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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 Micologia Características Gerais dos Fungos A micologia estuda os fungos; que são seres heterotróficos (absorve energia por meio de outro ser) e são seres eucarióticos. Pode ser classificado como unicelular (leveduras) ou pluricelular (cogumelos), se reproduzem por esporos liberados, de maneira sexuada ou assexuada. Os fungos são seres pertencentes ao reino fungi, possuem características pertencentes ao reino animal e vegetal; o que diferencia do reino vegetal é a ausência do pigmento fotossintético, e do reino animal, não formam tecido verdadeiro, nem apresentam celulose na sua parede celular (excetuando-se os fungos aquáticos inferiores), diferentemente das bactérias, e não armazenam amido como substância de reserva. Sobre a parede celular dos fungos, tem como particularidade a presença de quitina; São facilmente encontrados na natureza e tem um ambiente propício na presença de nitrogênio e de carboidratos. É comum observar, nos fungos uma alta taxa de mitocôndrias, ribossomos, C. de golgi, retículo endoplasmático e vacúolos. Podem ser: • Saprófitos: quando absorvem nutrientes do solo ou de matéria orgânica • Parasitários: habitam em plantas e animais • Simbiontes: associação entre fungos e raízes Os fungos são identificados pelos seus aspectos morfológicos, que podem ser observados por meio de colônias: • Leveduras formam colônias de aspecto pastoso, como cores claras; estas são micro-organismos unicelulares, não filamentosos, esféricos ou ovais, se reproduzem assexuadamente (função binária ou brotamento). Função binária: a célula mãe se divide em duas células de tamanho iguais Brotamento: a célula mãe forma brotos conhecidos como blastocomideo ou gêmula, na sua superfície que se desprende da célula mãe, enquanto isso acontece, o núcleo central está se dividindo, este chega ao broto, que é liberado para alcançar outros lugares. A organização filamentosa dos brotos é conhecida como pseudohifas (forma mais patogênica). Brotamento por fissão: Não é muito patogênico por produzir poucas pseudohifas. – É comum na cavidade oral. • Bolores formam colônias filamentosas que parecem algodão, com coloração variada; são micro-organismo multicelulares, denominados de hifas, elas têm formas de tudo, podem ou não conter septos, assim denominadas hifas septadas e hifas cenocíticas respectivamente; quando estão em conjunto chamamos de micélios, são constituídos vegetativos ou reprodutivos. Micélios vegetativo: Conjunto de hifas que se desenvolve no interior do substrato, funcionando como um tipo de sustentação servindo para absorção de nutrientes. Micélios reprodutivos: Projetam-se para cima do fungo; contém estruturas de reprodução que são esporos chamados de propágulos, que podem ser de origem sexuada e assexuada. OBS: Algumas espécies de fungos são consideradas dimórficas, podendo crescer na forma de bolor e/ou leveduras. Estruturas primárias dos fungos: • Polimorfismo: em algumas fases do ciclo de reprodução o fungo pode ter uma forma vegetativa unicelular ou pluricelular. • Dimorfismo: a forma do fungo pode variar de acordo com a temperatura (ambiente: forma filamentosa// 37º: leveduriforme). • Pleomorfismo: varia de forma vegetativa, mas não depende da temperatura, sim da Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 capacidade de nutrição, absorção e luminosidade. Estruturas secundária dos fungos: está relacionada com a capacidade de produzir estruturas de multiplicação. Os fungos, na sua parede celular, têm estruturas biopatológicas que permitem a sua fixação nas células hospedeiras, facilitando as infecções; por meio da TRL’s, esse fator estimula a ação da resposta imune inata no hospedeiro, além de liberar antígenos imunodominantes. A presença de parede celular era um fator determinante; antigamente divida-se em mixomycotaI (fungo inferior sem parece celular) oomycota (fungo verdadeiro com parece celular). Percebeu-se, com o passar dos anos, que os sem parede celular, na verdade, eram algas. As formas que os fungos desenvolveram para se adaptar e reproduzir, dependendo as espécies, podem ser haploides ou diploides: • Reprodução assexuada: cada célula é um clone genético – esporos: anamórficos ou exósporos ou conidiósporos. • Reprodução sexuada: pode ou não precisar de dois seres geneticamente diferentes – esporos: teleomórficos ou endósporos. OBS: Ambos os tipos de reprodução produzem esporos, que aumentam a sobrevivência dos fungos. – Os esporos, são facilmente dispersos, são resistentes em condições adversas; geralmente em período vegetativo, até que as condições são favoráveis. – As características dos esporos estão ligadas à sua morfologia e a sua ontogenia. OBS: Para micologia médica estudamos apenas a reprodução assexuada. OBS: É possível observar no material genético dos fungos um pequeno RNA, chamado de RNAsn, presente apenas em fungos, ele mantém a viabilidade, evitando perdas e mutações de informações genéticas. Sobre o metabolismo dos fungos podemos afirmar: • Na sua maioria são aeróbios obrigatórios; • Na sua maioria precisam de água para sua sobrevivência/reprodução; os que conseguem se desenvolver na elevada quantidade de sal, são chamados de halófilos; • Podem crescer em locais de baixa umidade, chegando, até a bloquear o desenvolvimento de bactérias; • As culturas fúngicas demoram a se desenvolver, precisando de 7 a 15 dias de incubação, • pH favorável para o desenvolvimento dos fungos 5 – 7; • A temperatura para sobrevivência é variada; • Os fungos de importância médica, são os mesófilos; • Algumas espécies de fungos necessitam da presença efetiva de luz para o seu desenvolvimento; • Os fungos são capazes de produzir metabolitos, alguns deles são usados como antibióticos. • A temperatura para os tipos de fungos: Psicrófilos: resistem ao frio – 20ºC. | Mesófilos: Crescem em temperatura ambiente. | Termófilos: Crescem até 50ºC. • Não sobrevivem há mais de 55ºC, porém as suas toxinas tem alta resistência. • Podem ser corados com GRAM+, mesmo que seja uma classificação para as bactérias – a presença glucanos (semelhante aos peptídeos glicanos das bactérias) nos fungos favorece a coloração. Organização dos fungos: • Fungos com filamentos hialos: Não tem pigmentação, são mais suscetives a infecções. • Fungos filamentosos demácios: produzem pigmentos, o mais comum é a melanina – presente nos patogênicos. • Fungos septados: quantidade muito grande de septos. • Fungos asseptados ou cenocíticos: quantidade menor de septos. Resposta imune aos fungos As infecções fúngicas são chamadas de micoses, causas de morbidade e mortalidade. Algumas delas são endêmicas causadas por fungos presentes no ambiente. Outros tipos de micoses, consideradas oportunistas, podem, ou não, causar doenças em indivíduos sadios. Podemos observar que a deficiência de neutrófilos está diretamente ligada as infecções fúngicas, devido ao dano causado a medula óssea. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 Por não estarem presentes apenas no meio intracelular, a resposta imune a esse tipo de parasita é uma mistura de respostas extra e intracelular. Os principais mediadores da imunidade inata, em resposta aos fungos são os neutrófilos, macrófagos e ILCs. Macrófagos e células dendríticas percebem os organismos fúngicos através dos TLRs e receptores do tipo lectina, chamados dectinas, que reconhecemβ-glucanas na superfície dos fungos; liberam citocinas que recrutam e ativam neutrófilos diretamente ou via ativação de ILCs residentes teciduais. Os neutrófilos, liberam substâncias fungicidas, como as espécies reativas de oxigênio e as enzimas lisossômicas, e fagocitam os fungos para o killing intracelular. A imunidade celular é a melhor forma de resposta frente aos fungos, sendo ela a principal forma de imunidade adaptativa. Executam mecanismos de defesa parecidos com os de defesa contra as bactérias, seus mediadores comuns são ILC1, T-beta, ILC3, TCD4+ e TCD8+, para condições intracelulares. Para condições extracelulares, os fungos ativam respostas Th17, células dendríticas, por meio do IL-1, IL-6 e IL – 23. OBS: A resposta de Th1 são protetoras em relação a infecções fúngicas. OBS: Pacientes HIV+ que são acometidos pro criptococose (transmitidas por pombos), tem um agravante para a instalação da AIDS. OBS: O uso continuo de antibióticos favorece a instalação de fungos – desfavorece a microbiota bacteriana. As infecções fúngicas podem ser consideradas: • Estritamente superficiais • Superficiais e mucosas • Infecções sistêmicas e oportunistas • Infecções por fungos dimórficos Fatores predisponentes das micoses oportunistas Todo ser possui uma microbiota, esta pode ser endógena – quando a criança é exposta as condições necessárias nos primeiros minutos de vida – a microbiota estimula o sistema imune a produzirem defesas contra diversos microrganismos. As micoses são infecções causadas por fungos, geralmente por leveduras ou fungos filamentosos. O processo de desenvolvimento das micoses depende diretamente do comprometimento do hospedeiro e da sua interação com o meio ambiente. Os fungos responsáveis pelas micoses se proliferam, principalmente me regiões quentes e úmidas. Algumas portas de entradas resultam em tratamento odontológico ou médico. Os fatores predisponentes diretos das micoses, são extrínsecos (profissões, esportes, aglomerações, hábitos) e intrínsecos (idade, Leveduras • Compõe parte da microbiota animal • As patologias decorrem do desenquilibrio a microbiota • Gênero Cândida - geralmente desencadeadas de infcções hospitalares Fungos Filamentosos • Não compõem a microbiota animal • As vias aéreas superiores são a principal forma de entrada; podem quebrar a barreira epidérmica. Quebra de barreiras: TRAUMA • Peritonites • Fungemias Perda de equilibrio normal • Candidiase oral e vaginal Inalação Pulmonar • Aspergilose • Criptococose • Histoplasmose Não há grau de patogenicidade, mas de virulência. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 gravidez, lesões pré-existentes, estados patológicos – como: antibioticoterapia, corticóidoterapia, quimioterapia, radioterapia e dispositivos invasivos). O ciclo de interação das micoses corresponde a: desnutrição, infecção e a imunidade. A nomenclatura delas correspondem a localização do processo, ao fungo e a designação popular. Micoses Oportunistas - Aspergilose As micoses oportunistas como todo, geralmente acometem pessoas com o sistema imune comprometido; as principais são: Candida; Aspergillus ssp; Penicillium ssp; Cryotococais neoformans. A aspergilose é causada pelo fungo: Asperfillus ssp. São fungos filamentosos oblíquos, contaminante comum em hospitais e laboratórios. Os mais propensos, a essa micose oportunista, são os imunodeprimidos, debilitados ou em tratamento com drogas imunossupressoras. • Eles são encontrados dispersos no solo, em vegetais ou em matéria decomposição. • Infecta por inação, seus esporos/conídios são veiculados pelo ar. • A temperatura de crescimento: 37ºC. • Tem capacidade de se aderir no endotélio e epitélio. • Invadem vasos sanguíneos • Produzem enzimas/toxinas como restrictocina, fumigatoxina, proteases, tais como elastase (a lesão das células epiteliais e a rotura da barreira protetora causa um aumento de citocinas-IL8 e fatores de crescimento). Manifestações Clínicas: São determinadas pela resposta imune do hospedeiro e classicamente definidas como formas: alérgicas, invasivas e saprofítica. • Encontra-se nos pulmões, ouvidos, sistema nervoso central, olhos e outros órgãos. OBS.: Espécies mais comuns causadoras da aspegilose: A. fumigatus (mais comum), A flavus, A. niger e A. terréus. OBS.: O processo pneumônico parenquimatoso preenche as cavidades preexistentes, como abcessos por tuberculoses ou cistos, formando a aspergiloma intracavitário (bola fúngica). Aspergilose: Broncopulmonar alérgica É caracterizada por episódios de asma aguda, responsiva a corticosteroide ou por asma corticoide dependente, com sintomas não usuais de febre e hemoptise, com destruição das vias aéreas. OBS.: Se não tratada adequadamente pode evoluir para fibrose. A patogênese da doença implica na inalação de conídios que se fixam em brônquios mais calibrosos. Ao germinarem produzem alta concentração de antígenos que estimulam o SI, com formação de anticorpos específicos, principalmente IgE, IgG e IgA. O fungo não invade o tecido, permanecendo como saprófito. A injúria tecidual é devido a elevação dos produtos ativos do sistema complemento e proteases produzidas pelo fungo – causando injuria do tecido. Critérios para diagnósticos primários: • Obstrução brônquica episódica (melhora com corticoide); • Bronquiectasia: dilatação crônica dos brônquios com catarro mucopurulento; • Eosinofilia periférica Distúrbios das barreiras de defesa Defeitos da imunidade inata Defeitos na imunidade celular Superficiais • Camadas mais superficiais da pele; • Lipofilicos; • microbiota ou ambiente Cutâneas • Pele, Pêlos e unhas • Trasmissiveis • Queratinocitos Subcutâneas • Pele e tecidos percutâneos • Traumatismo • Saprófitas Sistêmicas • Órgãos Internos, viceras e outros tecidos • Fungos de solos inalados Oportunistas • Individuos imunooomprometidos • Ambientais ou microbiota endógena Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 • Presença de anticorpos específicos contra antígenos de Aspergillus spp.; • Reação cutânea imediata a antígeno de Aspergillus spp.; • Elevação sérica de IgE totais; • Presença de infiltrados pulmonares. Critérios para diagnósticos secundários: • Detecção de Aspergillus spp., • Expectoração de moldes brônquicos • Elevação de IgE específica contra Aspergillus spp.; • Reação cutânea tardia. Tratamento: • Corticosteroide + Itraconazol OBS.: O corticoide melhora a função pulmonar e diminui os episódios de consolidações recorrentes. OBS.: O uso de itraconazol (200 mg v.o. a cada 12 h por 16 semanas) reduz a dose de corticoide necessária, a eosinofilia (superior a 500 células/mm3 em 68% dos casos) e a concentração de IgE, melhorando a função pulmonar e a qualidade de vida. Aspergilose: Pulmonar invasiva É uma doença infecciosa de alta morbidade e mortalidade em imunodeprimidos. Diagnóstico: • Confirmação deve ser feita com cultura (Hemocultura é limitada); • Material de Lavado Bronco Alveolar (LBA), biópsia transtorácica percutânea e biópsia por videotoracoscopia são procedimentos padrões para estabelecer o diagnóstico de API; OBS.: falsos-negativos podem ocorrer em caso de uso prévio de antifúngicos ou quando o procedimento não alcança a área afetada); • PCR (uma vez que na histologia, como o achado de hifa hialina septada, ramificada em ângulo de 90° não é especifico para Aspergillus spp) ; • TC de tórax: sinal do halo e do crescente aéreo; • Na ausência da cultura Detecção de galactomanana(polissacarídeo da parede do Aspergillus spp.) – Antigenemia; • β-D-glucana (inespecífico, indica infecção fúngica invasiva) Diagnóstico provável = fatores de risco do hospedeiro + manifestação clínica e radiológicas + evidências microbiológicas (cultura/antigenemia). OBS.: O quadro radiológico apresenta-se alterado em 78% dos casos. Em radiografia/TC de tórax, há presença de infiltrado/consolidação em 43%; lesões cavitárias em 20%; e nódulos múltiplos ou nódulo solitário em 4%; Tratamento: • Voriconazol (indicados para manifestações incomuns) ou Anfotericina B lipossomal (em casos de hepatopatia e contra indicação ao voriconazol). • Casos refratários: alteração da via de administração (para i.v.) monitoração dos níveis da medicação; alteração da classe do medicamento e/ou combinação medicamentosa. O tratamento dura entre 6-12 semanas. OBS.: em imunodeprimidos, deve-se manter o medicamento até que ocorra melhora da imunossupressão e reabsorção das lesões; • Ressecção cirúrgica: em casos de lesão contígua a grandes vasos e/ou ao pericárdio; lesão única que causa hemoptise; invasão da parede torácica. Monitoração Terapêutica: • Avaliar sintomas e sinais dos aspectos radiológicos (em intervalos regulares) • Aumento progressivo da antigenemia significa mau prognóstico; porém, a normalização da mesma não pode ser utilizada como critério único para cessar o tratamento. Fatores que aumentam o risco de morte: Infecção após transplante (sua rejeição); Neutropenia; Infecção por citomegalovírus; Uso prolongado de corticoides e imunossupressores; Apergilose Pulmonar Invasiva disseminada; Monocitopenia; Carga fúngica; Derrame pleural associado; Insuficiência renal; Infecção bacteriana de repetição; Idade avançada. Micoses Oportunistas – Candidiase Orofaringeaneas É o 6º patógeno nasocomial mais comum, e a 4ª maior causa de infecções de corrente sanguínea adquiridas em hospitais, geralmente causa pela Candida albicans ou Candida aureus. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 O clamidósporo é um esporo de resistência que permite ao fungo sobreviver em condições adversas (Tubo germinativo). É constituído de uma reserva nutritiva e espessamento da parede celular, se assemelha aos endósporos bacterianos, contudo, está relacionado a reprodução assexuada em fungos. Podem ser visualizados a nível terminal ou intercalar. A candidemia pode ser definida como a ocorrência de 2, ou mais, culturas positivas para a mesma espécie de Candida, provenientes de amostras diferentes, coletadas após 72 h da admissão. OBS.: Infecção invasiva por Candida pode ser também considerada quando há isolamento de Candida a partir de sítio normalmente, estéril associado a pelo menos, um outro sinal de infecção. Baixa sensibilidade de hemocultura (até 50% dos pacientes com infecção invasiva por Candida apresentam cultura negativa). Infecção bacteriana concomitante, diminui a chance do isolamento de Candida. Recomenda-se monitoração com exames micológicos de amostras biológicas dos pacientes, tais como, sangue, escarro, pontas de cateteres intravasculares, líquido peritoneal e urina. Fatores de risco para infecção: • Permanência > 4 dias em UTI • Antibioticoterapia de largo espectro • Cirurgia abdominal • Cateterização venosa central • Nutrição parenteral total • Imunodepressão • Índice APACHE II > 10 • Ventilação mecânica > 48h • Neutropenia • Quimioterapia citotóxica OBS.: Índice APACHE II - sistema médico de classificação que determina os índices de gravidade de um paciente internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). É calculado a partir da soma de 12 critérios clínicos, fisiológicos e laboratoriais que determinam a criticidade do quadro do paciente e o risco de óbito nas suas primeiras 24 horas de UTI. A candidíase são microrganismos sapróbios, alguns são comensais do tubo digestivo, e a maioria é proveniente do ambiente externo. São dimórficas, dependendo da temperatura/pH e regulação gênica. Fenômeno de Switching – é caracterizado pela variação na morfologia das colônias de cândida, principalmente de C. albicans. Relação com a sexualidade da cultura. Características Clínicas: • Candidíase Oral: É a lesão micótica mais comum da boca, do tipo branco-amarelada, não epitelial, podendo ulcerar. Apresentam diferentes níveis de gravidade; e podem estar presentes na flora normal (boca, TG, TR e TV). Os fatores predisponentes da candidíase oral são: umidade e maceração da pele/mucosa por fatores físicos ou químicos. OBS.: A C. albicans atinge preferencialmente sítios que sofrem efeitos distróficos da carência de ferro, como: língua, comissura labial e unhas. • Candidíase aguda pseudomembranosa: É conhecida como sapinho, sendo observada a presença de placas brancas, cremosas, destacáveis; é possível sentir uma sensação de queimação, hálito fedido, como sintomas. Localiza-se, principalmente, na mucosa jugal, língua e palato. Os fatores mais associados são a antibióticoteapia e imunossupressão. Apresenta características clínicas clássicas: Pseudomembranas esbranquiçada ou amarelada, consistência mole, gelatinosa, geralmente assintomáticas. Resulta em uma base eritematosa/ulcerada, local hiperêmico, com pontos hemorrágicos, quando removida- sensível. Candidíase Aguda a placa branca é FACILMENTE removida. Células leveduriformes - Brancas • Colônias de cor creme e ovoides • Fermentação Células leveduriformes - Opacas • Colônias de cor acinzentada e alongada • Metabolismo oxidativo Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 • Candidíase aguda atrófica – Eritematosa Do tipo eritematosa, tem aparências de máculas vermelhas, o paciente revela a sensação de queimação; localizada na região posterior do palato duro, na mucosa jugal e no dorso da língua. Dentre os fatores associados estão: a antibioticoterapia, imunossuperessão, xerostalmia e condições idiopáticas. Não apresenta aspecto clínico clássico o que dificulta o diagnóstico. Geralmente resulta da persistência da forma pseudomembranosa, mas com a perda da pseudomembrana e a apresentação de uma lesão vermelha mais generalizada. Pode ocorrer independente ou simultaneamente a forma pseudomembranosa. Lesões sintomáticas provocam sensibilidade intensa devido às numerosas erosões na mucosa e a inflamação presente. • Candidíase aguda - Glossite Atrofia papilar central (glossite romboidal mediana), tem aparência avermelhada nas áreas de mucosas e são assintomáticas; estão localizados na linha média e na região posterior do dorso lingual. Os fatores associados estão relacionados com a imunossupressão e em condições idiopáticas. • Candidíase crônica atrófica A queilite angular, tem uma aparência de lesões avermelhadas e fissuradas, irritadas e o paciente tem uma sensação de ferimento, está localizada nos ângulos da boca; os fatores associados são idiopáticos, podem estar ligados a imunossupressão e perda da dimensão vertical. O sinal clínico comum a todas as variantes de candidíase bucal, podendo, estar associada com a afta ou candidíase crônica. Aspecto clinico: ulceração, fissura e hiperplasia na região da comissura labial. Dor, desconforto ou sangramento. A estomatite por dentadura (candidose atrófica crônica, boca dolorida pela dentadura), tem a aparência avermelhada e são assintomáticas. São limitadas à superfície do palato, que detém a dentadura; pontua-se que as vezes não é uma infecção verdadeira, dentadura + mucosa. O palato fica com a superfície vermelha viva, de aveludada a pedregosa, com pouca ceratinização.Pode se apresentar de forma circunscrita ou difusa e ulcerada ou não. O palato encontra-se hiperêmico e doloroso. Não há formação de placa. • Tratamento Higiene oral adequada é ESSENCIAL para o tratamento; não havendo meios de higiene oral específicos para combater Cândida; usando os métodos convencionais com escovação dos dentes e enxaguatórios bucais; Há relatos de redução de eficácia da Nistatina quando combinada com a clorexidina. Recomenda-se esperar pelo menos 30 minutos para usar a Nistatina após o uso de clorexidina; OBS.: Enxaguatórios à base de óleos essenciais tem mostrado eficiência no combate à Cândida Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Microbiologia e Imunologia – 2020.1 Referências: BROOKS, G. F. et al. Microbiologia Médica: de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26ª edição. Artmed. ABBAS, A.; LICHTMAN, A.; PILLAI, S. Imunologia Básica: Funções e distúrbios do sistema imunológico. 4ª edição. Elsevier. MICROBIOLOGIA – MICOLOGIA (FUNGOS) – PROF. ALEXANDRE FUNCK - https://www.youtube.com/watch?v=ONVlgJob0cw #36 O UNIVERSO MICROSCÓPICO: FUNGOS - https://biomedcast.com/36/ https://www.youtube.com/watch?v=ONVlgJob0cw https://biomedcast.com/36/
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