firmaram essa relação jurídica têm capacidade, mas, no entanto, não vai produzir efeitos, pois está ferindo o direito de um terceiro da relação, que é justamente o credor. ▪ Por isso que o ato será nulo e os bens voltarão ao patrimônio do devedor! RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DECORRENTE DE FRAUDE DE EXECUÇÃO ➢ Dispensa da intenção de causar o dano (consilium fraudis) o Não é preciso que fique demonstrado que há uma intenção entre devedor e comprador do bem para prejudicar o credor. o Pois na fraude de execução, já existe algum processo. o Ou seja, basta demonstrar que a pessoa começou a vender seus bens após tomar o conhecimento do processo. ➢ O ato é válido, mas é ineficaz – art. 792, §1, CPC o Da mesma forma que fraude contra credores. Não produz efeitos contra terceiros. § 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. CONSIDERA FRAUDE DE EXECUÇÃO: ➢ Pendência de ação fundada em direito real ou pretensão reipersecutória, havendo registro. – art. 792, I, CPC o Também se caracteriza como fraude de execução. Elaborado por: Brenda Alves Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; ➢ Quando houver pendência do processo de execução, devidamente averbada. – Art. 792, II, CPC o Se existir um registro da execução, não adquire o bem. o Se existir uma averbação sobre a penhora sobre o bem, não se deve nem pensar em adquirir o bem. Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ; ➢ Registro de hipoteca ou outro ato de contrição judicial originário do processo, no qual, foi alegado a fraude. – Art. 792, III o Tem que tomar as precauções legais preconizadas na lei, que é justamente ir no cartório observar se existe algum registro de execução ou averbação de bens. Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário doprocesso onde foi arguida a fraude; ➢ Tramitação de ação capaz de reduzir a insolvência. – art. 792, IV o É preciso demonstrar que a ação que existe é capaz de reduzir o devedor a insolvência. o Exemplo: B tem patrimônio de 500 mil, e deve 300mil. Se ela alienar 100mil do seu patrimônio, ela está insolvente? Não! Paga o que deve, e ainda sobra 100 mil. Agora, se tivesse alienado 300 mil... já devia 300 mil, e alienou 300 mil, ficaria sem 100 mil. Caracterizando a condição de insolvente. Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; ➢ nos demais casos expressos em lei. ➢ Desnecessidade de impetrar ação para reconhecimento de fraude. o Na fraude contra credores, precisa impetrar uma ação para discutir a fraude. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art828 Elaborado por: Brenda Alves ➢ Intimação do terceiro adquirente antes de declarar a fraude. – art. 792, §4 o Quando houver ação de fraude de execução, precisa intimar a parte adquirente do bem, o terceiro deve ser intimado, no prazo de 15 dias se quiser ingressar com embargos de terceiro. o Se não houver intimação do terceiro, a decisão que reconhecer a fraude, é NULA! § 4ºAntes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. ➢ Averbação premonitória o Para prevenir qualquer aquisição por terceiro e o mesmo alegar a boa-fé, é necessário averbar. Pode averbar a execução ou a penhora do bem § 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
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