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Avaliação neuropsicológica

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20
Rochele Paz Fonseca
Nicolle Zimmermann
Josiane Pawlowski
Camila Rosa de Oliveira
Gigiane Gindri
Lilian Cristine Scherer
Jaqueline de Carvalho Rodrigues
Maria Alice de Mattos Pimenta Parente
introdução 1*
O presente capítulo tem por objetivo apresentar uma revisão e uma reflexão sobre os 
principais pressupostos teórico-metodológicos norteadores do processo de avaliação neu-
ropsicológica, tanto na seleção de recursos a serem utilizados quanto no desenvolvimento 
de ferramentas que instrumentalizem o neuropsicólogo clínico e/ou pesquisador. O tema 
avaliação neuropsicológica está inerentemente ligado à neuropsicologia clínica, assim como 
à neuropsicologia cognitiva. Entre suas áreas de interface, destacam-se psicologia cogni-
tiva, psicologia experimental, (neuro)psicolinguística, psicometria, neurologia, neuropsi-
quiatria, neurogeriatria e neuropediatria, entre outros. Assim, todos os pressupostos que 
embasam o complexo, multidisciplinar e desafiador processo de avaliação neuropsicológica 
são oriundos dessas áreas, formando uma rede de conhecimentos essencial para a condução 
de um acurado exame neurocognitivo. 
Primeiramente, são descritos aspectos conceituais da avaliação neuropsicológica, cul-
minando com uma proposta de taxonomia de instrumentos neuropsicológicos. Posterior-
mente, são abordados os conjuntos de pressupostos neurocognitivos, psicolinguísticos e 
psicométricos que devem balizar a área de avaliação de funções cognitivas.
A principal mensagem a ser transmitida por este capítulo é a de que avaliar funções 
cognitivas está muito longe de apenas ser uma aplicação de um conjunto de testes de men-
suração de desempenho. Em contrapartida, a avaliação neuropsicológica deve ser enten-
* Os autores agradecem ao fomento de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul [Fapergs (edi-
tal ARD)] e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq (edital Humanas)].
métodos em avaliação neuropsicológica*
267
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
dida como um processo multidimensional de interpretação entre instrumentos e recursos 
que juntamente com o entendimento da queixa do paciente e dos familares, cuidadores e 
demais membros da equipe de atendimento, e com os resultados de exames complemen-
tares ajudarão a alcançar uma ou mais hipótese(s) diagnóstica(s) funcional(is). Strauss et 
al1 salientam que para um processo de avaliação neuropsicológica ser bem-sucedido deve 
incluir procedimentos de entrevista, observação, tarefas clínicas não padronizadas ajustadas 
a cada caso e instrumentos de exame de desempenho e funcionalidade padronizados. Neste 
capítulo, são enfocados os instrumentos neuropsicológicos padronizados e critérios a ele 
relacionados.
preSSupoStoS geraiS da aValiação neuropSicológica 
A avaliação neuropsicológica tem como objetivo caracterizar o funcionamento cogniti-
vo de diferentes processos psicológicos, identificando suas fraquezas e forças, ou seja, busca 
caracterizar habilidades deficitárias e habilidades preservadas, em geral, após um quadro 
neurológico2-4 e/ou psiquiátrico.5-7 A aplicabilidade da avaliação neuropsicológica também 
abrange contribuições para o entendimento do desenvolvimento cognitivo infantil,8,9 para 
a tomada de decisão no contexto forense e para identificar se um sintoma (comportamen-
tal ou emocional) tem relação com determinada doença psiquiátrica ou neurológica.10,11 
Tradicionalmente pode ser definida como um conjunto de procedimentos de exame do de-
sempenho e da funcionalidade de várias habilidades cognitivas, como atenção, percepção, 
memória, calculias, praxias, linguagem funções executivas, entre outras. Historicamente, 
vem sendo associada à busca pela relação entre cérebro e cognição/comportamento hu-
manos, mas atualmente está cada vez mais sendo ligada à investigação do processamento 
de diferentes funções cognitivas sem um quadro diagnóstico de base, ou seja, no contexto 
do desenvolvimento típico. Esta preocupação com o funcionamento cognitivo mesmo em 
casos em que o cérebro esteja intacto foi incentivada pela psicologia cognitiva.
Em face da necessidade atual da avaliação neuropsicológica de atender o objetivo de 
promover indícios que auxiliem na compreensão do funcionamento cognitivo e da compe-
tência funcional dos indivíduos, os procedimentos padronizados de exame neurocognitivo 
devem ser selecionados e desenvolvidos para cada vez mais avaliarem componentes especí-
ficos de processos cognitivos, com a maior acurácia diagnóstica funcional possível. Assim, 
atualmente, um dos maiores desafios dos neuropsicólogos é fazer uma escolha apropriada 
dos instrumentos para os fins necessários e junto a isso desenvolver instrumentos eficazes 
clinicamente que supram as demandas da clínica.12,13
Quanto aos métodos de avaliação neuropsicológica, o clínico pode fazer uso de dife-
rentes instrumentos de avaliação, que podem ser a entrevista clínica com o paciente e os 
familiares, escalas e inventários, tarefas ecológicas e/ou testes padronizados. O teste padro-
nizado atualmente é o método mais utilizado e estudado de avaliação neuropsicológica, 
visto que dá maior controle e segurança para a interpretação clínica dos resultados, além de 
Seção V Métodos em neuropsicologia
268
facilitar as trocas entre clínicos e pesquisadores, sem, no entanto, ser autossuficiente para o 
diagnóstico neuropsicológico. A utilização desse método de avaliação, porém, requer que 
sejam sempre observadas as propriedades psicométricas, psicolinguísticas e aplicabilidade 
neurocognitiva, na medida em que muitas vezes esses resultados são utilizados como maio-
res evidências para as hipóteses clínicas diagnósticas, para o estabelecimento de prognóstico 
e para o planejamento da reabilitação.
claSSificação de inStrumentoS neuropSicológicoS 
Embora haja algumas obras clássicas que revisaram especificamente instrumentos 
de avaliação neuropsicológica, como as internacionalmente conhecidas de Lezak et al.14, 
Strauss et al.1 Peña-Casanovaet al.,15 Burin et al.,16 e Mitrushina et al.,12 não parece haver 
ainda uma classificação de tipos de instrumentos de acordo com diferentes critérios. Assim, 
com base na experiência científica e clínica das autoras, propõe-se uma classificação das 
ferramentas de avaliação neuropsicológica quanto aos critérios tempo, foco, modo de apli-
cação, objetivo, grau de formalidade e grau de flexibilidade. 
No que diz respeito ao tempo, há, em geral, três tipos de instrumentos neuropsicológicos: 
1. Triagens ou screenings, cujo tempo de aplicação varia de 5 a 15 minutos. 
2. Instrumentos breves, que deve ser aplicado em uma única sessão, ou seja, no máximo 
em 1 hora.
3. Baterias expandidas, com duração de duas a mais de 10 sessões. 
À medida que tempo tende a estar relacionado ao grau de profundidade do exame clíni-
co, as triagens fornecem apenas índices de sugestão de ocorrência de déficits, muitas vezes 
associados à determinada patologia, como demência. Os instrumentos breves tendem a dar 
indícios mais minuciosos do funcionamento cognitivo, mas não tão completos quanto aos 
dados fornecidos pelas baterias expandidas. Em complementaridade, quanto ao foco, há:
 ■ Instrumentos específicos ou focais, que se propõem a examinar componentes de deter-
minada função cognitiva, tais como, baterias de avaliação da memória ou das funções 
executivas.
 ■ Instrumentos completos ou baterias completas que têm por objetivo caracterizar o perfil 
cognitivo de diferentes funções cognitivas em uma mesma ferramenta, em geral, por 
diferentes subtestes ou tarefas. 
Os instrumentos podem, ainda, ser classificados quanto ao modo de aplicação em: tes-
tes lápis e papel ou comportamentais; e testes ou tarefas computadorizados. Vem crescendo, 
ainda, a proposta de aplicação de alguns instrumentos breves por telefone, como a do mi-
niexame do estado mental.17
269
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
Quanto ao objetivo do instrumento neuropsicológico, há os testes de exame dodesem-
penho e os testes de avaliação da funcionalidade no cotidiano. Os primeiros são represen-
tados, em geral, por ferramentas que possibilitam a atribuição de pontos a acertos ou erros 
(acurácia), assim como a mensuração do tempo de reação e∕ou de resposta a um ou mais 
estímulos. O segundo tipo abrange geralmente escalas e inventários que atribuem pontos à 
ocorrência e∕ou à frequência e à intensidade de sinais de déficits cognitivos, respondidos pe-
los próprios pacientes, um ou mais cuidadores ou também por outro profissional da equipe 
que o atenda além do neuropsicólogo responsável. 
Essa classificação está bastante relacionada à tipologia de instrumentos de acordo com o 
grau de formalidade, que inclui ferramentas formais, também conhecidas como artificiais, e 
ferramentas informais, denominadas também ecológicas ou naturalísticas. As primeiras di-
zem respeito àqueles instrumentos padronizados de mensuração de desempenho, derivados 
de paradigmas cognitivos experimentais, correspondendo à maioria dos recursos disponí-
veis e revisados na literatura internacional e, cada vez mais, também na nacional. As últimas 
ferramentas são as mais tradicionais na neuropsicologia clínica, englobando tanto tarefas 
desenvolvidas para cada caso, não padronizadas, mas com interesse clínico de observação 
do desempenho, quanto tarefas que simulam a demanda cotidiana de determinados compo-
nentes cognitivos, e, por fim, as escalas e inventários de funcionalidade. 
Por fim, o sexto critério de classificação diz respeito a maneiras de seleção de técnicas de 
avaliação, ou seja, grau de flexibilidade do uso dos instrumentos. Dessa forma, encontram-
-se baterias flexíveis e baterias sistematizadas. As primeiras podem incluir uma seleção de 
diferentes subtestes de desempenho derivados de diferentes instrumentos conhecidos, asso-
ciados ou não a tarefas clínicas não padronizadas. Tal seleção de associar diferentes paradig-
mas baseia-se na percepção clínica do examinador. As baterias sistematizadas são aquelas 
utilizadas com a seleção original e integral de subtestes tal como foram desenvolvidas. Pela 
grande diversidade e complexa dinâmica das funções cognitivas, recomenda-se o uso de 
protocolos flexíveis de avaliação neuropsicológica.18
Na Tabela 1 podem ser visualizados exemplos de instrumentos, classificados de acordo 
com cada critério de classificação proposta neste capítulo. Quanto ao sexto critério de grau 
de flexibilidade, entende-se que todos os instrumentos podem ser utilizados de forma flexí-
vel (alguns de seus subtestes ou sua versão integral em conjunto com outros testes ou tare-
fas) ou sistematizada (aplicação integral somente do teste ou bateria, com todos os subtestes 
que dela fazem parte). No entanto, deve-se atentar para as importantes limitações do uso 
sistematizado de um só teste ou bateria de avaliação, como as dificuldades de compreensão 
da dinâmica de funcionamento cognitivo do avaliando.
Salienta-se que essas classificações exemplificadas na Tabela 1 não são excludentes, mas 
complementares. De tal modo, um mesmo instrumento pode ser expandido, focal ou específi-
co, lápis e papel, de exame do desempenho, formal e sistematizado, como a Wechsler Memory 
Scale (WMS),19 instrumento renomado internacionalmente no exame de sistemas da memó-
ria, porém ainda não adaptado em sua íntegra para o contexto brasileiro. Pode, ainda, haver 
Seção V Métodos em neuropsicologia
270
Tabela 1 Exemplos de classificação de instrumentos de avaliação cognitiva quanto aos critérios propostos
exemplos tempo foco modo de aplicação objetivo grau de 
formalidade
mini exame do estado 
mental20-22
Screening completo lápis e papel desempenho formal
teste Hayling23-24 Breve Específico: iniciação 
e inibição verbal 
e velocidade de 
processamentoa
lápis e papel desempenho formal
Boston diagnostic aphasia 
examination25,26
expandido Específico: 
linguagem
lápis e papel desempenho formal
luria nebraska 
neuropsychological Battery27
expandido completo lápis e papel desempenho formal
iowa gambling task28,29 Breve Específico: tomada 
de decisão
computadorizado desempenho formal
rivermead Behavioral memory 
test30,31
Breve Específico: 
memória
lápis e papel funcionalidade informal
escala de inteligência Wechsler 
para adultos (Wais-iii) (adaptado 
para o Brasil por nascimento32) 
ou crianças (WiSc-iii) (adaptado 
para o Brasil por nascimento e 
figueiredo33). para interpretação 
neuropsicológica consultar Stone 
et al.34 e fonseca et al.35*
expandida completo lápis e papel desempenho formal
* como em geral no contexto da avaliação neuropsicológica clínica aplicam-se alguns subtestes do WaiS-iii ou do WiSc-iii, conforme 
o interesse em processos cognitivos subjacentes a serem investigados, o uso destas baterias caracteriza-se por ser flexível, associado a 
outros instrumentos.
um instrumento breve que, por se propor a avaliar específica e predominantemente um dos 
componentes de um processo cognitivo, mantenha sua profundidade de avaliação. Ilustra-se 
tal caso com o Trail Making Test (TMT), de Reitan e Wolfson,36 para o exame dos componen-
tes inibição, flexibilidade cognitiva e velocidade de processamento, com duração de 10 minu-
tos, e o teste de cancelamento dos sinos (bells test37), desenvolvido para o exame da atenção 
auxiliando no diagnóstico de heminegligência visual, com duração média de cinco minutos.
Os instrumentos neuropsicológicos geram dados de desempenho e∕ou funcionalidade 
do paciente que podem ser interpretados quantitativa e qualitativamente. Tais análises são 
complementares e necessárias para se alcançar uma hipótese diagnóstica neuropsicológica.
interpretação QuantitatiVa e QualitatiVa doS reSultadoS de um 
inStrumento neuropSicológico 
No que concerne à interpretação quantitativa na avaliação neuropsicológica, um ins-
trumento neuropsicológico que examine desempenho pode gerar escores que representam 
271
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
acurácia, quantidade ou proporção de acertos ou erros em dada tarefa, e a velocidade de 
processamento da informação (tempo). Pode, ainda, em escalas e inventários, indicar um 
perfil de ocorrência, frequência e intensidade de dado sintoma. Os dados quantitativos da 
avaliação neuropsicológica permitem a comparação do indivíduo em avaliação com uma 
amostra da população sem doenças neurológicas ou que afetem o sistema nervoso central, 
ou seja, permitem a comparação do desempenho individual com a variação estimada como 
normal de desempenho de um grupo representativo da população saudável.18 No entanto, 
quanto à utilização somente dos escores quantitativos para interpretação clínica de casos, 
Cripe38 alerta que o escore de um teste é somente um símbolo que representa de forma 
reduzida certa realidade. Além disso, é importante ressaltar que a interpretação de casos 
somente a partir do escore quantitativo dos instrumentos administrados pode levar a uma 
compreensão errônea em relação ao funcionamento neuropsicológico do paciente no co-
tidiano. Frente a isso, Mitrushina et al.12 propuseram seis possíveis fontes de equívoco de 
interpretação estritamente quantitativa: 
1. Construção: a análise dos escores depende do cuidado que houve na seleção e na mani-
pulação ou controle de propriedades psicométricas e psicolinguísticas.
2. Administração: diferentes estilos de aplicação relacionados às características de cada 
examinador podem influenciar os resultados.
3. Pontuação: a quantidade de respostas variadas e muitas vezes imprevisíveis pode ocasio-
nar dilemas de pontuação, aumento a subjetividade na atribuição de escores.
4. Normas: a utilização de normas inapropriadas, não correspondentes à população do pa-
ciente, provenientes de uma amostra pequena ou desatualizadas pode gerar erros diag-
nósticos importantes.
5. Interpretação: a interpretação errônea pode ocorrer quando o avaliador considera um 
teste como representante do funcionamento cognitivo global de certa função, sem consi-
derar que as funções cognitivassão inter-relacionadas e que há múltiplos componentes.
6. Características de cada paciente: as características emocionais, motivacionais, culturais 
e a familiaridade com a formalidade dos testes neuropsicológicos são fatores que devem 
ser observados na interpretação dos resultados. 
Nesse contexto, a análise quantitativa do desempenho e da funcionalidade do paciente 
em componentes de uma ou mais funções cognitivas deve ser sempre acompanhada de uma 
interpretação qualitativa. Esta última engloba a observação de aspectos da aplicação, do 
registro e da maneira de pontuar os resultados fornecidos pelo paciente.
Assim, Hannay e Lezak18 salientam que a observação do examinador no momento da 
execução das tarefas é essencial. O neuropsicólogo deve buscar dar tanta atenção ao mo-
mento em que o paciente resolve ou responde a uma tarefa quanto para o momento em que 
a corrige e obtém um escore. Apesar de o ambiente restrito de testagem, que jamais será 
equivalente ao ambiente natural em que diferentes componentes da cognição humana são 
Seção V Métodos em neuropsicologia
272
exigidos para a realização de tarefas diárias, esse tipo de dado é importante, pois compensa 
a limitação da artificialidade inerente à avaliação em um setting clínico. Além da observação 
no momento da execução da tarefa, outras observações relacionadas ao comportamento, à 
comunicação e às preocupações do paciente podem ser feitas durante a avaliação, até mes-
mo no que diz respeito a essas situações relacionadas à testagem, como ansiedade frente a 
uma tarefa. Características biológicas e socioculturais do paciente também devem ser cons-
tantemente relacionadas ao seu desempenho para a adequada interpretação qualitativa do 
seu perfil cognitivo em comparação a suas habilidades e funcionalidade pré-mórbidas.39,40 
Em exames clínicos ou protocolos de pesquisas clínicas com casos pós-acidente vascular 
encefálico (AVE), por exemplo, sugere-se o uso do questionário sociocultural e de aspec-
tos de saúde para pacientes com AVE (Anexo 1), construído para fins de pesquisa clínica 
por membros do Grupo Neuropsicologia Clínica e Experimental e colaboradores. Nesse 
questionário são investigadas características socioeconômicas (classe socioeconômica) e 
culturais (frequência de hábitos de leitura e escrita), a dominância manual avaliada pelo in-
ventário de Edinburgh (Oldfield,41 conforme versão utilizada no Brasil no estudo de Brito et 
al.42) e dados médicos [descrição do quadro neurológico – local da lesão, tempo após a lesão, 
número de AVE – e de outras doenças, se presentes, sintomas físicos e cognitivos logo após a 
lesão e no momento atual, uso e/ou dependência de fármacos, álcool – questionário CAGE 
(Ewing e Rouse,43 conforme versão de Amaral e Malbergier44) –, tabaco – questionário de 
Fagerström (Fagerström e Schneider,45 conforme versão Marques et al.46) – e substâncias 
ilícitas]. Tais variáveis sociodemográficas, biológicas e clínicas devem ser investigadas por 
poderem influenciar na cognição humana, sendo, por exemplo, um paciente com idade 
mais avançada, escolaridade baixa e histórico de dois AVE mais propenso a apresentar défi-
cits neuropsicológicos mais graves. 
Em complementaridade às observações durante a aplicação e o registro do desempenho 
em tarefas neuropsicológicas, o processo de interpretação e pontuação das respostas pode ir 
além da quantificação de acertos, erros e tempo. As análises qualitativas mais tradicionais na 
neuropsicologia clínica são os tipos de erros e as estratégias cognitivas utilizadas subjacentes 
ao fornecimento de um conjunto de respostas. Por exemplo, em uma tarefa de fluência ver-
bal semântica, em que o paciente é orientado a evocar todas as palavras que se lembrar de 
determinado campo semântico, como animais ou esportes, em 1 ou 2 minutos,47,48 além do 
número de palavras certas evocadas, pode-se categorizar os erros por tipo (perseverações, 
neologismos etc.), bem como as estratégias de busca empregadas (imageamento visual, fo-
nológica, clustering ou agrupamentos e graduar a prototipicalidade das palavras enunciadas. 
Por exemplo, gato é um animal mais prototípico do que hiena). Após essa análise qualitativa, 
ainda é possível e recomendado que se quantifique o número de erros por tipo, caracterizan-
do uma interpretação mista ou híbrida, qualitativo-quantitativa. 
Em caso de haver normas de referência de desempenho com amostra saudável, a análise 
clínica quantitativa mais utilizada é a de ocorrência de déficits a partir do cálculo do escore 
Z de cada tarefa e∕ou componente cognitivo. Atzeni49 denomina o escore Z como um recurso 
273
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
estatístico aplicado aos estudos de caso único. O escore Z, assim como o ponderado, fornece 
uma medida de equivalência proporcional entre testes com diferentes escores máximos, ou 
seja, um número que corresponde a quanto o paciente está acima ou abaixo da média da 
população-controle. Esse escore é calculado a partir do escore bruto do paciente em relação 
à média e ao desvio-padrão do grupo normativo no qual o paciente se enquadraria por 
suas características sociodemográficas, como idade e escolaridade (escore Z = escore bruto 
do paciente - média do grupo normativo / desvio-padrão do grupo normativo). O ponto 
de corte que tem sido mais citado na literatura para ocorrência de déficits em variáveis de 
acertos é -1,5 e, em variáveis de erros ou tempo, +1,5.18,49-51
Frente à complexidade dos testes de avaliação de desempenho, é importante que o teste 
avalie preferencialmente o mínimo possível de funções cognitivas, possibilitando, assim, 
uma melhor análise do significado do dado. Ou seja, quanto mais complexa for uma tarefa, 
mais difícil será interpretar o funcionamento dos componentes cognitivos envolvidos de 
forma independente. Além isso, é importante que quando uma tarefa muito complexa for 
utilizada, outros testes que avaliem constructos semelhantes possam auxiliar a confirmar 
os resultados obtidos.18 Com a seleção de mais de um subteste ou tarefa que examinem 
predominantemente os mesmos componentes cognitivos, uma análise intertestes pode ser 
feita, em busca de associações e dissociações, conceitos oriundos da psicologia cognitiva 
que embasem os pressupostos neurocognitivos da avaliação neuropsicológica. Assim, por 
exemplo, para o exame da memória, é relevante avaliar todos os sistemas mnemônicos em 
suas modalidades auditiva e visual, para identificar habilidades preservadas e deficitárias, 
entendendo-se a relação entre elas. Do mesmo modo, para a investigação da linguagem, é 
importante analisar seus diferentes níveis (palavra, sentença e discurso), componentes (fo-
nológico, semântico, sintático, pragmático, discursivo), com variados inputs (visual, auditi-
vo) e outputs (motor, gráfico, oral), com e sem opções de resposta, possibilitando ao clínico 
um panorama do funcionamento linguístico com identificação do nível de complexidade 
em que o déficit pode ser observado. 
critérioS neurocognitiVoS na conStrução e no uSo de inStrumentoS
A neuropsicologia cognitiva, subárea das neurociências, tem por objetivo obter evidên-
cias cada vez mais consistentes sobre a relação entre o cérebro lesado ou intacto e o pro-
cessamento da informação, além da inter-relação entre os diferentes processos cognitivos. 
Utiliza métodos de investigação comportamental, em associação cada vez mais frequente 
com técnicas avançadas de neuroimagem, tais como ressonância magnética funcional, vo-
lumetria e espessura cortical, entre outras. Atualmente, com o avanço das tecnologias de 
investigação, é possível que pesquisadores e clínicos olhem para o mesmo fenômeno popu-
lacional ou individual sob diversas perspectivas. Sabe-se que, como em toda a ciência, por 
seu caráter complexo e multifatorial, nas pesquisas e na prática clínica em neuropsicologia 
dificilmente um resultado (que pode ser, em diferentes níveis, de um teste ou de um estu-
Seção V Métodos em neuropsicologia
274
do) porsi só consegue trazer dados conclusivos sobre um caso ou fenômeno. No entanto, 
quando diferentes técnicas de investigação são utilizadas e apontam a mesma direção há 
uma convergência de evidências, o que é considerado o centro da prática bem-sucedida em 
neuropsicologia.52 
Nessa perspectiva, existem três fenômenos descritos que embasam a discussão sobre as 
evidências do funcionamento dos diferentes processos cognitivos na neuropsicologia: 
 ■ Dissociação simples. 
 ■ Dissociação dupla. 
 ■ Associação. 
Primeiramente, a dissociação simples ou clássica refere-se à ocorrência de déficit em um 
componente cognitivo, acompanhado de preservação de outro componente cognitivo em 
um mesmo indivíduo, por exemplo, um paciente que apresenta dificuldades em memória 
episódica, mas não em memória semântica. Assim, essa contradição sugere que uma variá-
vel tem influência no desempenho de uma tarefa e não em outra, mostrando que possivel-
mente diferentes processos cognitivos subjacentes estejam em questão. A dissociação dupla 
acontece quando uma variável, como uma lesão cerebral, afeta o desempenho de uma ta-
refa/função “X” e o mesmo não acontece para outra tarefa/função “Y”, sendo que com uma 
outra variável o contrário acontece, a função “Y” pode ser influenciada enquanto a função 
“X” permanece preservada. Como ilustrações citam-se dois pacientes, A e B. O paciente A, 
após um traumatismo cranioencefálico, apresenta linguagem oral preservada, mas lingua-
gem escrita prejudicada, enquanto o paciente B, após um acometimento neurológico, apre-
senta um perfil cognitivo oposto, isto é, habilidades linguísticas escritas preservadas e orais 
deficitárias, sugerindo com ainda maior força que haja processos cognitivos subjacentes re-
lativamente independentes.49,52,53 Além desses dois fenômenos, a associação caracteriza-se 
pelo prejuízo em duas tarefas ou dois componentes cognitivos por influência de uma mesma 
variável, indicando que talvez processamentos em comum estejam na base.52 É essencial 
que uma bateria neuropsicológica seja desenvolvida ou selecionada, considerando-se a ne-
cessidade de investigar as dissociações e as associações entre múltiplos componentes dos 
processos neuropsicológicos. Tal necessidade é potencializada frente ao conhecimento de 
que uma tarefa cognitiva jamais avaliará apenas um componente neuropsicológico, mas sim 
dois ou mais.54
Além desses fenômenos, os pressupostos neurocognitivos trazem informações de dife-
rentes tipos de modelos, neuroanatomofuncionais, cognitivos, psicolinguísticos, entre ou-
tros. Esses modelos devem embasar a construção de instrumentos neuropsicológicos, assim 
como a interpretação de seus dados. O modelo neuroanatomofuncional, que busca a relação 
entre função cognitiva e a neuroanatomia, é o mais utilizado nas investigações científicas 
e tem importantes aplicações para o diagnóstico funcional clínico em neuropsicologia. Foi 
por esse referencial que a maior parte das associações e dissociações foram descobertas na 
275
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
área. No entanto, entende-se que apesar da grande contribuição dos estudos de pacientes 
com lesões cerebrais, esse modelo/método de análise tem restrições e limitações a serem 
consideradas. A principal crítica sobre esse modelo é fundamentada em uma justificati-
va também neuroanatômica/neurofisiológica, a de que o cérebro é uma rede de conexões 
neurais e, assim, defende-se que uma lesão jamais afetaria somente uma parte do cérebro, 
mas também regiões e estruturas a ela ligadas. Esta crítica funda os modelos conexionistas, 
que abordam as redes neurais cerebrais, ou seja, como esse complexo sistema funciona.52 
Tais modelos desenvolveram-se muito em dois momentos principais: após as duas Grandes 
Guerras e pós-década do cérebro (1990).
Os modelos cognitivos provêm da psicologia cognitiva e, em complementaridade aos 
neuroanatomofuncionais, buscam caracterizar teoricamente e, sempre que possível, em re-
lação a evidências com indivíduos com lesão ou em pessoas saudáveis a partir de métodos 
experimentais com e sem neuroimagem, a relação entre componentes e funções cognitivas, 
assim como as etapas de processamento sequencial ou em paralelo.52,55-58 Os modelos psico-
linguísticos são de grande importância também para a neuropsicologia, na medida em que 
promovem um entendimento de como os processos linguísticos orais e escritos ocorrem e 
como a linguagem encontra-se relacionada a outros componentes cognitivos, como memó-
ria, atenção e funções executivas.59,60 Desses modelos, nasce o estudo da influência de crité-
rios psicolinguísticos de estímulos verbais de tarefas cognitivas sobre o processamento que 
se está mensurando, permitindo o controle destes ou sua manipulação ao se desenvolver ou 
selecionar determinado instrumento neuropsicológico.
critérioS neuropSicolinguíSticoS na conStrução e no uSo de 
inStrumentoS 
Entre as maiores dificuldades encontradas pelos neuropsicólogos no Brasil, encontra-se a 
escassez de instrumentos adaptados para a realidade sociolinguisticocultural nacional, tanto 
para fins de pesquisa quanto clínicos. Essa escassez fica ainda mais evidente quando há a ne-
cessidade de se desenvolver ou selecionar instrumentos com estímulos linguísticos para ava-
liar o processamento da própria linguagem ou para intermediar o exame de outras funções 
cognitivas, tais como, memória verbal e componente executivo de inibição verbal, na medida 
em que os estímulos linguísticos tendem a ser mais influenciados por variáveis culturais. 
A área da psicolinguística contribui desde a concepção e a elaboração dos estímulos 
linguísticos, até a aplicação das tarefas de avaliação, especialmente da linguagem. O conhe-
cimento de aspectos ligados a essa área é essencial para o entendimento da influência de 
variáveis dos estímulos verbais e das instruções das tarefas utilizadas sobre o processamento 
cognitivo, aspectos que determinam a qualidade da interpretação dos resultados da avalia-
ção neuropsicológica. Assim, a compreensão de critérios psicolinguísticos é fundamental 
para o neuropsicológo em sua atuação profissional, uma vez que a linguagem constitui tanto 
instrumento de avaliação quanto objeto de análise. Além disso, o processamento linguístico 
Seção V Métodos em neuropsicologia
276
apresenta uma interface com a maioria das demais habilidades cognitivas, representando 
uma maneira de acessar o desempenho dos indivíduos nessas habilidades.
Com relação à elaboração ou à adaptação de tarefas que avaliam, devem ser observados 
processamento linguístico (que podem ser tarefas de atenção, memória, funções executivas, 
entre outras), no nível da palavra, questões estruturais ligadas, por exemplo, ao número de 
sílabas e à tonicidade, bem como aspectos relacionados ao grau de dificuldade no processa-
mento da palavra, como a frequência de uso, imageabilidade, prototipicalidade, polissemia, 
entre outros. A partir desse controle, pode-se aumentar a segurança da obtenção de dados 
confiáveis. Para ilustrar a importância desse tipo de controle, pode-se mencionar o estudo 
com a técnica de ressonância magnética funcional, desenvolvido por Pexman et al.,61 que 
procurou verificar o impacto da riqueza de associações semânticas ligadas a uma palavra na 
ativação cerebral durante a realização de tarefas de decisão lexical e categorização semântica. 
Os autores verificaram neste estudo que palavras com um campo de representações semân-
ticas mais rico, ou seja, com maior rede associativa de conceitos, geram padrões de ativação 
mais fortes e, por conseguinte, mais rápidos. Verificou-se também que as palavras com redes 
associativas menores, mais restritas, geraram maior ativação cerebral em determinadas re-
giões, incluindo o giro frontal inferior esquerdo e o giro temporal inferior. Portanto, o grau 
de riqueza das associações semânticas de uma palavra interage com a velocidade da resposta 
e com os padrões de ativação cerebral, dados relevantes nas pesquisas comportamentaise 
de neuroimagem funcional. Em concordância, Schmidt e Seger62 trazem mais evidências de 
que diferentes graus de familiaridade, literalidade e dificuldade de sentenças metafóricas 
podem mudar a ocorrência e a extensão de ativação de regiões do hemisfério direito. 
Já no nível da frase, alguns dos aspectos a serem controlados são a complexidade da es-
trutura (períodos longos contendo várias orações subordinadas, ordem indireta, voz passi-
va, entre outras características, tendem a recrutar mais recursos cognitivos do que períodos 
mais curtos, especialmente com orações coordenadas, ordem direta e voz ativa), bem como 
o número de proposições, visto que este, segundo van Dijk,63 é mais relevante em termos 
de custos de processamento do que o número de palavras da frase. Finalmente, no nível do 
discurso, algumas das questões que interferem no grau de complexidade do processamento 
linguístico são:
 ■ Coesão textual (relacionada aos elementos coesivos do texto, como as conjunções, e de 
referenciação, como a relação entre elementos dêiticos e seus referentes).
 ■ Coerência textual (referente à tecitura lógica e inferencial do texto).64 
 ■ Grau de familiaridade do leitor/ouvinte com o conteúdo informativo do texto e com sua 
tipologia (estrutura narrativa, argumentativa, expositiva, entre outras).
 ■ Intencionalidade do autor.65 
 ■ Complexidade das inferências conectivas (ou bridging ou ainda backwards, que preen-
chem lacunas intratextuais de sentido) e elaborativas (extratextuais – que adicionam 
informações, estendendo o sentido do texto).66,67
277
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
Na Tabela 2, são apresentados alguns exemplos de critérios psicolinguísticos mencio-
nados na literatura. 
Tabela 2 exemplos de critérios psicolinguísticos nos níveis da palavra, da sentença e do discurso
níveis de complexidade 
da linguagem
exemplos de critérios psicolinguísticos
palavra frequência, familiaridade, extensão lexical, acessibilidade, prototipicalidade, concretude 
(ou imageabilidade), grau de conotação (ou literalidade), polissemia, lexicalidade, 
regularidade e relação semântica (idem)
Sentença número de palavras e proposições, contextualidade, plausibilidade, extensão sintática 
(extensão do período), complexidade sintática (estrutura sintática), complexidade 
semântica (escolhas lexicais), familiaridade com tópico, convencionalidade, diretividade e 
literalidade
discurso extensão textual, coesão, coerência, familiaridade com tipologia textual, familiaridade com, 
tópico, complexidade da inferenciação e intencionalidade
Com o intuito de ilustrar a utilização de critérios psicolinguísticos na construção de ta-
refas de avaliação neuropsicológica da linguagem oral e escrita, apresentam-se brevemente 
alguns procedimentos de elaboração e seleção de estímulos para o Instrumento de Avalia-
ção Neuropsicológica Breve Neupsilin.48,68 Esse instrumento foi elaborado com a finalidade 
de possibilitar a avaliação neuropsicológica breve de populações neurológicas. Além dis-
so, visa fornecer um perfil neuropsicológico de indivíduos neurologicamente preservados 
em diferentes fases do desenvolvimento humano, da adolescência ao envelhecimento. Os 
processos cognitivos avaliados são orientação temporoespacial, atenção (concentrada au-
ditiva), percepção (visual), memória (de trabalho, episódica, semântica, visual e prospecti-
va), calculias, linguagem (componentes orais e escritos), praxias (ideomotora, construtiva e 
reflexiva) e componentes das funções executivas (resolução de problemas e fluência verbal 
fonêmico-ortográfica). 
Para a ilustração da importância dos critérios psicolinguísticos na construção desse ins-
trumento, abordar-se-ão alguns subtestes de duas funções cognitivas: memória e lingua-
gem. O subteste selecionado para exemplificar a utilização de critérios psicolinguísticos na 
avaliação da memória no desenvolvimento do Neupsilin é o de memória verbal episódico-
-semântica de curto prazo. Nessa prova, nove palavras foram escolhidas controlando-se 
dois critérios psicolinguísticos: familiaridade e extensão lexical. Assim, todas as palavras 
foram consideradas por juízes especialistas como bastante familiares e todos os vocábulos 
são compostos por duas sílabas. Além disso, manipulou-se o critério relação semântica, 
estabelecendo-se, a priori, três conjuntos de três vocábulos pertencentes a um mesmo cam-
po semântico: partes do corpo (braço, dedo e olho), utensílios domésticos para refeição 
(prato, faca e garfo) e animais (leão, cobra e peixe). Tal manipulação foi efetuada para avaliar 
a ocorrência de intrusões, perseverações, primazia e recência, para um exame qualitativo do 
funcionamento mnemônico. 
Seção V Métodos em neuropsicologia
278
Quanto à função linguagem, o subteste analisado é o de compreensão (oral). Essa tarefa 
é composta por três conjuntos de figuras. O paciente é solicitado a mostrar a figura que 
corresponde à palavra ou à sentença dita pelo examinador. Manipulou-se a extensão do 
estímulo, sendo o primeiro uma palavra monossilábica, o segundo, uma sentença curta e 
o terceiro, uma sentença extensa, complexificando de modo crescente os alvos. O primeiro 
estímulo-alvo é mão, cuja representação pictórica foi construída a partir da seleção de qua-
tro figuras: um distrator neutro (panela), um distrator relacionado semântico (perna) e um 
distrator relacionado fonológico (pão). Essa seleção de distratores foi proposital, já que se 
pretendia examinar sintomas específicos de quadros neuropsicológicos de linguagem: para-
fasia semântica (perna em vez de mão) e parafasia fonológica (pão em vez de mão).
Ressalta-se que todos os subtestes do Neupsilin foram elaborados com base em crité-
rios psicolinguísticos. Entre os critérios psicolinguísticos que nortearam a seleção final dos 
estímulos, mencionam-se familiaridade, frequência, acessibilidade, convencionalidade, lite-
ralidade, regularidade, extensão lexical e sintática, plausibilidade, clareza, prototipicalidade 
e grau de abstração. Tal cuidado foi essencial para a acurácia diagnóstica deste instrumento 
breve, uma vez que Wilson69 reforça a importância do controle ou da manipulação de variá-
veis dos estímulos usados nas tarefas de avaliação, como frequência lexical, familiaridade, 
categoria gramatical, categoria semântica, entre outros, para que não se comprometa a iden-
tificação da natureza do déficit. 
Frente à reduzida literatura sobre a importância de critérios psicolinguísticos quando 
comparada à vasta literatura sobre critérios neuropsicológicos e psicométricos, torna-se 
evidente a necessidade de mais estudos teóricos e empíricos sobre os procedimentos de 
construção de tarefas/testes de linguagem com base em critérios como essencialidade, lite-
ralidade, prototipicalidade, entre outros, que influenciam o desempenho neuropsicológico. 
Para que um adequado controle ou uma precisa manipulação de variáveis psicolinguísti-
cas sejam conduzidos no processo de avaliação do processamento cognitivo e linguístico, é 
necessário o conhecimento mais aprofundado sobre a influência de cada um dos critérios 
psicolinguísticos mencionados. Além dos critérios psicolinguísticos, o cuidado com parâ-
metros psicométricos na seleção e desenvolvimento seja por construção ou adaptação de 
instrumentos neuropsicológicos é também fundamental.
parâmetroS pSicométricoS na conStrução e no uSo de inStrumentoS 
neuropSicológicoS 
Um dos importantes progressos na avaliação neuropsicológica tem sido o esforço cres-
cente para construir testes que alcancem padrões psicométricos rigorosos.70,71 A psicometria 
contribui para o desenvolvimento de instrumentos de medida neuropsicológica que, além 
de fornecerem padrões de comparação à população saudável e clínica, considerem aspectos 
culturais e linguísticos envolvidos na avaliação.72 Apesar de avanços recentes é uma área 
ainda controversa no âmbito da construção de instrumentos de avaliação neuropsicológica. 
279
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
Antigasdiscussões sobre a realização de estudos de caso e de grupo em neuropsicologia73,74 
refletem-se na questão da obtenção de validade mediante a comparação de grupo clínico a 
controle nesta área, o que segue sendo foco de discussões.75 Enquanto alguns autores apoiam 
a viabilidade da realização de estudos de grupo na validação de instrumentos neuropsico-
lógicos, outros defendem as avaliações particularizadas da neuropsicologia, justificada pela 
complexidade de cada caso examinado.
Na normatização de instrumentos de avaliação neuropsicológica, considera-se que gru-
pos de indivíduos saudáveis possuem mecanismos cognitivos homogêneos, sendo o sistema 
cognitivo humano universal em termos de processos. Nas populações de pacientes com le-
são cerebral, o nível de funcionamento pré-mórbido também é tratado como homogêneo.73 
Contudo, a natureza dos déficits causados por lesões ou disfunções não é homogênea. Mes-
mo que particularidades sejam desconsideradas no agrupamento de indivíduos sem lesão 
cerebral, e em relação ao tamanho e ao local específico da lesão em pacientes neurológicos, 
diferenças quantitativas na avaliação neuropsicológica poderiam indicar diferenças quali-
tativas entre o funcionamento cognitivo desses indivíduos.76 Por essa razão, alguns autores 
defendem a abordagem centrada no estudo de casos individuais com o objetivo de investi-
gar uma diversidade de pacientes com diferentes déficits e convergir estas informações para 
uma teoria acerca dos mecanismos cognitivos normais.76,77 
Estudos que buscam formar grupos de pacientes com acometimentos neurológicos 
pressupõem que haja homogeneidade entre os casos investigados, de acordo com os crité-
rios de agrupamento utilizados por eles. Estes critérios podem dividir os pacientes de acor-
do com o conjunto de sintomas e manifestações comportamentais comuns (sindrômico) ou 
por local de lesão cerebral. Entretanto, a possibilidade de agrupamentos por manifestações 
comportamentais é alvo de críticas, uma vez que elas são definidas, muitas vezes, de forma 
subjetiva pelo julgamento clínico e não por um método irrefutável.78 Por outro lado, a se-
leção de pacientes de acordo com a localização da lesão também oferece problemas para 
assegurar homogeneidade dos pacientes, uma vez que os locais de lesão, às vezes, são mal 
definidos, há variações em termos de extensão e etiologia e os pacientes com lesões simila-
res não necessariamente apresentam os mesmos déficits.73
Apesar dessas controvérsias, a psicometria, utilizando estudos de grupo, vem contri-
buindo com a neuropsicologia ao buscar traçar perfis cognitivos com a utilização de instru-
mentos padronizados.79-81 No processo de construção de um novo instrumento de medida 
neuropsicológica, a psicometria procura estabelecer critérios mais confiáveis e válidos aos 
testes, desde sua elaboração à aplicação e ao levantamento. De acordo com Cronbach,82 a 
utilização dos testes é viável como um procedimento sistemático para observar o comporta-
mento e descrevê-lo com o auxílio de escalas numéricas e categorias fixas. 
Ao se eleger um teste, é necessário verificar suas propriedades psicométricas, tais como 
validade, confiabilidade, padronização e normatização. A validade de um teste refere-se à 
sua capacidade de medir eficientemente o aspecto que se propõe a medir. Dificilmente um 
teste medirá somente um componente cognitivo, por isso, é comum a descrição de mais de 
Seção V Métodos em neuropsicologia
280
uma função avaliada por determinado teste, por exemplo, de avaliação de memória episódi-
ca. A confiabilidade diz respeito à consistência dos escores encontrados na aplicação de um 
teste, verificada, por exemplo, pela estabilidade de desempenho em um teste de um mesmo 
sujeito, ao se repetir a avaliação com o mesmo teste. A realização desse procedimento é re-
comendada na avaliação de indivíduos sem patologias que afetem o sistema nervoso, pois 
o desempenho em indivíduos com patologias neurológicas é bastante variável. A padroni-
zação implica que o instrumento possua um método claro de administração e pontuação. 
Por fim, o desempenho de um indivíduo deve ser comparado a um grupo de referência 
(como idade e/ou escolaridade), de acordo com dados normativos já estabelecidos.83-85 Os 
dados normativos devem ser elaborados tanto para população saudável quanto para grupos 
clínicos.
Para o exame psicométrico da maioria dos testes neuropsicológicos, emprega-se em 
geral a teoria clássica dos testes,86 sendo encontradas também algumas aplicações da teoria 
moderna psicológica.87 Como exemplos dessa aplicação, a teoria de resposta ao item (TRI) 
foi utilizada na validação do teste de cubos de Knox72 e no desenvolvimento de um teste 
neuropsicológico.88 
Fundamentando-se na teoria clássica dos testes, a construção de um instrumento de 
medida deve seguir parâmetros e procedimentos rígidos do tipo teóricos, empíricos e ana-
líticos.84 Os procedimentos teóricos incluem: 
 ■ Escolha do sistema a ser estudado.
 ■ Definição de suas propriedades (atributos).
 ■ Concepção da dimensionalidade dos atributos.
 ■ Definição constitutiva e operacional dos atributos.
 ■ Construção de itens.
 ■ Validação de conteúdo por meio das análises de juízes e semântica. 
Essa etapa tem como primeiro objetivo a especificação das categorias comportamentais 
que representam o objeto psicológico a ser medido, tornando-se necessária a explicitação 
dos fundamentos teóricos que orientam a criação dos itens para que seja garantida a legiti-
midade da medida.89 Dessa forma, a investigação teórica é imprescindível e deve preceder a 
construção dos itens, o que também fornece uma direção às etapas seguintes de construção. 
Como o sistema psicológico escolhido não pode ser medido diretamente (variável la-
tente), são delimitados os atributos ou as propriedades que o definem, cuja escolha depende 
de fatores, tais como o interesse do pesquisador, a saturação de estudos prévios e a relevân-
cia do atributo para o instrumento. Desses atributos são derivadas dimensões dependentes 
tanto de argumentos teóricos quanto de análises fatoriais realizadas em estudos explorató-
rios posteriores, a fim de investigar se a teoria que fundamenta a construção do teste é ou 
não pertinente. Depois de definidas as dimensões, os constructos são descritos a partir de 
conceitos da teoria e devem ser transformados em itens mensuráveis, ou seja, devem ser 
281
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
definidos operacionalmente. Construídos os itens, esses devem ser submetidos à análise de 
juízes (peritos na área do constructo) e à análise semântica, que objetiva verificar se os itens 
podem ser compreendidos e se apresentam validade aparente (credibilidade). Essa etapa 
compreende o estudo de validade de conteúdo do instrumento.84,89
Após essa etapa, segue-se à realização dos procedimentos empíricos e analíticos. Os 
primeiros incluem a definição de amostras e instruções do teste, a administração do ins-
trumento-piloto e a coleta válida para proceder à verificação de suas qualidades psicomé-
tricas. Já os procedimentos estatísticos (analíticos) são a última etapa da construção de um 
instrumento, abrangendo análises estatísticas a serem efetuadas para validação, precisão e 
normatização do teste. Nessa etapa, de acordo com Pasquali,90 são realizadas as análises da 
validade de constructo e de critério do instrumento.
Para a execução dos procedimentos empíricos de legitimação de instrumentos, muitos 
pesquisadores brasileiros validam um instrumento mediante as categorias de validade de 
conteúdo, critério e constructo,91,92 conhecida como visão tripartite. Esses padrões de tes-
tagem foram publicados nos Standards for Educational and Psychological Testing, em 1974, 
pela American Educational Research Association (Aera), pela American Psychological As-
sociation (APA) e pelo National Council on Measurement in Education (NCME). No Brasil, 
são revisados, em especial, pelo pesquisador Pasquali.84,89,90,93
A validação de instrumentossegundo a visão tripartite94 tem sido discutida pela área 
da pesquisa psicológica. Tem sido proposta a visão unitária da validação,95 entendida como 
uma atividade multidimensional e uma testagem de hipóteses.72 A visão unitária da va-
lidação integra os três tipos de validade (conteúdo, critério e constructo) como aspectos 
da validade de constructo.96 Segundo Downing,97 toda validade é validade de constructo, a 
qual requer diversas fontes de evidências, tais como conteúdo, procedimento de resposta, 
estrutura interna e relação com outras variáveis e consequências. A validação de constructos 
é definida como um processo de investigação pelo qual os constructos são cuidadosamente 
definidos, os dados e as evidências são reunidos e somados com o objetivo de verificar se 
apoiam ou refutam algumas interpretações específicas dos escores avaliados.97,98
Considerando essas discussões teóricas, a Aera83 atualizou os Standards for Educatio-
nal and Psychological Testing, propondo a validade como uma condição em que a soma de 
todas as evidências corroboram a interpretação pretendida dos escores de um teste para a 
finalidade a que se propõe. As diretrizes da Aera83 mantêm as técnicas utilizadas nos estudos 
que consideram a visão tripartite e sugerem outras possibilidades de análise que tenham 
viabilidade de aplicação na avaliação de instrumentos neuropsicológicos.99,100 As bases con-
firmatórias da validação podem ser derivadas de vários métodos e de pesquisas sistemáticas 
que corroborem ou acrescentem algo ao seu sentido, independentemente de quem a conduz 
ou de quando ela ocorre.85 Para considerar um instrumento válido, além de ampla fonte de 
evidências de validade, os pesquisadores sugerem a necessidade de que os usuários dos tes-
tes compreendam as limitações e as implicações associadas às diferentes fontes de evidência 
que contribuem para a validade dos instrumentos de medida.101
Seção V Métodos em neuropsicologia
282
Ocorreram diversas discussões sobre a necessidade de nova atualização dos Standards 
de 1999,102-104 tendo sido indicado um comitê de pesquisadores e especialistas em educa-
ção e testagem psicológica para revisá-los. Os estudos de revisão dos Standards iniciaram 
em 2009,105 mas até o presente momento não foi publicada sua atualização. Apesar dessas 
discussões, a maioria dos estudos em validação de instrumentos ainda faz uso das técnicas 
clássicas e, após a construção e validação de conteúdo, seguem às análises pelos estudos de 
validade de constructo e critério.
A validade de constructo verifica se o teste constitui uma representação adequada do 
constructo teórico ou traço e a validade de critério avalia a eficácia do teste em predizer o 
desempenho de um grupo específico de indivíduos, sendo então selecionados grupos-crité-
rio referentes aos constructos avaliados pelo instrumento.84,106 No que se refere à validade de 
constructo, podem ser aplicados os procedimentos:
 ■ Diferenciação por idade.
 ■ Correlações com testes que medem o mesmo constructo.
 ■ Análise convergente-discriminante. 
 ■ Intervenções experimentais. 
 ■ Análise fatorial.
 ■ Análise da consistência interna.107
Como exemplo de aplicação da psicometria na construção de um instrumento de ava-
liação neuropsicológica, o Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve Neupsilin68 
foi construído com o rigor metodológico e utilizando procedimentos teóricos e empíricos 
com a finalidade de garantir ampla fonte de evidências de validade. O Neupsilin foi cons-
truído com fundamentação em conceitos teóricos da neuropsicologia, na experiência clíni-
ca de suas autoras e em outros instrumentos de medida. Para a verificação da validade de 
conteúdo do Neupsilin, foram realizados estudos em concordância com os procedimentos 
psicométricos sugeridos pela Aera83 e os procedimentos teóricos recomendados por Pas-
quali.84 Foram avaliadas a representatividade e a relevância do conteúdo do teste e a sua 
aparência superficial, tendo instrumento apresentado adequada validade de conteúdo.48 
Para análises de evidências de validade de constructo, foram avaliadas diferenças de 
pontuações do Neupsilin em consonância com as diferenças esperadas em razão da variável 
“anos de estudo”.100 Também foram obtidas evidências de validade de constructo a partir 
da correlação dos escores das funções avaliadas pelo Neupsilin aos escores de outros testes 
que avaliam constructos semelhantes, tais como os testes de atenção concentrada AC108 e 
Tecon-1,109 de funções executivas Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, versão adap-
tada por Cunha et al.110 e subtestes da Escala Wechsler de Inteligência para Adultos (Wais 
III), versão adaptada por Nascimento,32 estudos apresentados no manual do instrumento.68 
Além disso, evidências de fidedignidade foram obtidas a partir das seguintes análises: 
teste-reteste; correlação entre subtestes e total de cada componente cognitivo; e concordân-
283
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
cia entre avaliadores na pontuação de tarefas68,111. A partir desses estudos, foram alcançadas 
evidências de validade e precisão da maioria dos subtestes do instrumento.
Entre outras investigações, a análise fatorial pode ser realizada como forma de eviden-
ciar a validade de constructo do Neupsilin. Na avaliação de baterias que examinam diferen-
tes constructos, entende-se a complexidade da realização da análise fatorial. A presença de 
alta correlação entre alguns dos subtestes e das funções avaliadas pelo instrumento, os quais 
podem ser interdependentes, tais como a memória e a atenção, pode gerar uma configura-
ção de fatores em que um mesmo item apresente carga fatorial elevada em mais de um fator 
ou que itens designados teoricamente a diferentes subtestes apresentem carga fatorial em 
um mesmo fator. Nesse sentido, é necessária uma amostra grande e com variabilidade de 
desempenho para ser possível a verificação do número de traços latentes (definidos teorica-
mente) que o teste avalia e a demonstração empírica da hipótese teórica que o fundamenta.84
Para exemplificar a viabilidade desta análise, objetivando identificar grupos de variáveis 
na bateria de avaliação neuropsicológica breve do Neuropsi, Ostrosky-Solís et al.112 realiza-
ram a análise fatorial com rotação Varimax. A partir dessa análise, encontraram sete dife-
rentes fatores, que explicaram 61,8% da variância total do teste. Para a análise do Neupsilin, 
procedeu-se à realização de análises fatoriais confirmatórias de alguns dos componentes 
avaliados pelo instrumento.113 Os resultados apontaram evidências de validade das medidas 
de linguagem, memória, praxias e funções executivas do Neupsilin.
No que se refere às análises de validade de critério, pode-se realizar a comparação do 
desempenho de um grupo clínico e um grupo de pessoas saudáveis, ou seja, uma validação 
pelo método de grupos comparados.106 A validade de critério preocupa-se com a acurácia 
com que um instrumento prediz um indicador de um dado conceito ou critério.83,85 Entre os 
principais procedimentos de validação relacionada ao critério encontram-se as validações 
do tipo concorrente, que envolvem a determinação do status corrente da pessoa, e do tipo 
preditiva, que envolvem a predição do desempenho ou comportamento futuro. Segundo 
Urbina,85 a validação concorrente é apropriada para escores de testes que serão empregados 
para determinar a situação corrente de uma pessoa em relação a algum esquema classifica-
tório, por exemplo, uma categoria diagnóstica. Já a validação preditiva requer a coleta do 
dado sobre a variável preditora (escore do teste) e a espera de que o dado de critério se torne 
disponível para então ser coletado e correlacionado à variável preditora, o que muitas vezes 
torna-se impraticável.85 
Na validação do Neupsilin, uma evidência de validade de critério poderia ser realizada 
a partir da comparação de um grupo de pacientes com uma lesão cerebral diagnosticada a 
um grupo de pessoas sem lesão cerebral e demais enfermidades. ONeupsilin já foi subme-
tido a estudos em pacientes com lesão de hemisfério direito,114,115 os quais buscaram traçar 
um perfil dos pacientes. Ainda são necessários estudos do Neupsilin com pacientes cujo 
objetivo principal seja demonstrar a validade do instrumento, do tipo critério com grupos 
clínico versus controle, grande desafio tendo-se em vista a conhecida heterogeneidade de 
combinações de déficits e habilidades preservadas após uma lesão cerebral.
Seção V Métodos em neuropsicologia
284
Outra maneira de avaliar a viabilidade de uso de uma escala de medida, no que se refere 
à maior precisão no estabelecimento de diagnósticos de prejuízos das funções cognitivas, 
é pela avaliação da sensibilidade e da especificidade do novo instrumento.116 Essas análises 
auxiliam a demonstrar a validade diagnóstica do instrumento,72 são amplamente emprega-
das em pesquisas médicas e destacam-se na avaliação de instrumentos de medida neuropsi-
cológica.117-119 A sensibilidade mensura a capacidade do teste em identificar corretamente a 
doença entre aqueles que a possuem, ou seja, é a fração dos que obtiveram resposta positiva 
no teste entre aqueles que possuem a doença. A especificidade mede a capacidade do teste 
em excluir corretamente aqueles que não possuem determinada doença, ou seja, é a fração 
dos que obtiveram resposta negativa no teste entre aqueles que não possuem a doença. Um 
teste adequado em precisão deve apresentar níveis elevados de sensibilidade e especificida-
de. Já uma escala apresenta problemas, por exemplo, se for muito específica e pouco sensí-
vel, pois não indicaria aqueles que possuem a doença avaliada, apenas excluiria os que não 
a apresentam.116
Além desses procedimentos que envolvem diretamente a aplicação de análises estatísti-
cas na validação dos testes neuropsicológicos, outros incluem um método mais observacio-
nal, por exemplo, a validade ecológica.120 Para apresentar esse tipo de validade, o teste deve 
ser capaz de predizer a capacidade funcional de um paciente, ou seja, avaliar a acurácia na 
predição de algum comportamento em ambiente aberto, tal como uma atividade prática 
cotidiana.72 Outro tipo de validade que pode ser avaliada é a incremental, que é definida 
como o grau em que uma medida explica ou prediz um fenômeno de interesse, relativo a 
outras medidas, ou seja, o quanto uma nova medida acresce dados sobre um fenômeno em 
relação à outra medida semelhante.121,122 Um exemplo de estudo da avaliação da validade 
incremental do Neupsilin à avaliação neurológica pode ser encontrado em Pawlowski.113
As distintas técnicas e procedimentos indicados contribuem para a construção e/ou o 
processo de validação de instrumentos neuropsicológicos. Mais detalhes sobre os procedi-
mentos e análises mais empregados na área de neuropsicologia para a validação de instru-
mentos podem ser encontrados em Pawlowski.113
conSideraçõeS finaiS 
No presente capítulo foram apresentados pressupostos clínicos e de pesquisa necessá-
rios para a compreensão e a prática ética, rigorosa, prudente da avaliação neuropsicológica, 
embasada em pressupostos teóricos e em evidências empíricas que consolidam a ciência 
neuropsicológica. Os temas abordados quanto ao uso de ferramentas de avaliação e os crité-
rios psicolinguísticos, neurocognitivos e psicométricos, apesar de virem progressivamente 
sendo cada vez mais investigados, ainda apresentam importantes desafios para a ciência 
neurocognitiva. 
Na área das neurociências, avanços tecnológicos de subáreas, como a neurorradiologia, 
vêm contribuindo significativamente para que a avaliação neuropsicológica seja repensada, 
285
20 Métodos em avaliação neuropsicológica
já que os diagnósticos neurológicos e neurorradiológicos estão cada vez mais acurados. Até 
mesmo na neuropsicologia, os estudos de reabilitação neuropsicológica vêm cada vez mais 
sendo exigidos para que seus resultados sejam fundamentados empiricamente (por meio de 
instrumentos de desempenho e funcionalidade padronizados) e não somente pela observa-
ção clínica.13 No mesmo cenário, as investigações neuropsicológicas que buscam a caracte-
rização de populações clínicas enfrentam desafios ao tentarem definir perfis de funciona-
mento cognitivo na heterogeneidade encontrada nas amostras. De acordo com Witsken et 
al.,13 diferentemente das primeiras décadas do fazer neuropsicológico, quando o foco era a 
detecção de patologias, atualmente os fins da avaliação neuropsicológica são mais globais 
em busca da caracterização cognitiva. Isto porque a avaliação neuropsicológica vem refor-
çando seu principal objetivo de compreender o funcionamento cognitivo e a competência 
funcional dos indivíduos. Frente a esses desafios, a prática da avaliação neuropsicológica 
deve ser acompanhada da constante observação dos critérios empíricos e clínicos descritos 
nesse capítulo, para que continue a crescer como ciência e ocupe cada vez mais o lugar de 
prática baseada em evidências focada em benefícios diretos para pacientes e familiares.
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