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TCC Pedagogia Revisado nota 95

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12
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Bonifácio, Elma
Schoulten, Jessica da Silva
 Silva, Elisangela Sabrina Aguiar da
GRACILIANO, Claudia Eliana
Resumo
Esse artigo tem como propósito compreender a importância da ludicidade na educação infantil e a maneira que os professores trabalham em sala de aula utilizando o lúdico. Além de abranger o quanto é importante a escuta e observação por parte do educador, respeitando e atendendo as necessidades de cada criança, de modo que possam se expressar livremente e explorar o mundo ao seu redor. Tem ainda como objetivo mostrar os benefícios promovidos na vida da criança, através do lúdico a mesma se expressa com mais facilidade, aprende a ouvir, respeitar ou discordar de opiniões compartilhando sua alegria em brincar. O brincar faz parte do mundo da criança, e pode criar várias áreas no desenvolvimento, através de pesquisas foi possível comprovar que o processo de aprendizagem precisa ser uma etapa trabalhada de forma prazerosa, o lúdico no ambiente escolar é essencial e o educador deve estar sempre se atualizando para inovar nas brincadeiras, para atingir os objetivos propostos pela BNCC pensando em uma aprendizagem prazerosa e com qualidade.
PALAVRAS CHAVE: Educação, brincar e desenvolvimento.
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa surge com o objetivo de compreender a importância do lúdico na educação infantil e como os professores trabalham a ludicidade em sala de aula com alunos de 0 a 6 anos, da educação infantil. Para esse trabalho se concretizar foram realizadas diversas pesquisas em livros, revistas e sites para assim ampliar nosso conhecimento profissional.
Além de abordar o quão importante é a escuta e observação por parte do educador, o olhar para a criança como ser único, participativo e protagonista de sua própria história. Respeitando e buscando entender as necessidades de cada criança, permitindo que possam se expressar de forma livre e explorar o mundo ao seu redor.
Através da ludicidade a criança se expressa com mais facilidade, aprende a ouvir, respeitar ou discordar de opiniões compartilhando sua alegria em brincar. O brincar faz parte do mundo da criança, e pode criar várias áreas no desenvolvimento, como a motricidade, a criatividade, a socialização e o raciocínio.
Com a intenção de buscar referências para desenvolver e enriquecer esta pesquisa, utilizou -se como fontes os autores Freire, Meneghetti, Vygotsky, entre outros, que através dos seus conceitos e pensamentos nos permitiram ter uma visão mais clara e ampla sobre a importância do brincar e do lúdico na infância.
Com essa pesquisa comprovou-se que o processo de aprendizagem precisa ser uma etapa trabalhado com os alunos de forma prazerosa onde o professor precisa estar aberto a trazer o diferente, o lúdico no ambiente escolar é essencial o educador deve estar sempre se atualizando para inovar nas brincadeiras, para atingir os objetivos propostos pela BNCC pensando em uma aprendizagem com qualidade e prazerosa.
2.1 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Estabelecer um conceito para o processo de brincar não é uma tarefa fácil, visto que cada pessoa acaba criando seu próprio conceito para o lúdico, assim o lúdico é uma metodologia pedagógica que ensina brincando e tem objetivos, mas, nunca cobrança. A ludicidade permite que o professor conheça melhor este mundo infantil imaginário onde a criança está inserida, podendo preparar uma série de atividades diferenciadas e ao mesmo tempo focada no conteúdo proposto para a aula, tornando este conteúdo mais atrativo para a aprendizagem.
As crianças, com a ludicidade entram em um mundo mágico. O corpo, meio, a infância e a cultura fazem parte de um só mundo. Esse mundo pode ser pequeno, mas é eminentemente coerente, uma vez que o lúdico caracteriza a própria cultura, a cultura é a educação, e a educação representa a sobrevivência. (ANDRADE, S.S. 2013, p.17)
Assim o objetivo da ludicidade é proporcionar ao educando o seu desenvolvimento pessoal, construção do pensamento pleno e desenvolvimento do processo de aprendizagem e socialização, associado aos fatores culturais e sociais, colaborando para uma boa saúde física e mental, facilitando o processo de comunicação, socialização. 
É importante dizer que, esta interação através do brincar, da música, dança e muitas outras atividades lúdicas, tornam as tarefas do dia-a-dia muito mais agradáveis e divertidas, ao professor, cabe reconhecer que o brincar, é uma expressão do viver dessa criança, que auxilia no amadurecer, no desenvolvimento motor, afetivo e social. 
A criança brinca para descarregar sua energia, para se preparar para a vida, para dar expansão as suas tendências reprimidas, para afirmar-se, para realizar suas aspirações, para aprender a lidar com a realidade. (TELES 1997, p. 49).
O professor precisa transformar a sala de aula em um ambiente acolhedor, pois assim as crianças terão prazer em participar das aulas. Pode inserir também na ludicidade a música, as crianças gostam de cantar e gravam muito rápido; um método que pode utilizar seria uma caixa musical, bem colorida, na qual vai colado algumas imagens; e dentro da caixa ficam os personagens, onde cada criança tira um e canta uma música referente a ele.
Segundo Meneghetti (2014), O processo de individuação da criança começa com o corpo, enquanto resposta a um instinto de posse. A partir disso, “a criança apresenta-se como uma individuação que tem exigência de possuir, de obter” (MENEGHETTI, 2014, p. 181). O autor dirá ainda que a atividade lúdica “é importante e autêntica para a criança: é experiência realística de todo si mesmo”. (MENEGHETTI, 2014, p. 183). 
O brincar está sempre presente, é brincando que a criança entende seu mundo, explora seus potenciais e suas potencialidades. Interagir com o meio lúdico é tão necessário a natureza humana quanto ao raciocínio, além disso, brincar é um direito da criança, inclusive está previsto no estatuto da criança e do adolescente (ECA) lei 8064/90 no artigo 7º, então introduzir brincadeiras na sala de aula é uma verdadeira oportunidade para criança se divertir, expressar seus sentimentos em relação ao mundo que a cerca e enriquecer seus conhecimentos a diversas brincadeiras educativas, que podem ser introduzidas na sala de aula. Alguns bons exemplos são o uso de massinhas de modelar, que são úteis para ensinar a criança sobre cores e formas geométricas, brincar de completar um desenho é uma excelente forma de desenvolver a criatividade e a coordenação motora dos pequenos, atividades como a trava-língua e as músicas ajudam a desenvolver a forma de expressão da criança, sua linguagem socialização, desenvolvimento cognitivo e psicomotor.
O jogo, como desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo de exercício, passando pelo jogo simbólico e de construção, ate chegar ao jogo social. No jogo de exercício, a atividade lúdica refere-se ao movimento corporal sem verbalização; o simbólico é o faz de conta, a fantasia; o jogo da construção é uma espécie de transição para o jogo social. Por fim, o jogo social é aquele marcado pela atividade coletiva deintensificar trocas e a consideração pelas regras. (FREIRE J.B. 2002, p 69).
Um dos objetivos do trabalho lúdico é ajudar a criança a obter um melhor desempenho na aprendizagem através de uma metodologia espontânea, recreativa e divertida. O lúdico age também como uma forma de comunicação entre as crianças, onde através do brincar a criança faz uma leitura do mundo e aprende a lidar com ele, pensa, repensa, cria, recria, imita, desenvolvendo além de aspectos físicos e motores aspectos cognitivos.
A Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano. (BRASIL, 2017, p.41).O objetivo da criança é a construção de si mesma a brincadeira livre em que as crianças escolhem o que fazer, quando fazer e onde é um dos principais aspectos de suas vidas, o brincar exerce um papel excepcionalmente importante na constituição do pensamento infantil é através dele que se inicia uma relação cognitiva ao indivíduo com o mundo, eternaliza, interpreta e produz seu próprio pensamento, através do lúdico a criança desenvolve e aprende brincando. 
Brincar é, portanto, experienciar a vida. É se divertir em todas as etapas que compõem este processo, inclusive no ato de errar, pois a possiblidade de errar é uma das melhores partes do ato de brincar, umas vez que essa se torna desafiadora, e é o desafio que move a brincadeira. (ANDRADE, S.S. 2013, p.19)
As atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da criança pois enriquece a sua formação na participação comunitária, em seu desempenho, seu desenvolvimento pessoal e consequentemente no desenvolvimento de uma autoestima satisfatória brincando a criança aprende a conviver a esperar por sua vez aceitar regras independente do resultado a lidar com frustrações, sem deixar que isso interfira na sua vida.
A brincadeira é a melhor maneira da criança comunicar-se, ou
seja, um instrumento que ela possui para relacionar-se com
outras crianças. Brincando, a criança aprende sobre o mundo
que a cerca e tem a oportunidade de procurar a melhor forma
de integrar-se a esse mundo que já encontra pronto ao nascer
(WINNICOTT, 1975, p. 78).
O educador deve ter em mente a ideia de sugerir estímulos e explicar sem impor sua forma de agir, para que a criança aprenda por si próprio, construindo e não por simples imitação, o espaço para a realização das atividades deve ser um ambiente agradável e que as crianças possam se sentir descontraídos e confiantes, as crianças aprendem com maior eficácia e a partir do momento que elas sentem prazer em aprender neste sentido espera-se que os educadores reflitam e reconheçam a importância que as atividades lúdicas tem.
Entende-se assim as palavras de Freire (2006, p.22) É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes indispensáveis, que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Durante o curso de pedagogia pode se perceber quanto o lúdico é importante e necessário na vida da criança, como são fundamentais as atividades lúdicas, sendo muito mais que meros momentos divertidos ou simples passatempo, sendo possível tornar as horas de estudos em sala de aula mais atrativas para a criança, ajudando a prender a atenção, já que, o ato de brincar, desperta interesse na criança, criando momentos de descoberta e construção, que se eternizam na memória para a vida toda. 
2.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Toda criança aprende a brincar desde os primeiros anos de vida, no Âmbito familiar, em um primeiro contato com a mãe até se ampliar para os demais. Tendo uma relação estreita entre o brincar e o aprender, onde o brincar pode fazer parte da aprendizagem não sendo somente lazer
Entender a importância que o brincar exerce deve ser essencial tanto para os educadores quanto para os pais que devem estimular essa prática na infância, contribuindo para o desenvolvimento da criança e na valorização e preservação da cultura, é muito importante a participação da família.
Brincar é uma experiência que possibilita a criança demonstrar sua personalidade, e conhecer melhor a si mesma e nas relações com os outros durante as brincadeiras a criança se socializa e aprende a conviver com as pessoas. Bruna Alessandra S. Lima (2013).
A crianças pequenas estão envolvidas num universo da fantasia, no qual o mundo imaginário e mundo real se misturam, e assim começam a compreender o brincar como forma de linguagem. 
Durante muitos anos os jogos e brincadeiras foram considerados apenas como um passa tempo, algo sem importância, onde não era levado em consideração que o brincar é um recurso pedagógico que tem um valor fundamental onde as crianças usam para lidar com o mundo da fantasia em que vivem. Diante das contribuições históricas, passamos a observar a educação lúdica como um instrumento que possibilita o desenvolvimento intelectual e físico do ser humano em qualquer fase da vida.
Nos dias de hoje as crianças não brincam mais como antigamente, passam muito tempo em celulares, videogames, computadores ou ocupados com atividades extracurriculares como natação, inglês, ginástica, teatro, sendo algumas destas importantes também, mas que ocupam boa parte do tempo, sobrando pouco tempo para brincar. Além disso, outro fator é a falta de segurança nas grandes cidades, devido ao perigo não ficam nas ruas brincando e acabam substituindo os jogos e brincadeiras por brinquedos eletrônicos.
Winnicott (1975, p. 79) afirma que “é a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação”.
Brincar é excelente para ativar os órgãos dos sentidos, desenvolver a concentração no que se ouve e também praticar a coordenação motora, onde é preciso ter equilíbrio para poder brincar em certas atividades propostas em sala de aula pela professora. A ludicidade também pode contribuir para que a criança desenvolva saberes, a aprender brincando, interagindo sempre com seu meio social de maneira muito mais prazerosa.
É através das brincadeiras que a criança constrói a sua própria identidade, conquista o seu espaço e aprende a enfrentar os seus anseios e descobre suas limitações, também expressa seus sentimentos.
É brincando que a criança constrói sua identidade, conquista sua autonomia, aprende a enfrentar medos e descobre suas limitações, expressa seus sentimentos e melhora seu convívio com os demais, aprende entender e agir no mundo em que vive com situações do brincar relacionadas ao seu cotidiano, compreende e aprende a respeitar regras, limites e os papéis de cada um na vida real; há a possibilidade de imaginar, criar, agir e interagir, auxiliando no entendimento da realidade.(MODESTO e RUBIO, 2014, p. 03)
Por meio da brincadeira, pode-se afirmar que a criança aprende a interagir com outras pessoas, além de aprender a compartilhar, cumprir regras e tomar decisões. Diante disso, os jogos e as brincadeiras devem ser valorizados na escola, pois é uma experiência que a criança vivencia na aprendizagem, é o brincar, o interagir, com ela, com as outras crianças e com o meio. O brincar vai muito além da simples fantasia, enquanto um adulto vê apenas uma criança empilhando bloquinhos, para a criança aquilo significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores, formatos e texturas.
Essa nobre atividade da infância é destacada em várias concepções teóricas por autores como Piaget (1982), onde, à sua maneira, mostra a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimento.
O professor precisa transformar a sala de aula em um ambiente acolhedor, pois assim as crianças terão prazer em participar das aulas. Pode inserir também na ludicidade a música, as crianças gostam de cantar e gravam muito rápido; um método que pode utilizar seria uma caixa musical, bem colorida, na qual vai colado algumas imagens; e dentro da caixa ficam os personagens, onde cada criança tira um e canta uma música referente a ele.
Ao tratar o papel do brinquedo no desenvolvimento expõe a presença de um mundo ilusório e imaginário no qual os desejos não realizáveis se tornam possível de realizar, denominando esse mundo como: brinquedo: Tal relação brinquedo-desenvolvimento se dá por meio de:
(...)A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real. Nela aparecem a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta,a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. VYGOTSKY (1991, p. 43)
Os jogos e brincadeiras fazem parte da vida da criança em todos os ambientes, tanto em casa quanto na escola, a capacidade de brincar possibilita a interação no mundo criativo e transformador. 
O fundamental é proporcionar que a criança tenha oportunidades e estímulos para que alimentem o impulso natural a curiosidade e seja agente do seu desenvolvimento cognitivo. 
Porem hoje em dia a longa jornada de trabalho dos pais, a violência nas grandes cidades, falta de saneamento e limpeza das ruas, e as novas tecnologias afetaram o brincar das crianças. Elas ficam muito tempo dentro de casa, em um espaço limitado, convivendo com poucas crianças. As crianças hoje em dia moram em cidades grandes e têm pouco contato com a natureza.
É ao ar livre que acontecem momentos de participação livre e ativa, subir em arvores, pular em obstáculos, pisar na terra e brincar com água. Brincando juntas as crianças podem vivenciar diferenças de todo tipo, cada criança pode compreender seu lugar no grupo, perceber suas habilidades, sua força, seus limites e também os das outras crianças. A inexistência desses espaços faz com que as crianças fiquem privadas de situações de vida ricas e estimulantes que promovem seu desenvolvimento.
2.3 O LÚDICO E A CRIANÇA COMO PROTAGONISTA DO BRINCAR E DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
A palavra protagonista nos faz pensar em alguém que tem o primeiro lugar em um acontecimento, ou seja, é o principal naquilo que está fazendo. Sendo assim, entende-se que a criança tem que ser vista como protagonista do seu processo de aprendizagem. A criança é um ser atuante enquanto cidadã, que produz e reproduz cultura, constrói o seu conhecimento, ou seja, é o centro do processo educativo.
Quando entendemos e passamos a colocá-la como protagonista, significa que o educador deve observá-la e ouvi-la, buscando os seus interesses para depois proporcionar estímulos que possam ampliar, diferenciar e estruturar seu repertório cultural de conhecimento de si e do mundo que a rodeia.
O lúdico é uma ferramenta importante na conciliação do conhecimento pois enquanto a criança brinca com material concreto, ou seja, coisas que ela possa manusear ela está sendo incentivada a pensar e reorganizar, no entanto se a brincadeira é de faz de conta o estímulo é direcionado para o criar e o imaginar. As atividades propostas quando ligadas ao lúdico possibilitam a aprendizagem de forma mais fácil, pois a criança aprende enquanto brinca.
Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. (ANDRADE apud BARROS, 2009, p. 15).
De acordo com Vygotsky (1984, p. 27). “É na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende a agir em uma esfera cognitiva”. Na visão deste autor, a criança se comporta de forma mais avançada em uma atividade lúdica do que nas atividades da vida real.
O professor é o agente mediador do processo de ensino e aprendizagem, quando ele realiza propostas que passam pelo centro de interesse das crianças a motivação e a vontade de participar é muito maior e com sentido real para elas, proporcionando desenvolvimento, aprendizado e muita diversão.
A aprendizagem na educação infantil se torna muito mais significativa quando oportunizamos o brincar, é necessário promover condições para que o brincar aconteça sem que a sociedade veja tais atividades como inúteis ou não produtivas.
Segundo Teles (1997, p. 13):
Algumas consequências em torno da falta do brincar na infância que leva a criança a desenvolver determinadas posturas como: a falsidade, a dissimulação, a agressividade, o desajustamento sexual, vícios, neuroses, falta de iniciativa, isolamento, timidez, preguiça ou lentidão, falta de cruatividade.
O lúdico na Educação Infantil ajuda de forma significativa, pois as atividades lúdicas desenvolvem diversos aspectos no processo de aprendizagem da criança, como: imaginação, memória, atenção e criatividade. Além disso, promove uma melhor socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento.
Atualmente podemos observar que existem algumas escolas que utilizam metodologias e abordagens onde as crianças são o “centro”, todas as propostas são desenvolvidas pensando unicamente no aprendizado e desenvolvimento das crianças.
Podemos citar a Pedagogia de Reggio Emília, desenvolvida pelo pedagogo Loris Malaguzzi, onde se acredita na essência da criança, considerando a mesma protagonista de todo o processo, como agente mediador e potencializador de suas habilidades e competências.
Malaguzzi desenvolveu também a Pedagogia da Escuta, abordagem que propõem uma prática educativa interessante, onde o papel do professor é agir por meio do amor e respeito, permitindo que a criança se expresse livremente na sala de aula e espaços escolares.
Sendo assim, escutar é estar atento ao que as crianças dizem, aos gestos, expressões, palavras e ações. É preciso ouvir com atenção, quando passamos a escutar, passamos também a enxergar a criança como sujeito participativo e protagonista de sua própria história.
É fundamental respeitar cada criança no seu modo de ser e interpretar o mundo ao seu redor, assim como é necessário oferecer espaços adequados onde possam se movimentar com liberdade na escolha de tarefas que pretendem realizar. Os espaços devem oportunizar que as mesmas tenham acesso livre aos materiais e objetos, ao brincar, onde elas possam explorar, se comunicar e interagir.
Para qualquer ser vivo, o espaço é vital, não apenas para a sobrevivência, mas sobretudo para o seu desenvolvimento. Para o ser humano, o espaço, além de ser um elemento potencialmente mensurável, é o lugar de reconhecimento de si e dos outros, porque é no espaço que ele se movimenta, realiza atividades, estabelece relações sociais. (LIMA, 1995, p. 187 apud SOUZA; LIMA, 2014).
Portanto, pode-se dizer que o brincar e o aprender estão fortemente ligados um ao outro, pois quando se oferece o aprendizado através do lúdico, isso se torna prazeroso para a criança. Além disso, quando colocadas como protagonistas do brincar, sem ficar interferindo e limitando-as, elas despertam o interesse e a curiosidade em explorar e participar daquilo que está sendo proposto.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término do presente estudo, concluiu-se que o lúdico necessita ser aplicado como uma estratégia facilitadora e transformadora para o desenvolvimento da criança, observa-se que o esse desenvolvimento ocorre com maior facilidade se a criança tiver um incentivo tanto pela escola como pela família, pois todos os envolvidos podem ser considerados instrumentos de aprendizagem na vida de uma criança.
Nesse trabalho buscou-se também aprofundar os conhecimentos sobre o brincar na escola, com o objetivo de investigar a importância do lúdico através dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil para aprendizagem dos alunos através da mediação do professor. Dessa forma conclui-se que o lúdico aliado aos jogos e brincadeiras é de fundamental importância para aprendizagem das crianças da educação infantil, pois ensinam brincando e de uma forma mais divertida e prazerosa. Através das atividades lúdicas desenvolvem o raciocínio, a linguagem oral, a atenção, a imaginação e a criatividade.
Através das pesquisas ficou constatado que o lúdico promove na educação infantil uma pratica educacional de conhecimento de mundo, oralidade, regras e socialização.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. S. O lúdico na vida e na escola: desafios metodológicos. Curitiba: Appris, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília. Congresso Nacional, 2017.
COLL, Gilliéron. C. Jean Piaget: O desenvolvimento da inteligência e a construção do pensamento racional. In, LEITE,L.B. (org.) Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1987.
FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física. 4ºed. São Paulo: Scipione, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Brasil, Paz e Terra, 1996.
LIMA, Bruna Alessandra S. A importância do brincar na construção de conhecimento de crianças. Porto Alegre: Universidade Fernando Pessoa .2013
LIMA, Mayumi Souza. A Cidade e a criança. São Paulo: Nobel, 1995
Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 4024/61. Brasília, 1961.
MONROE, Camila. VYGOTSKY e o conceito de aprendizagem mediada. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/274/vygotsky-e-o-conceito-de-aprendizagem-mediada. Acesso em 10 de março de 2021.
PEDAGOGIA Reggio Emilia, a criança como protagonista do aprendizado. Disponível em: https://www.criandocomapego.com/pedagogia-reggio-emilia-a-crianca-como-protagonista-do-aprendizado/. Acesso em 15 de março de 2021.
MENEGHETTI, A. Pedagogia Ontopsicológica. 3. ed. Recanto Maestro: Ontopsicológica Editora Universitária, 2014.
MODESTO, Rubio. A importância da ludicidade na construção do conhecimento. São Paulo. 2014
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e representação de jogo. São Paulo: Zanhar, 1971. 
TELES, M.L.S. Socorro é proibido brincar! Petrópolis, Rio de Janeiro Vozes, 1997 
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes. 1984. 
VYGOTSKY, L.S. Algumas ideias sobre desenvolvimento e jogo infantil. São Paulo: Martins Fontes. 1991.
WINNICOTT, D. W. O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

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