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BMS Nervoso, Locomotor, Sensorial, Hematológico e de Revestimento bioquímica 1 Transmissão química Transmissão química ⇾ liberação de mediadores e sua interação com os receptores situados nas células-alvo Princípio de Dale ⇾ “um neurônio maduro libera o mesmo transmissor em todas as suas sinapses” Mas hoje, sabe-se que há situações nas quais diferentes transmissores são liberados de diferentes terminações do mesmo neurônio SUPERSENSIBILIDADE POR DESNERVAÇÃO Quando um nervo é seccionado e suas terminações degeneram, a estrutura por ele inervada torna-se supersensível à substância transmissora liberada pelas terminações Mecanismos conhecidos ⇾ proliferação de receptores, perda de mecanismos de remoção do transmissor, aumento da responsividade pós-juncional A supersensibilidade pode ocorrer, mas de modo menos acentuado, quando a transmissão é interrompida por outros processos que não a secção do nervo Bloqueio farmacológico da transmissão ganglionar Bloqueio a longo prazo de receptores pós-sinápticos A supersensibilidade pode provocar um efeito “rebote” quando fármacos que comprometem a transmissão sináptica são administrados durante algum tempo e, em seguida, suspensos MODULAÇÃO PRÉ-SINÁPTICA As terminações pré-sinápticas sintetizam e liberam transmissores em resposta à atividade elétrica na fibra nervosa Ações pré-sinápticas geralmente têm o efeito de inibir a liberação do transmissor, mas podem exacerbá- la Interações heterotrópicas ⇾ quando um neurotransmissor afeta a liberação do outro Interações homotrópicas ⇾ quando o neurotransmissor se liga a autorreceptores pré-sinápticos e afeta as terminações nervosas de onde está sendo liberado Os receptores pré-sinápticos regulam a liberação dos transmissores, principalmente influindo na entrada de Ca2+ na terminação nervosa A maioria dos receptores pré-sinápticos é do tipo acoplado à proteína G ⇾ controla a função dos canais de cálcio e potássio por meio de segundos mensageiros A liberação de transmissores é inibida quando a abertura dos canais de cálcio é inibida, ou quando a abertura dos canais de potássio é aumentada Também ocorre regulação pré-sináptica por intermédio de receptores ligados diretamente aos canais iônicos MODULAÇÃO PÓS-SINÁPTICA As estruturas pós-sinápticas incluem neurônios, células da musculatura lisa, células do músculo cardíaco Os mediadores químicos agem alterando a excitabilidade ou o padrão de descarga espontânea dessas estruturas Efeito excitatório lento ⇾ resulta de uma diminuição da permeabilidade ao K+ Neuropeptídio Y ⇾ aumenta o efeito vasoconstritor da norepinefrina e facilita enormemente a transmissão Esses efeitos são descritos como neuromodulação, pois o mediador age aumentando ou diminuindo a eficácia da transmissão sináptica Muitos neuropeptídios, por exemplo, afetam os canais iônicos de membrana, controlando o padrão de descarga da célula BMS Nervoso, Locomotor, Sensorial, Hematológico e de Revestimento A neuromodulação, de modo geral, envolve processos mais lentos que a neurotransmissão, e opera por meio de cascatas de mensageiros intracelulares COTRANSMISSÃO Mais de um transmissor é liberado por um neurônio, que interagem com os receptores para produzir o efeito desejado no tecido O equilíbrio entre os transmissores liberados pode variar sob diferentes condições Também são possíveis efeitos diferenciais dos moduladores pré-sinápticos ⇾ ativação de receptores beta-adrenérgicos inibe a liberação de ATP mas aumenta a liberação de norepinefrina TÉRMINO DA AÇÃO As sinapses de transmissão química invariavelmente incorporam um mecanismo para o rápido processamento de transmissor liberado, de modo que sua ação seja breve e localizada A ação do transmissor é finalizada pela sua captura ativa realizada pelo neurônio pré-sináptico ou por células de suporte Tal captura depende de proteínas transportadoras A principal classe consiste em uma família de proteínas de membrana, cada uma com 12 hélices Esses transportadores são importantes alvos para fármacos psicoativos, especialmente os antidepressivos, fármacos ansiolíticos e estimulantes Os transportadores vesiculares – preenchem vesículas sinápticas com neurotransmissores – estão intimamente relacionados com os transportadores de membrana Os transportadores de membrana agem como cotransportadores de Na+, Cl- e neurotransmissores É o movimento do Na+ para dentro da célula, a favor do gradiente, que fornece energia necessária para o movimento do transmissor para dentro da célula O processo produz uma corrente resultante através da membrana, que pode ser mediada diretamente e utilizada para monitorar o processo de transporte Pelo fato de o gradiente eletroquímico do Na+ determinar o transporte das moléculas do transmissor para dentro da célula, uma redução desse gradiente pode diminuir ou até mesmo inverter o fluxo do transmissor SÍNTESE, ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO 1. captação de precursores 2. síntese do transmissor 3. captação/transporte do transmissor para vesículas 4. degradação do transmissor excedente 5. despolarização por potencial de ação propagado 6. influxo de Ca2+ em resposta à despolarização 7. liberação do transmissor por exocitose 8. difusão até a membrana pós-sináptica 9. interação com receptores pós-sinápticos 10. inativação do transmissor 11. captura do transmissor ou dos produtos da degradação por terminações nervosas 12. captação e liberação do transmissor por células não neuronais 13. interação com receptores pré-sinápticos BMS Nervoso, Locomotor, Sensorial, Hematológico e de Revestimento O sistema nervoso O conceito original de neurotransmissão ⇾ uma substância liberada pelo neurônio que atua rápida e brevemente e a curta distância da membrana do neurônio adjacente, causando excitação ou inibição Hoje ⇾ podem produzir efeitos de curta e de longa duração / podem atuar de maneira muito difusa, em distância considerável do local de liberação / podem produzir outros efeitos diversos Neuromodulador ⇾ termo usado para se referir a determinado mediador cujas ações não se adaptam ao conceito original de neurotransmissor Neuromodulação ⇾ relaciona-se com a plasticidade sináptica, incluindo os eventos fisiológicos de curto prazo Os efeitos neurotróficos de longo prazo estão envolvidos na regulação do crescimento e da morfologia dos neurônios, bem como em suas propriedades funcionais Glicina É um importante neurotransmissor inibitório na medula espinhal e no tronco cerebral Em altas concentrações na substância cinzenta da medula espinhal Produz hiperpolarização inibitória que é indistinguível da resposta sináptica inibitória Estricnina ⇾ bloqueia tanto a resposta inibitória sináptica quanto a resposta à glicina Seu receptor é um canal de cloro operado por ligante pentamérico de alça cys Não existem receptores metabotrópicos específicos para a glicina No cérebro adulto, as principais formas de receptores de glicina são homômeros das subunidades alfa ou um complexo heterômero de subunidades alfa e beta Os receptores só com subunidades alfa são sensíveis à glicina e à estricnina Os receptores de glicina estão envolvidos na regulação dos ritmos respiratórios, do controle motor e do tônus muscular, bem como no processamento dos sinais da dor Toxina tetânica ⇾ age seletivamente para impedir a liberação de glicina dos interneurônios inibidores na medula espinhal ⇾ hiperexcitabilidade reflexa excessiva e violentos espasmos musculares Remoção da glicina do espaço extracelular ⇾ transportadores GlyT1 e GlyT2 GlyT1 ⇾ está nos astrócitos e é expresso pela maior parte do SNC GlyT2 ⇾ expresso nos neurônios glicinérgicos na medula espinhal, córtex cerebral e cerebelo
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