Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES CONCEITO Fármacos imunossupressores são drogas que, por diversos mecanismos, atenuam a resposta imune dos pacientes que receberam transplante de órgãos e dos pacientes com doenças autoimunes, modificando o curso das doenças. CASO CLÍNICO o O paciente nesse caso se automedica com AINEs: Ibuprofeno e paracetamol. o Apresenta uma patologia de base imunológica, ou seja, os ossos sofrem com a exacerbação do sistema imunológico. o A doença não estava sendo tratada de maneira correta, por isso, foi necessário substituir os antigos remédios por prednisona e metotrexato. ➔ AINEs x Imunossupressor: Qual a diferença? O anti-inflamatório diminui a síntese de produtos importantes para o desenvolvimento da resposta inflamatória, além disso, trata apenas o sintoma. Já os imunossupressores, modulam a resposta celular das células imunológicas e tratam a causa do problema. A prednisona é um AINE e um imunossupressor, desse modo, os glicocorticoides, tem capacidade tanto de reduzir a produção de um produto pró-inflamatório como de reduzir a expressão de substâncias importantes para o desenvolvimento ou ativação de células imunes. RELEMBRANDO A IMUNOLOGIA: ➔ Resposta imune inata: É uma resposta imune não específica, p.ex. as próprias barreiras epiteliais, fagócitos, sistema complemento, célula NK, células dendríticas, ou seja, já está pronta para em pouco tempo, independente do patógeno, consiga exercer uma resposta, controlando o invasor. ➔ Resposta imune adaptativa: Depende de um primeiro contato com o agente invasor, sendo uma resposta desenvolvida por células linfocitárias, no entanto, esses linfócitos precisam ter um contato prévio com o antígeno para só então se ativar, expandir e exercer o seu efeito final, que pode ser a partir de um linfócito B produzindo anticorpos ou a partir de um linfócito T, que é quem promove de fato uma atividade celular, por meio da ativação de macrófagos ou estimulando a morte da célula infectada. De acordo com essa imagem tem-se etapas de desenvolvimento da resposta imune adaptativa: o O linfócito T CD4 é o linfócito que expressa em sua membrana plasmática um receptor CD4, bem como o linfócito T CD8 expressa um receptor CD8. Isso é importante porquê as funções podem variar. o TCD4 possui a função de ativar outras células enquanto que o TCD8 além da função de ativar outras células exerce uma função celular ou destruição de um alvo. o A IL-2 é a principal citocina envolvida na ativação linfocitária e na expansão clonal. A maioria dos imunossupressores atuam inibindo essa citocina, pois é comum ao linf T CD4 e CD8. o Tem-se moléculas biológicas que bloqueiam a ação da IL-2, ou seja, se liga a essa citocina e impede que ela exerça sua função, sendo o suficiente para ter um efeito imunossupressor. TRANSPLANTES É comum o uso de imunossupressores no tratamento ou terapia de pacientes transplantados, pois, o sistema imune 2 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA reconhece tecidos estranhos e tende a agredi-los, levando esse paciente a rejeitar o transplante. ➔ Tipo de transplantes: o Autografting ou auto-transplante: Ocorre quando o indivíduo recebe um enxerto de um tecido próprio de si. P.ex. pele, folículo piloso, músculo. o Allografting ou alotransplante: Ocorre quando indivíduos da mesma espécie, mas não idênticos, trocam órgãos entre si. o Xenograting ou xenotransplante: Ocorre quando há a troca de tecidos entre diferentes espécies. No gráfico do eixo Y tem-se a taxa de sobrevivência de enxertos. No eixo X tem-se o tempo decorrido após o enxerto. ANALISANDO O GRÁFICO: o Os animais que foram transplantados e não receberam nenhum tipo de medicamento, rejeitaram 100% dos tecidos, ou seja, a taxa de sobrevivência chegou a 0% em 15 dias após o transplante sem tratamento nenhum. o Animais tratados com anti-CD8, ou seja, bloquearam exclusivamente a resposta linfócitária TCD8, aconteceu a mesma coisa, ou seja, 15 dias depois 0% dos tecidos sobreviveu. o Animais tratados com anti-CD4, levou 30 dias para que todos os tecidos necrosados perdessem a vida. o Animais tratados com anti-CD4 e anti-CD8 esses enxertos levaram 60 dias para perder a viabilidade completamente. Em suma, é uma resposta conjunta entre linfócitos TCD4 e TCD8, desse modo, quanto mais semelhante o efeito do imunossupressor for à linhagem de linfócitos T CD4 e CD8, melhor vai ser a atividade imunossupressora dele. Resposta imune efetora: Na imagem abaixo tem-se possíveis vias de ataque imunológico ao tecido transplantado. A princípio tem-se uma célula apresentadora de antígeno que, provavelmente, pegou um fragmento proteico do tecido transplantado e o apresentou para o linfócito T virgem, o qual se diferenciou em diferentes tipos e linhagens celulares, essas linhagens vão desempenhar respostas agressivas a esse alvo de diferentes formas, ocasionando lise enzimática, citotoxidade direta ao tecido celular, aumentando a expressão de MHC, moléculas do complemento provocando a lise da membrana plasmática, células NK, macrófagos atuando através da citoxidade mediada por células. APLICAÇÃO TERAPÊUTICA Os imunossupressores se aplicam em: ➔ Transplante de órgãos e tecidos: Renal, cardíaco, hepático e pancreático. ➔ Doenças autoimunes: Artrite reumatoide; Psoríase grave; Uveíte; Miastenia gravis; Síndrome nefrótica; Glomerulonefrite; Lúpus; CLASSES ➔ Antimetabólito – azatioprina: Um antimetabólico é um fármaco que atrapalha o metabolismo de uma célula, logo, reduz o fornecimento de um metabólito essencial para a divisão de um linfócito, reduzindo a população linfocitária e ocasionando a imunossupressão. o Foi a primeira droga imunossupressora utilizada para transplante. o É um pró-fármaco, análogo da purina, que reage de forma não-enzimática com compostos sulfídricos, como a glutationa, formando a 6-mercaptopurina A interferência na produção ou ativação de linfócitos T CD4 e CD8 tem algum papel na resposta imunológica contra doenças autoimunes e contra tecidos? 3 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA (molécula ativa), a qual irá se ligar ao alvo farmacológico. o Principais usos: Transplantes, RA, LES. EFEITO DA AZATIOPRINA NO ENXERTO DE PELE: Na fig 1 tem-se um transplante que não foi tratado com azatioprina, logo, tem-se um aspecto necrótico que é indicativo de rejeição, na fig 2 tem-se um coelho que possui um enxerto, em sua orelha esquerda, da pele de outro coelho, esse enxerto foi tratado com a azatioprina, não demonstrando sinais de rejeição, ou seja, cumpre seu papel como imunossupressor Esse experimento também foi analisado em um gráfico onde se observa a rejeição cumulativa de enxertos em animais que não receberam azatioprina, em aprox 8 dias 100% do enxerto estava rejeitado. Animaisque receberam 6 mg perdurou por 10 dias, 10 mg perdurou por 24 dias e 12mg perdurou por mais de um mês, confirmando o efeito imunossupressor da azatioprina. MECANISMO DE AÇÃO: Interfere na produção de purinas (adenina e guanina), as quais são essenciais para a formação de um novo material genético. A enzima ativa da azatioprina é a mercaptopurina, no entanto, a enzima alvo é a HPRT (hipoxantina guanina fosforilbosil transferase), essa enzima, fisiologicamente, atua produzindo metabólitos que vão dar origem a AMP, ADP e ATP, para posteriormente ser incorporada ao DNA, além disso, essa mesma enzima é responsável por gerar o metabólito XMP que vai dar origem a GMP, GDP e GTP, para posteriormente ser incorporada ao DNA. Com isso, tem-se duas importantes informações: 1. Quando a azatioprina ou seu metabólito ativo inibe a HPRT ela reduz a formação de ATP e GTP, e consequentemente, reduz a oferta desses dois nucleotídeos, reduzindo a capacidade de produção de novas células, como p.ex. linfócitos, sendo esse um dos mecanismos antimetabólicos (imunossupressores) da azatioprina. 2. A semelhança estrutural entre a mercaptopurina e as purinas é importante pois quimicamente a mercaptopurina acaba sendo afim da enzima HPRT, no entanto, é tão similar que a HPRT a confunde com um substrato que ela tem afinidade para metabolizar, assim, incorpora a mercaptopurina na via da IMP, desviando seu foco para produzir ATP ou GTP em uma rota alternativa que vai gerar a MTP, sendo, equivocadamente, inserida no DNA. Em suma: o A mercaptopurina é um metabólito da azatioprina, é ela quem possui a atividade farmacológica. o Azatioprina é o pró-fármaco. o A função fisiológica da HPRT é a produção de purinas, ATP e GTP, as quais são nucleotídeos que serão incorporados ao DNA. o Mercaptopurina interage com a HPRT devido a sua semelhança com as purinas. o Não tem MTP no DNA, mas sim ATP, GTP, CTP e TPMT. Existe alguma possibilidade do linfócito ao final da fase S ser “aprovado” para a divisão com a MTP inserida em seu material genético? REPOSTA: É uma possibilidade muito baixa, visto que se tem mecanismos de detecção de erro genético, desse modo, esse linfócito sofre apoptose. 4 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA FARMACOCINÉTICA: o Fármaco bem absorvido por via oral e atinge uma concentração plasmática máxima entre 1 a 2h. o Faz metabolização hepática pela xantina oxidase (XO), resultando no ácido tioúrico. Obs: A xantina oxidase é uma enzima importante no metabolismo de proteínas purínicas, sendo a GOTA um acúmulo desses metabólicos purínicos nas articulações. o A azatioprina possui interação medicamentosa com alopurinol, inibidor da XO, aumentando a toxicidade hepática. Obs: O alupurinol, por ser um inibidor da xantina oxidase, é usado no tratamento da gota. o Sua excreção é majoritariamente por via renal. EFEITOS ADVERSOS; o Supressão da medula óssea isso devido a supressão metabólica nos glóbulos vermelhos das células brancas; o Hepatotoxicidade; ➔ Inibidores da calcineurina: Tem-se dois representantes, sendo esses a ciclosporina e tacrolimus. o A princípio, o uso combinado de azatioprina (antimetabólico) + predinisona (corticoide) foi a base de esquema imunossupressor entre 1960 e 1983. o A depender do transplante tem-se uma imunossupressão inadequada e sem monitorização sanguínea é responsável por um grande nº de rejeições agudas. o A ciclosporina é um polipeptídio cíclico produzido por um fungo. o O tacrolimus é 100x mais potente que a ciclosporina, porém também apresenta maior toxicidade (neuro e nefrotoxicidade). MECANISMO DE AÇÃO: o Ligam-se a imunofilinas específicas presentes nos linfócitos T. o CsA: Ciclofilina é o ligante intracelular. o Tacrolimus: Proteína FK; Também possui ação de inibição da calcineurina, no entanto, se liga à Skbp que é um tipo de proteína intracelular. EM SUMA: A ciclosporina se liga a ciclofilina e o complexo formado (ciclosporina + ciclofilina), inibe a desfosforilação estimulada por Ca2+ do componente citosólico do NFAT. ENTENDENDO A CALCINEURINA: A partir de um sinal estimulador, como p.ex. IL-2, a qual se retroalimenta, o linfócito T estimula a abertura de canais de cálcio. O Ca²+ no linfócito T, que não é uma célula secretora que vai mobilizar vesículas e nem é uma célula contráctil que vai contrair, tem um papel fundamental na ativação celular, pois, ele se complexa com a calcineurina que é uma proteína presente no citoplasma do linfócito T e com a calmodulina, formando o complexo calcineurina – calmodulina – cálcio, o qual é responsável por ativar um fator de transcrição, que é uma molécula que tem capacidade de acertar o núcleo de uma célula e alterar sua expressão gênica ou para mais ou para menos. No caso do linfócito T, a calcineurina ativa o NF-ATc, que é o nome do fator de transcrição em questão, esse fator ativado acessa o núcleo da célula e estimula a leitura da região do DNA responsável pela produção de IL-2. 5 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA FARMACOCINÉTICA o A absorção da CsA e do tacrolimus é variável e incompleta com biodisponibilidade que varia entre 4 a 89%. o Cmax de CsA e tacrolimus é alcançada em 1 a 4h e circula ligada a proteínas plasmáticas, linfócitos e hemácias. o CsA e tacrolimus sofrem metabolização hepática. o Sua excreção é majoritariamente hepática ou biliar via fezes, sendo 6% excretado por via renal. MONITORAMENTO FARMACOCINÉTICO DA IMUNOSSUPRESSÃO: Cada uma dessas linhas representa a biodisponibilidade de um paciente que usou ciclosporina, logo, vai ter paciente que vai ter um perfil aumentado de biodisponibilidade e outros diminuído. A concentração plasmática da ciclosporina deve ser mantida entre 150 e 400, se estiver abaixo da janela terapêutica, maior a chance de rejeição, se estiver acima maior a chance de efeitos adversos ou nefrotoxicidade. COMO SABER A CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE CICLOSPORINA: A técnica mais correta é a quantificação de ciclosporina no sangue, no entanto, devido a condições de saúde pública, normalmente os hospitais lidam com o efeito adverso, analisando, a creatinina, que é o marcador de função renal, para saber se o paciente está acima ou não dos microgramas. INTERAÇÃO DE DROGAS o O tacrolimus e a ciclosporina tem uma eliminação aumentada quando é coadministrado com indutores enzimáticos p.ex. fenobarbitúricos, fenitoína ou rifampicina, resultando em uma maior chance de rejeição devido a doses subterapêuticas. o O tacrolimus e a ciclosporina possuem sua eliminação diminuída quando é coadministrado com inibidores do citocromo p450 p.ex. eritromicina ou cetoconazol. Tem-se uma maior possibilidade de toxicidade. Ciclosporina <150ng/mL REJEIÇÃO >400ng/mL TOXICIDADE Menos potente Tacrolimus <5ng/mL REJEIÇÃO >15ng/mL TOXICIDADE Mais potente EFEITOS ADVERSOS o Nefrotoxicidade (tacrolimus > CsA): É reversível. O glomérulo de um animal que não foi tratado com ciclosporina possui uma organização glomerular, arteríola aferente com aspecto normal (fig 1), já o glomérulo de um animal que foi tratado por 14 dias com ciclosporina,possui uma organização glomerular frouxa e a arteríola aferente com um aspecto não íntegro (fig 2). o Neurotoxicidade (tacrolimus > CsA) o Hipertensão; o Susceptibilidade a infecções: É comum aos imunossupressores, visto que reduz a imunidade do paciente tornando o mais suscetível. USO TERAPEUTICO o Rejeição aguda a transplantes sólidos. o Doenças auto-imunes: Psoríase grave, uveíte, síndrome nefrótica, artrite reumatóide, glomerulonefrite e diabetes tipo 1. ➔ Anti-proliferativo – Sirolimo ou Rapamicina: Aspectos gerais: o Estrutura similar ao tacrolimus; o Liga-se a uma imunofilina da família FK, mas não inibe a calcineurina → O complexo sirolimo – FKBP possui afinidade pela mTOR e não pela calcineurina por ter uma conformação tridimensional diferente. o Inibe a enzima mTOR, uma serina-treonina quinase, que é crítica para a transdução da sinalização da IL-2. o Inibe a proliferação e diferenciação dos linfócitos T. o Apresenta um sinergismo (aumento da ação farmacológica, por vias diferentes) potente quando associado a outros imunossupressores. 6 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA QUESTÃO DE PROVA: Sobre a interação (sinergismo) sirolimo e outros imunossupressores, responda: Qual interação é maior: Sirolimo + tacrolimus ou entre o sirolimo + ciclosporina? R: O sirolimo tem uma ação sinérgica maior com a ciclosporina do que com o tacrolimus, pois, tanto o tacrolimus quanto o sirolimo irão agir na mesma proteína, a FKBP, competindo pelo sítio da ligação. Logo, há uma maior ação sinérgica com a ciclosporina. MECANISMO DE ACAO O complexo Sirolimo-FKBP liga-se e inibe uma proteína cinase designada mammalian target of rapamycin (mTOR), que é uma enzima chave na progressão do ciclo celular. A inibição do mTOR bloqueia a progressão do ciclo celular na transição das fases G1→ S. Em modelos animais, o Sirolimus não inibe apenas a rejeição de transplantes e uma variedade de doenças autoimunes, mas o seu efeito também perdura por vários meses após a paragem da terapia, sugerindo um efeito toleragênico. O seu uso permite evitar os inibidores da calcineurina, mesmo em pacientes que estão estáveis, protegendo assim a função renal. Obs: A FKBP não inibe a calcineurina, pois, é um antiproliferativo, mas não um inibidor da calcineurina. USO TERAPEUTICO o Rejeição aguda a transplantes sólidos. o Ação sinérgica com ciclosporina. FARMACOCINETICA o Baixa absorção oral. o Metabolismo hepático pela CYP450. (interagem com drogas similares aos inibidores de calcineurina). o Meia vida longa (60h) 4EFEITOS ADVERSOS o Trombocitopenia; o Leucopenia; o Hiperlipidemia; o Disfunção gastrointestinal; o Hepatotoxicidade; o Baixa toxicidade renal → Cuidado com as associações com ciclosporina, pois, aumenta o risco de nefrotoxicidade. ➔ Imunobiológicos: Tipos: o Murino: O anticorpo é inteiramente derivado de aminoácidos murinos. P. ex. muromonab o Quimérica: O anticorpo tem as frações constantes humanas e as variáveis murinas. P.ex. rituximab o Humanizado: Tem-se majoritariamente o anticorpo humano e só nas regiões CDRs os aminoácidos são murinos. P.ex. alemtuzumab o Humano: Quando o anticorpo é totalmente humano. P.ex. adalimumab Uma das principais diferenças que implica na importância da escolha e do uso dos imunobiológicos é a sua origem, pois, anticorpos de origem 100% murina tem maior chance de rejeição em comparação àqueles 100% humanos (sistema imune não reconhece o próprio como não- próprio.). 7 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA MUROMONAB – CD3 : Podendo também ser chamado de OKT-3, é um anticorpo monoclonal murino dirigido contra o antígeno CD3 de células T humanas. O complexo CD3, quando ativado, sinaliza a morte celular, desse modo, o anticorpo ao se ligar ao CD3 linfocitário, ativa mecanismos de morte, sendo, portanto, linfotóxico. o Utilização: É utilizado principalmente para o tratamento a rejeição aguda a transplantes e altamente efetivo na rejeição aguda resistente a glicocorticoides. Cerca de 85% dos pacientes tratados com OKT-3 desenvolvem anticorpos humanos reativos anti-murino que, com o tempo, pode levar a taquifilaxia e neutralização do OKT-3. o Efeitos adversos: Síndrome aguda clínica conhecida como síndrome da liberação de citocinas (SLC), a qual, é atribuída a liberação de citocinas pelos linfócitos T ativados, é caracterizada por sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, tremores, dor de cabeça, náusea, vômitos, artralgias, fraqueza muscular e mialgia. BASILIXIMAB E DACLIZUMAB: São anticorpos monoclonais dirigido contra o receptor da IL-2 (CD25) de células T humanas. Brasiliximab é um anticorpo quimérico com constituição proteica 25% murina e 75% humana. Daclizumab é um anticorpo humanizado com constituição proteica de 90% humana. Ligam-se especificamente a porção alfa do complexo CD25 na superfície dos linfócitos ativados, bloqueando a sinalização da IL-2. o Administração: Via intravenosa. o Meia vida longa: Basiliximab 7 dias. Daclizumab 20 dias. O basiliximab possui a meia vida de 7 dias, pois, tem-se 25% de proteína murina, diferente do daclizumab que possui apenas 10%, consequentemente, é menos atacado pelo corpo, sofrendo uma menor neutralização. o Uso terapêutico em transplantes: 1. Inibidores de calcineurina como tacrolimus ou ciclosporina pode ser usado nas três fases: Para induzir uma imunossupressão pré-transplante, pra manter ou em casos de rejeição aguda. 2. Antimetabólicos como azatioprina também pode ser usado nas três fases: Induz, manter ou rejeição aguda. 3. Corticosteroides como prednisona são usados pra indução, manutenção com desmame e rejeição aguda. 4. Terapia baseada em anticorpos é boa para a indução, não é utilizada para a manutenção e pode ser útil em casos de rejeição aguda. 8 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA CASO CLINICO: QUESTOES: GABARITO: 1: D 2: E 3: B
Compartilhar