Aula 5 - Ecologia Intestinal e Disbiose

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Ecologia intestinal 
e disbiose
Profª. Me. Mariana Carrapeiro
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Antecedentes
HF: Hipertensão; Pré
DM, CA de Tireódie; CA 
de ovário; Artrite.
HPP: CA de tireoide; 
Tireoidectomia total.
Gatilhos
Sono inad., disbiose
(LPS), excesso de 
exercício, estresse, 
alimentação 
desequilibrada, def. de 
vitamina D
Mediadores
Estresse, Exercício, 
Desequilíbrio alimentar
(cortisol, radicais livres, 
citocinas inflamatórias)
Assimilação
Disbiose, 
constipação, gases 
fétidos, possível 
hiperpermeabilidade
Estrutura
Câimbras; Queda de 
cabelo, Unhas, Acne, 
Fratura por estresse; 
n6/n3..
Comunicação
Amenorréia; TSH 
elevado; Possível 
baixa melatonina e 
serotonina; Puran. 
Transporte
Desidratação; Colesterol 
elevado; Possível retenção; 
Alta n6/n3.
Biotransformação
Consumo de 
industrializados; Puran
Energia
Cansaço e fadiga no 
treino; baixo CHO, 
Estresse oxidativo
Defesa e Reparo
Def. Vit. D; 
Candidíase; 
Inflamação (n6/n3)
Estresse; 
Ansiedade.
Sono e 
Relaxamento
Horas suficientes 
com muitos 
despertares, sono 
leve, dif. Relaxar.
Exercício e 
Movimento
Treinos longos e 
intensos.
Nutrição e 
Hidratação
Desequilíbrio macro 
e micronutrientes; 
Baixa ingestão 
hídrica; Baixa kcal.
Estresse
Excesso de treino; 
Sono inadequado; 
Alterações 
hormonais.
Relacionamentos
Competitividade (?)
Fisiologia e Função: Organizando os desequilíbrios clínicos do Paciente
É possível 
modificar os 
antecedentes?
“Bloquear” 
gatilhos
Modular 
mediadores
Eleger 3 
sistemas 
com maior 
desequilíbrio
Orientações 
quanto ao 
estilo de vida
Microbiota
População de microorganismos que estabelecem colônias de forma 
transitória ou permanente em um órgão do corpo, contribuindo para 
a conservação e promoção do bem-estar e ausência de doenças, 
especialmente do trato gastrintestinal.
Pode variar com:
◦ Idade
◦ Dieta
◦ Saúde
◦ Higiene pessoal
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Microbiota
Microbiota ≠ Flora!!
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Microorganismos no corpo humano
10-100 trilhões de MOs
2-3 kg da nossa massa corporal.
◦ Intestino hospeda, em média, 70% desses MOs.
◦ São estimadas cerca de 35 mil espécies.
Microorganismos no corpo humano
Microorganismos no intestino:
◦ desenvolvimento da função motora
◦ desenvolvimento do tecido linfoide
◦ 70-80% das células imunológicas estão no intestino
◦ produção de Vitaminas (K, B2, B1, ác. fólico, biotina e ác pantotênico)
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Formação da microbiota
Nasce com TGI estéril
Primeiro contato durante o parto
◦ Normal
◦ Exposto à microbiota vaginal e fecal materna
◦ Lactobacillus e Prevotella spp
◦ Cesária
◦ Expostos à microbiota da pele
◦ Staphylococcus e Propionibacterium spp
◦ Atraso na colonização
◦ Maiores índices de alergias e DM tipo I
(Gibson, Crofts, Dantas, 2015)
Formação da microbiota
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Formação da microbiota
Lactentes a termo saudáveis
◦ Primeiros 6 meses
◦ Dramático aumento de Bifidobacterium e Bacteroides spp. 
1 ano assemelhar-se a uma microbiota adulto
Plena maturidade em 2-3 anos de idade
Microbiota intestinal
Trilhões de micro-organismos colonizando o trato gastrointestinal;
Influência sobre processos locais e sistêmicos:
◦ Transformações químicas dos nutrientes;
◦ Maturação da imunidade da mucosa;
◦ Comunicação intestino-cérebro;
◦ Progressão de tumores;
◦ Entre outros. 
Sonnenburg; Backhed, 2016; Honda; Littman, 2016; Thaiss et al., 2016; Mayer et al., 2015; Zitvogel et al. 2015.
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Microbiota intestinal
Lactobacillus casei
Lactobacillus gasseri
Lactobacillus reuteri
Streptococcus thermophilus
Bifidobacterium
Bacteroides fragilis
Bacteroides thetaiotaomicron
Escherichia coli
Firmicutes
Bacteroidetes
Proteobacteria
Actinobacteria
Mais de 1000 espécies diferentes!
Microbiota intestinal
Bactérias probióticas
◦ Efeitos benéficos
◦ 11 a 13% da microbiota
Bactérias comensais
◦ Promovem equilíbrio ou desequilíbrio das funções do TGI
◦ Maior proporção
Bactérias patogênicas
◦ Podem causar doenças agudas ou crônicas
◦ Pequena proporção
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Definição
Probiótico = Pela vida
◦ Microrganismos vivos que, quando 
administrados em quantidades 
adequadas, conferem um benefício à 
saúde do hospedeiro.
◦ Uma série de espécies microbianas bem 
estudadas
◦ Podem ser veiculadas em uma dose 
funcional em alimentos ou suplementos 
◦ Para a população em geral
(Hill, C. et al., Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, 2014)
Funções
Nutri-
cional
Meta-
bólica
Imune
Diges-
tiva
Histórico
Henry Tissier (1906)
◦ Pediatra francês do Instituto Pasteur
Bactérias em formato de Y
◦ Presente em fezes de crianças saudáveis
◦ Ausente em fezes de crianças com diarreia.
◦ Bifidobactérias
◦ Bacillus bifidus communis
(FAO/WHO, 2001)
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Histórico
"A dependência dos micróbios intestinais 
sobre a comida faz com que seja possível 
adotar medidas para modificar a flora em 
nossos corpos e para substituir os micróbios 
nocivos por micróbios úteis”
(Metchnikoff, 1907)
Histórico
No início dos anos 1930, no Japão, Minoru Shirota desenvolveu um 
produto de leite fermentado chamado Yakult
◦ Alimento probiótico produzido pela fermentação de uma mistura de leite 
desnatado com uma cepa especial de Lactobacillus casei Shirota. 
O termo Probiótico foi descrito em 1965 por 
Lilly e Stillwell.
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Benefícios dos probióticos
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Microbiota 
intestinal e 
saúde
Inibição de patógenos
Os probióticos podem inibir diretamente o crescimento de agentes 
patogênicos através de:
◦ Redução do pH intestinal pela produção de AGCC 
◦ ácido acético, butírico e propiônico. 
◦ Bifidobacterium spp. inibe a colonização por E. coli pela acidificação do lumen 
intestinal.
◦ Produção de bacteriocinas
◦ Mucinas, defencinas...
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Inibição de patógenos
Diminuir a adesão de patógenos e suas toxinas por mecanismos de 
competição.
◦ Adesão a receptores na superfície dos enterócitos
Integridade da mucosa
Os probióticos são capazes de induzir a produção de substâncias 
citoprotetoras por enterócitos
◦ proteínas de choque térmico e peptídeos antimicrobianos
Prevenção de lesão epitelial por citocinas
◦ Inibição de mecanismos apoptóticos
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Integridade da mucosa
Butirato
◦ Redução de citocinas (IL-6, TNF-α)
◦ Promove a integridade da barreira epitelial intestinal.
Acetato
◦ Promove a resolução de inflamação intestinal por o receptor acoplado à 
proteína G. 
◦ Prevenção da infecção com o enteropatógeno Escherichia coli (0157: H7). 
◦ Capacidade de manter a função da barreira epitelial intestinal
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Homeostase
Digestão de fibras
Imunidade
Síntese de vitaminas
Proteção contra 
patógenos
Disbiose
Obesidade
Síndrome metabólica
Inflamação intestinal
Desordens auotimumes
Autismo?
Depressão?
Fatores que alteram a microbiota
Idade
Tempo de trânsito intestinal (Diarreia – Constipação)
pH intestinal
Disponibilidade de substrato pra fermentação
Interação entre componentes da microbiota
Susceptibilidade a infecções
Aporte nutricional
Uso de antibióticos e imunossupressores
Dieta
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Microbiota intestinal
Dieta
Medicamentos
Mucosa intestinal
Sistema Imune
Weiss; Hennet, 2017
Disbiose intestinal
Menor diversidadeAumento de patobiontes Perda de MO’s benéficos
DeGrutolla et al., 2016;
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Disbiose intestinal
Redução da absorção de nutrientes e 
fitoquímicos;
Intolerância a determinados nutrientes;
Doenças inflamatórias intestinais;
Doenças autoimunes;
Doenças neurológicas; 
Doenças metabólicas
◦ Diabetes tipo II
◦ Obesidade.
DeGrutolla et al., 2016; Weiss; Hennet, 2017
Ingestão lipídica elevada
Araújo et al., 2017
↑ produção de LPS
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Microbiota intestinal
Medicamentos
Mucosa intestinal
Sistema Imune
Disbiose
DIETA
Microbiota intestinal
Variações naturais na ingestão alimentar → alterações transitóriasna 
composição da microbiota
Componentes predominantes da dieta → efeitos duradouros, modificando os 
grupos de micro-organismos
Fibras
Carne
Peixe
Ingestão excessiva
Dieta restritiva
Ausência de nutrientes
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De que forma as dietas restritivas podem modificar a 
microbiota?
Ingestão proteica elevada
Longo prazo:
Proteína animal + Aminoácidos 
Efeito direto: Aumento de Bacteroides
Efeito indireto: Alteração nos produtos de 
fermentação 
◦ ↓ AGCC
◦ ↑ Substâncias potencialmente tóxicas: sulfureto, 
amônia, compostos N-nitrosos
◦ ↑ Óxido nítrico: antimicrobiano.
Aumento de patobiontes
Menor diversidade
Perda de MO’s benéficos
Padrão observado também em indivíduos 
obesos.
Wu et al., 2011; Mu et al., 2016; Vipperla; O’Keefe, 2016
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Ingestão proteica elevada
Longo prazo:
Proteína animal + Aminoácidos 
Efeito direto: Aumento de Bacteroides
Efeito indireto: Alteração nos produtos de 
fermentação 
◦ ↓ AGCC
◦ ↑ Substancias potencialmente tóxicas: sulfureto, 
amônia, compostos N-nitrosos
◦ ↑ Óxido nítrico: anti-microbiano.
Aumento de patobiontes
Menor diversidade
Perda de MO’s benéficos
Fatores que contribuem para o 
desenvolvimento de câncer coloretal
Wu et al., 2011; Vipperla; O’Keefe, 2016
Ingestão proteica elevada
Curto prazo:
Não necessariamente produz as mesmas modificações 
na microbiota.
Porém, quando associada à baixa ingestão de 
carboidratos: 
Menor diversidade
Wu et al., 2011;
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Ingestão lipídica elevada
Promove grandes modificações na microbiota intestinal!
Efeito direto:
◦ Redução de Bacteroides
◦ Aumento de Firmicutes
Efeito indireto
◦ ↑ secreção biliar 
◦ ↑ ácidos biliares não absorvidos
◦ ↓ do pH intestinal + atividade antimicrobiana
Menor diversidade
Efeito combinado:
o Firmicutes modificam ácidos biliares
o ↓ sua afinidade pelos receptores
o Prejuízo no metabolismo energético, 
lipídico e da glicose.
Zhang et al., 2012; Sen et al., 2017
Mesmo efeito é observado 
com ingestão elevada de 
açúcares!
Perda de MO’s benéficos
Ingestão lipídica e a microbiota
Grau de saturação dos ácidos graxos também 
impacta na microbiota!
Ácidos graxos insaturados : 
◦ Actinobactérias
◦ Bactérias ácido láticas
◦ Bacterias mucolíticas
Ácidos graxos saturados:
◦ Menor proporção de Bacteroidetes em relação a 
Firmicutes
◦ Aumento da produção de LPS
Protegem contra o ganho de peso 
Reduzem inflamação no tecido adiposo
Estado inflamatório crônico
Estímulo ao ganho de peso
Caesar et al., 2015
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Tratamento - Disbiose
Uso de prebióticos e probióticos
Transplante da microbiota
Antibióticos
DONATELA, C. Microbiota biodiversity in inflammatory bowel disease. Italian Journal of Pediatrics 2014, 40:32
REMOVER
REPARAR
RECOLOCAR
REINOCULAR
REAVALIAR
RE-EQUILIBRAR
PROGRAMA DOS 6 R
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REMOVER
REPARAR
RECOLOCAR
REINOCULAR
REAVALIAR
RE-EQUILIBRAR
PROGRAMA DOS 6 R
Patógenos, xenobióticos, 
alérgenos alimentares 
Nutrientes Tróficos
HCl e Enzimas 
digestivas (se 
necessário)
Probióticos e 
Prebióticos
Hábitos e estilo de 
vida
REMOVER
REPARAR
RECOLOCAR
REINOCULAR
REAVALIAR
RE-EQUILIBRAR
PROGRAMA DOS 6 R
Patógenos, xenobióticos, 
alérgenos alimentares 
Nutrientes Tróficos
Enzimas digestivas (se 
necessário)Probióticos e 
Prebióticos
Hábitos e estilo de 
vida 1 – 3 meses de TRATAMENTO
Intervenções combinadas 
favorecem resultados mais 
promissores
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1. Remover
INTERVENÇÃO 
DIETÉTICA
INTERVENÇÃO 
FITOTERÁPICA
1. Restrição (remoção) dos alérgenos;
2. Restrição (remoção) de xenobióticos: 
agrotóxicos, aditivos;
3. Maximizar a frequência evacuatória – Líquido e 
Fibras (reduzir tempo de contato com a 
mucosa)
1. Uso de Plantas Medicinais e/ou Fitoterápicos 
com ação antiparasitária, antifúngica, 
antibacteriana (Remoção de patógenos);
2. Uso de Plantas Medicinais e/ou Fitoterápicos 
que favoreçam a frequência evacuatória.
2. Reparar
INTERVENÇÃO 
DIETÉTICA
INTERVENÇÃO 
FITOTERÁPICA
1. Dieta não irritativa (café, refrigerantes, 
ultraprocessados);
2. Nutrientes tróficos: Zinco, Vitamina E, Vitamina 
K, Vitamina C, B12, Glutamina Ômega 3, 
Prebióticos.
1. Uso de Plantas Medicinais e/ou Fitoterápicos 
fontes de Mucilagens, Taninos e Flavonóides
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3. Recolocar
INTERVENÇÃO 
DIETÉTICA
INTERVENÇÃO 
FITOTERÁPICA
1. Favorecer a função digestiva;
2. Fornecer fibras e fatores intrínsecos.
1. Uso de Plantas Medicinais e/ou Fitoterápicos 
com ação COLAGOGA, COLERÉTICA, PRINCÍPIOS 
AMARGOS
4. Reinocular
Probióticos
◦ Suplementos
◦ Comerciais
◦ Manipulados
◦ Alimentos
◦ Kefir
◦ Kombucha
◦ Outros fermentados (?)
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4. Reinocular
Prebióticos
“São ingredientes alimentares que não são digeridos e 
que afetam de maneira benéfica o hospedeiro por 
estimular seletivamente o crescimento e/ou a 
atividade de uma ou um
número limitado de bactérias do cólon”.
4. Reinocular
Simbióticos
Ingrediente e/ou alimento que contém ambos, 
componentes prebióticos e probióticos que 
demonstram benefícios à saúde humana.
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5. Reequilibrar
Modificação de hábitos
Manutenção da homeostase da microbiota
Necessário manter a suplementação de probióticos?
6. Reavaliar
Objetivos traçados X alcançados
Conduta nutricional
Manutenção da saúde plena
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